Rob Fleming (que no filme virou Gordon), o protagonista de High Fidelity, livro sensacional do Nick Hornby, tem uma obsessão por top 5, vai de os 5 melhores lado A de discos aos 5 mais traumatizantes e doloridos foras que já levou, mas a maioria mesmo tem a ver com música. Lá pro fim do livro, ele é entrevistado por uma jornalista que lhe faz a fatídica pergunta: qual são suas cinco músicas preferidas, de todos os tempos? Ele, claro, entra em colapso. Diz que esperou a vida toda para que lhe fizessem essa pergunta e agora que aquilo estava acontecendo, ele não conseguia lembrar de música alguma.
Eu, pessoa que adora uma lista e sofre de sérios problemas no que diz respeito a escolhas, não poderia entendê-lo melhor. E minha reação quando a Sofia me passou o meme pra escolher meus 10 filmes favoritos foi exatamente essa: branco, desespero, não lembro de filme nenhum.Tentei honrar todos, tentei falar pouco, tentei escolher 10, mas o máximo que consegui foram 12, divididos em duas partes: 6 filmes ordenados aleatoriamente e um top 6, onde a ordem faz a diferença.
Ordem aleatória:
Ah, repasso o meme para Kamilla, Taryne, Renata, Amanda e Luiza
Eu, pessoa que adora uma lista e sofre de sérios problemas no que diz respeito a escolhas, não poderia entendê-lo melhor. E minha reação quando a Sofia me passou o meme pra escolher meus 10 filmes favoritos foi exatamente essa: branco, desespero, não lembro de filme nenhum.Tentei honrar todos, tentei falar pouco, tentei escolher 10, mas o máximo que consegui foram 12, divididos em duas partes: 6 filmes ordenados aleatoriamente e um top 6, onde a ordem faz a diferença.
Ordem aleatória:
"Love is too weak a word for what I feel - I luuurve you, you know, I loave you, I luff you, two F's..."
Annie Hall (Woody Allen): Muita gente provavelmente vai me julgar quando digo que me identifico muito com o personagem do Woody Allen nesse filme, um daqueles em que ele interpreta ele mesmo: judeu neurótico do Brooklin, viciado em análise, em constante crise existencial... Mas como não sentir um clique de identificação profunda com aquela cena em que ele se recusa a entrar no cinema com Annie - Diane Keaton mais maravilhosa e adorável que nunca com seus looks andróginos - por estarem 5 minutos atrasados? O monólogo inicial do filme já me fez desistir de vê-lo, quando tinha 13 anos, mas hoje é uma das minhas cenas preferidas do filme. Difícil escolher um só do Woody Allen, poderia ter selecionado tanto Whatever Works como Crimes e Pecados ou A Rosa Púrpura do Cairo, mas fico com esse, pelas risadas e suspiros que se repetem mesmo tendo assistido muitas e muitas vezes. "Life moves pretty fast. If you don't stop and look around once in a while, you could miss it."
Ferris Bueller's Day Off (John Hughes): Ao contrário de muita gente que viu esse filme na Sessão da Tarde, tive que comprá-lo em DVD pra então assistir, e coincidentemente o fiz num dia que cheguei bem perto de um surto psicótico por causa de escola. Dizem que John Hughes conseguiu captar o espírito de toda uma geração com seus filmes, mas ouso dizer que ele foi além, já que mais de vinte anos depois, ainda acho as propostas dele pertinentes - aliás, selecionar somente esse dele foi um parto, que "Pretty In Pink" fique devidamente mencionado. Pode passar por comédia boba um simples dia na vida de um cara que resolve matar aula com sua namorada e seu melhor amigo, mas em termos de filosofias de vida e ensinamentos, Ferris Bueller é um dos meus gurus, a quem recorro quando me sinto em parafuso com coisas pouco importantes. Minha cena favorita é aquela em que Ferris causa no desfile da cidade e ouso dizer que o filme só seria melhor Molly Ringwald interpretasse Sloane, a namorada."I don't love you anymore. Good-bye"
Closer (Mike Nichols): Closer é uma porrada. Tamanha, que toda vez que assisto eu me pergunto porque faço esse tipo de coisa comigo. Você termina o filme se sentindo meio mal, mas ao mesmo tempo maravilhado, com aquela sensação que só existe depois que você assiste algo realmente muito bom. Closer é um filme sobre amor e sobre como as pessoas são podres, infantis e inseguras, de forma hardcore e crua, sem a intenção de querer absolver personagem algum, mas, sem querer condená-los também. Minha mãe nunca foi de me censurar com filmes, e Closer foi um dos poucos que inicialmente ela vetou, não pelos motivos tradicionais (porque o filme é meio pesado em termos tradicionais), mas por ela considerar que era coisa demais pra minha cabeça. Ela também é viciada nele e sempre assistimos juntas, seja no dvd ou de madrugada, dublado, na televisão. O elenco é demais e tem uma das cenas de abertura mais bonitas de todos os tempos."I didn't realize I was disturbing you. You see, every once in a while I suddenly find myself... dancing."
