domingo, 28 de junho de 2015

8 coisas mais legais que os Minions

>> Não, eu não voltei. Não ainda. O blog está trabalhando em Estado de Exceção, ou respirando com a ajuda de aparelhos, como vocês preferirem. Considerem o post de hoje como a hora da visita. 

Eu sou sempre a última pessoa a assistir aquele filme de animação que fez o maior sucesso nas férias e foi o grande campeão de merchandising do ano. Não é que eu não goste de animação ou me ache adulta demais pra ver filme de criança, é que eu costumo evitar o gênero porque acho que não vou ter estrutura emocional pra eles - e na maioria das vezes eu não tenho mesmo. Eu não consigo ser uma pessoa normal que lida com todas aquelas metáforas e aqueles animais falantes e aquelas coisas bonitas e profundamente emocionantes acontecendo, e segue com a vida. Eu sou o tipo de pessoa que vai passar um mês inteiro chorando depois de um filme da Pixar. 

Lembro quando fui assistir Up: eu estava num date e digamos que foi um pouco constrangedor para o rapaz o fato de que eu soluçava de tanto chorar e só queria ir pra casa chorar mais um pouco depois. Aí eu voltei, inchada e sofrida, fui contar pra minha mãe do filme e me acabei em lágrimas de novo. Eu não consigo nem ouvir a música tema de Up sem engasgar um pouquinho. Eu já chorei ouvindo a trilha de Frozen no ônibus, e nem gosto tanto assim do filme. Eu sou esse tipo de pessoa. 

Então, para evitar a fadiga, só assisto animações quando não posso evitar quando sinto que estou numa fase boa o suficiente pra aguentar o rojão. E foi por conta disso que até o ano passado eu ainda não tinha visto Meu Malvado Favorito. 

Não ter assistido ao filme, no entanto, não fez com que eu ficasse imune ao fenômeno dos Minions. Aliás, por muito tempo eu achei que Meu Malvado Favorito fosse um filme só dos Minions. Meus primos são obcecados, desses que foram pra Disney e voltaram pra casa com boné, camiseta, e até Crocs (crocs!!) dos Minions, isso pra não falar do material escolar. Olhando isso eu só conseguia pensar:
  1. Meu Deus como esse excesso de amarelo é FEIO;
  2. Esse filme deve ser no mínimo muito divertido e diferente pra justificar todo o frenesi;
Daí fui ver o filme, né? É muito divertidinho, realmente uma graça, chorei moderadamente e tudo, mas a impressão final é que a presença dos Minions é praticamente irrelevante no filme. Tá, agora eu já não lembro tanto assim no roteiro e algo me diz que o plano deles ajuda os personagens principais, mas o negócio é que o filme tem mil coisas acontecendo que são mais legais que os Minions. Não faria a menor diferença se, ao invés de Minions, o filme tivesse, sei lá, grilos falantes ou dragões chineses fofinhos. Gente, os Minions não têm a menor graça. 

Sei que essa coisa de graça é subjetiva e ninguém se importa que eu aqui não gostei enquanto as pessoas estão pagando dez realidades (DÉRREAL!!) em cada bonequinho lançado pelo McDonalds. Não estou julgando ninguém e no fim das contas vamos todos morrer mesmo (lembrando sempre que eu tive o álbum da Copa), mas não consigo me conformar com a euforia em torno disso. Por muito tempo odiei calada, porque não queria ser esse tipo de pessoa, até que o dia que eu e a Couth secretamente compartilhamos nosso ódio em comum e acho que nossa amizade atingiu um novo nível de amor e compressão mútua depois disso.

Como são tempos difíceis para quem odeia Minions, graças ao novo filme e à invasão do McDonalds, resolvi fazer esse post como um pequeno refúgio para todos os odiadores de Minions anônimos por aí, com uma lista de várias coisas infinitamente mais legais que essas criaturas amarelas pra vocês verem que não estão loucos. Eles são um saco mesmo. O mundo é mais do que isso. Amigos, vocês não estão sozinhos. 

1) Minions da Blair Waldorf


Elas são bem vestidas, usam meia-calça colorida e tiara na cabeça. Com alguns toques no celular elas são capaz de derrubar monarquias colegiais sem descer do salto. A malvada favorita delas é Blair Waldorf, e todos sabemos que she's the crazy bitch around here, certo? 

2) Oompa-Loompas


Eles fabricam chocolate. Ponto. Além disso, as musiquinhas são ótimas. E no fundo eles me passam a impressão de ser meio moralmente ambíguos, talvez meio sádicos. Sei lá. São misteriosos e isso basta pra sustentar o interesse por muito mais tempo do que os Minions jamais conseguiriam.

3) Os Sete Anões


Eu me surpreendo toda vez que paro pra pensar que existe material escolar e brinde do McDonalds dos MINIONS e não existe nada parecido dos Sete Anões. Só o Zangado tem mais graça que todos os Minions juntos. Enquanto a coisa mais divertida que eles são capazes de dizer é BANANA!, o Zangado nos ofereceu aquele momento em que diz "Mulheres, BAH! Elas são falsas, cheias de sortilégio!". Misoginias de Walt Disney a parte, é uma das cenas mais divertidas da Disney. E tem o Soneca! E o Atchim! E o Dunga!

4) Literalmente qualquer coadjuvante da Disney


5) As Kardashians


KERO! Agora com a Caitlyn Jenner ainda vem com o adicional de ser exemplo de representatividade pra combater a invisibilidade trans. Super contemporâneo e interseccional!

6) Pokémons


Se quiser fazer nail art cafona, faça do Jigglypuff, pelo menos.

