sábado, 31 de janeiro de 2009

Desassossego na roça.

A maioria dos meus parentes por parte de mãe moram numa cidadezinha bem do interioRRR que fica a mais ou menos uma hora de distância daqui. Não que Überland seja uma megalópole, mas Tupacity se resume a: uma placa escrito "Terra Matris Dei" na entrada; uma praça enorme que abriga: o colégio onde minha bisavó, minha avó e minha mãe estudaram (minha mãe vive me ameaçando, fala que se eu sair da linha é lá que eu vou estudar também); um palanque onde a prefeita discursa infinitamente em toda ocasião especial (lá eles comemoram desde o dia da árvore até a independência da Hungria); o único prédio com mais de seis andares da cidade (onde morava minha falecida tia Valentina, que sempre servia damascos pra todo mundo que ia lá visitá-la).

Depois da praça temos a avenida principal da cidade, que nos reserva as lojas mais tops de lá: Boticário, Arezzo, A Cirandinha (onde podemos encontrar brinquedos, artigos de cama mesa e banho, papelaria, ferramentas (!) e artigos para esporte (!!)) e A Musical (que reúne cds e dvds - trilhas de novela, axé e sertanejo de raíz, que fique claro - livros espírita e de auto-ajuda, lan house e loja de artigos de informática com assistência técnica embutida). Não posso me esquecer da Beijo Frio, que é o point da cidade. Sem ironia nenhuma, lá é a melhor sorveteria do mundo inteiro! Melhor que todas daqui, melhor que Häagen-Dazs, melhor até que os gelatos italianos (essa declaração é do Matheus, que já pôde provar dessa iguaria e que também tem raízes tupaciguarenses). Além de ter umas taças de sorvete divinas que vem com uma quantidade perfeita de calda (nem em escala industrial, e nem aquela miséria) e você ainda ganha inteiramente di grátix um copinho feliz com água geladinha.

Descendo ainda mais a avenida principal vemos a Câmara dos Vereadores, a sede do jornal da cidade (O Popular), o único hospital particular, e a praça da igreja. A praça da igreja obviamente tem uma igreja (!!!) que está para os tupaciguarenses assim como a catedral da Sé está para os paulistas e a igreja de Notre-Dame para os franceses. Além da igreja, a praça abriga um daqueles trailers de lanches chamado Coró Lanches, que a propósito é patrocinado pelo pai do Matheus (eu ainda tiro uma foto fazendo pose em frente a placa: Filho de Tupaciguara). Depois dessa praça a cidade acaba. Se você descer uma rua e passar por mais ou menos 1km de ruralzinho (definição de uma amiga minha pra terreno baldio) você chega no Morada Nova, que é um bairro novo, uma expansão da cidade, que é conhecido pelos seus cidadãos como "as cabicêra", traduzindo: "a cabeceira".

A política de Tupaciguara é uma coisa selvagem, no sentido mais literal da palavra. Ano passado, na eleição pra prefeiro tiveram dois candidatos: a prefeita que tentou reeleição e o homem (um cara que já foi prefeito e é um canalha, o povo de lá tem tanta raiva dele que nem fala o nome, é só o homem pra cá, o homem pra lá). Durante os meses de campanha a coisa lá ficou feia, diz que o homem fez pacto com os drogados e ex-detentos, boicotava os comícios da adversária, fazia jingles que falavam mal dela diretamente, comprou votos igual quem compraria água no deserto. Lá todo mundo se envolve na política, toma partido, compra briga, participa dos comícios e passeatas, veste a camisa mesmo. TODO MUNDO! E lógico que rola briga, muita briga. Na minha família mesmo, um primo de mamãe que antes apoiava a prefeita do nada virou a casaca e saiu como vice-prefeito do homem, babado! E as irmãs do meu avô brigaram também, um lado apoiou o homem, e o outro a prefeita, o mais engraçado é que eles estão brigados até hoje, e vai rolar um casamento de não-sei-quem e rolam faíscas pra todos os lados, porque ninguém sabe se vai ser convidado, e minha avó que fica escutando as dores dos dois lados.

