quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Melhor pior aniversário de todos

Fazer dezenove anos foi mais ou menos o que eu imaginava que seria: aquele espaço meio em branco entre o marco da independência dos dezoito e o sei-lá-o-que-de-poético (ou desesperador) que a entrada nos vinte parece guardar. Aceitei de bom grado o aniversário caído numa terça-feira, no meio de uma semana acadêmica tensa, como se fosse uma ilustração da vida a me dizer: então você queria fazer 18 pra tudo mudar, agora aguenta, queridona. E eu estava aguentando muito bem. Minha mãe passou uns três dias se lamentando que era muito triste eu não poder nem ao menos sair com meus amigos naquela noite, ou no mínimo jantar com ela e o meu pai, à guisa de comemoração, e eu numa resignação quase beática. Fazer o que, é a vida. 

No entanto, a prática foi mais difícil do que eu pensava. Estava acostumada com uma vida em que dia de aniversário era uma carta fortíssima da qual eu poderia lançar mão para mandar um grande 'hoje não, Rodrigo' pro mundo. Dormir até mais tarde e pensar se eu queria ou não ir pra aula - e se fosse, seria com o único intuito de agitar errado, conversar a aula inteira e comprar o que tivesse de mais caro e doce na cantina. Porque hoje é meu aniversário, seria o bordão usado para justificar todos os meus atos irresponsáveis, a ser repetido mais exaustivamente que o "Porque hoje é sábado" no poema do Vinícius. Mas terça-feira foi meu aniversário e eu não cancelei a aula de direção por saber que precisava dela, e não voltei a dormir quando cheguei em casa porque precisava estudar, e não matei aula porque precisava da presença e não agitei errado porque precisava terminar aquela atividade que valia ponto, e não faltei na aula de  francês porque preciso começar a entender o que meu professor diz quando fala rápido demais. 

Meu pai me abraçou e disse dix-neuf, hein?, e eu pensei que a maior vantagem de fazer dezenove anos  - um número que quando escrevo por extenso ainda parece grande demais - era poder dizer em francês que j'ai dix-neuf ans, um número legal de se pronunciar. Diz-nãf. Grande coisa. 

Só que ao longo de todo esse dia miseravelmente ordinário - com exceção do almoço gostoso da minha avó e do parabéns que meus amigos cantaram no bloco mais movimentado, na hora de pico - meu celular vibrava em intervalos de poucos minutos e eu acompanhava coisas lindas chegando pra mim por meio de recadinhos, mensagens, ligações, textos, vídeos e desenhos, e precisei fazer uma força enorme pra não começar a chorar diante de todas elas, porque a gente vive dezenove anos pra descobrir que é uma pessoa que chora com demonstrações de afeto. E assim, depois que eu cheguei em casa descabelada, com a testa brilhando e louca pra tirar o sapato - como qualquer outro dia - fui ler tudo com calma, retornar ligações, e ler tudo de novo pra guardar pra sempre, percebi que melhor do que matar aula, fazer festa ou não fazer nada porque sim é ter seu dia mudado porque todas as pessoas que você mais ama no mundo guardaram dois, cinco, trinta minutos do dia delas, miseravelmente ordinário também, pra mostrar que se importam com você, e eu não poderia pedir presente melhor. 

Sempre achei que esses marcos de idade pouco significavam e o que importava era o processo da experiência, mas no dia 26 de fevereiro eu fiz dezenove anos e aprendi que a vida bate um tiquinho, mas que Deus mima a gente que é uma coisa linda de se ver. Grandessíssima coisa, e como!

(Obrigada a todo mundo que deixou recado e se fez presente de alguma forma e principalmente, obrigada Analu, por me incluir nas histórias que você vai contar pros seus netos polaquinhos, Tary, pela delicadeza de olhar os detalhes e pela forma linda de tratar deles, , por me amar pelas minhas esquisitices e trapalhadas, Dedê e Milenoca, pelas músicas favoritas e o amor cantado, Couth pelo desenho que eu amei demais e nem precisei pedir - que agora ilustra a fanpage do blog - Mayrinha pela explosão multicolorida de carinho e a carta mais bicha de toda a minha vida)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Parece cocaína, mas é só o Oscar

(Post dedicado às minhas companheiras de caixa alta, histeria e comentários impublicáveis durante a cerimônia: Taryne, Analu, Deyse, Rafinha, Milena, Marie e Renata)

Oscar pra mim é como se fosse um feriado, um dia especial pelo qual eu espero ansiosamente o ano inteiro. Crio mais expectativas com relação a ele do que com meu próprio aniversário: os dois geralmente acontecem na mesma semana e se eu tivesse escolher entre eles, ficaria com o Oscar sem pensar duas vezes - ou então com os dois no mesmo dia, o que aconteceu ano passado e foi lindo demais. 

O dia do Oscar parece ter uma energia diferente e quando a noite começa a cair e as estrelas iniciam seu desfile no tapete vermelho eu me sinto tomada por um êxtase muito estranho, daí o título. Nunca experimentei cocaína, mas me vejo demais na experiência da Hannah e do Elijah, num episódio de Girls dessa temporada, no qual eles resolvem cheirar e ficam falando sem parar, tendo ideias malucas, querendo fazer tudo ao mesmo tempo agora. Oscar é isso, é ficar com um olho na TV, outro no streaming do computador, trocando mensagem com as amigas numa janela, perdendo o critério e a vergonha no Twitter em outra e dizendo coisas desconexas pra quem estiver ao redor ouvir. 

