domingo, 28 de junho de 2009

Chata.

"Quando eu era pequena, era muito sozinha na escola, e você também. Parecia que nós estávamos o tempo todo tentando nos adequar em algum grupinho, panela, patota. Até que de uma maneira inusitada nós nos tornamos amigas, e para mim era como se você fosse a amiga mais perfeita que eu poderia ter, e eu acho que eu fui assim para você também, ou pelo menos espero ter sido. A gente se equilibra de uma maneira linda, eu com esse meu jeito tão irritantemente realista e você assim sonhadora, que me ajuda a tirar os pézinhos do chão quando é necessário. Tirar seria um bom eufemismo, porque você com suas artimanhas praticamente me chuta do chão. Né? Eu sei que eu brigo demais com você, Naná, digo o tempo todo que você é chata chata chata chata, intragável e insuportável, mas como você mesma diz, você é irresistível, e é impossível ficar brava com você por muito tempo, ainda que eu tenha que te ouvir reclamando que ninguém gosta de você, que ninguém te conta as coisas e que todos te abandonaram enquanto eu estou toda atabalhoada de afazeres por sua conta, fazendo seu presente, seu livro, tudo para fazer seu dia mais feliz. Você, sua branquela olhuda atrevida, consegue com um sorriso, uma careta e uma imitação de bebê, colocar no coração das pessoas a vontade de tentar ser cada dia uma pessoa melhor. Eu te amo muito."


Esse foi o discurso que eu fiz para falar ontem, na festa dela. Eu embeeshay na última hora, achei que não estava bom e resolvi improvisar. Na hora que segurei o microfone as lágrimas já estavam penduradas e eu só disse aquilo que lembrei do discurso, antes de começar a bater palminhas e ir abraçá-la. Na verdade, acho que o que eu mais fiz ontem foi chorar, estava tão derretida. E rir, meu Deus, como eu ri. Acho que eu nunca sou tão feliz como quando eu estou com todos os meus amigos reunidos envolta de uma mesa, comendo, falando bobagem, inventando histórias e começando a cantar do nada, fazendo o salão inteiro olhar para aquelas três mesas juntas, um protótipo de boteco até num jantar chique. Ah, mas ontem foi um dia tão bom que precisará de muitos e muitos posts até que eu conte tudo (e também quero postar as fotos que fizeram os fotógrafos se descabelarem), como o Alfabeto Harry Potter, o caso do whisky de fogo e muitas outras coisas. Só fico com raiva porque terei que entrar no pc essa semana bem correndinho, meu simulado já é no próximo sábado, e as provas começam ia 07. Estudar, né Brasil?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O dia em que Michael Jackson morreu. Ou não.

Mamãe sempre me conta a clássica história do dia em que a Elis Regina morreu. Foi mais ou menos assim: ela estava em Cabo Frio, na praia, sempre de brimks, naquelas de tomar um sol, comer um milho com manteiga e de ouvir o radinho a pilha. De repente, breaking news! O mundo parou e a Elis morreu. Como assim? Comofas? Comolidar? Vamos chorar! Mais perdida que um bêbado equilibrista, ela se desesperou, porque super amava Elis, e a vó-Miriam-que-não-é-minha-avó chorou muito mesmo, porque ela sempre chora muito quando qualquer artista morre. Tem uma história sobre o dia que John Lennon morreu também, mas dessa eu juro que não me lembro grandes detalhes. E tem a clássica história da Déa, sobre o dia que o Renato Russo morreu. Ela disse que só se lembrava de todas as vezes em que ficou horas parada nos portões de alguma casa de shows esperando o minuto de abrir, para que ela pudesse entrar, se postar em frente ao microfone dele e ficar lá parada até que o Legião entrasse no palco.