E foi nessa cidade cheia de particularidades que eu fiquei enclausurada na última semana. Mamãe entrou de férias e isto está sendo caótico, porque mamãe sem nada pra fazer = mamãe com idéias na cabeça, idéias que atrapalham o meu sossego, tipo ir passar uma semana com vovó, começar a se alimentar de maneira saudável e abdicar do elevador pra fazer um exercício ainda que mínimo. Continuando, essa semana que estive lá não foi de toda ruim. Acho que nas duas últimas semanas tem chovido pra caramba no Brasil inteiro, e Tupacity também entrou nessa, chuva e frio, muito frio todos os dias. Por uma questão de lógica eu acabei no sofá vendo mil filmes, comendo que nem uma sucuri no cio (?) e lendo o Livro do Desassossego de Fernando Pessoa, que é cheio de coisas de mais pra eu explicar aqui.

Tudo isso pra justificar a minha ausência por aqui, e para pedir que vocês tenham pena de mim, pobre Anna Vitória, cujas aulas retornam semana que vem, that means que eu tenho uma mísera semana pra viver do jeito que eu quero, acordando as duas da tarde, pegando seis filmes de uma vez duas vezes por semana na locadora, assistindo Mulheres Apaixonadas e sem me preocupar de tirar o pijama, só para ir ao cinema que fique claro. Usarei dessa última semana pra fazer um novo lay para este recinto, então, me aguardem. :)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Geléia de Morango.

Logo aos primeiros raios de sol o quarto se clareava, mesmo não havendo janelas. Havia uma sacada com portas envidraçadas, cobertas por uma cortina branca de um tecido tão fino que à medida que o sol ia passando por entre suas linhas ele ia fazendo-o brilhar, e seria uma falta de educação querer impedir o sol de tamanho espetáculo de magnitude. Era domingo, e ele sempre acordava cedo, espreguiçava, fazia cócegas nela e depois ia até a sala, ligava o som e lia o jornal.



A escolha de som daquela manhã foi Chico, mais matinal impossível. Na verdade, quase todo domingo era isso, ou Chico ou Beatles, mesmo que às vezes ele tivesse vontade de ouvir Bob Dylan, e ela, Cat Power, porque “Carolina” era só dos dois, assim como “Two Of Us”, sem mencionar “Com Açúcar, Com Afeto”.



Ela sempre acordava mais tarde e o gritava do quarto. Ele por sua vez largava o jornal no chão e ia correndo até ela. Ambos riam de suas caras amassadas, seus cabelos fora do lugar, seus olhos inchados. Besteirinhas de recém-casados. Cócegas, risadas, beijos, coros no refrão de cada música, travesseiradas, mais beijos e risadas depois, eles iam para a cozinha preparar o café da manhã a uma da tarde.



Antes de se casarem eles fizeram um trato de que não importava a hora que acordassem, nem o dia que fosse eles sempre tomariam café da manhã juntos. As vezes era difícil, as vezes o horário não colaborava, a correria diária atrapalhava, mas os dois se esforçavam e conseguiam.



Sentaram-se no chão da cozinha, recostados na parede de azulejos verde-claros. Ela pegou o pote de geléia de morango, ele o de sorvete de manga. Jogaram o resto da geléia no resto do sorvete, pegaram duas colheres e se lambuzaram. A mistura mais errada do mundo, a mistura mais gostosa do mundo.



Depois do surto de fome matinal restou um pouco do inusitado café da manhã. Ela não pensou muito antes de passar o dedo lá e depois no nariz dele, que não pensou duas vezes em revidar sujando-a de geléia-com-sorvete na testa. Assim começava a guerra de comida, era a mistureba no rosto, nos cabelos, nos ombros e os dois correndo um atrás do outro. Pararam quando chegaram na sala onde era proibida qualquer comida nas imediações do sofá novo, que eles nem haviam terminado de pagar.



Ela ainda ofegante jogou seus braços ao redor do pescoço dele, e os dois se beijaram beijos de manga, beijos de morango, beijos de domingo, beijos de Chico, beijos de Beatles. Porque enquanto os dois estavam juntos o mundo inteiro se resumia a isso, todos os problemas cabiam no pote vazio de sorvete que, porém não era capaz de comportar nem um quarto do sexto de um quinto desse amor. Amor de manga, amor de morango, amor de domingo, amor de Chico, amor de Beatles e de quem mais viesse de carona. Sobretudo, amor dos dois.



