quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Yes I can: a saga do batom vermelho (parte 2)

Uma vez decidida a encarar o batom vermelho, fui bater perna em busca do tom e do batom perfeito. Primeiro fui garimpar no centro da cidade, porque tinha que ir numa perfumaria comprar uns esmaltes e contava que encontraria a linha matte da Vult, marca creuza preferida entre todas as make-up-addicts. De fato, encontrei os batons, mas todos numa cor muito inverno, o que foi uma baita decepção, já que eu já entrei no espírito de verão e estava com um vermelho mais aberto puxado pro coral nas idéias.

Sem mais alternativas, fui pro shopping. Já tinha como certo que encontraria o batom perfeito entre a linha matte da Contém 1g. Por que essa fixação com matte? Porque batom de cobertura matte é opaco e não brilha e reluz que nem o gloss, isso significa que ele não dá a impressão que a boca é maior do que é, de fato, e ainda chama menos atenção; sem falar que tem fixação maior, o que é importantíssimo pra um caso de festa, já que não quero ficar o tempo inteiro no banheiro retocando batom. Chegando lá, #fail mais uma vez: os batons também estavam bem sóbrios e em tons de inverno, o mais "arregalado" que tinha era um rosa, mas que na boca ficava bem clarinho. Gostei do Coral Cremoso (swatches aqui!), mas ainda assim, não era o que eu procurava.

Como moro numa cidade risonha e límpida que carece de boas lojas de maquiagem, minha última alternativa era o Boticário. Os resultados foram melhores, apesar de não ter encontrado meu coral-puxado-pro-laranja-arregalado-escândalo, gostei muito dos corais disponíveis e me encantei com um rosa fúcsia bem cor verão passado. Se fosse escolher aleatoriamente, levaria com certeza o rosa. Mas já que escolhi me baseando em uma produção previamente pensada, levei um coral (cor 29 da linha Intense, resenha dele aqui) e fiquei feliz. Voltei pra casa com a mão cheia de riscos de batom, mas satisfeita (ainda que não plenamente) com meus resultados.

Nessa quarta-feira, minha avó, a rainha dos batons, veio aqui pra casa, e eu pedi pra ela trazer alguns batons pra ver se achava o meu perfeito. Azar o meu que minha avó só tinha batons de fundo azul (falo sobre isso depois) e eu queria totalmente o oposto, quanto mais amarelado o fundo fosse, melhor. Mas no meio daquele monte de batons (ela trouxe uns 10), achei um que era uma mistura de nude com coral que funcionou como um intensificador de cor. Passei ele na boca, tirei o excesso e o brilho com lencinho e passei o coral por cima. Deu uma destacada super ótima e eu fiquei plenamente satisfeita. Só queria ter me decidido com mais antecedência, que daria pra fazer uma pesquisa mais elaborada internet adentro, e achar em alguma loja online meu tom preferido. Mas quem sabe eu não gosto do negócio e acabo fazendo minha própria coleção, né?

Próximo post eu conto um pouquinho das coisas que eu aprendi enquanto pesquisava em todos os blogs de beauté ao meu alcance sobre batons! Só não tirei fotos dos swatches porque minha câmera está estragada :(

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Yes I can: a saga do batom vermelho.

Tudo começou quando eu tinha quatro anos e fui participar de uma apresentação de ballet pela primeira vez. Casando com o vestidinho branco de babados vermelhos, havia uma maquiagem composta de sombra cor-de-rosa e batom vermelho. Eu, que sempre fui perua, achei a idéia bárbara, afinal, eu tinha uma ótima desculpa para me montar inteira e ainda passar batom vermelho, coisa que desde que me entendo por gente amo (já que minha avó sempre foi adepta fervorosa), e até então tinha sido proibida de usar. As durezas de ser criança. Meu mundo caiu quando finalmente minha mãe terminou de passar o batom: foi meu primeiro momento "tô-horrível-vou-enfiar-minha-cabeça-na-privada-e-dar-descarga-dá-licença".

O drama deu-se porque eu tenho um bocão desde pequena, lembro de na hora me sentir uma palhaça, e depois de uns anos, com alguns conhecimentos de mundo e revendo as fotos (que foram tiradas antes que eu me olhasse no espelho), me senti uma travesti de quatro anos de idade. E desde então nunca mais passei nada colorido na boca, o máximo que me permitia era um gloss mais coloridinho, e ainda sim tirava o excesso antes de sair. Mas o tombo pela boca vermelha nunca me abandonou.

