quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Ode à Taylor Swift

Aviso aos navegantes: esse blog entrou em 1989 e não pretende sair tão cedo. 


Eu queria ter escrito esse post no dia 13 de dezembro, aniversário da Taylor Swift, só que a vida me atropelou e eu só estou conseguindo fazer isso agora. Coincidência ou não, no dia 13 de dezembro eu não pude sentar por quarenta minutos para escrever isso porque estava ocupada assistindo Grease dublado com minhas amigas, trocando dicas de esfoliante, falando bobagens, me maquiando e sendo maquiada, respirando uma nuvem de spray de cabelo, fazendo coques, tirando fotos, andando de salto alto, tomando champanhe e cantando feliz. Foi um dia para honrar a tradição da Taylor Swift mais do que qualquer texto poderia fazer, um dia para ser happy, free, confused and lonely, sempre do melhor jeito. 

Outro dia interessante foi em junho (ou teria sido julho) de 2013, inverno curitibano, em pleno carro do pai de Analu. Estávamos eu, ela, Taryne e Milena voltando pra casa, quando Analu pluga o iPod no carro, olha pra gente no banco de trás e diz: "Olha o que eu vou colocar pra gente cantar". E então começou "We're Never Ever Getting Back Together". Ou teria sido "22"? Talvez a primeira foi "I Knew You Were Trouble", não importa. O caso é que cantamos todas elas, primeiramente um pouco tímidas e poucos segundos depois já sustentando agudos inimagináveis, com os braços pra cima e uma dança livre e espontânea que não deve ter sido muito bonita de se ver. 

Praticamente alheio a tudo isso, o pai de Analu tamborilava os dedos no volante ao ritmo da música. Quando ele parou o carro, me dei conta que já estávamos na garagem e foi como se tivessem me arrancado de um universo paralelo maravilhoso em que paixões se manifestam em cores e a gente pode ser tudo o que a gente quiser. 

Pra mim as músicas da Taylor Swift sempre evocam um sentimento maravilhoso de cumplicidade. De cúmplice mesmo, como alguém que compartilha um segredo importante com você, ou de dividir algo especial com outra pessoa e ter certeza que ela, e talvez só ela, saiba como aquilo é especial, raro e único. O dicionário diz que existe cumplicidade onde há entendimento. 

É por isso que eu fico tão na defensiva quando vem dizer que as músicas da Taylor Swift giram em torno dos caras que ela namora. Ela escreve, sim, e muito, sobre os homens na vida dela, mas as músicas nunca são tão sobre eles como são sobre ela, sobre como ela se sentiu, e sobre como ela enxergou aquela experiência, sobre o que ela tirou daquilo e tudo que ela passou. E pode ser que eu esteja hiper-analisando (e é claro que eu estou hiper-analisando, mas bear with me), mas ela escreve sobre esses caras não para eles, mas primeiro para ela e depois para outras meninas - e os caras que façam o que quiser com isso. 

São músicas sobre experiências e sensações típicas do universo feminino (de um recorte bem específico desse vasto mundo, claro, mas vamos lá), e é por isso que eu nunca vi nenhum cara dizer que se identifica com alguma das suas músicas, por isso que eu acho que eles sempre escrevem e falam tanta besteira sobre a música dela, e por isso que já vi as mulheres mais improváveis se confessarem, às vezes com uma indesculpável vergonha, fãs da menina: a gente se entende, a gente é cúmplice disso. 

Eu posso não ter uma lista enorme de ex-namorados por aí, mas em alguma medida eu vivo e sinto muita coisa do que ela coloca nas suas letras; e posso nunca ter tido um relacionamento à distância, mas sei o que é uma saudade de quem canta "I don't wanna miss you like this"; posso questionar várias de suas letras e posicionamentos, mas eu também já disse e pensei besteiras sobre os outros quando eu era mais nova, a diferença é que eu não era uma pop-star. E eu posso não ter conhecido as pessoas que ela e nós não temos as mesmas amigas, mas eu sei exatamente o que é pensar que as melhores pessoas do mundo são aquelas que são livres. 

