sábado, 21 de novembro de 2015

Mega-Sena acumulada

Uma coisa bem representativa do meu estado de espírito dos últimos tempos é que conversando com meus amigos sobre o que faríamos caso ganhássemos na loteria (que ninguém jogou) a primeira resposta que me veio na cabeça foi: largaria o estágio para passar uma semana fechada num quarto de hotel terminando meu TCC.

Eu poderia dizer um milhão de coisas absurdas, malucas e fora da realidade, eu poderia me unir ao clichê e dizer que jogaria tudo para o alto e viajaria o mundo, mas a única coisa que consegui pensar é que queria muito uma semana de folga no trabalho e sete dias sem ver ninguém, só escrevendo e pedindo serviço de quarto.

Eu poderia COMPRAR um TCC pronto com garantia de aprovação, mas realmente estou gostando disso, só queria mesmo que me deixassem em paz (e me servissem croissants de café da manhã).




Falta uma semana.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Made In The AM: sentimentos são os únicos fatos

Interrompemos nossa programação anedotária, melancólica e sentimental para uma intervenção necessária à sanidade mental da blogueira que vos escreve. Hoje é segunda-feira e desconfio que ninguém aqui precise do Estado Islâmico, da polícia militar de São Paulo ou da tabela periódica inteira que invade os rios brasileiros para nos matar lentamente. Vamos todos morrer mesmo, e é por isso que hoje, queridos leitores, nós vamos falar sobre One Direction. Me agradeçam depois. 

LOUIS MUITO GATO NESSA CAPA BENZADEUS
Eis que na fatídica sexta-feira 13 nossos meninos lançaram um disco novo, como já tem se tornado uma feliz tradição que ilumina nossos novembros. No entanto, 2015 é diferente: Made In The AM é o primeiro trabalho deles sem nosso coqueluche misterioso Zayn Malik e o último antes do hiatus da banda, que não vai sair em turnê e sabe Deus se algum dia volta. O que penso sobre isso? Assim como o carnaval, toda boyband em seu fim. Foi uma longa e incansável jornada (cinco discos e cinco turnês em cinco anos!), e se Made In The AM for a última novidade que eles tiverem para oferecer ao mundo, arrisco dizer que eles vão embora deixando saudade o bastante para cobrarem preços extorsivos a cada vez que resolverem sair em turnê pelos velhos tempos - afinal, a gente não pode morrer sem ouvir Perfect ao vivo.

Não sei se foi o timing - nunca ouvi tanto pop como em 2015 porque nunca precisei tanto do pop como em 2015 -, o desgaste dos últimos meses, a urgência de sentir aquela felicidade besta e genuína que só uma boyband de meninos lindos e imbecis pode trazer, mas o fato é que a única coisa que posso dizer na forma de uma avaliação prematura é que minha música favorita são todas (MARTINS, Milena. 2015) e feelings are the only facts. Como preciso de mais espaço para compartilhar gifs do Harry Styles, farei aquele faixa a faixa malandro para quem interessar possa, com minhas reações a respeito de cada música desse álbum que já é uma das melhores coisas de 2015, ano oficial da adolescência tardia (por favor, leiam esse texto da Anne T. Donahue explicando por que o dia em que o One Direction e o Justin Bieber lançam um disco é o dia mais importante da nossa vida de escravos do pop).

Querido leitor, deixe seu coração gelado lá fora junto com os sapatos, se aconchegue aqui no sofá, me dê a mão e aproveite a viagem:

1) Hey Angel



Bom, eu vou dizer: essa música é a "Bittersweet Symphony" dos nossos tempos. Não adianta negar, EU SEI que você pensou a mesma coisa e ficou com vergonha de dizer. Vergonha não, receio. Pelo menos foi isso que eu senti logo quando dei play na música e imediatamente comecei a pensar que já tinha ouvido aquilo antes, mas não lembrava onde. Então a cena final de Segundas Intenções veio na minha cabeça e não tinha mais como negar as aparências e disfarçar as evidências. Ainda bem que a Brodie Lancaster percebeu a mesma coisa, e se ela publicou isso na Vulture, meu irmãozinho, o diário virtual So Contagious está autorizado a assinar embaixo.

Esperava que o anjo do título fosse mais um vocativo sapeca pra uma mocinha sortuda? Esperava, mas adorei essa coisa mística acontecendo na letra de uma música com astral perfeito pra abrir um disco.

2) Drag Me Down

NOBODY NOBODY
Então, eu tenho uma relação problemática com essa música. Eu absolutamente ODIEI nas primeiras vezes em que ouvi, e ainda mantenho meu posicionamento de que ela não se parece nada com eles, mas sim com algum hit genérico com feat do David Guetta ou do Calvin Harris. Sempre que escuto a parte do Liam consigo visualizar algum BBB bêbado no fim da festa, pulando sozinho com o braço pra cima. "All my life you stood by me, when no one else was ever behMINHA MÚSICA TE AMO MÃE OBRIGADA BRASIL!!111". Sabe? Dispenso.

