quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Debutante, hein!

Eu nunca sonhei com meus quinze anos, fato. Pra mim era mais uma idade como qualquer outra, mais lastimável já que nem é idade de cinema (tipo, fazer 15 anos não me libera pra passar pra nenhuma censura). Nunca sonhei com festas enormes, daqueles bailes em que a gente usa 43 vestidos, dança valsa com todos os homens da família (o que a falta de um namorado não faz né) e ainda por cima tem que resolver as tretas daqueles fulanos que entram de penetra e se esbaldam no buffet como se fossem os convidados de honra. Eu também nunca quis ir pra Disney, meu sonho de viagem é outro (Eurotrip) e sei que vou realizá-lo como quero só lá pelos 18. Por enquanto, estava extremamente feliz com my own laptop e os outros mil presentes maras que ganhei.

Minha mãe leciona em um curso alguns dias por semana, e justo no dia do meu aniversário ela tinha que dar aula à noite, então, ficou combinado que papai me levaria pra jantar e que no sábado meus amigos viriam aqui em casa pra gente fazer a festchênha. Antes de ir pro restaurante (eu super estressada já que meu pai ficou me aporrinhando para que eu me aprontasse logo, já que uma redação me impediu de começar a me vestir cedo) eu ia passar em casa pra deixar o laptop . Eu subo os primeiros degraus da portaria e de repente vejo mamãe, depois Naná, depois Matheus, e simultâneamente vão aparecendo todos os meus amigos, mascarados, de preto e branco, cantando parabéns.

Eu fiquei tão chocada, tão paralisada, que eu simplesmente não me mexia. O salão de festas estava todo decorado com balões preto e branco, e na parede tinha uma letreiro feito pela Isah, escrito "Anna In The Sky With Diamonds" e um montão de fotos dos Beatles, dessas tipo Classic Photos, sabe? Eu fiquei tão elétrica, tão hiperativa, que eu não parava de dar gritos histéricos a cada pessoa que eu ia abraçar, e não parava de falar, de rir, de pular, de andar de um lado para o outro.

Mais cedo, eu desconfiava que o pessoal estava tramando alguma coisa, porque vi Matheus e Naná cochichando de um jeito muito suspeito, mas eu desencanei. Saquem só, desde o Carnaval minha mãe estava de conluio com papai, Naná e Isah. Como eu passei a tarde com minha avó, nem reparei nada. Naná me ligava perguntando sobre as tarefas, e depois me contou que nessa hora ela estava deitada na minha cama, Isah também passou a tarde aqui. Até minha manicure estava no meio do rolo! Minha mãe falou pra eu ficar na minha avó, porque ficava mais fácil pra manicure ir fazer minha unha lá, e como ela estava demorando, telefonei pra saber que horas ela iria. Disse que estava terminando o pé de uma cliente chata, e que depois iria. Quem era a cliente chata? Mamãe, óbvio.

Eu sempre dizia que matava quem me fizesse uma festa surpresa, mas foi tão especial, eu fiquei tão feliz! Me diverti, ri, vi amigos que há tempo não via e percebi como sou abençoada por ser cercada de tanta gente especial, que gosta de mim e que nunca deixa de se preocupar comigo. Foi tudo tão legal, as meninas prestaram atenção em todos os detalhes que eu mais gosto, e eu não podia ficar mais feliz, senão meu sorriso rasgaria o rosto e isso não seria legal. Era dia de semana, não terminei a redação (tive que acordar hoje cedo pra terminar, e ainda não consegui pegar a primeira aula), estoy muerta de cansaço, mas não podia estar mais feliz.

Pra quem foi, pra quem ajudou a organizar, pra quem ajudou a me enganar (haha), pra quem me mandou SMS, scrap fofo no Orkut, comentários lindos aqui no blog: MUITO OBRIGADA, não fazem idéia de como me fez bem e de como fiquei feliz ao ver/ouvir tudo isso. Tirei bastante foto, mas estão em diversas câmeras, próximo post eu PROMETO que coloco todas aqui, junto com meus presentes lindos. Beijos!
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

And the Oscar goes to...

Mais um da série: Antes Tarde Do Que Nunca.