Há quem goste de política, há quem goste de futebol e há quem goste do Oscar. Não importa o fato de a Academia ser ultrapassada e irrelevante na hora de identificar os melhores - função na qual ela mais erra do que acerta, vale dizer - o que importa é o burburinho, são as especulações, são as teorias que a gente cria pra tentar adivinhar o vencedor, aquilo que acontece por debaixo dos panos, os fluxogramas e análises feitas com tanto afinco e reflexão que até parecem ser destinadas a algo muito, muito sério. Mas quem tem coragem de dizer que não é sério? No fundo, não duvidem, tudo acaba em política. 

Pessoa favorita e mulher mais bonita do mundo
Tive férias atípicas esse ano - um jeito bonito de dizer que não tive férias de jeito nenhum -, de modo que não pude me dedicar a assistir a todos os indicados como costumo fazer todos os anos. Mesmo assim, na última semana fiz esforços de guerra para vencer os atrasos mais urgentes e consegui formar certas opiniões: meus favoritos a melhor filme eram Django Livre e Amor, dois filmes que não tinham a menor chance de levar o prêmio principal e por isso não me impediram de ficar bastante satisfeita com a vitória de Argo. É um filme bem à moda americana que consegue não ser tão quadrado como Lincoln, contando uma história interessante - que parece mais bacana ainda por ser real! - num ótimo ritmo, o que faz dele um trabalho bem agradável e só torna mais feio o fato de Ben Affleck não ter sido indicado a Melhor Diretor. Me realizei vendo Anne Hathaway ser premiada e ainda que tenha sido a estatueta mais previsível da noite, não me contive e chorei baldes com seu discurso, um amor tão enorme que fui capaz de perdoá-la por aquele vestido medonho. Resolvi fingir que não vi.

Outra coisa que achei melhor fingir que não aconteceu foi o Oscar da Jennifer Lawrence: digam o que quiserem, ela não mereceu aquele prêmio. Ela pode ser simpática, autêntica, musa do bracinho gordo e o que for - não me importo, morro de preguiça - mas o Oscar de ontem é de Emmanuelle Riva. Seguindo o raciocínio da Academia, se Jennifer merece o Oscar por seu trabalho em O Lado Bom da Vida - um bom filme, mas acaba aí - Julia Roberts deveria ter sido indicada por todas as comédias românticas que fez na vida. O erro da Riva foi nascer na França - não fosse por isso, JLaw e seu horroroso vestido que mais parecia um sofá de vó seriam tacados no moedor de carne - se fosse eu receber a estatueta de Melhor Atriz, vestida tal qual Naomi Watts estaria. 

Django não tinha chances como Melhor Filme e Tarantino nem foi indicado ao prêmio de direção, mas o filme rendeu dois prêmios deliciosos, o de Melhor Ator Coadjuvante pra Christoph Waltz - que merecia ter sido indicado a Melhor Ator enquanto Leo DiCaprio fosse lembrado como o coadjuvante fantástico que foi - e o roteiro original para Tarantino. Dois discursos lindos, duas pessoas maravilhosas. Tarants, tô contigo no Oscar e na vida.


No mais, me sinto mal quando leio críticas falando que a cerimônia em si foi um saco, porque eu me diverti pra caramba. Fã de musicais como sou, quanto mais cafona a coisa ficava, mais vontade eu sentia de levantar do sofá e ir dançar. Seth McFarlane é um cara que eu não suporto, cabeça por trás do filme que eu mais odiei ter assistido ano passado, Ted, mas que ganharia fácil meu coração se não falasse ou fizesse piadas e se resignasse a cantar - pra todos os efeitos, ainda assino embaixo da resenha da New Yorker sobre sua abismal babaquice. Não posso com homem cantando e dançando, e meu coração quase parou quando ele apresentou um número ao lado do Joseph Gordon-Levitt logo depois de ter cantado "The way you look tonight", que é só uma das músicas mais bonitas de todos os tempos.

Daniel, te amo, mas tô interessada nos amigos à sua esquerda
Sei lá, não sei como as pessoas não gostam do Oscar. Qual outro evento promoveria tão perfeita intersecção entre assuntos deliciosos como cinema, alta costura, galãs e picuinhas de bastidores? 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Mas nos deram espelhos

(Importante: Atendendo à pedidos e querendo me adequar às necessidades do nosso mundo moderno, larguei meus receios jacus de lado e fiz uma fanpage pro blog no Facebook, para facilitar a divulgação e compartilhar coisas bacanas que encontro pela internet. Então, por favor, curtam a página pra eu não me sentir muito sozinha por lá!)

Um monte de gente torce o nariz pras coisas que eu leio e não é raro eu escutar que não faz sentido gostar de tantos livros tristes e trágicos posto que a vida por si só já nos oferece razões suficientes pra não querer sair da cama pela manhã. Ainda que seja uma lógica um tanto quanto infantil, consigo entender o raciocínio da pessoa, mas ainda assim não deixo de sentir um pouco de pena por ela. 

Saiu no Daily Mail uma matéria falando sobre uma "nova" tendência do mercado editorial, a sick-lit, que tem contaminado os livros voltados para o público jovem de assuntos darks como doenças terminais, suicídio, depressão, auto-mutilação, abuso sexual, etc. A matéria é carregada de um moralismo disfarçado de cuidado ao falar de uma suposta má influência provocada por esses temas, tanto por fazer de tragédias pessoais um espetáculo, ao prometer lágrimas e perturbações emocionais, como por fazer uma suposta apologia a comportamentos perigosos, como auto-flagelo. 