No entanto, não sou de ferro: depois de certa insistência, me apeguei. É um hit, afinal, e hits são feitos pra isso: grudar, apesar dos nossos melhores esforços.¯\_(ツ)_/¯

3) Perfect


Esse é o momento em que eu me exalto, porque nenhuma fanfic mental pode ser melhor do que o ponto que "Perfect" adiciona à nossa narrativa da história secreta de Harry Styles e Taylor Swift. É como se tudo que já foi feito e dito até agora fosse uma preparação pro momento em que o Harry diz que é perfeito para uma pessoa que está procurando alguém sobre quem escrever suas músicas de fim de namoro. Tá tudo ali: os encontros secretos (orientação sexual: Harry Styles pronunciando rendez-vous, como bem apontou minha amiga Rafaela Venturim), o mistério, a sedução, a TENSÃO, os sentimentos. Eu não tenho capacidade para lidar com essas informações.

* Eu sei que tem quem defenda toda uma carga LARRY nessa música, mas eu simplesmente não consigo desapegar da minha ideia fixa e não tenho tempo de ficar caçando evidências de outra narrativa de fã então se quiserem resumir nos comentários ficarei bem feliz, mas deixo essa pros jovens.


Apenas contemplem esse mash-up. A cultura pop ela é simplesmente maravilhosa.

Além disso (!), tem o fato de que TODOS

todos mesmo
ESTÃO


EXTREMAMENTE GATOS


NESSE CLIPE


Se eu fosse 10 anos mais nova estaria nesse momento escrevendo uma carta de metro pra cada um deles. Melhor música do meu ano, obrigada One Direction. 



Depois da saraivada de balas oferecida por "Perfect", a gente precisa respirar. "Infinity" faz isso por nós. Não sou a maior fã das baladas do 1D (pasmem!), mas tenho meus momentos. Essa música parece trilha sonora promocional de franquias milionárias, tipo Crepúsculo ou Jogos Vorazes. Já podem negociar com algum blockbuster aí se quiserem fazer um troquinho nas férias - quero minha comissão, tá?

5) End Of The Day


MUITO APEGO por essa canção. Ela tem tudo que eu mais gosto na banda: letra romantiquinha, muito ALTO ASTRAL E SENTIMENTOS E POSITIVIDADE, com selinho FEELINGS ARE THE ONLY FACTS de aprovação. Além disso, musicalmente ela tem uma estrutura interessante, com uma super quebra de ritmo quando entra o refrão. Já ouvi aproximadamente 15 mil vezes e ainda não deixou de ser legal.

YOU AND I CAN STAY AWAKE AND KEEP ON DREAMING
YOU AND I CAN STAY AWAKE AND KEEP ON DREAMING

6) If I Could Fly & 7) Long Way Down


Coloquei as duas juntas porque são duas baladas, e eu sinceramente tenho dificuldade de diferenciar uma da outra. É uma balada. Sentimentos? Gostei bastante das duas, mas estou num momento vulnerável e não se essa opinião se manterá por muito tempo porque REALMENTE não é o tipo de música que eu gosto. "If I Could Fly" parece algo que uma boyband genérica apresentaria no X-Factor, e não sei até que ponto isso é um elogio. "Long Way Down", por sua vez, me lembrou Ed Sheeran. Tema romântico de casal de novela das sete. Façam o que quiser com essa observação.

Mas tô ouvindo, tô curtindo.

8) Never Enough & 9) Olivia


 

Novamente agrupei duas músicas porque elas são MUITO parecidas, poderia quase ser um medley. Mas são duas gêmeas adoráveis e, do fundo do meu coração, é totalmente algo que o Paul McCartney faria. Ou pelo menos músicas que ele gostaria bastante. Abra seu coração, você vai concordar comigo.

"Never Enough" é a cara deles, divertida, chiclete, mas diferente e interessante ao mesmo tempo. Os gritos de "COME OOOOOON" do Liam são preciosos. Já "Olivia" é uma obra de arte. Eu sinceramente queria chamar uma filha de Olivia só pra dar de presente pra ela uma música escrita pelo Harry Styles que diz "I live for you, I long for you, Olivia. I've been idolising the light in your eyes, Olivia". Se você acha que essa música não pertence ao Sgt. Peppers, você não entendeu o Sgt. Peppers - pelo menos não o coração do Paul McCartney contido nele.

10) What a Feeling


Acho que foi a única música que eu realmente não gostei, MAS ESSA SOU EU. Lembrando que odiei Out Of The Woods quando foi lançada e hoje é uma das minhas favoritas do 1989, então podemos sempre contar com um efeito rebote. Por enquanto me parece exatamente o tipo de música que algum deles vai lançar quando resolver sair em carreira solo, os minutos finais de fama antes de morrer ou ir pra Record.

11) Love You Goodbye


Balada cafonérrima. Adorei.

12) I Want To Write You a Song


Essa música me lembra muito "Hey There, Delilah". Coincidência? Acho que não (HAHAHA QUE FASE, LOUIS). Acústica fofinha, gostei.