Até que fui convidada pra uma festa de 15 anos muito bapho, que vai acontecer esse sábado. Como o vestido que vou usar é preto, pus-me a maquinar algo que daria o tcham, o que no caso seria a maquiagem. Pensei em usar batom colorido de cara, já que desde que o batom voltou a ser soberano, não tenho outra coisa na minha cabeça. Como sou adepta fiel ao estilo hi-lo (boca nada, olho tudo e vice-versa), pensei que faria ou um olho preto borrado, ou então encararia o batom colorido. Todo mundo votou no batom. Ainda meio relutante, fui consultar o oráculo da batons da blogosfera, Dia de Beauté, uma das minhas leituras diárias preferidas, da linda de morrer Vic Ceridono, que é completamente surtada com batons.

Entendi que foi um empurrão do destino, porque no dia, assim que eu abri o Google Reader, adivinha qual era o primeiro post? "Yes We Can", escrito justamente pra dar força na peruca daquelas que morrem de vontade de batom vermelho, mas não tem coragem. Tava decidido. Com as fotos mega inspiradoras do post, fui ficando muitíssimo animada, e pesquisei que nem louca looks e mais looks que poderiam me ajudar a escolher definitivamente como eu iria. Só faltava escolher qual cor de batom, porque pra quem pensa igual menino que vermelho é vermelho e ponto, esclareço: existem um milhão e meio de tons de vermelho, e todos ficam completamente diferentes na boca, afinal cor da pele, da boca, do cabelo, influenciam muito o resultado final. Fui à caça do vermelho perfeito.

(Continua...)

Vic, do Dia de Beauté, com seu queridinho Ruby Woo, da MAC.
Georgia Jagger, que tem a boca bem parecida com a minha.
January Jones, no Globo de Ouro

Laura Whitmore, no EMA.

Chloë Sevigny, no Oscar. Musa absoluta!

Hayden, Keira, Rihanna, modelo, Taylor e Penelope, mostrando que dá pra coordenar batom com olho borradjénho.

Jana Rosa, do Agora Que Sou Rica, rainha dos coloridos.

Fontes: Dia de Beaute, Trendy Twins e Flickr.

domingo, 22 de novembro de 2009

Não estou lá.

Lembro bem quando eu comecei a curtir música de verdade, lembro da perspectiva zero de ouvir alguma notícia que algum dos meus artistas favoritos poderia estar desembarcando no Brasil daí a alguns meses. Quando vinha algum artista gringo, ou era o Sting, ou Metallica, AC/DC e algum outro artista que eu, sinceramente, não faço a menor questão. Os meus favoritos estariam sempre distantes, imponentes na sua condição de bandas inglesas, americanas, francesas e blablabla. Eu era feliz e não sabia.

Eis que assim sem mais o Brasil entra de repente no corredorzinho internacional da música, de repente, parece que todo mundo resolveu que tocar aqui seria uma boa idéia. Os aeroportos antes vazios agora viraram um tromba-tromba de lendas sem fim. Até consigo ver a bolsa da Madonna enroscada no terno do Alex Kapranos, que tropeçou nas malas do Brandon Flowers, que tomou café com o Thom Yorke, que disse oi pra Cat Power, que trocou uma idéia com a Kim Gordon, que pisou no pé do Iggy Pop. E parece que cada mês é um festival diferente e um tapa na minha carinha, aqui presa no interior de Minas, sendo obrigada a ver twittadas frequentes dos felizardos que estão lá, pulando e sendo amor ao som das minhas bandas favoritas.

A primeira vez que isso doeu foi em 2007. The Killers, Arctic Monkeys, Björk, Juliette and the Licks. Sem mencionar Strokes em 2005 e Rufus Wainwright no ano passado. Não vou falar nada desse ano que me dói o coração. Lembro que no dia seguinte ao primeiro show do Killers aqui, fui correndo no Youtube, abri na filmagem tosca de Read My Mind e aquele povaréu todo cantando junto trouxe um sentimento nada nobre até mim: preferia, do fundo do coração, a época que ninguém vinha pra cá. Se eu não posso ver, é melhor que ninguém veja. Humana, demasiado humana.