Já vou dizendo que não assisti à premiação do Oscar, não que meu pescoço tenha caído, mas como disse, viajei nesse Carnaval e estava ocupada demais brincando com meus priminhos-quiança-baby-cute, virando água na piscina devido ao calor prudentino, ouvindo jazz e fazendo nada, já que esse é o melhor da vida. Não perdi meu tempo com o Hugh Jackman dançando com Beyoncé e Baby-V, é demais pra mim. Mas aposto que a Grobo vai dar um jeito de reprisar, ou então a TNT que inclusive já reprisou anteontem e eu não vi porque estava vendo pela milésima vez "Onde Os Fracos Não Tem Vez" tentando entender onde é que os maquiadores enfiaram a exuberância do meu querido Javier Bardém nesse filme. Enfim...

O Brasil é um país ligadíssimo nas atualidades da vida, Überland então, haha, nem se fala. Devido a esse fato, dos indicados ao Oscar, só Benjamin Button chegou por aqui (tirando os óbvios né, tipo Batman e Wall-E) e vamos dizer que eu não gosto de baixar filmes. Juro que não é preguiça, questão de princípios. Então vou palpitar tudo sem ter visto praticamente nada, só me baseando nos meus quesitos de lógica e simpatia pessoal, ma oe!

Pra Melhor Filme e Melhor Diretor, deu a lógica que Slumdog Millionaire iria ganhar, era o queridinho dos críticos, da Academia e tudo mais, sem falar que a Índia agora is the new black né (me matem por favor, aquela novela é ridícula, o clone revival é o cúmulo, o Márcio Garcia é o ator mais errado que eu conheço!!!) Como não vi o filme, talvez daria pro Gus Van Sant (Milk) por questão de simpatia pessoal, já que ele saiu na Rolling Stone desse mês e eu achei-o digníssimo, sem falar de Elefante e Últimos Dias, que eu adoro! Ok, talvez o David Fincher (Benjamin Button) merecesse também, mas esse filme eu vi e não foi algo de parar o mundo tipo Seven e Clube da Luta.

Em Melhor Atriz achei lindo Kate Winslet (O Leitor) ter levado, estava torcendo muito pra ela, achei tão fofo o discurso no Globo de Ouro, e ouvi falaram que o do Oscar foi bem bacana também, confessar que ensaiava receber o Oscar no banho, haha! Dessa vez aconteceu de que eu acompanho a carreira de todas as indicadas, menos a Melissa Leo (who?), então deu pra ter uma base. Achei ótimo a Anne Hathaway (O Casamento de Rachel) ter levado a indicação, que pra uma pessoa na idade dela já é quase um Oscar, cheguei a pensar que Meryl Streep (Dúvida) levaria porque ela é a Meryl Streep coisa e tal, mas gostei muito da Kate ter levado. Já pra Melhor Ator, todo mundo ficou surpreso de Sean Penn (Milk) ter levado, qual é galera, pra mim era líquido e certo que ele levaria! Mickey Rourke (O Lutador) era o favorito? Haha, acho que a época dele já passou, ele traiu o movimento indo lá ser boxeador, a gente não precisa de mais um Stallone nas nossas vidas. Minha torcida pro Sean Penn era mais do que declarada, mesmo amando Brad Pitt, Benjamin Button foi o que foi pelos efeitos e técnica, mas pela atuação? Nem tanto.

Já nos Coadjuvantes, pra ator deu a lógica e a justiça total. Ai, minuto de silêncio por favor, porque eu ainda não superei a morte de Heath Ledger (The Dark Knight). Ele estava tão incrível no filme, mas tão incrível que o Coringa do Jack Nicholson me deu sono, literalmente. Um dia depois de ver The Dark Knight, eu aluguei o Batman do Tim Burton de novo, e achei o Jack Nicholson numa sem-graceza, era quase bonzinho, dormi o filme inteiro. Agora pra atriz, fiquei tão feliz! Tinha quase certeza que quem levaria era a Taraji P. Henson (Benjamin Button) e fiquei com um sorriso de orelha a orelha pela Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona) ter levado essa pra casa! Ela está simplesmente fantástica nesse filme, linda demais, super divertida, uma chica latina como deve ser. Amei, amei, amei!