"Quem é você que faz o céu queimar assim perto de mim? Com um pote de geléia de morango nas mãos, comendo com colher de sopa, você me encantará."

Luisa Mandou Um Beijo*


* A música Com um Pote de Geléia de Morango nas Mãos que me inspirou para escrever isso. Conheçam a banda que é bem bacana e fofinha, bem cara de café da manhã. :)

domingo, 18 de janeiro de 2009

Mera coincidência, ou não.

Quem se lembra daquela seçãozinha na revista Capricho das antigas que traziam celebridades-clones? Eu sempre perdia um tempão pensando em quem se parecia com quem só pra um dia enviar uma cartinha pra revista e ver minha idéia publicada. É lógico que eu nunca tive nenhuma idéia sensacional, só lembrava de celebridades parecias quando outra pessoa já havia tido a idéia antes de mim e eu realmente ficava muito frustrada. Aí eu cresci e me tornei uma garota bem resolvida, mas ultimamente o trauma dos clones voltou a me assombrar e eu resolvi compartilhar minhas conclusões com vocês antes que alguém o faça que eu vá parar num divã lá pelos trinta e poucos anos por causa desse episódio mal resolvido.

Não sei quanto a vocês, mas eu estou acompanhando fielmente a segunda temporada de Gossip Girl. Fiquei um tempão sem assistir, desde que começou a correria formatura+provas+clipe e depois as viagens de férias e a visita dos primos. Agora que tudo voltou a normalidade, tratei de tirar o atraso e mal posso esperar pra baixar o episódio 16 hoje. Não quero spoilar pra quem está acompanhando pela Warner ou pelo SBT, mas o caso é que Little J no ateliê da Eleanor Waldorf conheceu uma modelo bafônica e ficou amiga dela. Daí as duas saíram pra balada, causaram muito, e a amiga, Agnes, está sempre acompanhada pelo seu amigo - e as vezes peguete - fotógrafo que fotografa a bela a todo momento. Do tipo daqueles fotógrafos de street-wear como The Cobrasnake. O que nos leva a uma it girl da vida real que é figurinha carimbada desse site, anda pra cima e pra baixo com seu fotógrafo, tem um look e atitude meio rebeldinho, modelo super novinha que causa horrores onde vai, e ainda super se parece com a Willa Holland (que interpreta Agnes). Ou será que Agnes que se parece com Cory Kennedy?

Ainda nessa vibe gossipgirlica (?) sempre achei que Serena van der Woodsen me lembrava alguém, e eis que ontem vendo algum programa bem nada a ver na E! eu descobri. Tanto fisicamente, tanto pela atitude polêmica e it girl, pelos escândalos e até mesmo pelo look boho acho que nossa amiga S. tem tudo a ver com a Mischa Barton, nossa eterna Marissa Cooper (que tem um quê de S. apesar dos looks e da atitude sem graça). O legal é que mesmo em The OC, onde Mischa protagonizava no papel de Marissa Cooper, ela tinha uma super amiga, interpretada pela Rachel Bilson que lembra um pouquinho a Blair, braço direito da Serena. A dupla Summer e Coop (como era chamada) não vivia aos trancos e barrancos como S. e B. vivem, mas fala que não tem a ver, ainda que minimamente.


E procurando fotos para esse post, achei umas que a Mischa está a cara de ninguém menos que nossa musa-mor Kate Moss. Não? E falando em Kate Moss e em Gossip Girl, eu me lembrei que no início da primeira temporada do seriado, eu não conseguia olhar para Chuck Bass (Ed Westwick) sem pensar em Pete Doherty, que teve um namoro super polêmico com Kate Moss e que já cantou no The Libertines e hoje está no Babyshambles, ambas bandas extremamente indiezinhas inglesas, assim como a The Filthy Youth, do ator Ed Westwick que interpreta Chuck Bass!

A Grobo tem subido muitos degraus na minha estima ultimamente. Primeiro com a belíssima série Capitu, e agora com Maysa. Conhecendo a fundo a história dela cheia de escândalos, bebidas, cigarros, amores mal resolvidos, quebra pau constante com a imprensa e falatório cada vez maior a seu respeito eu comecei a pensar em alguém. Uma pessoa com história de vida parecida, uma voz marcante que conquistou uma legião de fãs e até mesmo um tipo de maquiagem que virou uma de suas marcas de registradas. Sim, meus queridos, Maysa é nossa Amy Winehouse tupiniquim.

