domingo, 23 de setembro de 2012

Enfim 18 anos

Olá querido leitor cheio de consideração que me acompanha nesse périplo chamado vida e está encucado com o título desse post. Fiz 18 anos no dia 26 de fevereiro, mas foi só nessa última sexta-feira que me senti totalmente digna da maioridade que carrego nas costas. Já me matriculei na faculdade, abri uma conta no banco, tirei título de eleitor e estou tirando carteira de motorista, mas até então as coisas estavam apenas chatas, não tinha graça ter 18 anos. Querido leitor que já imagina que contarei aqui sobre alguma noitada deveras infame - que não tive - regada a bebida alcoólica comprada com minha própria face lavada de pessoa maior de idade que faz isso porque pode, vá tirando seu cavalinho da chuva, também não foi nada disso. 

Eu posso não ser baladeira, posso achar dirigir um saco e posso ser uma pessoa 24/7 sóbria, mas se tem uma coisa que eu gosto é de ir a shows e senti que finalmente comemorei minha maioridade no maior sentido rito de passagem da coisa na última sexta-feira, vendo o Vanguart. Já fui em outros shows enquanto ~novinha~, mas o fato de ser Vanguart tem toda uma história por trás. Eles adoram tocar aqui nessa cidade bonita em que habito, e eu consegui a proeza de não tê-los visto nem uma vez por ser menor de idade. Os lugares aqui são bem chatinhos com essa coisa de idade pra entrar nos shows e já tive diversos embates com o juizado de menores local, passando pela agradabilíssima experiência de, além de ter minha entrada bloqueada, ter que ouvir sermão de juíza que achou que eu usava uma maquiagem muito forte pra minha idade. Mereço. Como também nunca tive coragem de entrar usando documentos alheios e muito menos de fazer um documento falso, fiquei sofrendo no cantinho. Até sexta.

Porque sexta, queridos leitores, o Vanguart veio. Eles vieram e eu fui vê-los e foi mágico. Rolou toda uma alegria egoísta já na entrada, quando entreguei meu RG pro segurança e ele nada disse, e eu ali caladinha me sentindo tão adulta, sem coragem de comentar algo, já que os amigos que estavam comigo, apesar de também recentes maiores de idade, já eram velhos de guerra nesse departamento. Então entramos e esperamos, esperamos e esperamos, pois eles tocaram num festival de música alternativa, e eu consegui até comer espetinho numa espera que me pareceu infinita. Então eles começaram a arrumar o palco, ligar os instrumentos, o guitarrista David apareceu para cuidar do som e por uma brechinha da cortina eu pude ver o Hélio Flanders.

Olá querido leitor que chegou aqui há pouco tempo e desconhece minha paixão por esse homem, deixe-me fazer um resumo breve: sou apaixonada pelo Flanders desde da primeira vez que botei os olhos naquela pinta que ele tem no rosto e nos cachinhos de seu cabelo. Pouquíssimas pessoas compartilham da minha paixão, porque existe um abismo entre ele e algum músico aceito majoritariamente como sendo digno de suspiros e gritos histéricos como, por exemplo, Brandon Flowers, mas eu não me importo. Porque concordo com todo o furor em torno de Mr. Flowers, mas defendo até o fim da vida meu amor pelo Flanders, porque ele é meu tipo. E ao vivo eu vi que é mais ainda. Magrinho, estreitinho, lindinho, neném. Hélio, você é exatamente da forma como sempre imaginei, e não sei se é porque eu já assisti ao dvd da  sua banda tantas vezes, mas quando te vi ali, distante de mim apenas por uma grade, parecia que eu estava te vendo pela TV.