Eu tenho vagas lembranças do dia em que a Lady Di morreu, não me lembro porquê. Sei que estava na casa da minha avó, e ela chegou pra mim dizendo que a princesa havia morrido. Eu, super na fase de amar princesas, achava Diana a coisa mais próxima de uma Bela Adormecida, e com três anos de idade eu me senti estranha sobre ela ter adormecido pra sempre. Lembro também quando o Leando, do Leandro e Leonardo morreu. Culpa da minha bisavó, ela amava aquela dupla (não me perguntem). Mas o dia que a Dercy morreu, esse eu me lembro demais! Estava em casa, feliz, quando Pedro entra correndo quase verde. "Você não sabe quem morreu, acabou de dar na tv!" "Não me diz que é o Paul, pelo amor de Deus! Nem a Amy, nem o Ringo, nem o Julian, nem o Chico, nem a Britney!" "Pior, é a Dercy" Daí foi o caos. Mentira, não foi, mas sabe, Dercy é o tipo de pessoa que a gente pensa que nunca vai morrer. Tipo a Hebe, o Sílvio Santos, e o Michael Jackson.

Não é que isso tudo vai fazer uma grande diferença na minha vida, até porque nunca fui fã de Jacko, nem da música nem da pessoa. Foi Rei do Pop sim, e todos os meus moonwalks no corredor de casa eu devo à ele, mas não deixa de ser algo histórico que abala o mundo. Quando for contar pros meus filhos, direi que estava no telefone com Naná, quando muito malandra fui atualizar o Twitter, e aí vi aquele desespero. Eu vivi o momento, saca? Ryan Seacrest dizendo que ainda estava procurando fontes confiáveis, CNN mais pra lá do que pra cá, Ashton Kutcher não acreditando, Lily Allen e Katy Perry estupefatas, Miley Cyrus (who?) fazendo a comovida. e eu e Naná lá no meio, nos sentindo parte de um grande momento histórico. Na verdade, isso daria é uma boa história sobre a revolução do Twitter, mas isso é caso pra outro post, já que rapidez dos dias de hoje me impressionou for real, o corpo de MJ nem tinha esfriado, e olha o site que já tinham criado: http://ismichaeljacksonalive.com E fazendo minhas as palavras da Lui-za bizarro mesmo seria se ele tivesse morrido de gripe suína!


segunda-feira, 22 de junho de 2009

O desencantar do encanto.

Ou: O Lindo, parte 3 (parte 2, parte 1)

Eu fico até sem jeito de vir aqui postar isso, porque essa saga do Lindo me rendeu os comentários mais legais e engraçados que já recebi em toda minha história blogueira, mas sinto que terei que decepcionar todo mundo. Sem cerimônia para notícas trágicas que podem mudar sua vida: eu desisti do Lindo justo quando eu estava com a faca e com o queijo na mão. Ou quase. Vou me explicar melhor. Já falei que tenho duas amigas em comum com o Lindo, a Luiza e a Lud, sendo que a Lud é bem próxima dele e a Luiza já tinha dado a dica pra ele sobre a menina que havia enviado o bilhetinho, certo? Sim, passou pela minha cabeça a idéia de estabelecer uma comunicação com ele através de bilhetes, na verdade, ela estava guardada desde o começo lá no meu subconsciente.

Enquanto discutia isso com minhas amigas, Luiza fez a pergunta crucial: "Mas Anna, se o negócio rolar, você quer mesmo?" Antes de dar a resposta óbvia, discorri em um segundo sobre todas as qualidades dele: lindo (sério?), estilosinho, sorriso perfeito, muito engraçado, inteligente-manjador-das-exatas (preciso dizer que tenho um tombo por caras inteligentes-manjadores-das-exatas?) e ainda queria prestar pra alguma Engenharia. E em um quarto de segundo pensei sobre seus defeitos: pegador e bem galinha. Ok, mais alguns segundos para discorrer acerca deste detalhe.