Sobre os Roteiros, que Milk ganharia já era previsível o de Melhor Roteiro Original (cara, não vejo a hora de ver esse filme, Gus Van Sant + Sean Penn, comofas), mas eu realmente esperava que Benjamin Button levasse o de Melhor Roteiro Adaptado, mesmo não tendo lido o conto do Fitzgerald ainda. Na verdade, nós esperávamos que Benjamin Button seria o estouro do Oscar, e não foi. De 13 indicações o filme levou 3 Oscar, eu esperava mais, mas, analisando agora a situação, além do Melhor Roteiro Adaptado que eu acabei de dizer, não tinha mais onde levar. Levou pela direção de arte, maquiagem e efeitos visuais, que é onde ele realmente surpreende. O filme sem dúvida alguma é maravilhoso, mas fazer a Anna chorar convulsivamente na saída no cinema não basta pra Academia.

E eu queria ainda falar de figurinos, mas estou numa preguiça lascada. De mais bela da noite fico dividida entre Taraji P. Henson, Natalie Portman e Penelope Cruz. Jolie novamente me deu sono vestida de preto novamente, e Anne Hathaway pela primeira vez errou a mão na hora de escolher um vestido, coitadinha, virou um fantasma. A Beyoncé e aquele vestido preto com dourado deu a lógica, estava total Beyoncé, a Heidi Klum pra mim soou como Lady Kate, não engoli aquele vermelho e aquele cabelo. Kate Winslet estava senhoril demais, mas amei a maquiagem e o cabelo. Não entendi o que Baby-V e Miley Cyrus estava fazendo lá, esqueceram de avisar que o Teen's Choice é só no fim do ano. E falando em Miley, aquele vestido dela fala por si só. Não gostei da tendência desse ano ter sido o pérola, boring demais, sem falar que a maioria das atrizes estava com um coquinho de velha, no estilo que a Anne Hathaway usava. O mundo está em crise, mas as bees não precisam fazer voto de pobreza, né?

Falei, falei demais, mas deem um crédito a esse pobre blogueira que completa 15 anos depois de amanhã!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Memórias de um pescoço torto.

Quinta feira, quase oito da manhã, surpreendentemente divertida aula de matemática. Eu viro pra trás pra dizer algo pro Matheus e meu pescoço dói. Volto pra frente, ai meu pescoço. Cutuco Naná que está na minha frente, "Acho que dei um mau jeito no pescoço", "Vai fazendo uma massagem e alongando que passa". Passo a mão do lado direito que é onde dói mais, tudo tenso. Viro prum lado, pro outro, ai meu pescoço. Matheus me chamando. "Pera, meu pescoço" Continuo alongando, dum lado pro outro, não consigo forçar. Ponho a mão, um ovo bizarro. "Anaisa, é sério, meu pescoço" O lado esquerdo tá de boa, o direito que tá tenso. Levanto o braço direito, sinto uma fisgada terrível no pescoço. "Anaisa..." As lágrimas começam a rolar.

E foi assim, do nada, em plena aula que meu pescoço simplesmente travou. Eu sou muito tensa, vivo travando, mas passa em no máximo 10 minutos, e eu consigo ter uma mobilidade mínima. Nesse caso não, meu pescoço ficou preso na diagonal esquerda, não ia pra direita, ou pra frente nem a pau. Em plena aula. Lutei com as lágrimas, me pus apresentável, Caio já tinha vindo do outro lado da sala ver qual era o problema, Matheus mandou eu fazer cara de sofrimento e pedir pra sair da sala. Resolvi pedir pro professor me deixar ir tomar algum remédio. Fiz força pra levantar e pensei que não fosse conseguir, a coisa tava feia. Rafael, o novo professor de Química mais legal do mundo (Washington Luciano, eu ainda te amo) disse "Tadinha" com uma voz que me lembrou a do Pedro e me deixou sair. Eu só podia tomar Tylenol, ia resolver muito. Perguntaram se eu queria ir embora, não dava, último horário era Biologia e eu ainda tinha que entregar um trabalho de Sociologia.

