segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Estive em 1989 e conto o que ouvi por lá

Like any great love
It keeps you guessing
Like any real love
It’s ever changing
Like any true love
It drives you crazy
But you know you wouldn’t change anything, anything, anything

Interrompemos nossa programação para discorrer sobre um evento que abalou o nosso fim de semana, que desordenou o país e balançou as estruturas do mundo. Estou falando, claro, da reeleição da soberana das Américas MANDAMO BEM PETRALHADA do vazamento do aguardado disco novo da Taylor Swift, o 1989.




































Eu detestava a Taylor Swift antes de conhecer a Taylor Swift. Mas, sem saber, eu ouvia Love Story no rádio todos os dias indo pra escola e amava demais aquela música. Quando descobri quem cantava, minha cara caiu no chão. A partir de então fui me tornando cada vez mais simpática à menina Taylor, e quando o Red saiu o amor e a felicidade foram mais do que plenos. Enfim nos encontramos. 

Anunciada sua mudança de ~linha editorial~, abandonando de vez o country e abraçando o pop, é claro que eu temi. Eu odeio mudanças, principalmente em time que está ganhando. No entanto, no meio desse frenesi pré-lançamento do 1989, andei numa febre Taylor Swift que me levou a ler muita coisa sobre ela e assistir alguns dos seus shows (for the love of sweet baby Jesus, assistam o especial Story Tellers dela e chorem abraçados com o computador). E o que eu concluí nessa jornada foi que Taylor Swift está crescendo, mudando, aprendendo. Essa mudança de sonoridade (e de atitude também, quando prestamos atenção nas letras) é um reflexo disso, e como eu acho que ela mudou pra melhor, fico feliz por ela. Por mais que eu ame a fase Fearless, por mais que Red esteja tatuado na minha alma, 1989 nos oferece uma Taylor Swift mais madura, mais segura, mais dona da sua música e, finalmente, mais posicionada

Artistas sempre mudam, a música tem que evoluir junto com eles. Muitas bandas que eu conheço e gosto tiveram pontos de mudança importantes em suas trajetórias. Alguns eu curti, outros não, e o importante é lembrar que o antes sempre vai estar ali pra gente lembrar com saudades e ser feliz. "Everybody here was someone else before"

Como foi do meu entendimento que esse lançamento tinha um impacto muito importante nas nossas vidas, resolvi fazer um faixa a faixa do disco pra discorrer sobre cada momento desse novo trabalho da nossa melhor amiga famosa preferida. Me acompanhem:


