sexta-feira, 29 de abril de 2011

Conto de fadas

 Eu realmente queria fazer um post muito sério, engajado e reflexivo sobre esse casamento real, mas a verdade é que ontem a noite eu deixei minhas coisas arrumadas, a roupa que usaria do lado da cama, pra  que quando o despertador tocasse eu só precisasse trocar o moletom de pijama por um jeans e ir direto pra sala tomar café da manhã assistindo à cobertura ao vivo do grande evento. Como levar qualquer opinião séria a sério depois disso? Ainda mais se eu contar que quando Kate Middleton com seu vestido ryco, chique e elegantérrimo (Alexander McQueen com cheiro de Grace Kelly) adentrou pela lindamente decorada Abadia de Westminster, ao som daquele belo coral, eu estava arrepiada até e nuca e toda chorandinho. Mas ainda sou da opinião da personagem da Katherine Heigl no filme Vestida Pra Casar: apesar de noiva ser a verdadeira estrela do casamento, lindo mesmo é olhar pro noivo. E lá estava o já careca Príncipe William, radiante com seu uniforme vermelho do alto escalão do Exército, de costas para a noiva como manda o protocolo, mas com um Harry sapeca ao seu lado, que dava furtivas olhadas para trás e punha o irmão a par do que estava acontecendo.

Ouso dizer que até mesmo aquelas bravas mulheres que queimaram seus sutiãs na praça, ao menos um dia, consciente ou inconscientemente, já sonharam em ser princesas. Ao menos aqui no ocidente, crescemos lendo e ouvindo contos de fadas, e por mais que os tempos sejam outros e a monarquia seja uma realidade tão, tão distante, presente em nossas vidas apenas nos livros de História, - com uma conotação bem negativa, convenhamos - tem dias que a gente para e sonha em um dia ter o pé do exato tamanho do sapato de cristal. Hoje é um dia desses.

Quando eu era pequena, adorava usar fantasias, e apesar da Branca de Neve ser minha princesa favorita, um dia pedi que minha avó me fizesse um vestido que fosse só meu, de Princesa Encantada. Ela fez, e o vestido era longo, lindo, e rodado, de cetim cor-de-rosa e a barra toda de renda. Usei-o por anos, até que ele não mais entrasse, tinha dias que ficava com ele o dia todo, em casa mesmo, assistndo televisão, brincando de boneca. Sinceramente, não lembro o que foi feito dele. Acho mesmo é que foi pro lixo, pois de tanto eu rolar no chão, pular, correr com ele, deve ter rasgado ou se desintegrado em algum momento da vida. Ou criado pernas e saído correndo, que o que minha mãe diz que fazem as roupas muito usadas. Há anos que não me recordo dele, mas hoje, matando minha primeira aula pra ver a noiva entrar, tive de novo a mesma sensação, o mesmo frissom que tinha quando estava rodopiando por aí com meu vestido cor-de-rosa.

Pode ser que esse casamento tenha um futuro tão triste e frio como foi o de Charles e Lady Di, e tenho certeza absoluta que não é o lindo Príncipe de vermelho que Kate verá quando William estiver mais careca ainda, com as orelhas começando a crescer como as do pai, sentado num domingo de manhã cortando as unhas do pé. Outra coisa que de fato ninguém merece é ter Charles como sogro e Camilla Parker-Bowles (blergh) como pseudo-sogra. Se dizem que sogra é ruim, imaginem pseudo-sogra e ainda por cima e usurpadora do Príncipe Encantado (cof) de Diana. E tem também a Rainha, que por mais que estivesse parecendo um fofo cupcakezinho amarelo na cerimônia, ninguém nunca disse que era boa bisca. Tabloides e protocolos mil te aguardam, Duquesa de Cambridge, mas hoje, só hoje, tenho certeza que ao menos um terço das mulheres do mundo queriam estar no seu lugar.

Deixemos para discutir depois a relevância da monarquia no século XXI; os dispendiosos gastos com o casório numa Inglaterra que já não vai bem das pernas, como toda a Europa; e até mesmo a receita do bolo de frutas cuja massa leva um mês para ficar pronta, que será servido no casamento e  que terá pedaços viajando o mundo todo (!). Compartilhem comigo o suspirinho interior de ver mais uma vez os votos dos noivos e os beijos na sacada, só hoje, o dia em que Kate Middleton realizou o sonho de todas nós. (Mas ainda há esperança!)


* Já que só se fala nisso mesmo, algumas boas coisas que vi na internet hoje sobre o casamento: Melhores e Piores Momentos, a daminha que já virou meme, 10 coisas que poderiam acontecer, "Núpcias de Escândalo" e fotos incríveis e maravilhosas.
* As imagens do post foram retiradas do Tumblr Kate Middleton For The Win.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Como Treinar Seu Dragão - o livro

Seis semanas pro vestibular e enquanto eu deveria estar colocando as catracas pra funcionar e tentar ao menos engrenar a leitura de Memórias Sentimentais de João Miramar, resolvi que o negócio mesmo era voltar alguns anos no tempo e começar a ler um livro sobre vikings e dragões. Dois amigos meus já tinham me contado que era realmente bacana, e ao ver a edição lindinha com ilustrações divertidas que minha prima tinha, quis ler na hora. Abri a primeira página pra ver como era e quando vi já era noite e o livro estava no fim.