Tá que a chance de alguma coisa realmente acontecer era pífia, mas ainda assim, eu não queria me meter com nenhum garoto garanhão, porque eu odeio garanhões. Acho que por isso que vai ser difícil pra mim arrumar um namorado, porque apesar da minha lista de exigências ser aparentemente grande, o que eu mais prezo é se o cara é bom moço. Por bom moço vocês entendam, desses que não rodam a língua dentro da boca de uma menina que eles mal conhecem direito em uma festa, ou barzinho, ou qualquer lugar. Acho que cada um é muito cada um, mas eu não concordo com a filosofia das ficadas, sei lá, acho que eu sou romântica demais e ainda acredito que mesmo que só uns beijinhos envolvem muito mais coisa do que só a fome a vontade de comer. Não torçam o nariz, porque na real é assim mesmo.

Ele pode ter o sorriso mais incrível que eu já pude perceber (e se sair um texto legal, eu ainda posto uma última aventura sobre ele e seu sorriso), mas ah, sou muito mais os caras quietinhos, os menininhos criados com vó, os bons moços. Na verdade, sou mais mesmo é esperar pra ver o que Deus tem guardado pra mim. E sobre o Lindo? Ah, olhar nunca arrancou pedaço, né?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ah, essas festas juninas...sempre de brimks.

Ou: O Lindo, parte 2 (parte 1)

Quarta-feira, meio da aula de Biologia, entram serelepes na sala algumas meninas do terceiro ano avisando que o 3º estaria vendendo doces e quitutes de festa junina, além do queridinho de todos, o Correio Elegante. Pra quem não sabe, Correio Elegante é aquela brincadeira de festa junina onde você compra um pedaço de papelzinho todo gay em forma de coração, escreve um recadinho pra alguém e manda os fulaninhos entregarem. É uma ótima brincadeira para zoar seus amigos, cutucar os inimigos, mandar fofuras pro namorado ou então dar uma de enigmática-moça-à-moda-antiga-que-tenta-fisgar-o-school-sweetheart-através-de-um-bilhetinho -anônimo-misterioso. Agora reflitam vocês a respeito do perfil em que eu me encaixo.

Na primeira olhada sugestiva de Naná para mim eu já falei: "Não, definitivamente não", mas ela ignorou a história, chamou a Sofia e toda a patota e eles, alheios à mim começaram a refletir sobre o que eu deveria escrever no bilhetinho que mandaria pro Lindo. Eles tanto falaram, tanto insistiram que eu acabei por aceitar. Ok, eu ia mandar um bilhete anônimo pro Lindo. Só precisava saber o conteúdo deste. Eu já estava aceitando aquela breguice toda, precisava escrever algo minimamente inteligente. Letras de música, trechos de livro e toda a coisa açucarada que alimenta os romances estavam fora de cogitação. Eu não gosto do garoto. Só acho ele LIIIINDO, e ele me deixa estranhamente deslumbrada e hiperventilando toda vez que se aproxima e isso me faz quase que seguí-lo por toda a escola. Eu disse quase. E eu pensei que não dava pra escrever isso, o cara ia fazer o Tarso e sair gritando que o mundo estava seguindo ele.

Pensei até a hora do recreio e a idéia que eu tive não foi das melhores, mas foi a coisa menos Hilary Duff que eu pude imaginar. Comprei o papelzinho e escrevi: "Sei que essas coisas só funcionam nos filmes, mas não custa tentar." Assinei com um A. e deixei o resto na mão de Deus. Pedi pra Luiza entregar pro garoto que estava distribuindo os bilhetes, porque sei que eles são fofoqueiros e dedariam na hora que fui eu quem havia mandado. Luiza ainda estava perto quando o garoto entregou pra ele, que logo perguntou pra Luiza se aquilo era dela pra ele. Ela disse que era de uma amiga dela, e saiu correndo ao meu encontro, correndo e batendo palmas, dizendo que o mal feito já estava feito.