Passei a aula sofrendo, mas meus amigos me deram um apoio moral pra eu esquecer da dor e tentar relaxar. Deu pra rir, brincar, e não morrer. Cheguei em casa morrendo, me preguei umas mil Salompas, mamãe fez massagem e me deu um Tandrilax. Eu apaguei na hora, acordei lá pelas 16:30, pensei em virar pro lado e continuava doendo. Muito. Mamãe disse que se eu não melhorasse teria que ir no médico pra ele me "voltar pro lugar". Tremi só da idéia de um estralo. Liguei pra papai, que rezou um terço falando sobre as consequências da falta de exercícios. Ele disse com uma cara trágica que eu estava abatida. Minha avó disse o mesmo, com uma cara de quem acabava de assinar meu atestado de óbito. Eu tava bem, só meu pescoço que estava duro. E torto. Papai decretou que eu não iria na escola na sexta. Droga, justo no dia do Baile de Carnaval (não entendam) e da aula de Filosofia.

Voltei pra casa, deitei com mil almofadas apoiadas, fiquei vendo House até a dor dar uma aliviada pra eu pensar em dormir. Não conseguia ler. De repente eu apaguei, quando me mexia muito e perdia "o lado", acordava, tinha que me ajeitar de novo, dormia mais um pouco. Às 8:30 cansei de ficar procurando um ponto de conforto. Voltei pro sofá e pras mil almofadas. Resolvi usar o computador, por mais que minha mãe tivesse me alertado 77 vezes para não fazê-lo. Doía pra digitar, mas eu não suportava mais ficar deitada. Depois de um tempo, me rendi e voltei ao sofá. Novela, Friends, desenhos animados depois, aqui estou eu, escrevendo esse post. Sem tanta dor. Ainda torta. Torcendo para que ao menos meu pescoço esteja minimamente móvel até amanhã pra que eu possa viajar pra casa da minha tia e passar o carnaval junto dos meus priminhos quiança curtindo o total isolamento da sociedade, piscina, jogos de tabuleiro e o Oscar.

Se eu sumir, já sabem por quê.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sorrisos de Algodão Doce.

Segundo minha mãe, tu tens um sorriso lindo, e eu sonhei com ele na primeira vez que te vi. Com ele, com você e com umas bicicletas fora de lugar, pelo que eu me lembre, e assim que eu abri os olhos disse: "Sonhei com ele" e minhas amigas riram. Tudo isso antes de você ser quem você é pra mim hoje. E mesmo antes dessa transformação-sem-transformar de você, tu eras meu assunto principal, presença garantida na maioria dos meus sonhos, e sem querer, quando via a janelinha do MSN me avisando que você entrou, meu coração pulava e minhas mãos começavam a suar.

Você chegou pra destruir esse meu auto-controle, literal e subjetivamente falando. Eu sempre me julguei uma garota mais evoluída, que não caía nas graças dos hormônios e das chorumelas cor-de-rosas de coração adolescente, e cheguei a pensar que ia deixar esse mundo sem um desses amores platônicos, impossíveis e divertidos de se contar e de se suspirar por, e vejam só esse primeiro parágrafo. E literalmente você sempre dá um jeito de me pegar desprevenida, puxar meu cabelo, surgir do nada justo nos momentos em que eu estou me preparando psicológicamente pras tuas chegadas repentinas, mas é claro, eu nunca estou preparada e isso resulta em involuntárias e constrangedoras bochechas vermelhas e eu eu desisto de pedir que minhas mãos me obedeçam, vou apertando com força as duas, como se sovasse uma invisível e minúscula massa de rosca.

E você me descambria, me esgruvinha, me deixa toda macabeada e sem saber o que fazer e com o maior sorriso de algodão doce do mundo estampado nos olhos. Eu não gosto disso, eu não gosto de ver que eu estou perdendo o controle, eu não gosto de concluir que eu estou me deixando levar assim, simplesmente, fácil demais. Eu quero te chutar dos meus sonhos para que Fabrizio volte a ser o protagonista deles, eu não quero mais ter a síndrome das mãos nervosas, eu não quero mais ter que interromper os raciocínios quando estou lendo pra te deixar invadir minhas idéias, eu não quero você.