Acho que a gente deveria buscar reler os livros da nossa infância, e ler pela primeira vez outros também, porque além de toda a fantasia e os recursos utilizados para atrair as crianças, os bons livros infantis e infanto-juvenis possuem um algo a mais muito bacana que, quando mais novos, nós não temos a vivência e até mesmo a malícia para sacar. E nas entrelinhas dessas leituras a gente acaba descobrindo muito sobre a gente, talvez por elas "conversarem" com nosso eu-infantil que nunca morre, mas fica ali guardadinho esperando uns insights da vida para se manifestar.

O livro conta a história de Soluço Spantocicus Strondus III, um garotinho viking, filho do líder da tribo dos Hooligans Cabeludos, Stoico - O Imenso (os nomes são muito ótimos), que ao contrário do que todos esperam dele - um herdeiro do trono imponente, forte e assustador - é um garotinho ruivo franzino que não serve nem para pegar um dragão; o seu é de uma pequenez impressionante e ainda por cima não tem dentes. Sua maior aflição é não atingir às expectativas de todos. O resto é aquela história, ele vai vivendo sua vidinha até que sua valentia é posta a prova e ele precisa mostrar que o Destino está certo e que no fundo ele é mesmo o herdeiro do trono e um futuro líder digno para sua tribo e blablabla. Tudo isso com dragões e vikings briguentos e engraçados, temperado com uma prosa muito divertida que chega a beirar o deboche vez ou outra. Sem falar das adoráveis ilustrações que ocupam praticamente todas as páginas, que mais parecem desenhos feitos com grafite por uma criança.

Li numa sentada e não vejo a hora de ler as continuações (Como Ser Um Pirata, Como Falar Dragonês...). Não assisti ao filme, mas um amigo meu disse que é bem diferente do filme, apesar de ser bacana. 
O melhor de tudo foi meu pai, todo intrigado pra saber qual era aquele livro no qual eu passei o feriado com o nariz enfiado, pegar o exemplar e suspirar: "Isso é um livro infantil?!!". Foi mal aí, Oswald de Andrade!

domingo, 24 de abril de 2011

Querido Namorado Que Eu Não Tenho, escuta essa:

"See, records have helped to fall in love, no question. I hear something new, with a chord change that melts my guts, and before I know it I'm looking for someone (...) I played it and played it and played it, and it made me dreamy, and I needed someone to dream about (...)"
High Fidelity (Nick Hornby)

Rob Fleming, novamente, já me fez o favor de justificar essa mixtape. Canções de amor é o que não faltam nessa vida, e essa temática já esteve presente nas mixtapes da Isa, da Irena, e de toda a torcida do Corinthians. Não estou apaixonada, mas tenho um bocado de músicas que guardo especialmente pro dia que eu tiver alguém pra pensar e suspirar enquanto escuto. Não deixem de prestar atenção nas letras, todas valem muito a pena.


 As fotos lindas são da Patrícia Araújo
Acho que essa é a mixtape mais heterogênea que já fiz, mas juro que enxerguei coerência aí, por mais que não pareça, afinal, temos Nirvana, Bob Dylan e Pato Fu num mesmo lugar. Espero, de coração, que vocês gostem. 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Só não pode beijar no mar

Chico Buarque está namorando. Ao menos é o que a internet inteira está dizendo. Nenhuma das partes confirmou ainda, mas eles tem sido vistos juntos desde 2009. A fulana é uma tal de Thaís Gulim, cantora aleatória que na quarta-feira ganhou uma matéria na Ilustrada, holofote que veio graças ao suposto romance com o par de olhos verdes/azuis que só eu sei o quanto eu gosto. Trinta e poucos anos mais nova que ele, tem idade pra já ser neta do senhor Francisco Buarque de Holanda. A matéria do jornal dizia que ela está em seu segundo disco, escreveu duas músicas, ganhou uma de Tom Zé, Adriana Calcanhoto e, sim senhores, Chico Buarque. Deu-lhe a letra e a melodia, saiu de casa pra vê-la cantar...

E daí que eu sou possessiva com quem eu nem conheço e que mal sonha com minha existência? Tenho ciúmes, oras, porque Chico é de Marieta e só dela, e nada vai tirar isso da minha cabeça. A tal da Thaís, nunca ouvi disco, música alguma e nem vou ouvir, porque morro de medo de gostar e a regra aqui é odiar arbitrariamente.