Eu não estava esperando que isso iniciaria um tórrido affair hollywoodiano, ou então que ele ia ficar muito louco de curiosidade para saber quem era a tal A. e cercaria a Luiza na esquina, forçando-a a se não contar de uma vez quem era a misteriosa amiga, pelo menos oferecer um vínculo de comunicação entre ele e a tal (no caso, eu). Depois que fiz a mini-loucura, só pensava com os meus botões se ele teria dado um sorriso daqueles pro meu bilhetinho idiota.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Lindo.

A primeira vez que eu o vi, foi em um dos primeiros dias de aula. Reparei de cara nele porque eu estava decepcionada com a ala masculina do novo colégio. Se é a maior escola da cidade, eu logo supus que os meninos bonitinhos que não estudavam na minha antiga escola se encontravam por lá, oras. Mas até então ninguém tinha me chamado a atenção, só ele. Ele é o tipo moreno-bonitinho-romântico-bobo-apaixonado-SethCohen, imaginem o Caio Castro (?) só que com o cabelo liso, os mesmos olhos, menos musculoso e bem, bem, bem branquinho. Desses das bochechas rosadas. Adicione à equação suéteres de bom gosto e tênis estilosinhos. Pronto, é o Lindo.

Depois dessa primeira vista, eu nunca mais o vi. Tão nunca mais que nem me lembrava mais dele, pra mim ele tinha caído no buraco e ponto final. Até que um dia eu o vi de novo, estava bem frio, eu estava saindo da cantina e ele estava lá parado, feito um totem (não). De gorro, um moletom super legal e as bochechas mais rosadinhas ainda, queimadas pelo frio. Não sei o que ele estava fazendo parado lá com os braços cruzados, só sei que eu passei perto dele e quase seria uma cena de filme se não estivesse ventando tanto, porque vocês sabem, essa coisa de cabelos ao vento ser sensual e charmosinho acontece SÓ nos filmes. Olhei pra Naná. "Meu Deus, quem é esse?" Até então ele não era o Lindo.

Uma ou duas semanas se passaram sem que eu o visse, mas ainda não tinha recolocado o garoto no buraco onde antes ele estava. Aí ele aparece de novo, na cantina de novo, dessa vez eu saindo da fila e ele lá no fim dela. Eu só olhava, olhava pra Naná e pensava comigo: meu Deus, ele é lindo. E o sorriso? Ah, mas ele tem um sorriso tão bonito (bem mais bonito do que o de certas pessoas)! Eu estava tãããão alvoroçada naquele dia, que fui correndo perguntar pra uma amiga minha do terceiro ano (ele é do terceiro) se ela conhecia ele. "Mas como ele é?" "Ai Lu, ele é lindo!!!" A Lud, uma outra amiga do terceiro que estava conosco só fez a pergunta crucial: "Ele tem um sorriso perfeito?" "Tem!" "AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH EU SEI QUEM É!" E aí nós começamos a rir, e a dar gritinhos e a bater palmas, um lindo espetáculo evidenciando a falta de auto-controle que nos consome. Fomos andando juntas até o pátio do terceiro ano, achamos um banquinho por lá e nos pusemos a falar sobre a vida. Quando eu estava andando para minha sala, quem adentra o pátio do terceiro e vai conversar justamente com minhas amigas? O próprio. Amaldiçoei na hora o meu comportamento certinho, porque, pô jô, se eu tivesse enrolado TRÊS SEGUNDOS no banquinho, teria visto o Lindo e quem sabe, teria sido apresentada a ele.

Luiza e Lud, minhas amigas que o conhecem, me relataram que ele é bem tímido e normalmente passa os recreios na sala. Pronto, o menino é lindo, se veste bem, tem um sorriso maravilhoso e não é desses popularzinhos que desfilam na hora do recreio, quer mais? O problema disso é que é bem difícil localizá-lo, e quando eu o vejo, eu nunca estou esperando por isso. Tanto que chego a cruzar com o menino sem que eu perceba. Um dia isso aconteceu, e eu sou tão cara de pau, mas tão cara de pau, que dei a volta correndo por fora do pátio, só para passar pelo corredor que ele estava andando e cruzar com ele novamente. 11 anos, oi! Foi nesse dia que surgiu o apelido super criativo para ele, Lindo. Eu só corria feito doida pelo pátio, puxando a Sofia pela mão e quase gritando que a gente precisava localizar o Lindo. 10 anos, oi!