Bati minha cabeça no teclado diversas vezes durante a leitura, porque o que o texto faz é reduzir os adolescentes a bebês grandinhos que não podem ver seu mundo cor-de-rosa maculado pelas chagas da realidade sem distorcer a história toda e sair por aí fazendo tudo de ruim que esses livros malditos estimulam. Isso, meus caros, é a Teoria da Agulha Hipodérmica, e há alguns pares de dezenas de anos que teóricos vem se digladiando para mostrar os diferentes níveis que essa perspectiva simplista e reducionista está errada, porque somos complexos demais para que alguém possa apontar o dedo para a capa de um livro ou filme e chamá-lo de culpado pela lâmina que cortou o pulso de uma garota, por aquela refeição que ela fingiu que comeu ou pela infeliz ideia que o Mark Chapman teve.

Como se não bastasse, a matéria cita logo de início "A culpa é das estrelas", aquele livro do qual eu não me canso de falar. Justamente porque eu sempre dou um jeito de citá-lo em tudo quanto é conversa, já ouvi várias vezes que não faz sentido uma história tão triste ser boa, onde já se viu a pessoa perder seu precioso tempo lendo sobre um amor entre jovens vítimas de câncer, que claramente terminará mal? O que ninguém entende é que nunca é só um livro sobre câncer, assim como "As vantagens de ser invisível" não é só um livro sobre um garoto que tem um melhor amigo suicida e um monte de traumas de infância, e engana-se quem pensa que "As virgens suicidas" termina junto com a vida das Lisbon.

Como disse a minha genial amiga Milena, todas as histórias são sobre nós. Não li todos os livros desse ~gênero~ e não duvido que haja oportunismo de alguns autores que se aproveitam dessa "onda" de choque de realidade pra lançar livros ruins, rasos e bestas, mas isso não anula o ótimo trabalho que escritores tem feito ao dar ao adolescente níveis de profundidade que muitas vezes ficam inexplorados. Estou cansada de ler livros para jovens nos quais os jovens são, na verdade, produto de uma visão simplista de um escritor adulto que se esqueceu que já teve 15 anos. Ver o amor da sua vida ir embora dói demais, mas dá pra morder o travesseiro e perder o sono por motivos mais sérios e não sei por que devemos evitar falar deles. Corajoso é o mínimo que se pode dizer de um escritor que tem coragem de mostrar que é muito mais fácil o mal estar dentro de nós do que na pele de uma figura feiosa que nos é externa e distante e do qual sempre seremos salvos no fim. 

"É cada um de nós que carrega mais sentimentos do que aparenta e nem sequer sabe como carrega-los, quem dirá como escondê-los. Sou eu que tenho sonhos e traumas que você nem desconfia e sou eu que acabo deixando os seus sonhos e os seus traumas passarem por estar ocupada demais com os meus. E nenhum de nós consegue realmente se conectar se não tentar de verdade sentir o que o outro sente e entender o porquê. Mas ainda assim, damos um jeito de ter aquele momento brilhante e ínfimo de conexão total. E é ali que mora toda a beleza de conseguir carregar tudo e saber que o outro também consegue."

A Rafaela não precisou sofrer de uma doença terminal para se preocupar com a marca que vai deixar no mundo e eu não precisei amputar minha perna para ver que todo o tempo que passei fugindo da dor foi inútil porque ela precisa ser sentida. Da mesma forma, a Analu não tem motivos pra temer morrer jovem e nem ama alguém que provavelmente vai deixá-la cedo, mas nem por isso deixou de aprender que um coração partido pode ser uma honra. Todas as histórias são sobre nós.

Queridos livros doentes, ou qualquer que seja a forma pela qual atendam: foi uma honra ter meu coração quebrado por vocês.



Para saber mais: matéria do Daily Mail, resposta do Guardian, a polêmica n'O Globo e a opinião de uma blogueira também fã desses librinhos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Jane Ryan me entenderia

No Pique de Nova York é meu filme favorito das gêmeas Olsen (aliás, por onde andam?). Sim, gosto mais dele do que de Passaporte pra Paris e até mesmo - pasmem - que As Namoradas do Papai. O filme conta a história de duas irmãs que, apesar de gêmeas (dã!) são muito diferentes e vivem brigando: enquanto Roxy é toda metaleira do tipo que não penteia o cabelo, tem um armário bagunçado e não vê problema em matar aula, Jane é do tipo certinha, nerd, uptight, que usa terninhos de tweed e quer trabalhar na ONU. As duas viajam juntas pra Nova York porque Jane tem que fazer um discurso muito importante em uma conferência  enquanto Roxy quer ir na gravação do clipe do Simple Plan. Nesse ínterim elas aprontam todas e protagonizam muitas confusões, sendo uma delas a da agenda perdida. 

Jane esquece sua agenda dentro de um carro, e como a agenda é uma extensão da sua pessoa, ela tem que dar um jeito de recuperá-la antes do seu compromisso. Foi assistindo a esse filme no cinema, aos 10 anos de idade, que eu percebi que toda mulher de sucesso tem uma agenda que é a extensão da sua pessoa. Uma agenda gorda, cheia de marcações, canetas coloridas, post-its e papéis clipados, coisa de gente importante demais pra se dar ao luxo de memorizar tudo que acontece de importante consigo. Naquela sessão de cinema, coloquei na cabeça que no futuro eu seria uma garota que carrega a vida na agenda - o sucesso viria como consequência. 