13) History


Meu Deus, que canção deliciosa. Ela parece parte de um musical, ela pede pelo amor de Deus por uma versão acapella em Pitch Perfect 3. Que delícia. Que vibe boa. Que bombom de maracujá. Quero dar a mão pra eles e cantar isso dançando em roda enquanto aplaudimos o pôr-do-sol na nossa cerimônia de casamento poliamoroso. Quando fizerem um remake de Curtindo a Vida Adoidado em 2035 eu tenho certeza que o Ferris vai cantar History no meio do desfile em Chicago.

14) Temporary Fix 


OLHA SÓ ESSES DANADINHOS, cheios de segundas, terceiras e quartas intenções. Tell me about waking up in my t-shirt, let me be your goodnight, climb over me while I climb in the backseat, LET ME TOUCH YOU WHERE YOUR HEART IS. Acho que ouvir isso vai causar nas pré-adolescentes o mesmo estrago que Enrosca na versão do Júnior provocou em mim. ¯\_(ツ)_/¯

Além da safadeza a música é ótima, divertida e cativante, não sei por que eles deixaram como faixa bônus.

15) Walking In The Wind

Bem bônus track mesmo, dessas que você nem percebe que o CD ainda tá tocando e pensa se o player já começou uma aleatória. Desculpa.

16) Wolves 

Toda uma coisa Electric Light Orchestra acontecendo, ou qualquer banda goodvibes dos anos 70 (que acontece em vários momentos do disco, aliás). Apesar disso, não me provocou nenhuma paixão especial.

17) A.M


Juro que isso não sou eu forçando a barra, mas é uma música muito Taylor Swift. Ela poderia facilmente estar no Red, ali nas faixas finais. É uma letra cheia de imagens, conversas na madrugada, nostalgia, e don't wanna sleep 'cause we're dreaming out loud é tão típico de Taylorene que poderia jurar que tinha uma colaboração envolvida. Mas com isso não quero dizer nada, até porque ela parece falar mais sobre amizade e a própria história dos meninos do que qualquer outra coisa. É só uma pequena e inocente observação.

E com isso concluo essa extensa avaliação. De um modo geral, gostei MUITO do disco, as músicas boas são realmente muito boas, e as mais ou menos são boas o bastante pra vencerem a preguiça de mudar de faixa. Peço perdão por todos os limites ultrapassados nesse post, e em breve voltamos com a programação normal.

Pela atenção, muito obrigada.


sábado, 14 de novembro de 2015

Espaço dedicado a sentir muito

Numa guerra não se matam milhares de pessoas. Mata-se alguém que adora espaguete.
Nós que aqui estamos por vós esperamos (Marcelo Masagão)


Eu estava feliz ontem à noite. Era sexta-feira e eu estava sozinha em casa dando uma festa pra mim mesma, ouvindo o disco novo do One Direction enquanto pintava meu cabelo de cor-de-rosa. Pois é. É um cenário ridículo diante dos fatos, mas era exatamente isso que eu estava fazendo quando o mundo começou a acabar.

Sei que ninguém se importa com o que eu estava fazendo, muito menos com o que tudo isso me fez sentir, porque nada disso é sobre mim. Certo? Uma parte de mim diz que sim, mas outra, que nas últimas semanas tem atendido pelo nome de Amanda Palmer, me alerta para o outro lado. Tragédias humanas, sejam elas do lado de casa ou do outro lado do mundo, mexem com a gente porque graças a Deus a empatia ainda existe. Ela escreve: anular a possibilidade de empatia é a anular a possibilidade de compreensão. 

Nunca pensei que fosse chorar a morte de um rio, mas isso aconteceu. Fui surpreendida ao engasgar contando para minha mãe sobre os atentados de Paris. Poderia dizer que crescer tem me transformado numa pessoa emocionalmente incapaz de lidar com o mundo, mas acho que prefiro essa fragilidade assustadora a estar sempre a uma distância segura das pessoas e dos fatos, aquele lugar sedutor em que muitos de nós vivemos, nos escondemos e para o qual corremos em busca do que pensamos ser segurança emocional. Quem escreveu isso foi a Brené Brown, no prefácio dessa joia de livro que é A Arte de Pedir. Essa distância só torna mais difícil a missão de descobrir quem somos e de entendermos uns aos outros, e o resultado é esse aí que estamos vendo. 

Não sou ingênua ao ponto de acreditar que o amor, sozinho, é a solução para todos os problemas do mundo. Mentira, isso é tudo que eu acredito na minha vida, mas sei que não é tão simples assim. No entanto, isso é tudo que eu tenho a oferecer. Em momentos como esse é muito fácil acreditar que as pessoas são horríveis e a humanidade não deu certo, então vamos lembrar dos taxistas que levaram as pessoas pra casa de graça durante os atentados, de quem abriu as portas para acolher aqueles que estavam na rua, da mobilização para levar água e mantimentos para o pessoal em Mariana (mesmo que isso não seja nossa responsabilidade, não é Vale?), dos biólogos empenhados em salvar as espécies de peixes, dos bombeiros resgatando cães e cavalos, vamos olhar para quem ajuda.