Eu tento, eu juro que eu tento de tudo pra fazer com que meu desejo se realize, mas, pomba, quem é que eu estou enganando? Eu gosto dessa história, eu gosto das coisas que você me faz sentir, eu gosto de surtar internamente quando a gente conversa, eu gosto de inventar histórias de nós dois na minha cabeça, principalmente, eu gosto de você, das tuas macaquisses, do jeito como você sempre tenta me alfinetar, e assim como a minha mãe, eu acho que tu tens um lindo sorriso, porque ele me contagia, ele me pega surpresa. Por mais triste, descrente da vida que eu esteja, é só pensar, ouvir, falar de você que outro sorriso se abre nos meus lábios e eu instantâneamente tenho o maior sorriso de algodão doce do mundo estampado nos olhos.
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Down is the new up.

Inaugurando a série das minhas incríveis teorias.

Não tem jeito, todo começo de ano eu e minhas amigas temos que parar pra observar as paisagens da escola, sabe como é, ver se tem alguém interessante, se algum garoto mudou o visual e pode entrar pra nossa lista de admirações e tudo mais. Na escola antiga cada ano nós tínhamos um alvo de admiração, por exemplo, ano passado o alvo era um garoto que logo no primeiro dia eu já localizei com meu radar devido a camiseta do The Who que ele usava. Era um fofo, cabelo cacheadinho, usava óculos de armação nerd, curtia umas bandas que eu gosto muito, tinha uma voz incrível e ainda tocava baixo. Baixistas me perseguem, essa é a terceira vez. Normalmente os do terceiro colegial que roubam mais a atenção, já que se nós mulheres amadurecemos mais cedo, a gente tem que pensar alto né? Haha! Se bem que esse do ano passado era do segundo colegial. Continuando...

O problema dessa escola nova, é que como eu disse, é gente demais. É impossível sentar num lugar sossegado só para observar, analisar e comentar, entendem? Você mal enxerga os amigos que você está conversando, quanto mais as pessoas que vão passando. Sem falar que parece que todo mundo lá é alto demais, e olha que eu não sou pequena! Esse fato deixa as coisas mais difíceis ainda, pensem comigo que linda cena seria eu e minhas amigas andando, olhando pra cima, muito do tipo: oi, estou reparando. Do it, but do it with class.

E vocês me perguntam: "Anna querida, o que este exemplo de alvoroço juvenil diante de veteranos tem a ver com teoria?" Eu explico. Não dá pra ficar olhando pra cima, mas não dá pra deixar de procurar o amor platônico do ano, então o jeito mais fácil é olhar pra baixo. Sabe, os tênis de um garoto dizem mais sobre ele do que vocês imaginam. Pegaram o spríto da coisa? Aí vocês me dizem no maior estilo protagonista de Malhação que ama as flores, as pessoas, os animais e a atmosfera que essa de julgar pelo sapato não é uma boa, o que importa é o coração, a beleza interior e tudo mais. Não dá pra ter tudo, como a chance de realmente rolar alguma coisa é quase nano, então vamos pelas aparências que funciona mais. É óbvio que temos que levar em consideração os gostos musicais, o jeito que escreve e o orkut. Esses fatores tem que ser observados, menino que ouve sertanejo, pagode, axé, funk, Rihanna e Nx Zero, que comete erros de português que chegam a causar dor nos ossos e que tem o orkut cheio de fotos dele pagando de maladro e só comunidades nada a ver merece morrer e pegar fogo.

"E onde os tênis entram nessa história, my oh my?" Como eu disse, os tênis dizem muito. Aqueles garotos com tênis cheios de mola, nike shox grotescos, uns acessórios maiores que o cérebro de alguns, costumam ser d'aqueles que adoram um sertanejo universitário, psy trance, passam a aula esborrachados na carteira e leem (que grotesco isso) quando muito, os resumos dos livros que a escola manda. Já os que usam tênis com caninho de basquete e formato duvidoso, de acordo com a lógica, jogam basquete, passam a tarde no clube e viajam todo fim de semana pra competições, eles podem ser bonitinhos, mas a gente não precisa de um esportista na nossa vida já que Kaká, Nadal, Cielo e Phelps já existem e estão longe de nós. Já os de bermuda xadrez + havaianas são os playboys que costumam agradar os olhos, mas são burros feito portas e têm caminhonetes enormes, com suspensão, luz de neon e andam com o braço pra fora ouvindo tunz-tuntz no último volume. Mais uma vez, merecemos mais que isso.