Terça-feira foi um dia só de palestras na escola, e antes da abertura aquele colégio estava uma zona. Eu estava num canto conversando com algumas amigas, esperando um espaço andável no pátio, muito feliz, quando minha amiga: "Anna, Anna, Anna, olha quem tá ali atrás!" Nós estávamos na frente de um stand, e adivinha quem estava dentro dele? O Lindo, lindo, com um suéter mostarda, desenhando alguns cartazes. Ouuuun, ele também é talentoso! Alguns minutos depois ele saiu do stand e esbarrou em mim, eu nem reparei, já que estava hiperventilando. Quando ele volta pro stand, dá de novo uma super topada em mim que me obriga a fingir surpresa. Ele abre o seu sorriso perfeito: "Desculpa!" e eu sei que não queria ver minha cara de boba na hora.

(Continua)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Feriado, amigos loucos e contagem regressiva.

* O melhor feriado de 2009 até agora, sem dúvida alguma. Não sei se é porque deu um certo espaço dos outros, ou se a matéria na escola andava cansativa ao ponto dos dias estarem cada vez mais se arrastando, só sei que foi um feriado mega ansiado e super gratificante.

* Quinta-feira a noite chamei meus amigos para virem aqui em casa ver filminho. Como sei que fazemos bagunça demais pra ver um filme "sério", resolvi alugar Crepúsculo para que ficássemos falando mal e rindo muito. Dito e feito. Como destilamos nosso veneno em cima do filme, quase deu dó. Da primeira vez que eu vi, achei bem ruim, e nessa segunda, analisando mais friamente, vi como é uma aula de má atuação, má direção, má produção e maus efeitos especiais.

* Falo bastante aqui dos meus melhores amigos, Naná e Matheus. Quando eu digo que eles são loucos, vocês por favor levem isso a sério. O prazer da vida de Naná é irritar Matheus, e quem está a sua volta, e ela se empenha muito pra isso. Na quinta ela estava im-pos-sível, já chegou dizendo que a roupa do Matheus era feia, que a camiseta dele era horrível e que ela não gostava dele. E mandou algumas mensagens de texto dizendo isso, e ficou ligando pra ele muitas e muitas vezes, sendo que ele estava sentado ao seu lado. Quando tá um brigando com o outro, tá tudo bem. O ruim é quando aquelas duas pestes branquelas se juntam contra mim, pode? Dizem que eu não dou atenção pra eles, que eles mudam de pai todo dia (não entendam) e que eu não levo Harry Potter a sério. Eles me enlouquecem, mas ao mesmo tempo fazem eu ter ataques histéricos de riso, desses de não conseguir respirar, da barriga doer, e de perder o controle sobre as pernas.

* Dormi muito, muito mesmo. Eu aproveitei esses dias pra fazer uma sonoterapia, dormi quase 12 horas toda noite, e sempre que podia dar aquela esticadinha esperta durante a tarde, o fazia. Tem coisa melhor que dormir? Tudo bem que eu ia dormir com as corujas, aproveitei pra ver muitos filmes, ler bastante, navegar muito por esses internétes e encher meu Twitter com coisas inúteis.

* Sábado fui passar o dia com amigos na casa do Lucas, e foi bem legal também. Fofoquei bastante, joguei Guitar Hero e viciei a Isa na coisa, joguei Stop! e humilhei muito (como sempre) e a gente começou a ver Sweeney Todd. Um começo foi necessário para eu estar cantando Johanna até agora, que poxa, é uma das músicas mais fracas do filme e a única que a gente se lembra quando ele acaba.