Welcome to New York: Começa com esse sintetizador que é a cara dos anos 80 e eu já estou com os braços pra cima gritando MINHA MÚSICAAAAAA. É minha vertente pop favorita: batida marcada, refrão chiclete, música que faz dançar logo nos primeiros segundos. A letra fala muito sobre mudanças e adoro especialmente a parte em que ela diz que é hora de deixar a bagagem no chão, colocar o coração partido na gaveta, que todo mundo ali já foi alguém diferente. 
Blank Space: Pronto, na segunda lista temos Taylor falando de amor, do jeito que a gente gosta. Que letra maravilhosa, que ser humano é essa garota. É uma música sobre o começo e o fim de relacionamentos, uma referência direta ao fato de todo mundo pegar no pé da moça por seu elenco de ex-namorados e ela estar se importando tanto com isso que não vê a hora de escrever mais um nome na lista. "You look like my next mistake. Love's a game, wanna play?". Inspiração de vida.
Style: Nesses dois dias ouvindo o disco, se tornou minha favorita. A primeira que eu decorei o refrão logo de cara, aquela que me fez sair cantando e pulando pela casa. E sabe, preciso confessar que quando ela coloca referência de modas na letra e fala sobre como ela e o mocinho se vestindo, só consigo pensar em jeans com jeans. Não tenho paciência pra investigar, mas essa música é pro Harry, né? James Dean daydream look, cabelo grande, sem falar no título nada direto. Risos.  
JHDAJHDKAJHDKJAHHJFGSJFHGAF
Out Of The Woods: Foi uma das poucas músicas que eu ouvi logo quando ela liberou, e de início não tinha curtido. A presença do Jack Antonoff, que compôs a música junto com ela me pareceu muito marcante, e não sei se vocês sabem, mas eu não suporto .fun. No entanto, ouvindo a música no contexto do CD, consegui curtir mais, acho que ornou legal. Outra sobre o Harry, aliás. 
All You Had To Do Was Stay: Caras, quando eu digo que todos os caminhos levam à Kelly Key ninguém acredita. Isso é tipo a "Baba" da Taylor Swift. Refrão chiclete, desses pra gente ouvir andando na rua se sentindo maravilhosa, pra limpar a casa se sentindo soberana, pra lavar o cabelo se sentindo a poderosa dos gritinhos finos.  
Shake It Off:  Adoro muito que Taylor está rindo muito de si mesma nessa novo disco, e se fazendo menos de vítima do que o costume. Shake It Off me ganhou logo na primeira ouvida pelos primeiros versos e acho um avanço desde Mean, outra música pros haters que eu, pessoalmente, acho que tem uma letra bem infantil. No entanto, meu ideal do melô de perseguida ainda é Piece Of Me, de Neidoca. Melhor que dar os ombrinhos por críticos é jogar na cara deles que eles sobrevivem às suas custas. Sobre o clipe polêmico, essa mesa redonda tem várias problematizações importantíssimas que vale super a leitura. 
I Wish You Would: Essa música me lembra muito uma outra música que eu não consigo lembrar qual é (?) e até eu resolver esse mistério não vou conseguir prestar atenção o suficiente pra formar uma opinião sobre ela.  
Bad Blood: Me lembrou outra música, e dessa vez eu sei qual: Boom Clap, da Charlie XCX. Outra coisa que essa música lembra é a treta da Taylor Swift com a Katy Perry, e por conta disso minha má vontade com ela aumenta um pouquinho. Nem tem a ver com escolher um lado, e sim com o fato de essas picuinhas de bastidores me irritar bastante. A gente não precisa de reforçar esse estereótipo nocivo de que mulheres estão sempre sabotando umas às outras e estão sempre competindo. Não ajuda ninguém, pior ainda se for por causa de homem. Taylor, você é melhor que isso.  
Wildest Dreams:  Estou louca ou dessa vez Taylor Swift bebeu da mesma fonte que a Lana Del Rey? Não sei, os arranjos me lembraram muito as músicas dela, e esse tom meio onírico, meio sexy, sei lá. Eu gostei do refrão, vale?
How You Get The Girl: Gente, se estivéssemos em 2005 a Taylor Swift super estrelaria um romancinho da Disney no cinema, de preferência algum em que a protagonista sonhasse em ser cantora, e essa seria a principal música da trilha. Quando escuto essa música só consigo pensar em Hilary Duff, A Nova Cinderela e todos os seus filmes maravilhosos. Não que isso seja um defeito - quer dizer, depende da sua opinião sobre esse paradigma. Mas não é como se não tivéssemos ouvido isso antes.
This Love: Primeira música lentinha de 1989 e, sei lá, não me cativou muito. As baladas da Taylor Swift não costumam me ganhar de primeira, então sempre há esperança. Mas, por enquanto, é meio irrelevante pra mim.

Não vou comentar o resto do disco porque, como aparentemente é regra no trabalho da Taylor Swift, suas últimas músicas costumam ser bem pouco interessantes. Talvez seja bloqueio meu, mas nunca consigo prestar atenção às últimas faixas, de modo que não vou emitir opinião alguma sobre o resto do CD.

Meu veredito final? Três chicorinhas e meia. 1989 trouxe uma mudança, e o importante é que a mudança funcionou. Você pode não curtir música pop, pode sentir falta da vibe de antes, pode não suportar a batida dos anos 80, mas o negócio é que a moça resolveu arriscar e sustentou a manobra, segurou firme a ambição e se deu bem com ela. Acho que ela ainda pode se encontrar mais nesse nicho, fazer com que as músicas soem mais dela e menos de suas influências, mas ei, já é um começo. 

Aliás, já tem tempo desde que Taylor Swift era aquela mocinha que cantava country em Nashville, e se prestarmos atenção na evolução de discografia, estava tudo meio que aí. Em 1989, Taylor Swift tá pisando firme, tá rindo de si mesma, continua escrevendo bem pra caramba e continua sendo nossa melhor amiga famosa preferida.


Bem-vinda a Nova York, Taylor, ela estava esperando por você.