Eu costumo levantar o olhar quando vejo aqueles sapatos de trilha, da Timberland, sacomé? Quem usava esses sapatos era o garoto da camiseta do The Who ali do começo do post, e já vi ele com um desses assim também. Os que ganham meu olhar direto com certeza são os all stars, porque all star, ah, all star é muito legal. E como aqui não é capitar que todo mundo usa All Star, na verdade, o pessoal costuma ser meio preconceituoso com esse tênis, normalmente quem os calça são os garotos fofinhos-estilosinhos-nerdzinhos, meus alvos principais. Eu também presto especial atenção nos tênis vintage, tipo Vans, Adidas e Nike Classic, e os Nike Donkey, os mais legais, na minha opinião.

E assim termina o primeiro de muitos posts com as minhas teorias de utilidade pública, altamente aplicável na vida de todas vocês. Que fique claro que isso é brincadeirinha, quem vê tênis não vê coração e na hora de procurar um namorado de verdade vamos abrir a boquinha e conversar, trocar ideias (isso é um monstro) e tal.
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Welcome to the jungle.

É a primeira vez na vida que eu mudo de escola. Mentira. A primeira vez que eu mudei eu tinha seis anos de idade, that means que eu não era gente o suficiente pra me lembrar nem pra ter ansiedade, medo de rejeição e de olhares de reprovação alheios. Isso já é motivo pra eu estar em pânico com o novo colégio, sem considerar o fato que é o maior colégio daqui, e que a nata da cidade estuda lá. Todos faziam uma idéia de que lá era a própria Constance Billard School for Girls em termos de tirania, e eu já estava me sentindo a pobre Little J. antes da glamourização toda. Se bem que eu tinha parado pouco pra pensar nisso até então, já que eu estava evitando qualquer coisa que me lembrasse volta as aulas, fim da minha boa vida, coisa e tal, mas sei que ontem, quando eu cheguei em casa da papelaria, com meus materiais, eu surtei. Pensei: "É amanhã, tô ferrada".

O bom de fazer muito drama por tudo é que na maioria das vezes eu vejo que nada é tão ruim quanto eu imagino, e graças a Deus foi isso que aconteceu com a escola. Quando cheguei lá era muita gente, como eu já esperava, mas logo na entrada encontrei todos os meus amigos, inclusive o Matheus e o Caio que já estudavam lá. Tem cinco turmas de primeiro colegial, e eu inicialmente não fiquei na turma de todo mundo, só na do Matheus e da Mariana, mas isso até sexta, quando nós alunos montamos as turmas. O engraçado é que parece que a cidade inteira num ponto da vida resolve estudar lá, porque eu tipo reencontrei mil pessoas que eu já estudei junto, ou que já fizeram inglês/ballet/sapateado comigo.

Acho que o colégio vai me ajudar muito na meta de virar a cdf do ano, porque lá é bem rígido. Batistar era rígido, mas uma coisa mais livre, resumindo, a gente fazia o que queria na aula, se quisesse prestar atenção e não piscar (eu em aulas de história e química) que o faça, se quiser matar ao próximo e/ou se matar, pois bem. Lá não rola essa escolha, ou você presta atenção, ou você mata seu amigo mas é expulso. Ok, talvez nem tanto. E uma vez na semana eu vou ter quatro horários de aula a tarde. E sábado sim, sábado não, eu tenho aula. Minha vida tá tão acabada.

Resumo da ópera: gostei bastante. Eu tava morrendo de medo de não me dar bem com o pessoal, ou então todo mundo ficar me olhando torto, mas como eu disse, chega um ponto da vida que the whole city vai pra essa escola, então acho que no primeiro colegial tem mais novatos que veteranos e também o Ensino Fundamental fica num lugar, e o Médio em outro e o Pré-Vestibular em outro, todos no mesmo quarteirão, mas separados, mas mudam os professores e tudo mais, então, querendo ou não, aquilo é uma novidade pra todo mundo ali.