E para fechar com chave de ouro, encontrei semelhança em duas pessoas que só lembram uma a outra pelo físico mesmo. Acho que os degraus que a Grobo subiu na minha estima com as séries, ela anda descendo com as novelas. Não acompanhei a Favorita e vi os cinco minutos iniciais e finais de último capítulo e achei escroto. Mesmo. E para eu nunca esquecer as impressões que esse derradeiro capítulo me causou, vamos ver quem a Patrícia Pillar me lembra. Eu não consigo gostar dela porque toda vez que a vejo me lembro de ninguém mais ninguém menos que... Robert Plant! Vocês podem achar absurdo, mas comecem a reparar e comparar os dois a valer! É medonho!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

No Surprises

Eu provavelmente já comentei aqui antes que meu primo Pedro, de São Paulo, estava passando uns dias aqui em Ubers comigo. Ele foi embora segunda-feira, mas o ponto não é esse. No último domingo, os pais dele (meus tios) telefonaram para aquele conversa rotineira típica de qualquer pai que deixa seu filho viajar sozinho. Milésimos de segundo depois de sair do telefone, Pedro me surge aos pulos no escritório, me olha com os olhos arregalados e meio que grita:
"ANNA, MEU PAI ACABOU DE FALAR, NÓS VAMOS NO RADIOHEAD!!!"
Eu nem me exaltei tanto, porque por "a gente" eu subentedi que era ele junto com seus progenitores, já que eles sempre vão aos shows mais legais do mundo, tipo R.E.M, Rufus Wainwright (quero morrer) e Strokes (me jogo no chão e choro lágrimas de sangue). Calma que depois desses fatos sendo apresentados diante de mim com tanta clareza e objetividade eu preciso de uns segundos para respirar. Inspira, expira, inspira, expira, passou.

Algum tempo depois eu nem me lembrava mais do tal Radiohead, até que papai entra no escritório, senta meio cabisbaixo e me diz:
- Eu ia fazer surpresa, mas o Pedro estragou tudo!
- q
- A coisa do Radiohead.
- q
- Eu falei pro Olavinho que o Pedro ia dar com a língua nos dentes.
- q
- Sobre o Radiohead, Anna! Eu comprei os ingressos pra gente, mas eu ia esperar pra te contar, ia ser perto do teu aniversário, pensei em uma surpresa e tal, agora que você vai fazer 15 anos, imaginei em fazer algo especial, e diferente.
- QQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQQ.

Vocês tinham que ver a minha cara na hora, eu devo ter ficado totalmente in rainbows. Papai estava de conluio com a família inteira durante todo o feriado do ano novo, e eu que me julgava muito linda, genial, irresistível e esperta não saquei NADA, nem um cochicho, absolutamente NADA. Só consegui me pendurar no pescoço de papai e segurar um gritinho agudo.
É, galere, eu vou no show do Radiohead. Dia 22 de março, é nóis.
*** Extra! Eu escrevi esse post no dia que fiquei sabendo da notícia, então eis que ontem lá estava eu na TNG experimentando uns vestidos, e a Isah me telefone me xingando de muitos nomes feios porque ela acabava de saber que além dos Los Hermanos, quem abriria o show seria... VANGUART. Tipo assim, Flanders, me aguarde.
*** Extra!² Reparem na sidebar por favor, as minhas recentes edições :) Alterei praticamente tudo, a introdução, meu perfil e foto, a descrição do blog, adicionei uns ítens a Wishlist, porque tiops, meu aniversário tá chegando... Haha, dêem uma lidinha e tirem suas conclusões!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Pra não dizer que não falei de Crepúsculo.