Naquela época eu ainda não sabia disso, mas os anos me mostraram que sou uma Roxy tentando desesperadamente ser Jane, numa tentativa vã de fazer aquela camiseta de banda amassada que uso pra dormir combinar com um terninho cor-de-rosa. Quem entra no meu quarto se deslumbra com a disposição dos móveis e objetos, os livros organizados por cor e todas aquelas caixinhas, cada uma pra uma coisa. No entanto, basta abrir meu armário pra ver que é tudo uma grandessíssima ilusão de ótica.

Expectativas vs. Realidade

Compro agendas desde os 10 anos, com o dinheiro que a Tia Silma sempre me dá no Natal. Escolhia sempre a mais bonita, cheia de frufrus, adesivos e desenhos e ano após ano prometia para mim que aquela fatídica nova agenda marcaria meu grand-début na condição de mulher de sucesso, pois seria aquela a escolhida para carregar a minha vida. Então eu enchia janeiro de recortes de revista e letras de música, e no primeiro dia de aula escrevia absolutamente tudo que devia fazer - de tomar banho antes de ir pra escola aos deveres de casa que os professores nunca passavam. À medida que o tempo ia passando, as anotações iam diminuindo, se restringindo inicialmente às tarefas, passando depois só para das datas das provas e depois nem isso: ela era resgatada da obsolescência só em dezembro, a época dos amigos escreverem recados e promessas de amor e amizade para o ano que viria.

No segundo colegial, sei lá por qual motivo, não comprei uma agenda. Para minha surpresa, senti falta dela. Tanta, aliás, que acabei aceitando de bom grado uma dessas pretinhas e sem frufrus, que meu pai tinha sobrando em casa. Nossa química foi tão boa que no ano seguinte larguei a mulherzice e comprei outra agenda pretinha, agenda de pai - afinal, que tipo de mulher de sucesso ainda usa agenda da Capricho? A estratégia falhou miseravelmente, acho que foi a agenda que menos usei na vida, e olha que foi o ano em que prestei vestibular!

Meu pai costuma dizer que a gente só aprende a usar alguma coisa direito quando tem real necessidade disso, muitas vezes querer sem precisar não é o suficiente. Tinha decidido não comprar uma agenda em 2013, até que, claro, o ano chegou desabando na minha cabeça logo no sétimo dia do primeiro mês - the pains of being aluna de federal. Era tanta coisa pra lembrar, ler, anotar, entregar, adiantar, revisar, xerocar e estudar que meus papéis soltos não davam mais conta do recado e sentia que minha cabeça explodiria de tantas informações e datas a serem guardadas. Até mesmo meus colegas de sala viravam pra mim, toda descabelada em meio a uma confusão de papéis e lembretes anotados na mão, e diziam que eu precisava de uma agenda.

Os recortes empolgados de início de ano, as páginas vazias do meio, e a recente tentativa de fazer dar certo
Então eu comprei - igual a da Analu, aliás - e ela demorou quase um mês pra chegar. Todos os dias eu passava na portaria do prédio, sonhando com a minha agenda, já me sentindo imunda com a quantidade de papéis, lembretes e notas no celular que eu nunca me lembrava de olhar que iam se acumulando. Coloquei a culpa de tudo de errado que acontecia na falta de agenda, porque se eu deixei aquele fichamento pra última hora e agora estava correndo contra o tempo para entregá-lo a tempo era porque, claro, eu não tinha uma agenda.

Desde que ela chegou, toda elegante com suas flores delicadas e fitinha meiga de babados, tenho me esforçado para mantê-la atualizada, organizada e pelo menos carregada com as informações da faculdade que eu não posso esquecer. Andei até passeando pelo Vida Organizada para ver se otimizava o uso da minha bonitinha (mas saí correndo em pânico depois do terceiro post). Vai ver quem nasce pra Roxy jamais poderá ser Jane, apesar do meu esforço pra parecer uma pessoa penteada e com tudo sob controle.

Isso não significa que parei de tentar: continuo carregando a agenda na bolsa todos os dias, fingindo que sou dessas que não vai pra lugar nenhum sem a fiel escudeira, caladinha esperando o sucesso chegar.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Awesome people hanging out together


Acho que um dos maiores sonhos das pessoas da minha laia (lê-se: gente que se envolve demais com ficção) é poder passar algum tempo com seus personagens favoritos. Quando leio um livro que gosto muito, ou simplesmente conheço um personagem interessante, imagino que queria que ele fosse meu amigo ou que estudasse na minha escola pra gente bater um papo qualquer dia dessas. O paraíso, logicamente, seria organizar um jantar só com personagens queridinhos da literatura, e essa é a proposta da TAG Jantar Literário, que surgiu com a galera do Youtube e deu à Rafinha a ideia de fazermos os nossos também.

E aí, quem quer um convite pro meu jantar?

(A voz rouca de gripe e os olhos inchados de sono são cortesia da casa)


Quem quiser participar da brincadeira pode ficar à vontade, em vídeo ou em texto. Indico especificamente a Milena e a Mayra =)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Coração gelado

Ou: Como proceder quando você não ama Os Miseráveis tanto assim


Assim como a Analu, eu amo me apaixonar pelas coisas. Amo mesmo. Adoro quando vejo um filme que vira minha cabeça, que não me deixa pensar ou falar sobre qualquer outra coisa depois que saio da sessão, que me obriga a escrever sobre ele de toda a forma que eu posso, que me força a recomendá-lo pra todas as pessoas que conheço. Sou viciada na sensação de querer misturar as palavras de um livro querido com algum quitute gostoso e cremoso. 

Por isso, fico frustrada quando não amo tanto assim alguma coisa que eu tinha tudo pra amar, ou, ao menos, estava extremamente predisposta a tanto. Com Os Miseráveis aconteceu isso. 