* Estão achando que esse blog virou feira, não devia ter banalizado. Meus amigos amam me pedir para postar as coisas e super fazem exigências como se fossem os donos do pedaço e eu estou ficando irada com isso. Brincadeirinha, mas eu só quero dizer que ultimamente tenho tido umas idéias divertidas para post, menos melosas (eu prometo), só estou esperando eu ter (mais) um tempinho extra para poder pelo menos começar a escrever algumas. O plano era resolver isso nesse feriado, mas as farras da night me consumiram.

* Pra terminar esse post estilo Diário de Daniela, só me resta dizer, com muita alegria no coração, que nós já podemos começar a entoar os cânticos sagrados (Hogwarts Hogwarts Hoggy Warty Hogwarts...) porque... tipo assim... FALTA SÓ UM MÊS, CARAMBA!


sexta-feira, 12 de junho de 2009

O amor que choveu.

Este é o título de uma crônica que gosto muito, de um escritor que gosto mais ainda, Antônio Prata. O resumo da ópera pode ser lido aqui, mas eu só queria dizer que nesse dia dos namorados, mesmo não estando namorando, nem apaixonada, eu consigo dizer que sinto que sou meio completamente apaixonada por tudo desse mundo. Talvez eu esteja só fascinada demais com essa idéia do debruçar poético sobre o mundo, ou talvez eu só esteja passando por um momento em que tudo na vida parece estar no seu devido lugar, apesar das coisas que sempre estarão naturalmente deslocadas. É legal poder amar uma coisa em cada esquina, e ver beleza num dia cinza de outono, e pelo amor de Deus, como é brega isso tudo! Só preciso declarar aqui que estou completamente bem com tudo que aconteça, ou com quase tudo, ou pelo menos tentando estar bem, para que as pessoas olhem pra mim e se perguntem por que eu sorrio tanto. Muito Pollyana, tanto que até me assusta. Espero que um dia isso possa chover também, mas não como um mar ou um amor chorado, mas como algo que vai tocar a ponta do nariz de alguma pessoa, que vai sentir naquilo o mesmo que eu e que sinta isso comigo muito muito muito mesmo, para deixar esse blog mais cheio de marshmellow do que já é, fico embasbacada comigo mesma diante de tanta pieguice. Meu Deus, só seja um tantinho rápido por favor, antes que eu caia de amores por uma árvore, por uma brita, ou então por algum personagem de filme irritantemente encantador. Ops, acho que eu já faço isso.

(sou só eu ou vocês também o acham muito parecido, quase igual ao Rufus Wainwright?)

terça-feira, 9 de junho de 2009

We'll always have Paris.

Não tinha mais de 15 anos quando conheci Marco e tive a certeza de que ele era o amor de minha vida. Nosso silencioso jogo de sedução durou muito, e nesse tempo, nutríamos uma amizade forte e intensa que, aliada ao amor tímido que tínhamos em nossos corações, ia tecendo uma fita que nos uniria por um laço tão forte que nem a separação iminente dos dias atuais poderia romper. Quando, finalmente, nos rendemos um ao outro, foi catastrófico. Algo que não parecia vindo de mim e muito menos dele nos apoderou, e através de pedras vestindo máscaras de ciúmes e intolerância, acabara por conseguir fazer ir ao chão tudo aquilo que havíamos construído.

Passamos anos sem nos ver. Reencontrei-o num posto de beira de estrada, ele comprava chicletes de menta, e eu, chocolate. Cumprimentamo-nos cordialmente, mas logo aquela civilidade disfarçada dera lugar, novamente, ao amor de adolescência. Sentei-me ao seu lado e, imediatamente, esqueci que essa demasiada demora no posto poderia fazer-me dirigir quando já fosse noite, mas isso não importava. Ele chamou a atendente, e disse: “Quero dois guaranás e um beijo dela”. Em seguida fechei os olhos, esquecendo além da estrada escura, o namorado que me aguardava em casa. Lutando contra mim mesma, disse que precisava ir embora, e ele perguntou se poderia me procurar depois. Eu disse que não, mas passaram-se dois dias e eu, que havia terminado com Hélio, procurei por seu telefone nas agendas antigas.