O combinado era assistir Marley e Eu, na verdade o combinado era ver qualquer filme por volta das sete da noite, pra espantar o tédio e a depressão por O Curioso Caso de Benjamin Button ainda não ter sido lançado e por eu não ser old enough pra entrar no filme do Eastwood. Marley e Eu era a opção mais razoável até eu descobrir que a sessão das 18:50 era dublada. Eu pensei comigo que preferia ver Crepúsculo a qualquer filme dublado, e olha a ironia, tinha uma sessão para o supracitado apenas 20 minutos mais tarde que o filme do cachorrinho. Eba! (não) Eu estava com meu primo Pedro, e ele só topou porque o ódio dele por cópias dubladas conseguia ser maior do que o ódio por Crepúsculo. Enfim, fomos.


O começo do filme é muito ruim, ruim mesmo. Umas câmeras muito estranhas, atuações lamentáveis, uns diálogozinhos pobres de dar dó! Sem falar na maquiagem mega mal-feita dos Cullen, né? Na primeira cena do laboratório quando Edward beeshenlouquece, eu não entendi o que deu na cabeça do ator, porque aquela raiva mal reprimida ficou ridícula, e meu, que diretorazinha essa, huh? Eu comecei a ficar com muita raiva quando o Edward abriu a boca, porque como o Pattinson é inglês eu esperava aquele super sotaque e o livro reforça tanto a voz incrível dele, que eu juro que esperava algo minimamente mais... másculo? Pudera todos os homens terem a voz polivalente de Sir McCa. Ouçam You Never Give Me Your Money e entendam o que eu disse. :)


A partir da hora em que o Edward resgata a Bella dos malvadões de Port Angeles o filme fica mais legal, apesar de fugir totalmente do livro. Mesmo. A interação Bella + Edward ficou fofinha, mas eu não senti aquele amor sem limites de cair as tripas. A parte deles se confessando um cordeiro idiota e um leão masoquista foi bem bacana, assim como a cena do primeiro beijo deles. Foi totalmente diferente do livro, se não me falha a memória, mas eu prefiro a versão cinema (!) O chato é que cortou todo o mimimi melzinho corações deles, e esse é o legal do livro, o Edward falando tudo que toda menina quer ouvir e tal. Isso se perdeu muito mesmo, aí que a maionese desanda. (?) Outra parte que eu curti bastante foi a cena que toca Claire de Lune, porque super se encaixou com o momento, e foi tão... bonito. (!!!)


Eu gostei muito da trilha sonora, muito mesmo. Eu pensava que seria Paramore tocando loucamente, e até via a Bella agonizando ao som de My Heart, mas não. Não tocou Paramore nenhuma vez!! E sabe o que tocou, sabe, hãn hãn?!! Damien Rice!!!! Damien Rice!!!! Acho que foi na cena do restaurante, quando ouvi a vozinha dele, fraquinha, marcante, os violinos ao fundo eu desprezei tanto qualquer Misery Business e amei muito a diretora durante uns cinco minutos. Não mais. Eu vi no meu blog de mp3 favorito, o Glamourous Indie Rock'n'Roll que na trilha tinham umas coisas bem diferentes, tipo La Traviata, mas não ouvi nem sinal. Igual Paramore. Povo surtado e meio surdo, vai entender!


Agora galere, vamo combinar que todas as cenas mais vampirescas soam inacreditável e totalmente Mutantes - Caminhos do Coração, não? Era a única coisa que vinha na minha cabeça, mesmo. Muito mal feito, efeitinhos baratos dignos de SBT e filme trash desses que passam domingo as três da manhã, que na verdade é daqui a pouco. Aqueles olhares maléficos, e a pose de feroz do Edward, façam-me rir, e muito! Acho que os atores que mais se encaixaram aos personagens certamente foram a Bella, Alice, Emett e o Charlie (que protagoniza umas tiradinhas de comédia que de fato são bem engraçadas, me lembrou papai), acho que o Robert Pattinson não "incorporou" tanto, com excessão daquela cena que eles chegam juntos na escola (que eles está uma coisa de wayfarer), nessa hora ele está MUITO Edward, pelo menos o Edward que eu imaginei ao ler o livro. Não vou nem comentar do papai Cullen e da Rosalie que no livro são descritos como os mais bonitos. O primeiro é feio, muito feio e mal maquiado e a segunda é bonita sim, mas pra uma mulher mais velha, de mais de 25 anos. Parece os adolescentes de 37 anos da Malhação. Ok, menos.