7 comentários:

  1. Amei seu texto desde o título. Estava ansiosa por ele e até agora não me conformo que fomos tão amadoras para fazer o favor de desencontrar justo nesse momento tão importante - que se não abalou as estruturas do Brasil, certamente abalou as minhas. Tinha anos que eu não esperava pelo lançamento de um cd, mas isso você já sabe. Enfim.
    Ela tá mais madura e nunca gostei tanto da PESSOA Taylor. Sinto ela muito mais segura e pronta pro mundo, orgulho de soltar as mãos dessa moça e vê-la caminhar. #lenços
    Sua descrição de Blank Space foi perfeita, e pra mim ela sintetiza a vibe do álbum. Amo a vibe, estou estranhando as edições de som. Por mais que seja vibe pop, estou incomodada. Sempre espero que Taylor venha limpa, sabe. Gosto da voz dela, gosto da tranquilidade, gosto das baladas lentas e dos gritinhos no refrão. Preciso me acostumar com o novo.
    E:::: 3 CHICORINHAS E MEIA, HAHAHAHAHA. Amo quando a gente taca o foda-se e assume umas bobeiras internas assim, no blog, para o mundo ver. Entendedores entenderão, o resto é nosso e de mais ninguém.
    Beijos, te amo!

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  2. Faz pouquíssimo tempo desde o dia em que paguei minha língua e confessei que estava ouvindo RED de cabo a rabo, então 1989 não foi nada tão urgente na minha vida. Mas é claro que na primeira aparição de um link de download na minha página eu fui baixar e ouvir que não sou boba. Notei algumas diferenças entre o novo cd e seu antecessor, mas nada gritante. Minha favorita de 1989 também é Style! Adoro a batida diferente (me lembra até uma música da Lady Gaga, acho, só não sei qual, rs) e o refrão que grudou na minha cabeça no primeiro momento em que ouvi. =)

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  3. Amei o texto, como também amei o CD. Pra mim a Taylor é uma das poucas artistas que fazem álbuns para serem ouvidos até o final. Eu não consigo ouvir só uma música do disco, mas sim pra ouvir ele inteiro várias e várias vezes, até decorar as 16 músicas

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  4. amei amei amei! o album e o post hahahah mas vc não falou das músicas que estão incluidas no deluxe né?
    ps: amei bad blood! já shake it off me cansa muito, não aguento ouvir mais de uma vez kkk

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  5. Eu ia escrever uma review música-a-música de 1989 porque estava empolgadíssima, mas você chegou antes, e a empolgação já passou um pouco também hahaha
    A pessoa pública da Taylor nos últimos tempos está melhor que nunca e eu fico bem contente por ver ela crescendo e aprendendo e se posicionando. E acho bacana ver um disco com menos vitimização e com menos corações partidos - não gostei muito de Welcome to New York, mas ela dá bem o tom do conjunto do trabalho e acho que tem tudo a ver com o momento, já que TayTay diz que tá felicíssima com sua nova vida nova iorquina.
    Sobre as músicas: acho que minha favorita é Wildest Dreams, e, sim, lembra bastante a Lana. Logo em seguida vem Style (maravilhoso gif desse menino Harry Styles, por sinal). E Blank Space. Achei Clean bem ótima, mas também perco um pouco o interesse no final dos discos da Taylor. E das músicas do deluxe, eu amei amei New Romantics. Não é que ~fez falta~ na versão normal, não é super inspirada, mas essa é a melhor pra dançar feliz e empolgada, não consigo ouvir e ficar quieta.

    1989 não supera Red - não teria como repetir (e nem teria por que, né?) -, mas cumpre o papel muito bem e Taylor já é minha cantora pop favorita! hahaha <3

    Beijo!

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  6. Confesso, eu para musica americana sou uma zero a esquerda... Mas de tanto a Analu falar to aqui ouvindo a senhora Taylor e sacudindo a cabeça involuntariamente KKKK

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  7. Queria ser amiga da Taylor. Eu estava alok atrás desse cd quando saiu e não consegui ouvir, mas agora que já ouvi tudo, vim ler o post haha.
    Eu gostei muito do CD, como você disse, ela está bem mais madura. Quando saiu o clipe de Shake It Off, eu ameeeei! Fiquei só ouvindo essa música e até agora não enjoei e consegui gravar a letrar num instante haha.
    As minhas preferidas desse cd foram: Bad Blood, I Know Places e Wonderland. Essa música Wildest Dreams tem MESMO uma vibe meio Lana Del Rey, assim que eu ouvi eu só consegui lembrar da Lana, é muito parecida.
    Enfim, espero que Taylor continue de ótimo para maravilhoso, nos proporcionando momentos maravilhosos com essas músicas <3
    Beijos
    http://www.deborabp.wordpress.com

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