O Picolino (Mark Sandrich): Fred Astaire não dançava como Gene Kelly, não tinha a voz de Frank Sinatra e nem era tão bom ator como o Bogart, mas dançava, cantava e atuava com tanto charme e graça que, segundo meu pai, eu assisto esse filme segurando um sorriso bobo e distraído no rosto do início ao fim. O filme é de 1935 e nada mais é que uma comédia romântica musical das mais batidas, mas gosto muito mesmo assim, porque nunca me canso de ver Fred Astaire na tela, fico hipnotizada por ele, também adoro as músicas do filme e, principalmente, os números de dança, que são belíssimos. Juro, se fosse fazer uma festa de 15 anos dessas com valsa e tudo que tivesse direito, minha dança de debutante seria "Cheek to Cheek". Valsa da Cinderela é para os fracos."I'll make an offer he can not refuse"
O Poderoso Chefão (Francis Ford Coppola): Quando você perde a conta de quantas vezes já viu um filme com três horas de duração, é porque realmente gosta muito dele. Esse é meu caso de amor com O Poderoso Chefão. Tenho uma paixão enorme por filmes de máfia, e esse do Coppola é um marco do estilo. Aprendi a gostar com meu avô, que mal consegue acertar o nome dos netos, mas repete as falas junto com o elenco, e a preferida dele, e a minha também, é "Leave the gun, take the canolli". Adoro a frieza, adoro a italianada no casamento no início do filme, me derreto completamente pelo Al Pacino, tanto no início do filme, com aquela carinha de bebê, como no desenrolar da história, sentado naquela poltrona, o rosto torto por causa de uma pancada. Arrepio inteirinha quando ouço o clássico tema e se tudo der errado eu fujo pra Sicília e viro mafiosa."I expect you're tired of hearing this, but you look so like your father. Except your eyes. You have..." "My mother eyes."
Harry Potter: Me sentiria mal de não incluir a saga nessa lista, seria desmerecer a enorme importância que ela tem na minha vida. Claro que, se tivesse que escolher, optaria pelos livros, mas os filmes tem grande importância na minha vida: de pensar em casa um, me lembro da ansiedade antes da estreia, as bagunças, filas, briga por lugares no grande dia, de choros, risadas e xingamentos no cinema, segurar a mão dos amigos com força, cravar as unhas em braços alheios de tanto nervoso, mesmo sabendo o que vai acontecer em seguida. Eu tinha sete anos quando assisti ao primeiro filme, no cinema, e com 17 me despedirei definitivamente da série. Harry, Rony, Hermione e eu crescemos juntos, nos livros e no cinema e pensar em cada um é pensar em diferentes épocas da vida e sentir uma saudade gostosa. Dos sete já lançados, meu favorito é o terceiro, "Prisioneiro de Azkaban" - sim, o fato de ter o Gary Oldman no elenco influencia muito -, e o que menos gosto é o quarto, "O Cálice de Fogo".Ah, repasso o meme para Kamilla, Taryne, Renata, Amanda e Luiza