Às vezes as pessoas se mostram inconfiáveis.
Quando isso acontece, a reação correta não é:
- Porra! Eu sabia que não podia confiar em ninguém!
A reação correta é:
- Tem uns que são uns bostas.
E segue-se em frente.
A arte de pedir (Amanda Palmer)

Escrevi esse post porque não conseguiria escrever sobre mais nada, e fiquei lutando comigo mesma pensando se eu poderia falar sobre algo assim se não estou envolvida e não entendo nada sobre nenhum assunto para contribuir efetivamente. Peguei alguns livros em busca de respostas (porque essa sou eu) e decidi que tudo bem falar a respeito. Esse é um espaço dedicado a sentir muito: se você também sente e não sabe o que fazer com isso, puxe uma cadeira e sente comigo e com o Hank Green.

Estou triste e assustada e acho que estamos perdidos, mas não quero desistir de seguir em frente. Sigamos, então.


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Amor platônico nº13

Para ler ouvindo:


Encontrei no Tinder uma paixão platônica da (pré?) adolescência. Ele tinha 17 anos, barba, cara de bobo, óculos de aro grosso, tocava baixo e usava tênis de skate. E eu, aos 13, já tinha um tipo. 

No último dia de aula dele resolvi fazer algo a respeito: durante a minha aula de educação física, antes do recreio, fui até a mesa em que ele sentava com os amigos todos os dias durante o intervalo e escrevi com corretivo: FULANO, CASA COMIGO?

Eu e minha melhor amiga ficamos atrás de uma árvore observando a repercussão da minha travessura: ele morreu de vergonha, ficou rindo sem graça (fofo!), e provavelmente foi zoado pelos amigos até o fim do dia. Eu mal conseguia parar em pé de tanto rir. Minha juventude foi maravilhosa.

Contudo, encontrar o Apertável (era assim que nos referíamos a ele) só serviu para comprovar, de novo, minha teoria de que as pessoas que são bonitas demais na adolescência estão fadadas a embarangar na vida adulta, como uma espécie de compensação cármica pela vantagem de conseguir ser atraentes às sete da manhã com uniforme de escola. 

Nem o Apertável escapou do universo, esse justiceiro. 

Dei like mesmo assim. Alguns segundos e: "It's a match!". Oito (!) anos depois finalmente tive minha resposta, agora posso seguir com a minha vida. 



> Seria uma anedota perfeita, pena que não é verdade. O que aconteceu foi que minha vergonha venceu minha curiosidade da primeira vez, e eu fechei o aplicativo antes de dar o like. Depois pensei que poderia render um post, afinal tenho tamanho compromisso com meus leitores #jornalismo #sério passei literalmente duas horas procurando pelo menino. Achei ele faz três minutos e estou aqui esperando pelo meu match, mas como esse blog trabalha com a verdade até o fechamento dessa edição ainda me encontro não tão escondida assim atrás da árvore, me sentindo meio ridícula.  Eu queria que minha vida fosse uma comédia romântica justamente porque ela não é. 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Sabe o que eu quero, Mário Alberto?

Eu quero férias.

E eu quero ir pra praia.

Mas não qualquer praia, eu quero ir para a Bahia

Beyoncé na Bahia
Eu quero passar minhas férias na praia, na Bahia, e não preciso nem de todos os santos. Se tiver um só que me dê paz, ou que simplesmente impeça que outras pessoas tirem a minha paz, já vai ser o suficiente. 

Quero ir para a Bahia com uma mala pequena e leve, de preferência uma que eu não precise despachar, uma mala com dois biquínis, uma havaiana, um short jeans e uns vestidinhos se eu resolver sair a noite pra tomar sorvete. E protetor solar 60, meu chapéu de madame e um livro de 700 páginas no mínimo, porque eu sou pedante e vou pra praia para ler. 

O que eu quero, a única coisa que eu quero, é estender minha canga de bolinhas na areia embaixo de uma sombra, mas uma sombra estratégica que proteja meu rosto e deixe minhas pernas de fora, torrando no sol, pra quando eu voltar todo mundo acreditar que eu sumi porque estava na Bahia. Quero ficar ali lendo meu livro enorme, ouvindo o barulho do mar, e só interagindo com seres humanos quando for hora de pedir mais uma caipirinha, uma porção de bolinho de bacalhau ou um acarajé de turista

Quero o mar quente da Bahia e suas marolas gigantescas das quatro da tarde, quero boiar de barriga pra cima olhando o céu, quero virar cambalhotas na água e ficar deitada onde as ondas quebram por tanto tempo que as pessoas vão pensar que eu morri. Quero dormir aquele sono de praia que faz as pálpebras pesarem 30 quilos cada uma, quilos esses que se dissolverão à medida que o sono vier e eu começar a sonhar com golfinhos de tutu dançando Minha Pequena Eva na areia. 

Eu vou dormir pra sempre, mas quando eu acordar ainda vão ser seis da tarde, porque a hora na Bahia não passa nunca.