Eu comecei a pirar assim que soube que a Anne Hathaway faria parte da adaptação, que seria um musical. Pirei porque vocês sabem que não importa o que essa mulher resolva fazer, lá estarei eu, fielmente, trajada com uma blusa com suas iniciais grafadas, saia plissada, pompons e colar com pingente de pêras genovianas. Ver Anne fazendo um musical de verdade é ter a chance de realmente apreciar seu talento nesse tipo de produção, anteriormente reservado ao podre (porém ótimo) Ella Enchanted. Além de tudo, todos os aspectos desse filme cheiram a Oscar, e eu acho que já está na hora da Anne entrar pra história da Academia - coisa que já devia ter acontecido depois de O Casamento de Rachel, mas isso é outro papo.

Chorei vendo o trailer pela primeira vez. Chorei mesmo. Ouvi-la cantando "I dreamed a dream" enquanto uma pessoa suja raspa sua cabeça é demais pro meu coração, sabe. Assisti ao trailer diversas vezes, e ainda assim, quando o vi na tela grande pela primeira vez, pensei que não tinha sistema cardiovascular e lágrimas o suficiente pra aguentar o tranco. Anne Hathaway comendo o pão que o diabo amassou numa das histórias mais tristes e emocionantes da literatura, transformada em musical, é o tipo de coisa que faz a gente questionar a saúde do coração. 

Então fui assistir né. Arrepiando desde a primeira cena. Ai meu Deus o Hugh Jackman magro e velho, essa aguaceira, tô arrepiando. Ai que simbolismo lindo ele carregando esse mastro. Ai que estranho o Russell Crowe cantando, mas olha que ótimo isso e aquilo, e aquele outro e os anos se passaram e Fantine entrou em cena. Fantine, a mais desgraçada da história toda, a que trabalhava pra dar de comer à filha, que teve que dar nos braços de estranhos já que não podia sustentá-la. Fantine, humilhadíssima, na lama, porque descobriram que ela não era virginal e pura como davam a entender seus olhos doces e lindos cachos. Fantine, que perdeu tudo, até os cabelos. Os dentes. O orgulho. Me falaram antes que a gente espera que a cena com a canção antológica da produção seja, de fato, antológica, mas ela consegue surpreender. Eu esperava tudo e Annuxa me entregou ainda mais. O quadro é composto por ela e seu rosto magro e sujo, quase feio depois de tanto sofrimento, e ela começa. Gente, que dor. Que dor horrorosa. Que música linda. Que coisa mais cruel de se cantar essa, a de um dia ter sonhado que a vida seria diferente desse inferno que a gente vive. Fantine, quem nunca, amiga? 


Enxuguei as lágrimas, olhei pro lado e vi os amigos esfregando os olhos. Trocamos olhares: tombou, missão cumprida, podemos ir embora.

Devíamos mesmo.

Os anos se passam de novo e a coisa desanda. Me dói quase tanto a dor sentida pela pobre Fantine dizer isso, mas depois que ela sai de cena perdi o interesse pela história, quase que completamente. Vocês vão me desculpar, mas revolução francesa e musical são duas coisas que nunca deveriam ter se misturado, e eu sou uma pessoa que gosta de musicais. Exagero: o problema do filme nem são as músicas, a maioria delas é linda, excelente. Foda mesmo, num mau sentido, são os diálogos musicados. Quando foi que a gente começou a subestimar essa interatividade tão básica entre dois personagens? Lembro da crítica do André Barcinski, dura, mas necessária em alguns momentos: "os atores cantam o tempo todo, mesmo nos diálogos mais insípidos (“Me passa o saaaaaaaaaaal…”, “Boa noooooooooiteeeeeeee…”)" O recurso mal utilizado infelizmente me levou a, várias vezes, parar de levar aquilo a sério. Cortou o clima. 

Me apaixonei pelo pequeno Gavroche, senti profundamente o recalque da pobre Eponine e queria um spin-off da história que contasse só com números do Sacha Baron Cohen junto da Helena Bonham Carter, atores criticados por fazerem sempre os mesmos personagens, mas hei de concordar com eles: por que mexer num time que está ganhando tão bem? Uma dose de alívio em meio a tanta monotonia e impulsos frequentes de dar aquela olhadinha no Instagram. 

Quando o filme acabou, meu amigo Matheus olhou pra mim e disse: é, um filme belo. Rinna preferiu não tecer comentários. Natália enxugou as lágrimas e disse que queria ver de novo. Fiquei com o Matheus, um filme belo. Belo, no entanto, é um adjetivo pomposo e frio demais pra se descrever um filme que deveria nos dar nó nas tripas de emoção. Queria ter que esperar alguns minutos antes de sair da sala, pra recolher meus caquinhos antes de seguir com a vida. Queria, assim como a Natália, ficar ali esperando até a próxima sessão, porque isso já aconteceu tantas outras vezes, com tantos outros filmes. E eu só queria comer alguma coisa e, sei lá, sair cantando, porque foi tanta cantoria que pareceu até ofensivo que não fôssemos convidados a cantar junto, uma coisa meio: então tive que passar quase três horas vendo vocês guerrearem ao som de falsetes e não posso dar nem uns gritinhos? Solta aí a música do Titanic que hoje eu quero quebrar umas taças!