O que dizer sobre o show? Que foi lindo? Que morri diversas vezes? Que acordei sem voz? Que estou desolada por não ter o Flanders na minha vida? Sim, podem anotar tudo isso. Eles tocaram todas as músicas que mais gosto, alternaram entre os dois cds e contemplaram o melhor de todo seu trabalho até agora. Fiquei sem ouvir algumas músicas da minha lista de favoritas, mas nem esperava por elas. São antigas e pouco populares, não faziam o perfil de set-list curtinho de festival. Mas foi lindo porque teve "O Mar", "Enquanto Isso na Lanchonete", "Onde Você Parou", "Para Abrir Os Olhos" e eu pude gritar LOOOOOOOOOOOOOOOUUUUUUUCAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA loucamente ouvindo "Mi Vida Eres Tu". Só que, contrariando minhas expectativas, meu coração se despedaçou mesmo quando eles tocaram "O Que A Gente Podia Ser", porque descobri que não tenho estrutura emocional para estar frente a frente com Flanderzinho cantando cheio de charminhos - ah, sim, ele é o rei de charminhos no palco e eu gosto de acreditar que trocamos olhares ao longo do show - "parece piada mas hoje fez dez anos desde a última vez que te olhei nos olhos, e não tem remédio, não tem cigarro que acalme o diabo de pensar no que a gente podia ser". 

Eu juro que um dia farei uma resenha sóbria pra algum show que fui. De resto, pra vocês que ainda habitam por esse pantanoso terreno das pessoas que não conhecem Vanguart, deixo algumas das minhas músicas favoritas do sensacional último cd deles, tão triste, tão lindo, tão poético até no nome: Boa Parte de Mim Vai Embora. Ah Flanders, uma parte boa de mim foi embora com você no dia 21.



7 comentários:

  1. Finalmente, Annelídea!!! Muito feliz que você por fim foi ver nosso querido Flanders... Tenho muita saudade deles, queria ver um show com o cd novo. Um dia temos que ir juntas ver a banda, imagina que sonho?!

    beijitos!

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  2. Sempre digo que adoro ler relatos de show, pois são sempre empolgados e apaixonados! Fico feliz que você, pequeno Pônei, tenha finalmente celebrado sua maioridade! Mas pra mim, você vai ter sempre 14!
    Te amo! <3

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  3. Que delícia realizar um sonho! Tenho uma amiga que ainda é menor de idade, ela quase nunca saí junto com a galera porquê sempre é barrada. :/

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  4. Ah, fiquei tão feliz por você, Annokita! Ainda mais porque você me brindou com alguns relatos Flandersmaníacos no facechat (: Aposto que foi ainda mais lindo do que você deixou transparecer nesse post! Um dia nós temos que curtir um show juntas! Porque eu amo amo amo também (:

    Beijos!

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  5. Ai, que legal, Annoca! Ainda não me sinto com 18 anos também. Acho que só me sentirei quando entrar num lugar assim, mostrando minha carteira de identidade. Provavelmente uma boate ou algo do tipo. Mas, que bom que a sua comemoração foi tão emocionante e fofa com o seu músico lindo! Tomara que eu esbarre no Alexander na boate em que eu estiver... HAHAHAHAH Não.

    Beijos <3

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  6. Eu adoro suas resenhas de show e morro de vontade de ler uma de um show do Chico. Nunca tinha ouvido falar de Vanguart e me recusei a ver a foto do Flandres, porque vai que eu gosto dele e talz, né. Não posso ouvir as músicas agora, mas em outro momento voltarei porque parecem lindas mesmo! Eu achava que a banda era gringa, mas pelos nomes das músicas, parece ser brasileira, espero não estar me enganando, eu, a sedenta por músicas nacionais.
    Quanto aos 18 anos, minha principal alegria egoísta foi ter entrado no James com os meus documentos, diva de cabelo verde sem ter sido questionada por absolutamente nada! Não vou poder "beber só porque posso", porque tenho 18 anos, mas continuo não podendo, porém, semana que vem dirigirei um carro pela primeira vez na vida - com um instrutor do lado, claro - e isso vai inflar meu ego de uma maneira bárbara! Conta bancária e título de eleitor eu tinha há séculos, então, aguardo pelo dia de receber meu primeiro salário (acho que será mês que vem) porque daí sim a felicidade será completa!
    Abraços <3

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  7. É, de fato 'Mi Vida Eres Tu' é a melhor!

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