As músicas da Taylor Swift sempre estão presentes nos momentos em que eu me sinto mais livre (até mesmo livre pra sofrer e amargar um recalque em paz), e é por isso que eu não aceito que reduzam isso que ela faz a uma coletânea sobre ex-namorados. É sempre sobre ela, antes de tudo, que compartilha esse segredo importante e deixa que a gente o transforme em algo especial que é nosso também. 

Enfim, há uns meses a Analu tinha me convidado para postar junto com ela uma lista das minhas músicas favoritas da Taylor. Ela fez isso no finzinho do ano, eu vou fazer isso agora. Se você conhece e gosta, venha dar pitaco nas minhas escolhas (e fazer as suas também, olha que legal), se você não conhece, é uma boa oportunidade de se render. 

MEU TOP DEZ QUINZE DA TAYLOR SWIFT
(em nenhuma ordem particular)


1) RED: Você pode deixar de ver qualquer vídeo daqui em diante, mas, por favor, veja esse. É pura magia rubra da Taylor Swift acontecendo. Eu tenho muita dificuldade em aceitar de que eu nunca vou ver um show dessa turnê, provavelmente é a maior saudade de algo que eu não vivi que eu tenho na vida #profunda e nos meus sonhos em que eu estou com minhas amigas aos berros à espera dela subir no palco, é essa música que abre o show. 

2) YOU BELONG WITH ME: Isso é o que sempre acontece toda vez que essa música toca. Por mais infantil que seja a letra, é música para dançar no quarto, cantar com a escova de cabelo, e ter vontade de se pendurar na janela (ou no pescoço de alguém) e berrar a letra. Amo a intensidade do refrão e o desespero verdadeiro que a música é cantada, porque PORRA COMO VOCÊ NÃO CONSEGUE VER QUE TEM QUE FICAR É COMIGO??????

3) OURS: Ouvi essa música pela primeira vez num especial que ela gravou pelo VH1, o Storytellers, onde os artistas contam a história por trás de cada música. Achei muito fofa a forma como ela falou que escreveu essa música pra um cara que todo mundo dizia que ela não devia namorar, pra dizer pra ele que não importava o que os outros dissessem, aquele amor era deles e de mais ninguém. Não é a coisa mais fofa do mundo? É sim. Also: "life makes love look hard. stakes are high, the water's rough, but this love is ours". 


4) TREACHEROUS: Sou apaixonada pela atmosfera dessa música. Coloque ela pra tocar quando estiver deitada no escuro, prestando bastante atenção na letra, que vai ficar fácil de entender. É uma história de amor delicada, traiçoeira, e eu adoro que na turnê ela canta a música enquanto anda numa passarela super estreita, fazendo movimentos de bailarina, meio que ilustrando essa delicadeza perigosa e a tornando irresistível. #semióticas 

5) OUR SONG: A história por trás dessa música também é muito ótima: Taylor escreveu pro namoradinho de escola e a apresentou pela primeira vez no show de talentos da escola nova, onde ninguém sabia que ela escrevia e cantava. Foi uma surpresa tipo: olha que legal, eu sei cantar, escrevo umas músicas  BTW ESSA É PRA VOCÊ. Ai que saudades dessa adolescência que nunca vivi. (O vídeo está meio esquizofrênico, mas amo as pessoas cantando junto, as meninas dançandinho no fundo, e PELO AMOR DE DEUS ESSA ROUPA). 


6) 22: De todas as músicas da Taylor Swift, essa é a que é mais minha. Ou melhor, minha não, nossa. Porque é a trilha sonora oficial da gente, e acho que não existe nada mais Taylor Swift do que escolher uma música que seja seu tema com suas cúmplices no mundo. #bichas


7) STYLE: Na ausência de um vídeo com áudio oficial da música, vamos de um sempre bem-vindo gif do nosso James Dean com seu long hair slicked back and white t-shirt. Outro grande momento MINHA MÚSICA que eu e Tay compartilhamos, e não existe realmente um motivo para eu gostar tanto de Style para além da batida maravilhosa. No fundo, talvez eu goste de pensar que eu e Harry Styles também nunca vamos sair de moda. 