Ai de você, Francisco Buarque de Holanda, se dedicar-lhe qualquer música no seu novo cd, ai de você. No momento, sigo aturando esse affair com quem bem poderia ser sua neta, afinal, quem sou eu pra julgar a pobre (porque né), só não me deixe passar por qualquer banca de jornal e ver foto sua em capa de revista de fofoca beijando a fulana no mar. Meu coração não vai suportar tamanho desgosto novamente. Desgosto e um pouquinho de despeito, ouso confessar. Está avisado.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Dom Pedro me entenderia

Já tem um bom tempo que tenho contado pra mim mesma uma lorota, pra ver se por um milagre ela vira verdade. Tenho dito incessantemente pra mim que o que eu quero é sair daqui. Deixar Uberlândia, minha casa, meus pais, minha família, amigos e cachorro e ir estudar na melhor faculdade que eu conseguir passar. Fico repetindo isso na minha cabeça e também pras pessoas, dizendo que é o melhor, que vai ser incrível, que vou conhecer gente nova e aprender muito; só que, em todo esse tempo, eu não acreditei nisso uma única vez. Na verdade, eu evito pensar nisso, porque se eu penso, vejam bem, eu entro em crise. Por crise, entendam que eu acabo sempre sentada no chão do banheiro, chorando desesperada e angustiada, tudo por conta de uma coisa que, segundo eu mesma, é meu sonho.

Sou expert em evitar pensamentos que me machucam em horas inoportunas, mas tais crises tem se tornado cada vez mais comuns, ao ponto de eu sentir que nunca saio delas, com esses pensamentos martelando e me tirando o sono dia após dia. E isso me põe pra pensar que não deveria ser tão sofrido. Se fosse mesmo meu sonho, não era pra doer assim. Claro, nunca é fácil deixar nossa vida inteira pra trás pra começar do zero em um outro lugar totalmente desconhecido, sozinha; mas quando é sonho, quando a gente realmente quer com todas as forças, a gente passa por cima e arranja um jeito de ser menos penoso, de não ser um martírio. Aí minha mãe me chamou pra conversar e disse que eu ainda não olhei nada, não fiz pesquisas, que não converso com ela sobre isso... se sou eu que quero, já não devia ter um plano na cabeça? E por que eu evito tanto esse assunto em casa? 

Isso tudo me fez pensar que talvez eu não queira aquilo que eu achava que queria Ou aquilo que eu deveria querer, porque é o que todo mundo me aponta o dedo e diz que é o que eu tenho que fazer. Foi então que eu parei de ficar com medo das coisas que eu quero, deitei na cama, e tive um papo sério comigo mesma. Anna Vitória, minha filha, o que você quer da vida?

Como não obtive resposta, fui falar de novo com minha mãe e ela disse que achava mesmo era que eu deveria ficar aqui. Disse que foi aceitando a ideia de me ver fora, porque pensava que era isso que eu queria e supostamente é isso que as mães devem fazer - apoiar os sonhos dos filhos -, mas que tem perdido o sono de pensar em me soltar nesse mundão de meu Deus e acha que não é a hora e que ninguém está pronto pra isso. E nem foi super-proteção, sabe? Porque meus pais são super-protetores na maior parte das vezes, mas eles nunca podaram o meu suposto sonho de fazer faculdade em outro lugar, por mais que não gostassem da ideia. Tanto não gostavam, que as conversas que tínhamos sobre isso eram mais vagas e inconclusivas do que foi o COP 15.

A verdade é que, hoje, 18 de abril de 2011, eu quero ficar. Pode ser que com o passar dos meses eu mude loucamente de ideia e diga que meu sonho mesmo é colocar uma mochila (até parece) nas costas e com a cara e a coragem ir pra uma cidade totalmente nova resolver minha vida. Mas hoje - e espero que amanhã também, porque essas crises e epifanias existenciais me roubam um tempo danado - eu quero é ficar. Vou fazer faculdade aqui. Dar uma chance à UFU. Porque venho menosprezando a faculdade daqui, que ninguém nunca disse que é ruim, porque eu tenho essa mania de querer sempre o mais difícil. É uma coisa boba e extremamente medíocre, mas eu tenho essa fixação por obstáculos aparentemente intransponíveis, como se eu precisasse ficar mostrando pra mim mesma que eu sou muito capaz. Como se entrar numa faculdade a dois quarteirões da minha casa fosse me fazer uma pessoa pior do que aquela que iria viajar 600 km pra ~realizar um sonho~.

A única coisa boa desse papo de ser competitiva comigo mesma e adorar uma coisa impossível, é que eu tenho certeza que, se eu ver que aqui não é o caso e meu mundo virar de cabeça pra baixo e eu realmente enxergar que meu lugar não é aqui e que eu realmente preciso me mandar, eu tenho coragem de começar do zero. De verdade. Creio que a única vantagem de viver essa loucura com tão pouca idade é que, sempre vai dar tempo de mudar de ideia no meio do caminho. 

Só sei que, desde que tomei essa decisão, fui inundada por uma paz que não sentia desde que as aulas começaram. Vai ver que era esse o sinal que eu andava pedindo.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Disk SCTV

Quando dona Renata respondeu ao meme que lhe passei dos 10 filmes favoritos, num post ~bem pequenino~, ao final ela sugeriu que fizéssemos outro com nossos 10 clipes favoritos. Ela disse que eu fingi de morta diante da sugestão, mas a verdade é que eu fiquei morrendo de vontade de fazer, só pensei que ela estivesse brincando. Pois só não estava como resolveu criar seu próprio meme, e me convidou.