Se me perguntassem hoje se eu queria uma viagem para Nova York ou para a Bahia, eu iria para a Bahia. Chicago ou Bahia? Bahia. Paris, Berlim, Vienna esperando por mim? Bahia. 

Beyoncé e Blue Ivy na Bahia
Na verdade eu não preciso de nada disso, só de férias, porque eu estou ficando louca. Mas o que eu quero mesmo é ir para a Bahia. E vocês?

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Monstros em banho-maria

Eu disse que não ia assistir Masterchef Junior. Tenho uma relação complicada com crianças, principalmente as crianças prodígio. A relação é mais ou menos assim: eu odeio todas. Essas crianças fofinhas e expressivas que fazem novela da Globo e dão entrevistas engraçadinhas no Faustão, sabe? Elas me lembram de questões muito mal resolvidas da minha própria infância, cheia de colegas de sala expressivos, barulhentos e nem tão fofinhos assim.

Mas é claro que no segundo episódio eu já estava apegadíssima. São crianças que acertam o ponto do creme inglês de primeira, crianças que gostam de coentro, ameixa e mel em pratos salgados. É claro que são prodígios, mas de outro tipo. É preciso ser um tipo bem peculiar de criança para se dedicar a aprender a fazer reduções em vez de brincar de polícia e ladrão na rua. Nada contra, eu lia livros de receita pra passar o tempo.

E a questão é justamente essa: Masterchef Junior me hipnotiza pela identificação. Sou a insegurança do Lorenzo diante das intromissões do pai, sou as coisas inapropriadas e bizarras que a Sofia diz em voz alta, querendo mandar em todo mundo. Sou o Matheus esquecendo os ovos e sou a Ivana inteira, ansiosa, insegura, overachiever, chorando por não conseguir achar a ponta do plástico filme.

Quando me dei conta disso comecei a pensar se isso significava que em todos esses anos não consegui crescer nadinha, mas aí me lembrei do Neil Gaiman. Em O Oceano No Fim do Caminho ele escreve que a grande verdade é que não existe um só adulto no mundo e eu acho que é verdade. A gente cresce e aprende a disfarçar e esconder tudo isso. O resultado são os monstros que acompanhamos avidamente no Masterchef dos adultos.

Nesse mesmo livro o Neil Gaiman escreveu que os monstros são assustados, por isso são monstros.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Segunda-feira

Meu principal clamor aos céus nos últimos tempos é conseguir passar uma aula de francês inteira sem ouvir o nome da presidente Dilma. O problema não é a revolta dos meus colegas, que eu acho até bem justificável, mas conjugar verbos já torna a experiência da aula desagradável o suficiente. São quase nove da noite, meus queridos, vamos trocar receitas de creme brulée, por favor?

Ontem minha professora começou a murmurar sobre o novo cálculo do tempo de contribuição para a aposentadoria. Os comentaristas de portal já se alvoroçaram, aquele era o momento de brilhar. 

- Noooooossa, mas assim vai demorar demais pra eu aposentar. Quantos anos será? Tudo culpa daquela mulher, etc, etc, etc, fora PT, presidanta, é por isso que o Brasil não vai pra frente, etc.

- Você acha mesmo que o sistema previdenciário vai durar até lá?


Estranhamente, ninguém quis comentar. 

Segunda-feira, sabe. Nove da noite. Fiquei rindo por dentro, me sentindo vingada, mas seria mais engraçado se não fosse verdade.

(Eita pesou o clima de novo) 

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Vamos falar de qualquer coisa sem escrever textão

Escrevendo eu falo pra caralho, né?

Sempre adorei essa frase. Basta rolar a barra do blog pra ver como é verdade, até porque você vai rolar bastaaaaante, e olha que são só três posts na página inicial. Acho que existem dois tipos de pessoas no mundo: aquelas que se preocupam com a quantidade mínima de caracteres e aquelas que perdem o sono pensando na máxima. Na época das redações da escola eu precisava diminuir umas duas vezes o tamanho da minha letra já minúscula para não ultrapassar as sofridas trinta linhas, e eu ainda insisto em perguntar se aqueles ínfimos 2000 caracteres designados pra matéria são com ou sem espaço. Ainda lembro da primeira reportagem que entreguei pro jornal: 8000 toques pra um espaço de 3000. Não sei como isso aconteceu.

Porque é assim que eu funciono quando escrevo: eu preciso divagar, eu preciso preparar o terreno com uma introdução de três ou quatro parágrafos que talvez não tenham relação alguma com o tema central, eu preciso contar como eu cheguei até ali, eu preciso descrever minuciosamente o forro da mesa, e o sapato que eu usava, e é preciso citar Cartola, Taylor Swift, Meninas Malvadas, e sempre tem aquele livro que eu li que tem tudo a ver como o tema, ou aquela conversa, aquele filme, e Deus nos proteja do que pode acontecer quando eu acordo socióloga. E aí aquela história: era pra ser só um casinho do ônibus, só um comentário aleatório sobre o céu, a música que tocou na hora certa, um encontro desajeitado, mas quando dou por mim: textão. 