9) BLANK SPACE: Eu paro tudo que eu estiver fazendo para cantar essa música - e depois, se possível, eu peço pra tocarem de novo pra eu cantar ela inteira mais uma vez. Se do Ru Paul's Drag Race eu participasse, um concurso de lipsync com essa música eu ganharia. E para além da loucura do clipe, eu adoro a guinada que essa música representa na carreira dela. Orgulhosa de você, miga!


10) ALL TOO WELL: Eu disse que se fosse pra vocês verem um só vídeo dessa lista, que era pra ver o de "Red". Mas eu menti, é pra ver esse também, porque são tantos sentimentos que minhas palavras não vão ser suficientes. Vocês precisam dos gritos, das jogadas de cabelo, das encaradas pra câmera, das vezes em que ela quase chora e dos pais emocionados no final. É uma das minhas músicas de fim de namoro (meu nicho favorito de música, risos) favoritas e meu Deus como eu amo os berros de WELL YOU CALL ME UP AGAIN JUST TO BREAK ME LIKE A PROMISE SO CASUALLY CRUEL IN THE NAME OF BEING HONEST... I'm a crumpled up piece of paper lying here, cause I remember it all, all, all too well. VRÁ.


11) LOVE STORY: Foi a primeira música da Taylor Swift que eu ouvi. Eu nem conhecia ela, mas odiava de graça porque eu era adolescente e sentia que tinha a obrigação moral de odiar tudo que o resto das pessoas gostavam. Mas eu ouvia essa música no rádio todo dia indo pra escola e amava, mas nunca soube de quem era. Quando tive a grande revelação foi mais fácil abraçar meu lado creiço do que resistir, e por várias e maravilhosas manhãs eu berrei essa música na sacada da minha sala na escola. Esse clipe não é a coisa mais loucamente brega e adorável que vocês já viram na vida?


12) OUT OF THE WOODS: Eu odiei essa música da primeira vez que ouvi, e hoje ela é uma das minhas favoritas do 1989. Eu odiei ela porque achava repetitiva demais, e hoje isso é uma das coisas que eu mais gosto nela. Adoro a batida, o refrão que se repete eternamente e imagino que isso deve ser incrível numa pista de dança, com luzes que pisquem e pulsem no mesmo ritmo. Se um dia eu desenvolver uma espécie louca de Tourette, é bem provável que eu fique repetindo ARE WE OUT OF THE WOODS????? no ouvido das pessoas. 


13) WE ARE NEVER, EVER GETTING BACK TOGETHER: Não lembro se coloquei isso na minha lista de coisas-para-fazer-antes-de-morrer, se não, que conste agora que eu preciso muito cantar essa música no karaokê antes de morrer. Já tenho até coreografia pronta e decorei as falas dela no meio da música, preciso muito. 


14) ENCHANTED: Quando eu falo que a Taylor é uma compositora fantástica para escrever sensações muito específicas e ao mesmo tempo universais. essa música é um exemplo incrível disso. Sabe isso de conhecer uma pessoa legal, voltar pra casa flutuando baixinho, sonhando alto e pedindo pelo amor de Deus para que ela não tenha mais ninguém na vida dela? Pois é. PLEASE DON'T BE IN LOVE WITH SOMEONE ELSE. Tipo, por favor, por favor mesmo. Pelo amor de Deus. 