Não tenho problemas para falar de meus clipes preferidos porque, bem, eu não assisto clipes. Morro de preguiça. Logo, aqueles que eu já vi mais de uma vez e ainda me lembro são naturais favoritos, e estão listados aqui. Ei-los, em ordem aleatória:


“Crazy” (Aerosmith): Foi meu pai quem me iniciou no Aerosmith e, apesar de conhecer poucas coisas, eu gosto bastante. A primeira música que ouvi foi “Girls Of Summer”, mas naquele dia que estávamos no carro e começou a tocar “Crazy” no rádio, e meu pai aumentou bastante o som, foi um momento épico e eu nunca mais fui a mesma. O clipe não deixa nem um pouco a desejar e é muito maravilhoso. Quem nunca sonhou em fugir da escola, entrar num conversível e sair sem rumo, braços pro ar, cantando alto? Ainda por cima é com a Alicia Silverstone – Cher, te amo – e a Liv Tyler. Só mesmo o Steven Tyler pra colocar a filha no clipe fazendo pole dance de sutiã.


“Something” (The Beatles): Gosto bastante de todos os vídeos dos Beatles, é sempre bom vê-los em movimento e sendo lindos, mas esse é especial. Primeiro porque é de uma das músicas mais bonitas de todos os tempos, composta pelo George Harrison. Segundo porque é uma homenagem às nobres amadas do fab four, e é feito de cenas dos quatro casais se amando, divertindo e sendo maravilhosos no campo. Além disso, todos – menos John e Yoko, que mais parecem os bruxos bizarros do Oeste – estão numa fase bem bonita, principalmente Paul e George, fazendo o estilo lenhadores charmosos. Gosto especialmente da parte que o Ringo anda de bicicleta com sua parceira, e Paul e Linda correm no campo junto com um cachorrinho. Tem como não amar?
 

“1234” (Feist): Fofo e feliz, duas palavras que descrevem perfeitamente esse clipe. A música é bem gracinha, mas o melhor do clipe é a coreografia: pessoas dançando e pulando com roupas coloridas e a diva Feist no comando, com seu incrível macacão azul de paêtes. Amo tanto o clipe que já decorei a dancinha da Feist e eu e minha melhor amiga tínhamos o constrangedor – e irresistível – hábito de ficar no fundo da sala de aula fazendo essa coreografia. Acho que queria mesmo é ser atriz de musicais.


“French Navy” (Camera Obscura): Camera Obscura é uma banda cujas músicas soam como o próprio amor mixado. Esse clipe é um retrato de todo o espírito da banda, com um casal se amando loucamente por toda Paris, Roma, Barcelona. Quero um french-navy kind of love.


“The Winner Takes It All” (ABBA): Muito difícil escolher um só clipe do ABBA, porque todos são geniais, muito bregas e adoráveis. O Matheus me deu um dvd deles com os melhores hits e seus respectivos clipes e eu não me canso de assistir, amo todos! Esse é especial porque a música é linda e a letra é bem autobiográfica, e fala um pouco sobre a história da banda. O clipe machuca nossos corações, contando a história de dois casais de amigos que foram separados porque as relações não deram certo, sob o ponto de vista da loira – a corna da história. Sou team Loira do ABBA (não sei o nome dela) sempre! Não é a mesma coisa, mas a versão de Mamma Mia, com Meryl Streep interpretando, também faz chorar.


“He Wasn’t” (Avril Lavigne): Já falei aqui que eu gostava (e ainda gosto, de vez em quando) da Avril Lavigne em sua fase mais rebelde, maionese no cabelo, pegada skatista de menina que quer causar; chega a dar pena ver como a Avril já foi bacana um dia e como hoje ela está boring e clichê. Esse clipe é realmente muito divertido, porque né, no final ela e os músicos da banda quebram as paredes, que começam a vazar uma meleca cor-de-rosa na qual eles ficam rolando até o fim da música!Quando tinha 12 anos eu fui convidada pra uma festa a fantasia e eu queria ir de Avril, usando uma roupa dela nesse clipe, a saia de tule rosa, coturno, par de asas e varinha de condão. Como era meio impossível de achar, acabei indo de Minnie, mas fica aqui minha frustração.


“Your Ex-Lover Is Dead” (Stars): “When there is nothing left to burn, you have to set yourself on fire”, diz um velhinho no início da música, que além de doer de tão maravilhosa que é (olhem essa letra!), o clipe faz referência a uma sequência bem marcante do filme Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, que eu amo muito. Não tenho muito o que dizer, só que me emociono sempre e que adoro clipes tão bem feitos, encantadores e bem pensados como esse. Dá vontade de morar aí dentro.


“Mapa-Múndi” (Thiago Pethit): Já falei aqui sobre o meu amor pelo Thiago Pethit e a quedona que tenho por ele. “Mapa-Múndi” é minha música favorita dele e o clipe não podia ser mais adorável. Além de combinar com a atmosfera da música, reparem nessa fotografia e me digam só se não dá vontade de colorir o mundo com essas cores. Além desse, também amo o novo clipe do Thiago, “Nightwalker” que é um plano sequência animal com Alice Braga, sambando na nossa auto-estima, de tão musa que é. Também adoro, mas o primeiro mexe mais comigo.