Chegou a viciada em problematizar
E nada contra textão, sabe, inclusive manda mais que tá pouco, mas o negócio é que essa brincadeira às vezes cansa. São três, quatro horas escrevendo um texto que muito provavelmente já passou uns dias rodando na minha cabeça, sendo construído aos pouquinhos naqueles minutos antes do sono. É muita energia reunida, que nem sempre me sobra. Às vezes eu realmente só quero contar um casinho, dividir uma bobagem, deixar no ar uma anedota divertida (ou não). Até tento, mas não me parece certo, não me parece completo, muito menos suficiente. Queria ser como Plan, Renata e Cacá que em pouquíssimas linhas conseguem um argumento completo, fazem rir, e possuem a capacidade de fazer aquelas palavras, poucas mas certas, parecerem o bastante, como se não houvesse outro jeito imaginável de se dizer aquilo. 

Compartilhei isso com minha amiga Analu, que padece do mesmo mal (se não ela, quem?), pouco antes de termos conversado longamente sobre nossos desequilíbrios emocionais no que tange a relacionamentos. Ela soltou: no fundo isso é uma grande metáfora da nossa vida, né? Porque o transtorno reside justamente no fato de não termos tanto medo do compromisso como temos do casual. Não há diversão para nós (ai de nós!), que somos românticas, em se divertir com os errados. Tudo tem que ter um contexto, uma introdução de três parágrafos, trinta e três adjetivos para dar conta da cor daqueles olhos. Vocês que aumentam a letra e suam para escrever 15 linhas não sabem a dificuldade que eu tenho de sentar e contar um casinho. Ou ter um. 

Pensando nisso, na minha falta de tempo, na nossa saudade de escrever, e na urgência de reavivar nossos blog, depois de algumas semanas de crônicas e da loucura do BEDA, nos lançaremos agora num desafio que criativamente chamamos de SEMANA DE ANEDOTAS. A ideia é, por uma semana, todos os dias, chegar aqui e contar uma anedota. Uma coisa bestinha, um comentário, uma frase de efeito. Tudo em poucas linhas e parágrafos magros. Não sei como isso vai acontecer, visto que este, que deveria ser apenas um post introdutório, conta com as palavras "metáfora" e "vida" usadas numa mesma frase. Bless my little heart.

Aliás, esses dias entrei no Tinder, mas vou poupar vocês da analogia.

Até breve, meus fãs
Aproveitem o tempo para descansar as vistas
Yours truly,
Textão :*

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

As mentiras que a internet conta (ou não)

Todo mundo lembra de algum chavão dos pais que era repetido à exaustão como lição de moral ou ensinamento de vida. Todo mundo tem uma frase pra encaixar naquele clichê do como diria meu pai/mãe/vó/tio Ali da pastelaria... e todo mundo um dia já achou a repetição desse corolário um saco, mas um dia também reconheceu que eles estavam certos. Meu pai e minha mãe sempre me lembravam incessantemente de ter senso crítico. 

Normalmente eu revirava os olhos, porque isso costumava acontecer quando eu estava contando alguma super história que eu tinha ouvido na escola ou visto na televisão e lá vinham meus pais tirar a graça de tudo com essa bosta de senso crítico. Adultos, por que tão chatos? Mas eventualmente aprendi a lição, até demais, porque de fato cresci não só muito crítica como quase cética em relação às coisas, o que nem sempre é bom. Eu gosto de acreditar, a vida é muito mais legal quando a gente se entrega. Se você um dia chegou muito empolgado pra me contar uma coisa e eu não só não me impressionei como imediatamente peguei o celular e comecei a checar os fatos, pode culpar os meus pais. Isso começou quando eu tinha oito anos. 

Meu ponto é que assim que li a manchete sobre a celebridade da internet que editou as legendas de suas fotos jogando no ventilador toda a mentira e edição que havia ali, minha reação imediata e sincera) foi: ué, mas as pessoas acreditavam mesmo naquilo? 


Seguindo o ciclo natural das polêmicas na internet, no primeiro dia estavam todos comovidos com a denúncia dela e dispostos a refletir sobre a suposta falsidade de tudo que acontece aqui na rede. Menos de vinte e quatro horas depois, a menina já era impostora, ingênua e aproveitadora, e o debate a respeito do caso era irrelevante, visto que é muito óbvio pra todo mundo que essas construções das nossas vidas, se não mentirosas, são pelo menos muito bem editadas. Eu consigo ver um pouco dos dois lados, e acho que esse caso tem mais nuances do que as opiniões exaltadas estão dispostas a enxergar. Não tenho nenhuma conclusão formada a respeito, por isso vou deixar aqui alguns aspectos que me fizeram pensar pra gente poder conversar a respeito:

1) Nós não somos o alvo

Eu, pelo menos, não sou. Embora esteja na internet desde muito nova, quando tudo isso aqui era mato, não faço ideia de como seria crescer na web 2.0, como é o caso da Essena. Ela conheceu a internet depois do matagal ter sido transformado num universo de informações e compartilhamentos para todo lado, um mundo em que a validação dos nossos pares vem (ou não) de forma instantânea em forma de likes, um universo com zilhões de referências. Até os 18 anos meu celular não tinha câmera, quiçá inteligência, e minha adolescência quase toda aconteceu num mundo sem Instagram. Alguém tinha que lembrar de entrar no meu Orkut e me deixar um scrap (um scrap!) se quisesse dizer que gostou da minha foto nova de perfil.