Esse ano consegui ver o Radiohead e, não é porque eu tava lá, mas com certeza foi um dos melhores do ano, quissá da década, não fosse a tremenda falta de organização. Se eu pelo menos morasse em São Paulo, teria que encanar só com o preço do ingresso, mas morando aqui, outras coisas precisam ser consideradas, como escola, viagem, disposição do meu pai, etc, etc, etc. Pelo menos eu fui em um, e acabei matando dois coelhos com uma só paulada, porque no mesmo dia vi shows de duas das minhas bandas favoritas, eles e o Los Hermanos. Fiquei de boa com o Franz, não liguei muito pro Sonic Youth, bateu um aperto com Cat Power, chorei claves de sol com Little Joy, mas o The Killers de ontem eu confesso que doeu de verdade. Mandei um monte de gente morrer no twitter.

A única coisa boa nisso tudo é que a esperança de que eles voltem, e de que mais gente volte, e que dê para que eu vá vê-los é enorme. É nisso que eu me apego, porque ficar ouvindo "I Can't Stay" daqui, imaginando como está sendo de lá, não tá sendo legal não, resta aquela vontade malvada de que o som esteja ruim, o microfone falhando. Que coisa feia, Anna Vitória. Humana, demasiado humana.


Nos links tem vídeos para apresentações divinas em que eu estava, ou gostaria de estar. No Brasil, ou não.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Helenando.

Nas novelas do Maneco predominam aqueles personagens felizes, ricos e bonitos, mas que estão sempre cheios de problemas, na maioria das vezes conflitos familiares que rendem reportagens no Fantástico sobre sua relevância na vida cotidiana do brasileiro. A verdade é que aquelas pessoas bonitas e felizes que correm de manhã cedo no calçadão do Leblon sofrem durante toda a novela, invariavelmente, sobretudo a heroína clássica do escritor de folhetins que a gente adora e acha foda, a Helena. Helena é a carregadora de pianos universal em todas as novelas, é cheia de problemas e ainda precisa cuidar do problemas dos outros, que sempre recorrem a ela quando não tem onde ficar, estão com uma doença incurável, precisam de dinheiro, ombro amigo, etc, etc, etc. O que faz a Helena diferente dos nem um pouco reles mortais manequísticos, e que a Helena tem um #jeitinho todo seu de sofrer, ela o faz com aquela classe que só uma Helena é capaz, sem descer do salto, sem perder o glamour, e sem deixar de ser Helena. Sofrer é para fracos, os que vivem a vida sem limites, Helenam.

E claro, cada Helena tem seu jeito próprio de Helenar, e são esses jeitos que eu listarei agora, depois de muito analisar no meu arquivo mental de Memória Manoel Carlos, com a ajuda no meu fiel escudeiro noveleiro, Matheus Fernandes, que me brinda diariamente com a encenação dramática de cada jeitinho Helena de Helenar.

Helena de Laços de Família: a Helena exuberante.

Eu não suporto a Vera Fischer, mas tenho que dizer que ela foi uma Helena e tanto. Era descontraída e divertida, não tinha medo de ser feliz, aguentava a chata da filha dela, a Camila (lembram como ela era intragável antes de ficar doente?), a nora insuportável, a Clara (acho que o Manoel Carlos tem algum problema com a Regiane Alves, porque ela só faz vaca nas novelas dele), era dona de uma clínica de estética, tinha que aguentar sua irmã pentelha, Íris (musa, musa, musa!), administrar a casa e atender aos galanteios do Edu, do Miguel e do Pedro. Quando se esgotava de tanto ser Helena, a Helena-Exuberante colocava seu robe de seda cor de champagne, pedia para Zilda lhe fazer um cházinho relaxante, e ia Helenar com seus botões pelo apartamento escuro, ao som de "Como Vai Você", que chegava a seu clímax assim que se iniciava o flashback de Helena com os beijos do bruto Pedro, e as lágrimas corriam com a lembrança do doce Miguel. Já quando as coisas estavam mais feias que de costume, o refúgio do Helena era a fazenda de seu pai no sul. Munida de calças de cintura alta, camisa de alfaiataria e botas glamourosas, Helena sentava-se no seu balanço de menina e deixava-se levar pelo calor das recordações que o lugar bucólico lhe trazia, isso claro até ser interrompida por Íris e suas trancinhas maléficas, galopando como se não houvesse amanhã em seu cavalo preto arredio, quando a trilha saía de um cover de Roberto Carlos a uma Débora Blando atrevida que cantava "cuide do seu nariz, você fala demais..."