“Everlong” (Foo Fighters): Amo Foo Fighters e essa é minha música favorita deles. Amo demais esse clipe porque ele é bizarríssimo, uma doença completa, bem a cara da banda. Não sei muito bem o que dizer dele, mas poucas coisas são tão engraçadas quanto o Dave Grohl com a mão gigante batendo em todo mundo. Posso estar maluca, mas esse clipe sempre me lembra um pouco o filme “Beatlejuice”, do Tim Burton, não sei se é por causa da estética, ou das cenas em que os membros das pessoas tem proporções diferentes, ou quando eles escalam um telefone gigante… só sei que sempre lembro do filme.






She & Him: She & Him é uma banda que tem tantos clipes legais e criativos que fica muito difícil escolher um só. Difícil não, impossível, por isso falarei de todos. Tem o futurista-retrô “Don’t Look Back”, que é fofo e divertido e eu adoro, apesar da música não ser das minhas favoritas. No final tem a Zooey Deschanel imitando um coelhinho. Já o “Why Do You Let Me Stay Here?”, apesar da música fofa, é meio mórbido e tem a Zooey morrendo de vários jeitos diferentes e os fantasminhas dela dançando por aí.  E tem uma versão alternativa, que a Zooey gravou com o Joseph Gordon Levitt, direção de Marc Webb, pra promover 500 Days Of Summer. Só amor e lembra demais Fred Astaire e Ginger Rogers. Já o “In The Sun” tem a Zooey e umas pessoas felizes dançandinho numa escola – perceberam que eu tenho uma fixação por pessoas felizes dançandinho? –, clipe que bate na bunda e humilha “Baby One More Time”  e qualquer coisa relacionada a Glee. E por fim, “Thieves”, que tem uma estética antigona e mais parece um filme mudo dos anos 20.
Não entraram na lista, mas eu amo: “Shadowplay” (The Killers), “Invincible” (Muse), “You Only Live Once” (The Strokes), “Falling Down” (Scarlett Johanson), “Seven Nation Army” (White Stripes), “Never There” (Cake), “Toxic” (Britney Spears), “Next Time Around” (Little Joy), “Electric Twist” (A Fine Frenzy), “Dani California” (Red Hot Chilli Peppers), “Roses” (Outkast) e “Foundations” (Kate Nash).

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Revolução Russa

Sábado fiz onze provas. Dessas, três eram de História: uma sobre história dos Estados Unidos, outra sobre Era Vargas e a última sobre Revolução Russa. Amo os três assuntos, mas o último é de longe o meu favorito. Adoro revolução russa e ando numa vontade maluca de ler Os 10 Dias Que Abalaram O Mundo, mas isso é caso pra outro post. Um dos principais motivos pra eu gostar tanto do assunto é por causa do filme Anastásia, que depois de Branca de Neve, é meu filme de princesa favorito de todos os tempos.


Pra quem não sabe, Anastásia era filha do czar Nicolau II, que foi morto junto com toda sua família (incluindo a filha) quando estourou a Revolução de Outubro e Lênin subiu ao poder. No filme, entretanto, Anastásia e sua avó conseguem escapar por uma passagem secreta com a ajuda de um garotinho da criadagem, mas acabam se perdendo uma da outra no caminho, quando a princesinha cai do trem e perde a memória. Anastásia é criada como Ania num orfanato, sem fazer a menor ideia de sua origem nobre, e aos 18 anos resolve procurar sua família. Nesse caminho ela encontra Dimitri, um cara gatinho que quer levá-la até a avó - que está oferecendo uma recompensa a quem encontrá-la. Além disso, ela ainda precisa fugir das armadilhas do bruxo Rasputin, que planeja acabar com toda a dinastia Romanov.

Eu amo a história, amo as músicas, amo a Anastásia e amo o Dimitri, mas o Rasputin, de longe, é meu personagem favorito. Não sei porque gosto tanto dele, mas acho que é porque ele é um desses vilões malvados porém cômicos e desde sempre eu dou muita risada com ele. Às vezes desconfio que eu tenho um humor puxado pro retardado, já que dou muita risada de coisa muito besta, como na cena que Rasputin, todo decrépito, começa a se desmembrar, enquanto se lamenta: "Estou me desfazendo... em pedaços!". Quando meu professor de História passou o filme pra gente, juro, eu não me aguentei e comecei a chorar de rir da cena, passando a maior vergonha. E a música mais legal do filme também é a do Rasputin, "No escuro da noite".
TENSO
A grande coisa legal disso tudo é que o Rasputin existia de verdade! Eu sabia disso desde a oitava série, mas não tinha muita ideia de como ele se inseria na história real da revolução, e foi isso que descobri lendo um daqueles boxes das apostilas estilo "Saiba Mais" que a gente costuma ignorar porque não caem na prova. Citando a apostila, Rasputin foi "um místico de conduta desregrada e libertina que aproximou-se da família real, chegando até a influenciar nas decisões do governo". O caso é que a czarina Alexandra meio que venerava o Rasputin por acreditar que ele havia salvado seu filho de crises de hemofilia; ela chegava a acreditar que ele era um homem de Deus predestinado a salvar a Rússia. Pra completar, o czar partiu pro campo de batalha, liderando o exército russo que estava levando a maior surra na 1ª Guerra Mundial e o poder ficou nas mãos da czarina, fortemente influenciada por Rasputin, o que só ajudou a aumentar a antipatia que o povão tinha do governo e inflar o sentimento de revolta, no que viria a culminar em greves e manifestações que se espalharam pelo país em fevereiro de 1917.