Crescendo, eu fui afetada pelo exemplo de ícones, como atrizes, cantoras, modelos e outras mulheres que me inspiravam e me faziam ter vontade de ser como elas. Mas, mesmo assim, eu tinha a consciência clara de que elas estavam distantes de mim, que a atriz que eu via no tapete vermelho do Oscar não era quem ela é no dia a dia, que elas tinham uma vida totalmente diferente nos bastidores - consequências de ser da geração que acompanhou a ascensão e queda de Lindsay Lohan e o 2007 de Britney Spears. Eu sempre soube, também, que eu jamais seria igual a elas. Tipo, eu não ia ser atriz em Hollywood, eu não ia ser cantora da Disney. No way.





Os influenciadores na internet, que são os ícones de hoje pra geração mais nova, vendem essa imagem de proximidade e acessibilidade, esse é o apelo deles. Não é mais a atriz americana, mas uma menina da sua idade, que poderia ser você, poderia estudar na sua escola, que está ali te vendendo maquiagens, livros, ou um estilo de vida.

Eu consigo enxergar a forma como a vida de blogueiras e youtubers é construída, eu vi a forma como eles começaram a ganhar dinheiro com isso, eu sei que aquele vestido, aquele sapato e aquela viagem são publicidade. A diferença é que não é mais uma modelo anônima entre uma página e outra da Capricho, mas uma pessoa de verdade, com um discurso que fala diretamente comigo e com o meu universo. Será que uma pessoa que entrou na internet com 12 anos (como foi o caso dela), quando esse sistema já existia, consegue enxergar de forma tão clara essa distinção? Será que ela sabe que muito provavelmente não vai crescer e ser blogueira de moda e ganhar produtos? Será que ela sabe tudo que tem de difícil por trás das viagens e das aventuras?

Realmente não sei, mas não acho que tudo seja tão óbvio. E essas imagens nos afetam, sim. Eu sei de tudo isso que eu falei e no último fim de semana estava aqui, frustadíssima, porque a Vic Ceridono estava em Nova York gravando mais uma temporada do seu reality enquanto eu fazia meu TCC descabelada e sozinha. Via aquela vida e pensava: Por que não eu? Eu poderia fazer isso! Por que estou aqui estudando se posso gravar tutoriais de maquiagem e ir pra Nova York todo mês?

A carne é fraca e o estímulo é forte.

2) A internet não é necessariamente vazia ou mentirosa

Eu gostei muito do texto da Debbie lá no Pequenos Monstros porque ela fala que nossa vida TODA é editada, e a internet é só um prolongamento disso. Claro que ela oferece muito mais recursos para que possamos criar nossa própria farsa, mas o fato é que a gente edita, sim, a vida que mostramos pro mundo, on e offline. E isso não é um erro, não é absurdo, não é falta de caráter ou de verdade. É como as coisas são. Você entra no elevador e diz pro vizinho que está triste? Você tira uma foto no velório da sua avó e coloca no álbum de fotos? Você despeja todos os seus sentimentos pra qualquer pessoa, a qualquer hora? Você se comporta exatamente da mesma forma com suas amigas, seu chefe, seus pais e seus sogros? Não! Isso não significa que sua vida é uma mentira. A parte não é necessariamente uma negação do todo. Ela é só uma parte (!) dele.

Vocês sabem da minha história: eu fiz amigas na internet, amigas de verdade, pra vida toda. Me tornar parte da vida delas foi de repente ser convidada a entrar nos bastidores da vida daquelas garotas que por muitos anos eu acompanhei virtualmente, em seus blogs e todas as redes sociais. O convívio com elas na famigerada vida real me apresentou a aspectos diferentes que eu não conhecia antes, me mostrou o resto do iceberg escondido pela água. Viajar, dormir e acordar junto com elas me fez ver que elas eram diferentes da imagem que eu fazia antes de sermos amigas, mas diferente não por elas serem falsas, mas sim porque havia mais sobre elas do que se pode saber pelo blog ou pelas redes sociais, da mesma forma como tem muito mais sobre mim do que eu mostro no blog e no Snapchat. ¯\_(ツ)_/¯


Você acha que esse animal é uma mentira?