No fim das contas, diga ao povo que gostei. Gostei, mas não amei não. Gostei, mas só vejo de novo daqui uns três anos - ou mais. Gostei, mas acho que o Tom Hooper deveria assistir My Fair Lady e ser um pouquinho menos cafona. Gostei, mas prefiro o Hugh Jackman de Wolverine e o Russell Crowe na vida da Tary. Gostei, mas nem Fantine foi capaz de aquecer meu coração ao ponto de me fazer ignorar todo o resto e amar demais.

E Deus é testemunha que eu sonhei um sonho de amar demais.

Obrigada por existir, internet <3 td="">

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Lidando com o batom vermelho

(O título desse post foi uma criação da Rafa, a partir de uma brincadeira na Máfia onde cada uma deveria criar um título pra pessoa acima postar, tipo uma nostalgia dos jogos do Orkut, sabe? Eu dei o título pra Marcela, e o resultado é esse aqui)

Extra! Extra! Direto do baú das minhas analogias grosseiras, venho por meio deste compartilhar com vocês a conclusão de que a humanidade pode ser dividida entre pessoas batom vermelho e pessoas smoky eyes, estando as primeiras muito mais pra diferentes (onde lê-se: FREAKS) e as últimas mais dentro da casinha do que fora dela com maquiagem borrada na Galeria do Rock. 

Eu sou uma pessoa batom vermelho, e o fato de que desde criança eu procure pretextos pra pintar minha boca dessa cor e que hoje não viva sem ela é só uma feliz coincidência. 

A maioria das mulheres tem um certo receio de usar batom vermelho. Medo de parecer piranha, medo de parecer palhaça, medo de chamar atenção demais e sabe lá Deus a quantidade de paranoias que conseguimos alimentar dentro das nossas cabeças. Eu já tive medo de batom vermelho também, claro. Só que esse medo durou mais ou menos até o momento que eu me olhei no espelho sem ele e decidi que faltava alguma coisa. Eu podia ir pr'aquela festa sem rímel, sem brincos e até seria mais fácil esquecer as chaves de casa do que pisar naquele salão sem o meu batom. 

O batom sou eu, lógico. Eu, que muito mais escuto do que falo, que muito mais olho do que faço e, principalmente, muito mais penso do que tiro a bunda da cadeira pra agir. Em um dos ensaios do maravilhoso de "Como ficar sozinho", o Franzen diz que existem dois tipos de solidão, e o mais perigoso deles é o daquela pessoa que se coloca sozinha, que se acostuma tanto a viver num mundo dela mesma que sente dificuldades de sair da casca e ir viver no mundo real. Acho que ser batom vermelho é mais ou menos isso. Parece poético de longe e um monte de gente tem vontade de experimentar, mas um medo e uma paranoia lá no fundo sempre os segura longe desse emaranhado maluco que faz de nós quem somos. 

Pessoas como eu não se assustam com essa visão porque ela é natural demais. A gente só sabe viver desse jeito, ainda que fiquemos o tempo todo imaginando se tem batom no nosso dente. O que vemos da janela é um bando de gente que parece ter vindo ao mundo com um manual de instruções para a vida que nós perdemos por estarmos demasiado envolvidos numa discussão com Deus, tentando barganhar uma nuvem em formato de pônei para olharmos quando estivéssemos aqui na Terra. 


Eu nunca consegui fazer uma maquiagem preta nos olhos, dessas que a menina aprende na lição 1, parágrafo 1, inciso primeiro na cartilha de maquiagens práticas para o dia-a-dia e as noites da mulher moderna. Passo infinitos minutos encarando aquele quadradinho preto na minha paleta de sombras, coloco o pincel de leve por cima e quero gritar sempre que ele encosta na pálpebra. Não sei se aquela menina que me encara do outro lado do espelho está bonita ou não, mas sei que ela não sou eu. Ao fundo, fico escutando o Frank Sinatra cantar "The lady is a tramp" e tenho medo, porque sempre fui uma pessoa "Strangers in the night", sabe como é. Medo de parecer piranha, medo de parecer palhaça, medo de chamar atenção demais e medo de parecer a Effy de Skins. Então desisto, esfrego os olhos, passo meu batom vermelho e nossa, olha eu ali do outro lado, que saudades, por ande andei enquanto eu me procurava?

Usar sombra preta, no meu mundo, é desasnar pra vida. Fazer aquilo que a maioria das pessoas faz como se fosse a coisa mais simples do mundo, mas sem conseguir me livrar da sensação de que saí de casa com graxa nos olhos. Diante de certas situações, sinto que em algum ponto da vida perdi a chance de levar um empurrão de alguém, um chute na bunda que fosse, levanta-te e anda, Anna Vitória. Ou pode ser também que eu tenha ignorado os sinais de siga em frente porque parei no meio da rua pra procurar aquela nuvem em formato equino, pra ver se ela estava no mesmo lugar onde eu havia deixado um dia. Participar não deveria ser uma resolução de ano novo, sabe, e é nesse ponto que eu tanto me identifico com o Charlie, de "As vantagens de ser invisível", que um monte de gente acredita ser um personagem meio besta, outros queriam salvar, e eu só queria estender a mão e dizer: toca aí, amigo. 

Já passei da fase de querer esfregar fora o batom, tentar mudar quem eu sou e na maior parte dos dias sou apaixonada pelo meu lado batom vermelho, mas tem dias que não consigo me livrar da sensação de que seria muito mais fácil viver sem me preocupar se tô andando por aí com batom nos dentes.

EXPECTATIONS



REALITY

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Catástrofes que são engraçadas por serem muito ridículas

"Não sou tão inepto como me represento com finalidade cômica. Minha vida não é uma série de problemas catastróficos que são engraçados por serem muito ridículos. É uma existência muito mais sem graça". 