Helena de Mulheres Apaixonadas: a Helena clássica.

Para mim, ninguém nunca vai bater a Helena interpretada pela Christiane Torloni. Sou fã dela até a última gota, apesar da risada chata, acho linda, elegante, classuda... Sua Helena foi uma batalhadora, precisava cuidar de sua irmã louca, da irmã que tinha câncer, do filho insuportável que sempre queria batata frita, era diretora de uma escola, tinha que controlar a briga das alunas lésbicas com a insuportável Paulinha, fazer social nas festas da Marcinha, apoiar as propostas de teatro do Rodrigo, levar a chorona da Salete para passear, convencer a Santana de frenquentar as reuniões do AA, seduzir o Zé Mayer, tirar a Estela bêbada dos vexames e fazer o social com o resto do núcleo bonito e rico no Nick Bar. Ufa! Para descarregar as energias, Helena trancava sorrateiramente sua sala, abria o armário secreto, e tirava de lá as fotos de seus tempos aureos em que era o brotinho do Zé Mayer e os dois saíam de caranga causando pelas ruas do Rio de Janeiro. O problema é que a tensão sobre a Helena-clássica era tão esmagadora que frequentemente ela precisava dar uma fugidinha para Petrópolis, para ficar andando pelo pátio gramado se lembrando dos beijos que trocara por ali com Zé Mayer, ou então na beira da lareira, enquanto Diana Krall suavamente cantava "I've Got You Under My Skin".


Helena de Viver a Vida: a Madre Helena de Calcutá.

Essa Helena não colou. Botava força na peruca da Taís Araújo, porque também gosto muito dela, mas não adianta. Ela não é Helena. Ela é chata. Chata. Politicamente correta ao extremo, ama dar lições de moral a respeito da vida, que já sofreu demais, e mimimi, trajetória de luta, blablabla, eu já sofri demais, eu sei o que é dificuldade, vocês pensam que foi fácil chegar aonde eu estou, mimimi, muizzztazzzzluzzztazzz... Mas venhamos e convenhamos, ela sofre. A irmã é uma Rihanna tupiniquim que deu um jeito de embuchar logo nos primeiros capítulos, ganhou de presente uma enteada que só sabe reclamar sendo que Leninha faz tudo para ajudá-la (não adianta, a Luciana é muito mais ótima que a Helena). Precisa dar consolo para a amiga viúva, sustentar o belo par de chifres que Zé Mayer lhe colocou com a ajuda da INTRAGÁVEL Dora (quero bater na Giovana Antonelli, vai ser fubá lá longe!) e ainda suportar o ciúme doentio dele. E ainda resistir aos galateios de Bruno, como se já não fosse suficiente. Quando sofre, Madre Helena de Calcutá conta com seu time de amigas super ótimas para consolá-la, mas na maioria das vezes prefere o colo de sua mãe fofa, dona Edith. Leninha corre pra Búzios e se põe a sentir a energia do mar e daquela atmosfera calma ao som de Shimbalaiê pra ver se anima. Se não anima, sobra pro Caetano Veloso acalentar as noites sozinha no sofá de casa.

Apesar das Helenas serem eternamente clássicas, sempre divas e referência de classe e mulheres sem limite que vivem a vida (nunca reuni tantos clichês novelísticos numa frase só), existem outras duas personagens que têm um jeito todo seu de sofrer. A gente nunca vai se esquecer delas. A gente adora elas. A gente acha elas fodas. Elas são inesquecíveis:

Nazaré Tedesco de Senhora do Destino: a safada-cachorra-sem-vergonha-vagabunda.