Me incomoda demais o discurso de que as redes sociais são veículos de mentira, que nada na internet é verdadeiro, tudo é vazio e fútil. Como qualquer coisa nesse mundo, a internet tem seu lado bom e seu lado ruim. Vejo tanta menina jovem fazendo coisas TÃO LEGAIS na internet, exemplos tão positivos de quem usa a rede pra coisas tão incríveis que penso como eu seria uma adolescente mais feliz se tivesse acesso a essas pessoas, esses recursos, essas informações. Por muito tempo eu sofria porque não me via representada em lugar nenhum da mídia tradicional: as revistas pra adolescente não falavam comigo, as revistas de cultura não falavam sobre as coisas que me interessavam, e até mesmo na internet era difícil ver conteúdo voltado pra minha idade.

Se eu tivesse 14 anos hoje, poderia acompanhar youtubers falando sobre os livros que eu estava lendo, teria publicações como a Rookie e a Capitolina falando sobre uma experiência de adolescência com a qual eu me identificaria, aprenderia história, economia, biologia e astronomia com o John e o Hank Green, poderia conhecer mil e uma garotas diferentes que se interessavam pelas mesmas coisas que eu para conversar... As possibilidades são infinitas. Então, não, a internet não é apenas um lugar de consumismo exacerbado, narcisismo exagerado e relacionamentos vazios.

Não existe esse papo de que a vida real acontece fora daqui, e acho que quem ainda acredita que ainda existe uma fronteira entre real e virtual realmente não entendeu nada. Eu penso assim: sua experiência na internet é um reflexo da sua vida fora dela. Se você viu o vídeo, a própria Essena diz que sua vida já era vazia antes de entrar nas redes sociais e que ela achou que ter views, likes e parecer bonita nas fotos faria com que ela fosse importante e vista. Antes da internet as pessoas já queriam se sentir importantes e vistas, ela não inventou a carência. Pense nisso. *BOOOM*

3) 01 teoria

Estou estudando opinião pública pro meu TCC, e num dos livros que li (que se chama, olha que coisa, Opinião Pública) o autor escreve que o mundo é grande demais para que a gente possa apreendê-lo em sua totalidade, por isso criamos ficções a respeito dele. Ficção aqui não é sinônimo de mentira, apenas um sinal de que aquilo é uma representação do real. Então nós agimos diante do mundo com base nessas ficções, sendo que a imprensa, na época que o livro foi escrito, era o principal veículo para elas. Daí que o Walter Lippman, em 1920 (!), escreveu que o grande problema da imprensa era que ou as pessoas desacreditavam totalmente no que ela dizia, ou então acontecia o contrário, todo mundo acreditava cegamente no que era veiculado ali, sem pensar que uma representação é uma imagem do real, e que essa imagem pode muito bem ser construída.


O problema não está no veículo, mas na forma como nos relacionamos com ele. Isso vale para a internet. Para termos um relacionamento mais saudável com a rede mundial de computadores e todos os trilhões de imagens que ela nos atira na cara o tempo inteiro, precisamos tirar um tempinho para conversar sobre ela. Quem produz conteúdo, principalmente quem depende do público e ganha dinheiro com ele, possui a obrigação de ser transparente com relação a publicidade e essas coisas, e deve ter senso de responsabilidade com quem está do outro lado. Além disso, penso que é uma pena que com tanta coisa chata e inútil na escola não exista nada no currículo dos estudantes que os ensina a pensar sobre informação, mídia, poder e o processo por trás dessas coisas que fazem parte da nossa vida cotidiana e possui tanta influência sobre ela. Taí uma matéria que eu gostaria de ministrar.

4) 01 reflexão 

É preciso ter empatia. A gente costuma achar que empatia diz respeito apenas a se colocar no lugar do outro para ser mais gentil com ele, mas também diz respeito a VER (LEIAM AMANDA PALMER) o outro como um ser humano como você. Que edita as próprias fotos 35 vezes, em três aplicativos diferentes, até achar ela boa o suficiente para postar. Que limpa a mesa e esconde o guardanapo sujo antes de fotografar a sobremesa. Que não está feliz o tempo inteiro, que chora no banheiro escondido, que acorda de mau humor, às vezes faz chapinha, incha quando está menstruada, tem medo da morrer e um milhão de questões mal resolvidas. Você não está sozinho. Tá todo mundo mal. Vamos nos lembrar mais disso?

Too long didn't read:
Posso ser otimista, posso não ter entendido nada, mas acredito que com diálogo, transparência e educação a gente consegue sair dessa. E, como meus pais diriam, senso crítico também, pelo amor de Deus.

> Eu realmente não estou interessada em discutir o caso específico da Essena O'Neill. Meu ponto aqui não é sobre ela especificamente, mas sim a cultura em que ela (e nós também) está inserida. Então pra mim não faz diferença o argumento que ela discursa contra a internet, mas está usando ela para promover seu outro projeto. Deixa ela, ué. O ponto levantado não deixa de ser válido (e o desdobramento da história não anula meu ponto);

>> Esse caso realmente me fez pensar e desde o início da semana já mudei de opinião várias vezes. O post foi uma tentativa de organizar o que eu estava pensando e contribuir para a conversa que está rolando a respeito, por isso queria muito saber o que vocês pensam a respeito;

Alguns links para saber mais