Não é à toa que essa frase do Woody Allen fez parte do layout do blog por um bom tempo. Uma boa parte dos posts aqui do blog tem histórias minhas passando por alguma situação tragicômica, e eu adoro fazer esse tipo de texto. Como diz o Antonio Prata, na frase que está ali no sidebar, essa é a minha forma de transformar ressentimento em graça. Eu nunca inventei história alguma, mas no papel - ou no blog - as coisas parecem ser mais patéticas, mais desastrosas, mais roteiro de Friends, mas é tudo pela comédia, pra eu não enlouquecer e sair chutando cachorro na rua.

Já passei por poucas e boas, vocês sabem, de cair em buracos no mar a ficar semi-nua no metrô, mas nos meus melhores dias eu acho que superestimo minha coleção de tragédias patéticas por sua finalidade cômica. Já perdi o ônibus algumas vezes, mas na maioria delas eu consegui chegar a tempo. Já levei muitos tombos em público, mas no geral eu consigo me manter em pé ou me equilibrar antes de me ver de quatro no pátio da escola. Já tomei muita chuva na cabeça, mas é muito mais comum eu chegar em casa cinco minutos antes do céu desabar.

Não, pera.

Ontem, queridos leitores, toda essa reflexão otimista foi, literalmente, por água abaixo. Ontem foi aquele dia em que eu realmente olhei pro céu e pensei: SÉRIO? SÉRIO MESMO? 

Eu tive uma semana horrível. Péssima, estressante, cansativa pra caramba, e desde segunda-feira que eu esperava ansiosamente pela sexta, pela hora que eu pudesse sair da faculdade dando estrelinhas e cantando alguma música do High School Musical. Essa hora chegou, porque Deus é bom, mas chegou um pouco atrasada. Tive uma reunião de última hora, que me segurou na universidade por umas duas horas a mais, totalmente vãs, já que o professor não apareceu. Quando cansei e decidi ir pra casa, começou a chover. 

Até aí tudo bem, porque nesse verão isso tem acontecido quase todos os dias, sempre quando eu estou voltando pra casa. Guardei o caderno e as folhas que eu carregava na bolsa, saquei meu guarda-chuva cor-de-rosa e fui. Cerca de três minutos depois, quando eu já estava longe o suficiente pra não valer a pena voltar, começa a tempestade. Foi tão rápido que num momento eu estava assobiando "What time is it?" e no outro eu estava encharcada da cabeça aos pés, tentando recuperar meu guarda-chuva que tinha virado do avesso, sentindo pedrinhas baterem na minha cabeça, porque chovia granizo. Então tive aquela acesso de umbiguismo e olhei pro céu cheia de marra: MAS É MUITA SACANAGEM.

Eu estava estou bem gripada e ainda por cima carregava uma porção de coisas importantes na bolsa, que era nova e eu não sabia se as coisas lá dentro ficariam protegidas. Só conseguia pensar nos textos de Teoria da Comunicação e nos milhões de reais em xerox que eu teria que pagar de novo caso eles se perdessem, sem contar o livro da biblioteca que também estava comigo. E no meu iPod. E que eu passaria o carnaval inteiro de cama, compulsoriamente, ardendo em febre e querendo morrer. 

Foi bem irresponsável da minha parte ir pra casa mesmo com aquele temporal, mas pior do que encarar aquela chuva, naquele momento, era mesmo ter que entrar na padaria e ficar lá pingando e tremendo de frio vendo todo mundo comentar sobre mim em voz baixa. Passei em frente a um bar e tive que aguentar os homens tirando com a minha cara. Tive medo de verdade de ser levada pelo vento ou coisa do tipo, principalmente depois que a enxurrada tomou a calçada e eu me vi andando no meio da rua. Foram mais ou menos uns sete minutos de caminhada que pareceram horas, e minha casa nunca pareceu tão longe. Correr pela rua embaixo da chuva foi bem menos cinematográfico do que eu imaginava que seria.

Cheguei, enfim, depois de ensopar todo o hall do prédio e deixar um rastro de água atrás de mim. Fui salvar as coisas que estava dentro da bolsa - felizmente, só um texto teve perda total e meu iPod vive - e no momento que cheguei na sacada para colocar meu guarda-chuva, a chuva tinha parado por completo. Simples assim. Havia até um resto de luz do sol por trás das nuvens, como se aqueles dez minutos de água gelada e horror jamais tivessem acontecidos. 

Ontem eu realmente vivi uma catástrofe engraçada por ser muito ridícula, tanto que nem consegui transformá-la em uma crônica baseada em Temporal de Amor, sucesso do Leandro e Leonardo que tem tocado incessantemente na minha cabeça desde o banho quente pós-chuva de ontem. 


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Sobre nós

Fico super feliz sempre que surge na blogosfera algum meme cheio de perguntinhas pra responder. Assim como no caso da Analu, meu ego fica todo pimpão diante da ilusão de uma entrevista de verdade, sem falar que, para quem lê, é sempre bacana saber um pouco mais sobre os bastidores do blog, se é que isso existe. Eu, pelo menos, adoro ler esse tipo de postagem nos meus blogs favoritos. Sem mais delongas, vamos ao questionário da vez:

1 - Como surgiu o nome do blog?

Nem Avril Lavigne, nem Boys Like Girls, Acceptance, muito menos uma epifania genial: a verdade é que passei cerca de seis meses planejando o blog antes de colocá-lo no ar e todo esse tempo me foi insuficiente para pensar num nome bacana. Num impulso, coloquei So Contagious, cuja inspiração foi tão significativa que agora não lembro mais de onde pesquei a palavra. Quando quero me sentir melhor com relação a essa superficialidade, minto pra mim mesma que tirei o nome do refrão da música "Us", da Regina Spektor. 