O relacionamento que começamos, novamente, fora catastrófico. Afastamos-nos. Em um intervalo de dois anos, tivemos muitos reencontros, que resultaram em grandes desastres emocionais, e uma imensa carga de remorso e mágoa. Voltava para Hélio sempre que terminava com ele, e ao lado do primeiro, tudo dava certo. Eu o amava muito, não com aquele louco sentimento que nutria por Marco, mas era algo suave, confortável e indolor. Hélio parecia compreender o que se passava entre mim e Marco e era bastante paciente nas minhas recaídas, parecia sempre ter certeza de que no fim eu sempre voltava. E era verdade.

Resolvemos tentar, eu e Marco, fazer dar certo uma última vez. Não me surpreendi quando, semanas depois, trocávamos desaforos com agressividade, muito distantes daquela ternura que nos unira desde o princípio. Até que um dia, sem aviso prévio, ele me ligou dizendo que iria sair do país, ia estudar e que não queria mais me ver. Nossa história era muito bonita, e mais tentativas frustradas de relacionamento acabariam por fazer ruir o alicerce que ainda nos unia. Tínhamos um bonito romance longe um do outro, e isso era mais que suficiente. Ele tinha outra pessoa, eu sabia, alguém que, como Hélio a mim, fazia a ele muito bem e ele não estava disposto a arriscar este outro amor.

Marco não havia chegado quando entrei no restaurante. Pedi ao garçom uma água com gás, e me permiti derramar algumas lágrimas antecipadamente, pois sei que meu orgulho não me permitiria fazê-lo na frente dele. Contemplei o anel em meu dedo anelar direito, dado por Hélio; eu o amava muito, não tinha dúvidas disso, e, quando aceitei seu pedido de casamento, não foi por não ter coragem de dizer-lhe não, ou uma tentativa desesperada de ser feliz. Disse aquele “sim” sussurrado, enquanto o ritmo da minha respiração acelerava terrivelmente, porque realmente queria mais do que tudo na vida, ser sua mulher, casar no campo, ir ao cinema todo domingo e ter um jardim de margaridas no quintal. Teríamos filhos que herdariam seus olhos amendoados e meus cachos, Hélio os levaria em jogos de futebol e eu os ensinaria a tocar piano; era esse o futuro que eu via - e ansiava - para nós.

Ele finalmente apareceu, disse que, éramos e não éramos perfeitos um para o outro. Só o seríamos para sempre enquanto estivéssemos longe um do outro. Beijou-me demorada e intensamente, e não posso dizer por quanto tempo ficamos os dois com as mãos muito juntas, o coração espremido, olhos fechados e testas encostadas. Ele levantou-se, deu-me um beijo na testa antes de finalmente sair por aquela porta, e então desaparecer.

domingo, 7 de junho de 2009

Forrest Gump

"Mamãe csostumava dizer que a vida é uma caixa de bombons, você nunca sabe o que tem dentro" essa frase, que dentre tantas outras é uma clássica do filme, define bem o que eu senti quando assisti "Forrest Gump". Um dos fatores que contribuiu para que até hoje eu nunca o tivesse assistido, foi que eu imaginei que se tratasse de mais um desses melodramas com o pobre homem com baixo QI e dificuldades motoras que dá a volta por cima, dando uma lição de vida em todos aqueles que o desprezaram. É bem por aí, mas ao mesmo tempo não tem nada a ver. (Vocês sabem que eu odeio sinopses, então pra quem quiser, tá na mão)