Eu amei a parte do baile. Amei a Bella de botinha, vestido de festa, legging, all star e aquele casaquinho todo careta. E amei o Edward de terno, se amei! Eles dançando, ou melhor, ele dançando pelos dois foi extremamente fofo, nessa hora eles realmente tiveram química. Sim, o que faltou pro par funfar foi química, a gente não notava aquela ligação que o livro descreve como fortíssima, não mesmo! Se alguém já viu Sr&Sra Smith sabe o que eu digo. Outro ponto forte foram as tiradas legaizinhas, que se perderam um bocado, porque no livro a Bella é toda sarcástica, no filme nem tanto. Ela solta umas pérolas bem piada-pronta, mas outras divertidas, assim como a maioria dos personagens faz ao menos uma vez no decorrer da trama. E eu descobri o que me fascina no Edward: ele ser inteligente, ele tocar piano e ele dirigir muito bem, e rápido.


Não é um filme ruim no final das contas, não vale certamente os sete reais que eu paguei, mas não foi um arrependimento total. Na verdade foi melhor do que eu esperava. No Guia da Folha de São Paulo ele veio com críticas de desanimar qualquer um, quem leu sabe o que eu digo. Coisas do tipo "sem qualidade, sem sexo e sem graça" ou "filme de vampiros gays pra adolescente emo" juro por Deus que tava escrito assim! O que faltou foi uma boa direção, porque a história não é de todo ruim. Igual no livro, que o que falta é uma boa escrita. Pela dignidade dos livros de menininha vamos chamar a tia Meg Cabot pra reescrever os livros, e a Sofia Coppola pra dirigir as filmagens. Quem me apóia levanta a mão!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Esguelha.

Eu estava por demais entretida em meus pensamentos, avaliando qual seria a melhor escolha de filme para essa noite de sábado. Uma comédia romântica, a mais blockbuster de todas, ou então um filme francês com uma certa putaria fora de roteiro, diálogos marcantes - que me deixam com vontade de transcrevê-los e decorá-los para repetir na primeira oportunidade - , e um final que ninguém entende bem. Escolhendo entre o clichê e o alterno eu me encontrava não entretida, mas aérea, e não por vontade própria. Eu queria tanto prestar atenção e não pensar em você que encontrei uma coisa no meio pra perder meu tempo. Fomos convidados a nos assentar e nos dez segundos que eu levo para flexionar meus joelhos e mover minha estrutura para a baixo, vulgo ato de sentar, senti algo alisar-me o ombro. Algo que ao olhar pro lado vi que era uma mão, mão que ao olhar pra frente vi que era a tua.

Tu me olhavas, mas não de frente, mantinha sua cabeça pra frente e seus olhinhos furtivos me encaravam de soslaio. E foi aí que todos os meus conceitos sobre você e seus olhos mudaram. Tu me olhava nos olhos, fundo, profundo; como eu não me lembro de ter-te flagrado me olhando antes. Diferente. Do jeito que eu sempre procurei te olhar. Analisando seus olhos cheguei a conclusão que não sabia ao certo que cor eles tinham, se eram pretos ou castanhos, mas uma coisa eu tinha certeza que eles eram. Combinaria mais comigo, e eu poderia considerar isso como uma provisão divina se por um acaso notasse em teus olhos a ressaca, mas foi totalmente o contrário. Encontrei em teus olhos uma doçura, nunca vi similares mais doces do que aqueles que encarava então.

Lá estava eu novamente dividida entre o quase alterno (literatura clássica graças a Deus tem se tornado mais comum) dos olhos, e o mais clichê de todos, presente em qualquer romance, e principalmente os crepusculares. Lancei-te o mesmo olhar, murmurei qualquer coisa só para não ficar com mais cara de boba, você passou e eu concluí a tarefa de sentar-me. Por fim decidi que veria a comédia romanticazinha mesmo.

* Eu esqueci de dizer que essa crônica tem trilha sonora, serve tanto Are You Lonesome Tonight da Norah Jones, quanto Dry Freezing Tongue da Mallu Magalhães (música do brand new cd que eu me apaixonei muito, até superei o nojinho pela história dela quase babar e pegar o Camelo).

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dialética.