2 - Há quanto tempo o blog existe?

Embora os arquivos comecem em dezembro de 2008, SoSo nasceu em dezembro de 2007 (!) e todo esse ano de posts foi perdido quando o Uol Blog deu um tilt e eu perdi os meus primeiros passos na blogosfera - fato que, aliás, eu pouco lamento.

3 - Como você divulga o blog?

Eu não divulgo o blog, pra início de conversa. O máximo que faço é avisar no Twitter que postei e comentar, quando dá, em alguns outros posts. Já foi sugerido um punhado de vezes que eu criasse uma fanpage no Facebook, justamente pra facilitar na divulgação das atualizações, mas faço parte da corrente blogueira que se sente desconfortável diante da ideia de pessoas que eu conheço lendo o blog. Não tenho nada a esconder e nem mantenho o blog em segredo, só não faço esforço pra que os outros o descubram. É um sentimento de invasão completamente irracional, mas que existe e está comigo desde que tive meu primeiro blog. 

4 - Quais assuntos tem mais visualizações?

Como vocês podem conferir ali no sidebar, não existe um padrão coerente de assunto entre os posts mais vistos. Desde que comecei a usar esse recurso que a saga do batom vermelho se mantém no topo das visualizações, muito provavelmente por conta das pessoas que jogaram "batom vermelho" no Google em busca de um blog de modas. Consigo entender como os posts sobre Jogos Vorazes, One Day e a lista com meus casais favoritos foram parar ali, mas jamais vou entender toda a comoção em torno de posts como o da minha primeira experiência andando de ônibus sozinha e da minha pira que teve como resultado uma analogia entre Velozes e Furiosos e The O.C. Foram posts escritos tão aleatoriamente que fico surpresa com a quantidade de acessos.

5 - O que motivou você a criar um blog?

Nunca consegui manter diários, mas sentia necessidade de registrar as coisas que passavam pela minha cabeça em algum lugar. Então eu fiz um blog. Hoje, claro, as motivações são diferentes, mas foi assim que tudo começou.

6 - Onde você mora?

Uberlândia - Minas Gerais

7 - Quais são os objetivos do blog?

Meu blog sempre foi um espaço pra eu me divertir e escrever o que desse na telha. Se algum dia ele foi mais do que isso ou abriu portas para outras coisas, foi um lucro não planejado - mas aceito de muito bom grado. 

8 - Quais blogs você visita frequentemente?

Aqueles que estão no blogroll. Sei que não sou uma assídua comentadora em blogs alheios e me sinto mal com isso, mas a verdade é que me falta tempo e, em muitos casos, o que dizer. Não passo um dia sem passar o olho em um blog ou dois, mas se tivesse que comentar em tudo o que leio, não faria outra coisa da vida. É um saco, porque eu tenho blog e sei como é legal receber uma resposta àquilo que a gente escreve, mas nem sempre dá tempo.

9 - O que te inspira a criar os posts?

Aquele velho clichezão: tudo que eu vivo, leio, escuto, penso, assisto pode virar um post. Os arquivos são uma prova disso. 

10 - Qual sua idade?

18 anos.

11 - Além do blog, tem alguma outra ocupação? Se sim, qual?

Além de escrever aqui no SC, sou colaboradora recém promovida a editora de cinema da Revista 21 e mantenho uma coluna quinzenal lá no Move That Jukebox, a Coffee&TV. Na vida offline, faço faculdade de Jornalismo, sou filha, neta, amiga e dona de um poodle que é puro amor e açúcar, o Chico. 

12 - O que mais gosta de fazer nos finais de semana?

Adoro quando consigo equilibrar vida social com descanso, mas na maior parte das vezes sinto que ou passei tempo demais deitada na cama com o notebook na barriga ou que precisava de um fim de semana pra me recuperar daquele que passou. Aproveito pra dormir até mais tarde, dormir à tarde, ir a igreja, ver os meus amigos, ir ao cinema e sair pra comer. Dependendo do meu humor e do alinhamento dos planetas até topo uma balada: adoro sair pra dançar e sou obcecada por karaokês. De resto, meus sábados em sua maioria terminam com a boa e velha partyhard de sempre, no chat do Facebook, com Analu, Taryne e eu assistindo Grey's Anatomy, rindo (às vezes chorando) e falando sobre a vida, o universo, a Taylor Swift e tudo mais. 

13 - Gosta de café?

Sou aquele esteriótipo de pessoa que pela manhã mal consegue abrir os olhos e articular direito as palavras senão depois de uma xícara caneca de café e que sente uma pontinha chata de dor de cabeça se não toma aquele gole durante a tarde. Não é à toa que café da manhã e café da tarde são minhas refeições favoritas.

14 - Pretende fazer algo para o blog em 2013?

Gosto bastante de fazer vídeos e sempre que posto um novo sinto que deveria fazer isso mais vezes. De resto, pretendo seguir nessa mesma toada, não me deixando sucumbir pela correria do dia-a-dia e encontrando energia pra transformar banalidades em histórias pra contar. 

Um monte de gente já fez esse meme e como ainda estou na Bahia, a internet não me permite sair fazendo ronda pra indicar corretamente, então se você já respondeu ou foi indicada, sinta-se a vontade em ignorar. De resto, convido a Mayra, a Amandinha, a Dani, a Del e a Larie a responderem essas perguntas. =)