7) As migas da Taylor Swift





With friends like these, who needs an army?

8) Meredith Grey e Olivia Benson


I rest my case.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Por onde ando enquanto vocês não me procuram

Uma coisa que me irrita é quando eu encontro alguém que não vejo há muito tempo e a pessoa diz que eu estou sumida. Me irrita o tom de cobrança e acusação que a brincadeira camufla, como se fosse minha obrigação estar ali o tempo inteiro ou como se realmente eu tivesse me enfiado numa caverna. Queridão, você sabe onde eu moro e tem meu Whatsapp, então me economiza, né? 

O negócio é que eu não dou as caras por aqui há surpreendentes 16 dias, uma ausência até então inédita nesses sete anos e meio de ofício. Nem quando eu estava prestando vestibular, louca, caindo os cabelos e fazendo prova todo fim de semana, isso aconteceu. Tirando meus amigos, que compõem a maioria dos leitores daqui, a meia dúzia de gatos pingados não sabe onde eu moro (eu espero) e nem tem meu Whatsapp, de modo que achei conveniente declarar, oficialmente, que não me enfiei numa caverna. Ainda. 

Eu poderia dizer que a vida aconteceu, porque de fato a vida tá acontecendo pra cacete, mas morro de preguiça daquelas pessoas que dizem que sumiram da internet porque estão vivendo. Sei lá, eu vivo coisas tão maravilhosas por aqui que acho arrogante fazer essa hierarquização de existências (?), até porque às vezes é muito mais legal comentar Masterchef no Twitter do que ficar VIVENDO por aí tal qual um australopithecus que desconhece as maravilhas da segunda tela. 

Mas vamos direito ao ponto: o principal motivo do meu sumiço é que estou em época de TCCs, assim no plural mesmo. No meu curso temos que desenvolver um projeto prático e uma monografia, e teoricamente temos um ano pra nos dedicarmos a cada um deles. Acontece que nesses dois anos tem um semestre que os dois se encontram do jeito mais sádico que qualquer um poderia imaginar, e é nesse semestre que me encontro agora. Como se não bastasse, meu projeto prático é um livro reportagem. Não sei se já falei sobre ele aqui, mas escrevi um texto na Pólen contando sobre a proposta e um pouco do processo, e agora estamos na etapa final, faltando duas semanas (DUAS SEMANAS) pro dia de entrega. 


Escrever esse livro tem sido incrível e horrível: incrível de imaginar e contar pros outros, horrível pra todo resto. Escrever é aterrorizante, principalmente quando a gente se importa com o que está escrevendo e sente uma obrigação moral de fazer daquilo algo bom, bonito e que faça jus a tudo que ele significa, que é muito. Ao mesmo tempo que estou me rasgando pra escrever, duvidando de mim mesma a cada instante e querendo largar tudo pra prestar Química Industrial, tenho na minha cabeceira uma Simone de Beauvoir esperando para ser desvendada, assim como todos os livros da revisão bibliográfica da minha monografia. 

O mundo infelizmente não parou de girar quando eu resolvi jogar o jogo da academia no modo hard, então junto a isso tem estágio (adivinha quem conseguiu um emprego novo e está super feliz?), francês, congresso, família e, como se estivesse com a vida ganha, no começo do mês passei quase uma semana em Fortaleza por conta do casamento da Couth, que foi uma experiência surreal demais pra ser resumida nesse resumo, mas eu volto pra contar direitinho como foi. Foram dias de sol, mar, amigas, sorvete, cílios postiços, pista de dança, amor, Taylor Swift e absoluta plenitude. Queria morar pra sempre naqueles dias. Como todas as coisas muito boas costumam vir sempre acompanhadas de coisas meio ruins, estou com meus dois avôs (avós?) doentes e semana passada perdi um tio distante, porém muito especial, de um jeito bem ruim. Tenho corrido tanto com tudo que só no domingo tive um tempo (!) pra chorar por duas horas inteiras e contemplar a FRAGILIDADE DA EXISTÊNCIA HUMANA e outras questões super alto astral que me consomem. 

Ou seja: life was never worse, but never better. 



Como eu mesma já estou dando defeito (louca, cabelos caindo, cada dia passando mal de alguma coisa diferente, chorando com comercial de televisão), resolvi agir de forma inteligente e dedicar minhas energias pra coisas mais urgentes pra ver se consigo parar de me preocupar com tudo o tempo inteiro. Parece bobo, mas o blog é algo que me preocupa, mesmo que não tenha nenhum compromisso sério com ele. Me afastei temporariamente de projetos que poderiam esperar e o blog foi junto, quase que involuntariamente. Quando percebi que não ia conseguir voltar pra cá antes de atravessar esse furacão, pensei em fazer um post de hiatus, aí desisti, mas não consigo dormir em paz vendo um texto aleatório criar moscas na página principal. 

Vai que alguém repara na data e vem me acusar de ter sumido, não é mesmo? Agora vocês já sabem onde estou. E vocês, de onde estiverem, só dessa vez, torçam por mim e por tudo isso? 


P.S.: Se tudo der certo, é provável que à noite eu esteja no Twitter comentando Masterchef. Nóis enverga mas não quebra;
P.P.S.: Saiu hoje uma entrevista que eu dei para a querida Monique, lá no Conversas Imaginárias. Ela está com uma série bem bacana sobre blogueiras, e eu estou lá falando sobre escrita, sororidade, pizza e mulheres maravilhosas;
P.P.P.S. (?): O movimento no Snapchat diminuiu pois chatíssima vida a minha, mas sempre tem espaço pra uns cachorros de emergência, sou annachicoria por lá!