Misticismo, orgias, hectolitros de vodka, morto por uma conspiração da nobreza, boatos que envolviam um tórrido romance com a czarina embaixo das barbas de Nicolau II (detalhes na Superinteressante) e vocês me digam se o Rasputin é ou não é o personagem mais legal de Anastásia e da Revolução Russa inteira (foi mal Lênin)?

(Queria colocar um vídeo decente com a música do Rasputin no filme, "No Escuro da Noite", mas é impossível achar  alguma versão que tenha a imagem e o som legais, dublado em português do Brasil, que é a mais bacana. Aqui vocês ouvem a música, aqui é a versão de Portugal,que também é engraçada, e aqui dá pra ver o vídeo numa qualidade bacana, mas a música está em inglês.)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bookshelf tour

Tenho consciência de que tenho postado muitos memes, e àqueles que não curtem só peço desculpas e digo que é o que ando tendo nos últimos dias - ou alguém aí tá interessado na minha rotina de estudos e infecções de garganta? Triste, ingrata e dura vida de vestibulanda, não vou usar esse blog como canal de reclamações. Pelo contrário. Se semana passada investi meu tempo pensando nos filmes da minha vida, essa semana a tarefa é tão divertida quanto e até inovadora. Tary-querida, do Doces Rodopios, teve a ideia de fazer um vídeo mostrando sua estante de livros e a Analu sugeriu que virasse meme. Ela nem tinha me indicado, mas aí eu pedi autorização pra me auto-convidar e depois a Analu me convidou oficialmente pra coisa ficar menos arroz de festa. O resultado é esse aí embaixo.

(Antes, um parêntese: eu sou fanha, tenho voz de criança e sotaque do interior, portanto não quero ninguém zoando minha voz porque já tenho complexos com isso. No começo o vídeo está bem clarinho e feliz, mas depois fica escuro, me desculpem. Como já disse, vida ingrata de estudante, gravei o vídeo em dois dias diferentes e a segunda parte teve que ser feita à noite. Esse é o motivo pelo qual eu uso dois esmaltes diferentes. Ficou faltando a parte dos meus livros infantis que ficam num quartinho escuro, e filmar lá é bem ruim. Ah, a qualidade não é supimpa porque minha câmera é simplória, e aos enquadramentos ruins, desculpem, I ain't no Sofia Coppola. Por fim, sei que ficou grande e espero que vocês tenham paciência. Obrigada dona Amandoca que me deu a dica do Vimeo, que aceita vídeos maiores que o Youtube.)



Como bastante gente já foi indicada e eu fico sem saber quem mais que toparia fazer o vídeo, vou deixar esse meme livre. Isso não significa que é pra ser ignorado, quem achar legal é pra fazer e ainda me avisar porque estou amando ver as estantes de todo mundo!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Camisa nenhuma

Se tem uma coisa que eu respeito nessa vida, e sou levada bem pouco a sério por isso, é futebol. Já disse aqui que adoro o esporte e viro um animal viciado em jogos e tabelas em época de Copa do Mundo, do tipo que levantava de madrugada pra ver os jogos na época da Copa da Coréia, que chorou quando o Brasil foi eliminado da Copa da África do Sul e que assistiu a todos os jogos da Argentina só pra secar e xingar mães alheias. Aprendi o que é impedimento, xingo juízes e quem conversa comigo na hora do jogo leva patada. Me divirto tanto que, quando a Copa acaba, entro numa espécie de luto, as coisas ficam mais sem graça. E aí me pego pensando que eu deveria ter um time.

O problema é que eu nunca consegui torcer pra time algum. Porque eu sou adepta dessas filosofias de mesa de boteco que acredita que não é a gente que escolhe o time, mas sim ele que nos escolhe e os motivos são vários. Acho que isso se deve ao fato que meu pai não é fã de futebol, ele prefere Fórmula 1; não sei por que tenho intronizado que essas coisas a gente aprende com o pai. Já cheguei a achar que meu pai era corintiano, porque na época que o Ronaldo entrou no time ele passou a assistir a todos os jogos, mas depois fui descobrir que era realmente porque, naquela época, tava bom ver o Corinthians jogar. Simpatizo com o time gratuitamente, talvez porque tenha um casal de tios realmente fanáticos e porque meu primo-amor, Gustavinho, já é tão torcedor, por influência do pai, que já levou a camisa do time escondido, na mochila da escola, pra comemorar a vitória do domingo anterior. Já dos outros, bem, sei que odeio o Flamengo e o Atlético Mineiro.