Nazaré, ou Naza, como era conhecida no bairro Peixoto, não sofria. Sofrer é para os fracos, sofrer é pra anta nordestina e seus filhos flageladinhos. Quem sofre é a Mara-Maracutaia atrás das grades procurando Lindalva. A Naza só faz uma pausa para mudar de estratégia e reunir forças, ficava mais loira, colocava um vestido de veludo, passava um batom vermelho e punha óculos escuros. Auto-estima é tudo. Ia pra frente do espelho, "gostosa, maravilhosa, raposa felpuda", esse era seu mantra repetido à exaustão. Agora, se a coisa ficava feia mesmo, o ataque de histeria tomava conta. Naza ria, ria, ria feito louca, e começava a chorar. Chorar copiosamente. Tirava sua tesoura reluzente da gaveta, e punha-se a depenar travesseiros e almofadas para que de repente, no meio de plumas de ganso, recuperasse suas energias e formasse mais um plano infalível de matar a pittbull fêmea, a insuportável, a Claudinha.



Íris, de Laços de Família: a indescritível.

Nada a declarar. Íris.




* Gente, não esqueci da Helena Regina Duarte! Só a excluí da lista, porque apesar de ter amado Por Amor, não tenho tão frescas assim as memórias de fatos e Helenices dela. Já a Helena de Páginas da Vida, pelo amor de Deus, né? Ela era mais chata que a Helena Taís Araújo, passou a novela inteira de pescoço torto fugindo do fantasma da Nanda, tenha dó, ô novelinha ruim que foi aquela!

domingo, 15 de novembro de 2009

Asteriscos de uma blogueira desaparecida.

Sumi de novo, né? Dessa vez, infelizmente, não foi porque eu fugi para o Nordeste, mas sim porque caiu uma chuva louca aqui semana passada que desregulou meu modem todo. Não tive tempo de olhar isso no fim de semana, e muito menos quando a semana começou. Vocês bem sabem como eu sou enrolada. Espero que até amanhã isso se resolva, já que hoje estou aqui postando com um modem 3G emprestado.

Vocês não fazem idéia do estado deplorável que eu fico quando estou sem internet. Me vem um mau humor, eu começo a ficar inquieta, a andar de um lado para o outro na casa, a comer muito chocolate, e começar a ter idéias extremamente perigosas para suprir a falta do que fazer. Dessa vez, felizmente, o fênomeno falhou, digo, eu não fiquei tão nervosa como eu costumo ficar, na verdade, eu poderia ter resolvido o problema facilmente, mas eu tinha tanto o que fazer e tanto para me ocupar com que fui levando com a barriga até então. Para não perder o costume de relatar aqui tudo que acontece nesse meu mundinho particular, eis então os acontecimentos desses dias passados:

* Sábado passado fui lá no Batistar, na Feira da Cultura, que é um evento super tradicional de lá, um pesadelo para todos os alunos, porque é um estresse sem fim, sempre rolam brigas homéricas. Mas uma vez que isso não me pertence mais, não ia perder a oportunidade de passar lá e rever meus antigos colegas e meus antigos professores queridos. Foi uma delícia voltar lá, tão bom que tenho até um post preparado pra contar tudo.

* A extrema falta do que fazer nas horas livres foi boa, porque como eu não tinha motivos para querer parar de estudar, eu estudei bastante nessa semana, criando coragem pra revisar a chatíssima Embriologia, assim como tive tempo também de pegar amor por Logarítmos, e eu conseguir pegar amor em qualquer matéria de Matemática pode ser considerado um senhor #EPICWIN

* Tô voltando a ficar viciada em Viver a Vida. Eu estava amando no começo, depois comecei a achar uma chatisse sem fim e agora com esse acidente da Luciana, tô voltando a acompanhar. Não consigo resistir aos charmes do Miguel, a Helena é uma chata, mas no fundo eu gosto dela e estou com peninha, a Luciana, por mais chata e mimada que seja, é minha personagem preferida. Eu também adoro a Isabel, acho que ela é uma reencarnação da Íris da Laços de Família. Eu também sou super fã da Paixão e torço muito pra ela e pro Jorge, e não vejo a hora da trilha da novela sair logo.

* Também criei coragem para dar uma organizada no meu guarda-roupas e nas gavetas do banheiro. A situação estava tão crítica que eu já estava simplesmente jogando as coisas dentro do armário, e sabendo que quando minha mãe abrisse a porta e todas as minhas calças jeans caíssem sobre ela, eu estava tão ferrada que nem poderia imaginar o quanto, resolvi organizar. Não foi uma arrumada geral, daquelas que a gente retira os filhotes de javali que cresceram lá dentro, mas consegui arrumar as gavetas, a sapateira, minha caixa de coisas de cabelo, a gaveta de maquiagens (ficou faltando dar banho nos pincéis) e acho que dá pra passar bem até eu entrar de férias e fazer a Limpeza Anual de Guarda-Roupas.