Foi só o primeiro dia, então tudo ainda está tranquilo. Nada de tarefas, ou coisas pra estudar, os professores estão ainda naquele lero lero infinito de como nossas vidas estão mudando a partir de agora, e que fundamental é diferente de colegial e que nós ZzZzZzZz Entenderam, né? Vamos esperar os próximos surtos capítulos. Ah, e próximo post eu coloco uma foto bonitinha dos meus materiais, porque, ahm, porque... eu tô com preguiça, ueba!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Nove para dois mil e nove.

Há mil anos atrás eu devo ter recebido cerca de 74 indicações a esse meme, que consiste em postar no blog todas as felizes resoluções de ano novo. Eu não seria eu se postasse isso igual todo mundo, na primeira semana do ano, quando ainda é relevante, porque vocês sabem, a cronologia das coisas é uma coisa meramente psicológica, e eu sou superior a isso, sim? Por isso, com um mês de atraso lá vão minhas resoluções, que pelo menos foram muito bem pensadas e analisadas. Vocês deviam me amar por isso. Sem mais delongas, vamos lá:

• Me dar muito bem no PAIES.
Mais uma vez eu teria problemas de contrariedade ideológica se essa não fosse minha primeira meta a ser alcançada. Como a maioria de vocês já deve estar de saco cheio de ouvir, esse faço faço a primeira etapa do vestibular seriado, e tipo, eu tenho que ir muito, muito bem. O resultado final vem da média de todas as notas nos três anos de colegial, portanto essa meta implica também que eu preciso ser mais disciplinada, esforçada em tudo relacionado à escola.

• Assistir a 70 filmes inéditos, e ler 30 novos livros.
Eu tenho um lado Lorelai Gilmore que me faz rever os mesmos filmes infinitamente. Isso tem os seus prós (e eu ainda vou escrever minha teoria a esse respeito aqui), mas tem os contras também. Eu passo por maníaco-depressiva diante dos atendentes da locadora (by the way, tem um deles muito gatinho) que me vêem (não, não aderi a Reforma ainda) alugar mil vezes Brilho Eterno, Maria Antonieta, Across The Universe (insira aqui a extensa lista dos meus favoritos) e isso tem melhorado, já que desde que eu comprei Amelie, Pulp Fiction e Elizabethtown eu tenho dado mais brechas à novidades, mas enfim, conhecimento cinematográfico nunca é demais. Com os livros é quase isso, mas no período letivo eu deixo os estudos e as obrigações escolares me engolirem, e muitas vezes eu tenho sono demais pra conseguir ler qualquer coisa antes de dormir, e me restam só os fins de semana, onde eu tenho que me dividir entre a família, os amigos, a igreja, o blog e os livros se perdem, e isso é uma heresia.

Firmar num exercício físico.
Acho que essa é a resolução mais original de todas, né? Mas cara, depois que a gente para os esportes que fazemos porque papai e mamãe obrigam, acabamos perdidas na vida, sem saco pra academia e sem horários disponíveis pra yoga (que é o meu caso, pra eu conseguir fazer yoga deveria mudar o horário do inglês e da manicure, then, yoga FAIL). Eu preciso desesperadamente fazer alguma coisa, por mais simples que seja, nem que eu tenha que caminhar meia hora na pracinha aqui perto, ou sei lá. O duro é que com o fim do horário de verão eu perco boas horas pra exercício ao ar livre na pista de caminhada nearby, já que eu passo a tarde estudando, e a noite é perigosinho. Estou tentando convencer papai a me deixar fazer Pilates, mas ele fica cheio de mimimis, diz que é frescura e que não resolve nada. Alguém que faz e é linda e feliz mande um e-mail pra ele, sim? Não quero academia, minha gente!