Acho que é por isso que eu queria ter um time, porque acho tão bonita essa coisa de torcer! Claro que acho ridículo quem arranja briga e sai botando fogo no pessoal só porque eles são da torcida contrária, mas fora isso, acho bonito esse amor gratuito, essa história que as pessoas tem com os times, essa coisa de chorar quando perde, chorar quando ganha, estar ali com o time, peito aberto, estando ele em primeiro na tabela ou então no doloroso rebaixamento, como no início dessa crônica do Carlos ou na série Uma Vida em Copas, do Rob Gordon, que me pôs pra chorar como poucos livros conseguiram.

Quando o assunto é time, me sinto segregada, excluída, como se todo mundo fizesse parte de um clubinho e eu ficasse de fora. Ainda tenho esperanças que um dia algum time vai me escolher, mas até lá sigo fiel mesmo à seleção brasileira e quando aos times, vou torcendo com critérios pouco sérios. Dia desses estava de bobeira na televisão e comecei a assistir um jogo desses campeonatos europeus... comecei a torcer pro time que tinha os caras mais bonitos (looking at you, Casillas). E semana passada teve trote de camiseta de time na escola e eu escolhi um time alternativo pra representar, não é de futebol mas é do coração.

domingo, 3 de abril de 2011

Rob Fleming me entenderia, parte 2

Dando continuidade ao meme dos meus dez (doze) filmes preferidos, apresento-lhes agora a segunda e última parte dele, com os meus seis filmes preferidos de todos os tempos - e dessa vez a ordem realmente faz diferença, apesar que, no meu coração, todos ocupam praticamente o mesmo patamar de amor.

"Do you believe in miracles?" "Not today."
6 - O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Jean-Pierre Jeunet): Essa semana estava conversando com a Soft sobre esse meme e disse que só faltava uma posição pra escolher e que estava em dúvida entre quatro: Casablanca, Quanto Mais Quente Melhor, Harry e Sally ou 500 Days of Summer. E disse que até tinha pensado em colocar Amélie, mas que achava que já tinha passado dessa fase. E aí parei pra pensar e vi que não só não passei da fase Amélie Poulain como nunca vou passar. Quando comecei a me interessar por cinema, este foi um dos primeiros filmes que eu vi, e depois com a avalanche de obras que veio a seguir ele ficou meio de lado, meio esquecido, o que é uma sacanagem. Amélie Poulain é uma das personagens mais adoráveis do cinema, com a qual eu tanto me identifico. O filme é muito charmoso, passado em Montmartre, Paris, com uma das trilhas sonoras mais graciosas, um humor esperto, fotografia linda e fofura sem fim. Que me perdoem os quatro filmes que acabaram perdendo o lugar, mas por mais coisas lindas e heroínas cativantes que me apareçam nessa jornada cinematográfica, sempre vai haver um enorme espaço no meu coração para Amélie Poulain e o gnomo viajante.

"Don't be silly, everybody wants to be kissed, even philosofers."
5 - Funny Face (Stanley Donen): Que Audrey Hepburn é minha atriz favorita de todos os tempos não é novidade pra ninguém. E que eu amo tudo que ela faz, às vezes só por ela ter feito, também é uma coisa meio óbvia. Por isso, prometi que colocaria apenas um filme dela nessa lista, pra que não ficasse monotemática. O problema é que eu não sei qual o meu filme favorito dela, não sei mesmo. Fico em dúvida entre 4: Breakfast At Tiffany's, Como Roubar Um Milhão de Dólares, Love In The Afternoon e Funny Face. O último ganhou porque, além dela fazer par com o Fred Astaire - sobre o qual eu já falei e me declarei na primeira parte - é aquele filme que, se eu pudesse entrar na tela e morar ali pra sempre, seria o escolhido. Não tem uma história tão rica quando o Bonequinha... e a química do casal não é tão forte como em Love... ou Como Roubar..., mas é com certeza o mais adorável e cativante. Audrey interpreta Jo Stockton, uma aspirante a filósofa que é descoberta por um fotógrafo de moda (Fred Astaire) e convidada a ser a nova face da revista que ele trabalha, algo como uma Vogue. Para isso, ela é levada para Paris, sofre uma transformação, faz mil sessões de foto e no meio do caminho se apaixona pelo fotógrafo, enquanto ela só queria mesmo é ir prum bar escuro discutir sobre filosofia empaticista com seu autor favorito. O ambiente é maravilhoso, e nunca vi Audrey tão linda usando figurinos tão deslumbrantes. O filme é um musical e as músicas são bem lindinhas, principalmente as que o Fred Astaire canta. Gosto também da Audrey cantando, sem dublagem como aconteceu em My Fair Lady e fiquei surpresa com uma das cenas em que ela dança e humilha muito, ainda não conhecia essa gingado todo.