Hoje é aniversário de uma das pessoas mais importantes da minha vida, e das mais especiais do mundo inteiro. Quando a mãe dela me ligou dizendo que estava planejando um café da manhã surpresa no dia de hoje eu fiquei tentada a contar tudo e estragar a surpresa, porque eu sei como é o caos do cabelo de Naná pela manhã e acima de tudo sei como é horrível qualquer coisa pela manhã que não seja uma caneca cheia de café e um tanto de pão de queijo. Mas eu não contei, primeiro porque a mãe dela me decaptaria e segundo porque eu queria muito ver a cara dela na hora da surpresa. Porque eu odeio festas surpresas e ela sempre diz que um dia fará uma pra mim.

Não pensem que isso é ser pouco amiga ou pouco legal. Amiga que é amiga tem esse fundinho de ser meio irmã e de querer ver a outra passando por algo engraçado. Naná sempre chuta meu pé nas aulas de História quando eu estou sem piscar de concentração (COF), e aí eu assusto e fico toda descambriada e deixo cair alguma coisa. Na verdade ela sempre me chuta, ou me empurra, ou cai em cima de mim quando eu menos espero, e quando eu lhe dou uns bons beliscões ela se faz de coitada. Só porque tem um metro e meio.

Minha conversa com Naná é interminável. A gente se vê na escola, e logo depois já estamos penduradas no telefone, ou então no msn fazendo desenhos e falando besteiras. A gente se entende sem conversar, e eu não estou falando um clichê. A gente não precisa nem se olhar! Uns segundos de silêncio no telefone podem significar tanto! Igual aquele dia que você disse que não tinha o telefone de ninguém que iria no cinema e eu fiquei meio minuto em silêncio e nós já começamos a rir. Naná entende como ninguém todas as minhas más intenções.

E por falar em más intenções, eita menininha que tem mania de perverter tudo que eu falo. Se eu reclamo de calor lá vem ela me olhar divertida, se digo que estou com frio ela olha com rabo de olho pra trás e dá aquela risada debochada. E se por acaso eu me empolgo e resolvo pular e cantar qualquer coisa que ela não goste, recebo um olhar de reprovação triste. Mas isso é só de vez em quando, na maioria das vezes ela junta a mesa dela com a minha e puxa o coro de alguma música. E daí que a professora não pára de acender e apagar a luz? Haha!

Já aprendi tanto com Naná! Ela tem as melhores lições de vida, nunca mais passei aperto com bolo de festa de ameixa e nem com almoço vegetariano. Quando eu preciso sempre recorro a gambiarras-Naná e me dou bem. Ou não. Com ela eu venho aprendendo as melhores imitações da mesma pessoa, e a ter toda essa despreocupação com a vida. Isso sem contar dos nossos seminários de questões de extrema importância pra vida de qualquer pessoa, como a que tivemos essa madrugada e que é a culpada das olheiras de hoje, que já estão me alcançando o queixo.

E tirando as cabriolagens de lado, não tô falando de qualquer pessoa aqui. Naná é uma menina diferente, posta na minha vida por Deus com o intuito de me fazer extremamente feliz, extremamente idiota e extremamente completa. Você é ótima, meu bem, e eu te amo muito. Viva o Lostmore, Viva a Ilda, Viva o Happy e sempre quando precisar, manda aqui.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Sobre o ano que passou.

Vou começar 2009 muito bem por aqui, fingindo que eu não tenho 77 indicações a MEME e respondendo um outro que nem ao menos me passaram, já que eu muito traquinas fui lá e roubei do blog da Tah.

  • Aonde você estava quando 2008 começou? Na piscina da casa da minha avó.
  • O que você fez em 2008 que você nunca tinha feito antes? Entrei numa fonte no meio da praça. Oi.
  • Você guardou suas resoluções de ano novo? E fará mais para esse que vem? Guardei na minha cabeça pra ser sincera, mas sei que cumpri a de estudar bastante. :B

  • Você foi a algum concerto esse ano? Nops.
  • Você procurará algum emprego em 2009? Nops. :)
  • Você bebeu muito álcool em 2008? Nops.
  • Você viajou nas férias? Se sim, para onde? Sim, fui pra praia e pra São Paulo.