Respeitar minha listinha de assuntos para post.
Eu tenho aqui no pc um documento em txt mesmo, que toda vez que eu tenho uma idéia bacana de post eu registro lá e quando vou postar dou uma checada na lista amiga. O problema é que eu sou teimosa e não respeito nem minhas próprias regras e sempre atropelo os assuntos. Aí quando eu quero postá-los, já ficaram batidos, não fazem mais sentido (como esse post) e eu acabo abandonando. E isso é um saco! Meu blog seria muito mais feliz e cheio de pôneis se eu seguisse minhas listinhas, porque, modéstia a parte, eu tenho tantas idéias de posts legais. Vocês me amariam muito mais (cofcofcof), então peguem no meu pé e me manda seguir a lista!

Me manter organizada.
Tão original quanto o terceiro ítem, mas enfim. Eu tenho mania de arrumação, mas não consigo me manter organizada. Confuso, eu sei. É como se as coisas fora do lugar me irritassem, incomodassem, me deixassem muito pê da vida, aí eu vou lá, xingando tudo mentalmente, arrumo tudo e fica tudo lindo, mas 7 minutos depois eu já sem ver deixo algo fora do lugar, tem papel jogado... Do meu armário inteiro eu já desisti de cuidar, daqui uns dias sai um javali de lá, mas quero ser mais princesinha pelo menos na minha caixa de lenços/tiaras/cintos/papéis importantes que eu esqueço nos bolsos e bolsas, com a minha sapateira, minhas coisas de escola e minha gaveta de maquiagens (essa meta eu já tenho cumprido, está tudo um primor por lá).

• Acordar mais cedo (por mais doloroso que isso seja)
Por mais que eu ame dormir até o último minuto nos dias de escola, não acho nada legal ter que me ajeitar correndo, secando a franja enquanto tomo minha xícara de café, sair amarrando os cadarços no carro e com aquela papelada caindo em mim. É uma imagem muito distante de glamour hepburiano que eu sonho em ter. Se eu conseguir acordar as 6:15 e não as 6:50 eu posso tomar banho e não chegar com cara de batata pisada no colégio, ajeitar melhor meu cabelo e evitar os clássicos tiara+coquinho, tomar um café da manhã feliz e não empurrar uma xícara de café goela abaixo, manter minhas pernas com menos hematomas, já que correndo de um lado pro outro da casa, morrendo de sono, acabo batendo em todas as quinas.

• Não abandonar minhas séries, feeds e programas preferidos.
Há muito tempo eu perdi o hábito de assistir tv, mas ainda tem umas coisas que eu gosto de assistir, tipo 15 Minutos, Altas Horas e CQC, mas lá pelo meio do ano, vai me dando uma descrença de assistir, tipo, preguiça gratuita e ficar lá na tv, sabe? O mesmo rola com as séries, eu não aguento esperar uma semana pra ver os episódios e acabo baixando, mas eu esqueço aqui no pc, fico com preguiça e quanto mais acumula, mais preguiça eu tenho. Com blogs é assim também, leio mais os que comentam por aqui, mas tem outros que eu super acho interessante, mas e a preguiça de abrir o Bloglines todo dia? Ai gente, comofas comigo?//

• Sair mais com meus amigos.
Em dias normais eu saio realmente muito pouco, durante a semana é aquela loucura e no fim de semana eu nem sei o que acontece, toda sexta a gente sai do colégio falando: vamos fazer algo esse finde, hein? Só que passa no fim de semana e ninguém agita nada, e isso é um saco! Ok, eu vejo a Naná e a Isah com frequência e isso é ótimo, mas sair com a farofa toda completa é incomparável, é aquela bagunça, tanta história, tanta risada! Fui contar quantas vezes consegui reunir toda a tchurma no último ano e deu um número tão vergonhoso que nem postarei aqui.

Bater menos nas pessoas.
HAHAHAHAHAHA, seria cômico se não fosse trágico! Mas é que vamos dizer que eu manifesto minhas alegrias e minhas mazelas por meio de tapas e beliscões, vamos supor, eu tenho um babado muito imperdível pra contar pra Naná, aí ela chega perto de mim e eu belisco ela e digo: Nanáááááááááá, nem te conto! Só que eu acabo perdendo o controle da minha força (hihihihi) e isso acaba sendo legal só pra mim, haha. Mas lembrando que essa regra só vale pras amigas menininhas, os meninos vão continuar apanhando, viu Matheus e Lucas? (6)

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