"Are you too proud Mr. Darcy? And would you consider pride a fault or a virtue?"
4 - Orgulho e Preconceito (Joe Wright): Não tenho um livro favorito, mas se fosse pensar nos meus três preferidos, Orgulho e Preconceito, da Jane Austen, estaria lá. Já o li inúmeras vezes e me sinto segura em dizer que a adaptação pro cinema é praticamente tudo que eu imaginava ao lê-lo. Os ambientes, os personagens... não poderia pensar em alguém melhor para interpretar minha heroína da literatura favorita, Lizzie Bennet, que não Keira Knightley. Sem falar, claro, que Matthew MacFadyen encarnou perfeitamente a minha maior paixão platônica da literatura, praticamente o homem da minha vida - se eu fosse personagem de cinema - que é Mr. Darcy. Sou obcecada pelo filme, assim como pelo livro, já fui até proibida de alugá-lo. Quando ganhei o DVD, assisti 4 vezes num fim de semana só, duas vezes com os comentários do diretor. Juro. Já até falei aqui da minha cena preferida, que é a primeira dança de Lizzie e Darcy, e eu sempre, sempre choro nos momentos finais. Se Funny Face é o filme em que eu queria morar, Orgulho e Preconceito contém o amor que eu queria viver.

"All work and no play makes Jack a dull boy."
3 - O Iluminado (Stanley Kubrick): Se hoje suspense é meu gênero cinematográfico preferido, é por causa desse filme. Foi quando eu deixei o medo de lado pra prestar atenção em outras coisas, e ver o que é a perfeita execução de um filme. Porque Kubrick é assim. Os filmes dele tem esse quê de grande, majestodo e de absoluta perfeição técnica. Já assisti O Iluminado muitas vezes, e nunca termino o filme sem me sentir embasbacada com aquilo, pensando que não é possível que exista algo tão bom assim. Já li o livro,  e não hesito ao dizer que prefiro o filme. Porque eu gosto muito do Stephen King, mas gosto muito mais do Jack Nicholson fazendo papel de louco, quebrando a porta com o machado dizendo "Here's Johnny!", amo muito mais os planos longos feitos com steady-cam - algo totalmente novo pra época - a trilha sonora que gela a espinha e os quadros tão marcantes e inesquecíveis que a cada frame você tem a impressão de momento icônico que vai ficar na memória.

"Does he look like a bitch?"
2 - Pulp Fiction (Quentin Tarantino): É um filme violento, lotado de humor negro, politicamente incorretíssimo, mas eu não conseguiria pensar em qualquer outro que seja tão cativante. Acho que eu gosto dele de um tanto que beira a doença. Ele é todo cheio de momentos épicos, e logo na primeira vez que assisti já tinha decorado muitas e muitas frases, porque Pulp Fiction é o tipo de filme com textos e diálogos tão marcantes que até mesmo quem não seja aficcionado com esse tipo de coisa acaba guardando alguns momentos, como meu pai, que repete "Zed's dead" junto com o Bruce Willis. Pulp Fiction é 8 ou 8000: ou você vai odiar e não ver graça alguma, tipo a , ou você vai gostar tanto que vai se unir com pessoas que gostam tanto quanto e trazer o filme pra dentro da sua vida, encenando partes dele em momentos aleatórios, como eu e meu primo fazemos, já que sempre estamos prontos para a leitura dramática da nossa cena favorita. Um olha pro outro e a doença começa: "Say what again! I dare you, I double dare you, motherfucker!" e é assim que a gente leva a vida. E se meu sonho seria dançar "Cheek to Cheek" num baile de debutante, sonho com mais vontade ainda em participar de algum concurso de twist numa lanchonete retrô e ganhar o prêmio da noite, porque eu posso não saber dançar nada, mas aprendi twist com Mia Wallace e Vincent Vega, dançando em frente à televisão junto com eles.

"We are intrepid. We carry on."
1 - Elizabethtown (Cameron Crowe): Complicado falar sobre nosso filme favorito, principalmente quando a gente vai pensar que ele realmente não tem nada de tão notável assim. Porque se eu gosto tanto dele, é por razões tão minhas e de mais ninguém, e tão por causa da repercusão interior (olha que poética!) que ele causa que às vezes nem eu entendo, que fica difícil colocar em palavras. Só sei que nele há evidências minúsculas que revelam que foi feito justamente pra mim: "Oh! What a World" na lista de músicas para viagem; cena de "Roman's Holiday" na televisão do quarto de hotel de Drew; "A Postcard to Henry Purcell" tocando num dos momentos-chave da história; Holly Baylor - Susan Sarandon, musa absoluta - dançando sapateado ao som de "Moon River" no memorial de seu marido; todas as mil reflexões e frases de Claire Colburn, interpretada pela maravilhosa e musa eterna Kirsten Dunst, que trazem a sensação que foram ditar por ou então para mim. Quando estou meio perdida, assisto a esse filme que, de uma maneira bizarra, me ajuda a clarear as ideias e é como se ele me colocasse mais em contato com as coisas que eu acredito, e com meu jeito de enxergar a vida, pois minhas filosofias de vida batem exatamente com as do filme. E se essas coisas que eu disse não fazem a menor diferença na vida de vocês, o que é compreensível, assistam pelo Orlando Bloom, que é o protagonista e está muito muito lindo no filme.