  • Qual foi sua maior realização esse ano? A de ter estudado muito mesmo.
  • Se você pudesse voltar para algum momento de 2008, qual seria? Qualquer momento da minha viagem de formatura, ou então os momentos de pala em qualquer aula.
  • Você ficou doente? Uma infecção de garganta e ouvido e alergias tão rotineiras que nem contam. E, claro, como esquecer, eu levei 42 picadas de abelha e quase morri de choque anafilático.

  • Qual foi a melhor coisa que você comprou? Putz, acho que foram umas camisetas, um vestido longo floral, uma peep-toe preta, sapatilha vermelha e meia calça cinza.
  • Quem o comportamento mereceu comemoração? A minha super disciplina com os estudos (H)
  • Quem fez você se sentir triste e deprimida? Esse ano graças a Deus não vivi nada de tão deprimente a ponto de me marcar pra valer. Teve a morte do Heath Ledger. =/

  • Para onde seu dinheiro foi? Besteiras, revistas e dvds.
  • O que deixou você muito, muito, muito excitada? Half Pipe.
  • Que som sempre te lembrará de 2008? Qualquer música do Switchfoot, em especial Gone.
  • Comparando a esse momento no ano passado, está mais feliz ou mais triste? Acho que estou igualmente feliz.



  • O que você deseja ter feito mais? Com certeza ido mais ao cinema. Cabe nos dedos das mãos as vezes que fui em 2008.
  • O que deseja ter feito menos? Bagunça nas aulas, acho que andei perdendo uns pontinhos de disciplina numas aulas meio nada, tipo inglês e espanhol.
  • Como foi o Natal? Animado, cheio de histórias e cantorias.
  • Você se apaixonou em 2008? Er, sim.
  • Qual foi a maior mudança que você fez em 2008? Dei adeus pro cabelón loiro e cortei chanel mega radical.

  • Quais foram seus programas de TV favoritos? CQC, Gossip Girl, 15 Minutos e Quinta Categoria.
  • Você odeia alguém que você não odiava a esse momento no ano passado? Não.
  • Qual foi o melhor livro que você leu? A Menina que Roubava Livros, Memórias Póstumas de Brás Cubas e Ensaio sobre a Cegueira.

  • Qual foi a sua melhor descoberta musical? Switchfoot foi minha banda do ano, assim como o projeto solo do líder da mesma, Jon Foreman. Rufus Wainwright me deu calafrios, Soko que é uma francesinha pervertida que manda muito bem, e também Vanguart e Crystal Castles.
  • O que você queria e teve? Muitas festas, haha!
  • O que você quis e não teve? Um show e um cd novo dos Strokes. =/

  • Qual foi seu filme preferido esse ano? Putz, meu, vi tanto filme bom esse ano que é difícil escolher. Vou escolher os lançados em 2008, ok? Onde os Fracos Não Têm Vez, Na Natureza Selvagem, Across The Universe, Ensaio Sobre a Cegueira e Queime Depois de Ler.
  • O que você fez no aniversário e quantos anos você tem agora? Em 2008 fiz 14 anos e não fiz anda especial, só comi uma torta de morango quase inteira sozinha.
  • Uma coisa que teria feito seu ano mil vezes melhor? Ter me reaproximado de umas amigas mais cedo.

  • Como você descreveria seu estilo “fashion” de 2008? Jeans skinny, t-shirts básicas, batas de babado, muito floral liberty, sapatos vermelhos, bota, all star e papete colorida.
  • O que te deixou sã? Aulas de História e Química, haha.
  • Que celebridade te deixou mais fã? Esse ano meu amor por Beatles e Strokes triplicou e eu também descobri que Switchfoot é muito, muito legal.
  • Quote uma parte de uma música que descreve seu ano: "She said, he said, live like no tomorrow" Switchfoot - Gone.
  • Quem você sente falta? Matheus e Caio, que vi pouquíssimas vezes em 2008.
  • Quem foi a melhor pessoa que você conheceu? Bruninha e Lostmore.
  • Diga uma valiosa lição que você aprendeu em 2008? Carpe Diem!
  • Quais são seus planos para 2009? Boa nota no Paies, bota nota no Paies e pra sair da rotina uma bota nota no Paies. :D

  • Eu repasso pra quiser, porque como citei no começo, estou com muitos memes ignorados pra obrigar alguém a responder esse :)