Com a confiança no que sua sábia mãe dizia (Idiota é quem faz idiotice) e sem esquecer a recomendação de sua amiga e grande amor de infância e vida inteira (run, Forrest, run!), Forrest sai de casa e vai lutar no Vietnã, e a partir daí, começa, sem querer, a fazer parte dos grandes acontecimentos da história dos Estados Unidos. Em sua caminhada pela vida, Forrest topa com Elvis antes do sucesso, vários presidentes, John Lennon, entre muitos. A grande sacada genial do roteiro é que ele foi tão bem escrito, mas tão bem escrito que conseguiu fazer coesa e progressiva uma história grande, com muitos acontecimentos, que conta a história de um homem e ao mesmo tempo dos Estados Unidos. Tudo isso sem perder o link entre uma coisa e outra, nem o foco no principal, que é Forrest no fim das contas.


O elenco manda muito bem nas atuações. Tom Hanks dá um show e consegue ser sensível, sério e divertido ao mesmo tempo. Outro que chama atenção é o cara que faz o capitão de Forrest no Vietnã, que pra mim, protagoniza uma das sequências mais fortes de todo o filme. Sally Field no papel da mãe de Forrest está muito boa, sempre gostei muito dela.

Eu ia comentar da direção, mas o que mais me chamou atenção depois do roteiro, foi a trilha sonora. Com muitos, muitos, muitos clássicos mesmo como Elvis, Lynard Skynard, Joan Baez e Jefferson Airplane, a trilha vai progressivamente evoluindo junto com Forrest, os grandes momentos históricos que ele vive e um pouco da história da música e dos grandes movimentos, como o festival de Woodstock. Uma das cenas que eu mais gostei, é a que toca Free Bird e que há muito tempo não vejo uma cena tão forte que sirva como uma mensagem anti-drogas diretíssima e ao mesmo tempo sem dizer frase alguma.

Pra eu conseguir comentar bem um filme, eu preciso tê-lo visto no mínimo umas 3 vezes, e por ter visto apenas uma vez, essa review ficou meio vaga e pobrinha, mas eu simplesmente precisava postar sobre esse filme, já basta eu ter demorado tanto tempo pra vê-lo!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

É porque tá frio.

Já tinha escurecido quando cheguei da escola segunda feira, direto da minha amada aula da tarde. Eu estava congelando, não tinha obedecido minha mãe que me recomendou vestir duas blusas de frio, a preguiça não deixou. Subi os degraus de entrada do prédio e no jardim, brincavam três crianças. Eles ainda vestiam os uniformes da escola, com blusas de frio enormes e muito grossas. As pastas estavam jogadas num canto, e uma moça vestida de branco - a babá, suponho - bordava sentada no banco. Eu passei por eles, e gritei que eles iam ter dor de ouvido e eles riram. Abriram a boca e soltaram ar, que saiu branquinho igual nos filmes. Eles riram mais ainda.

Já havia chegado em casa há umas duas horas e quando tirei os fones de ouvido, escutei risadas vindas lá de baixo. Fui até a sacada carregando o edredom no qual eu estava enrolada comigo, e vi os três brincando de novo. Haviam trocado de roupa. Estavam com roupas de inverno e dois usavam gorrinhos do Mickey. Nenhum deles tinha mais de um metro e trinta de altura. Bonecos de super-heróis estavam jogados no chão, mas eles corriam em círculos e de repente paravam e sopravam o ar, rindo da fumaça saindo de suas bocas. Ignorei os gritos de mamãe, já prevendo uma pneumonia que eu poderia pegar. Me enrolei mais ainda no edredom, e soprei o ar. Uma bolinha de ar branco saiu de minha boca. Sorri, porque não é todo dia que essas coisas tão cinematográficas acontecem conosco. E lá embaixo, as crianças continuavam sorrindo, e brincando e disputando pra ver quem seria o "Homem do Gelo", porque nesse momento, nenhum super-herói parecia tão legal.