* Estou quase terminando Razão e Sensibilidade, da Jane Austen, e confesso que fiquei um tanto decepcionada. Achei o ritmo do livro muito, muito lento e os acontecimentos marcantes acabam perdendo seu impacto no meio do mar de monotonia. Ainda vou escrever uma resenha mais elaborada, mas de imediato só adianto que achei chato. Muito chato.

E é isso. As atividades por aqui voltam ao seu ritmo normal assim que minhas atividades internéticas voltarem, eu prometo. Até porque nada me angustia mais do que ver meu blog amado jogado às traças, não é mesmo? Até!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Insanidades.

Diário de Viagem para Fortaleza #4 (#3) (#2) (#1)

Como no primeiro dia de Beach Park eu fiz o favor de dar com os burros n'água, literalmente, aproveitei muito pouco do parque. No segundo dia que fomos lá eu, já com o pé recuperado, fui pronta pro crime. Ia descer em todos aqueles tobogãs malucos e sim, o Insano estava incluso no plano, aliás, ele era o primeiro da lista. Assim que soubemos, no começo do ano, que íamos juntos pra Fortaleza, Pedro e eu fizemos um combinado de que iríamos no Insano nem que alguém tivesse que nos tacar lá de cima. Por incrível que pareça, quando eu caí no mar a primeira coisa que pensei foi: "droga, quebrei meu pé, não vou poder ir no Insano, e agora?".

No primeiro dia eu não tinha ido em nenhum escorregador de verdade, mas o Pedro sim, um que é um tubo todo fechado chamado Sarcófago, que não tem nem 1/3 do tamanho do Insano e ele achou muito terrível. Tão terrível que ele começou a querer abortar o plano. Passei dois dias falando na cabeça do meu primo que nós precisávamos descer no Insano, porque sabe Deus quando voltaríamos lá, e se voltássemos, voltaríamos cheios de juízo, com muita noção na cabeça pra encarar um escorregador de 41 metros de altura, com quase 90º de inclinação. Ele disse que ok, ele iria, mas teria que ser o primeiro e aí fui eu que comecei a querer fugir. Quando dei de cara com o trambolhão que ele era, fiquei morrendo de medo. Mas fui com fé subindo mancando aqueles 14 andares de escada.

O clima na fila não era dos melhores, 97,5% eram homens marmanjões que estavam se borrando de medo, e só tinha eu de menina lá. Ninguém falava muita a coisa a não ser que era loucura estar ali. Eu tava tranquila, juro que estava, não costumo ficar muito nervosa em filas. O Pedro foi o primeiro a descer. Eu repetia comigo mesma "se eu cair, do chão eu não passo, e se eu morrer, vou estar com Jesus lá no céu e ainda me livro do Paies" como um mantra. Quando a moça disse que eu podia descer e eu deitei no escorregador e dei impulso, a única coisa que eu pensei quando eu terminei de escorregar na parte reta e ia rumo a queda foi "ixi".

Na hora da queda, você se descola completamente do escorregador. "Ah, então morrer é assim", foi o que eu pensei enquanto parecia que meu coração fazia uma força sobre-humana pra rasgar minha pele e sair logo dali. E quando eu vi eu já estava lá embaixo. É rápido, muito rápido e quando você cai você bate a bunda com muita força e pensa que nunca vai parar de escorregar, porque até você perder velocidade e cair na piscina, rola um bom tempo de você lá sentado voando baixo no escorregador sem medo de ser feliz. Eu saí de lá achando que é um escorregador muito superestimado, todo mundo fala que é uma adrenalina não legal, que você sai de lá mal de verdade e eu achei animal. Mesmo. Só não fui outra vez porque minha avó ficou muito aflita (juro!) e também porque subir a escadaria não é moleza.


Fui em todos os outros tobogãs, só deixei o Sarcófago de lado porque fui em um parecido com ele que é só metade fechado e achei muito ruim. Não sei se foi porque eu caí de mal jeito, bebendo água loucamente e abria o olho e não via nada e pensei de verdade que fosse morrer, mas sei que não quis encarar aquele tubo. O resto, posso ganhar a carteirinha dizendo que eu fui em todos, parabéns, eu brilhei.