15) BEGIN AGAIN: Engraçado, eu tinha pelo menos umas quatro músicas disputando esse lugar na minha lista de favoritas da Taylor. Músicas que eu escuto mais e por mais tempo, que eu tenho histórias pra contar. Mas nos últimos dias eu não consigo parar de ouvir Begin Again e acho que seria injusto deixar ela de fora. É uma letra que sempre me lembra uma das minhas crônicas favoritas, O Amor Acaba. Porque o amor acaba, pra começar de novo em outra esquina - ou numa quarta-feira, em um café qualquer por aí. 

7 comentários:

  1. Fofura e paraíso em forma de post Anna *-* amo todas e Red também fica no topo do meu ranking Swiftico kkkkkkk

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  2. Estava ansiosine pra esse post! Só não concordo com Trechearous (acho bem chatinha!) e Out of the woods, que caiu nas graças de todo mundo, menos na minha. E até agora não me conformo que esqueci de colocar Ours na minha lista, porque DON'T YOU WORRY YOUR PRETTY LITTLE MIND, PEOPLE TROUGHT ROCKS AT THINGS THAT SHINE! <3
    E: nem preciso falar nada sobre all too well, e essa parte que você selecionou realmente é foda. Isso sem falar quando eles dançam com a luz da geladeira. Pfvr, preciso de um amor que dance comigo na luz da geladeira.
    Beijos! Te amo! <3

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  3. Adorei, adorei, adorei este post Ana. Amo a Taylor, às músicas dela são fantásticas. A primeira e as três últimas músicas deste post, são as minhas favoritas. Principalmente Enchanted, sempre fico me imaginando nessa música.
    Parabéns pelo post, ficou dimais *-------*

    blog-quemsoueu.blogspot.com.br

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  4. Afffffff vc é a melhor ever! Conseguiu verbalizar tudo oq eu penso, principalmente sobre Enchanted! Acho que eu só colocaria "The Other Side Of The Door" no lugar de alguma outra, por experiências pessoais hauahauahauaha
    You rock, miga! Vamos compartilhar o sofrimento de nunca ter tido uma turnê dela pelo Brasil e que se tiver, não vai dar pra cantar todos os cd's </3
    Bju Brubeldeeee

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  5. No Ensino Médio eu era muito fã e apaixonada pela Taylor, mas a maioria das pessoas não gostava dela e ficavam tirando sarro de mim e eu ficava tipo "Ok, tudo bem, agora deixa eu ir cantar You Belong With Me até ficar rouca". Fazia um tempo que não escutava ela mais assiduamente, mas desde que comecei a entrar aqui e no blog da Analu o meu amor reacendeu e compartilho de tudo o que você escreveu. Sua lista está divina, mudaria poucas músicas, talvez colocaria Back To December (demorei pra escutar ela sem chorar) . Não sei dizer qual das que você selecionou amo mais, todas fazem parte de momentos importantes e que me acabei de cantar, porém Love Story, 22, Our Song e Blank Space ❤️❤️❤️ Nunca tinha visto esse vídeo de All Too Well, to tentando não chorar aqui ~sem sucesso~. E pode mandar mais Taylor, porque nunca é demais!
    Beijooos :D

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  6. Adoro a Taylor! Sou apaixonada por ela, e concordo quando você diz que ela demonstra sentimentos universais. Amei a seleção. bjs

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  7. Anna, ainda bem que você linkou seu post lá no meu, já que é um abrusdo que eu não tenha comentado num post no So Contagious chamado ODE À TAYLOR SWIFT. Eu tenho quase certeza de que li, na época, mas era uma época em que eu estava pouco participativa na internet por n motivos, e fiquei de visitando fantasma mesmo. (Inclusive estou me perguntando se não surrupiei daqui meus comentários sobre Style - porque, sim, é a batida!!! - e sobre Enchanted).

    Não tem muitas músicas da Taylor de que eu não gosto, mas infelizmente Love Story é uma delas. Acho tão, tão... Nada hahaha Tenho dificuldade, inclusive, de aceitar que essa música sempre vai estar em todos os shows, enquanto eu provavelmente nunca vou ver Fifteen (pro meu eu de 15 anos, bem a época em que ela foi lançada).

    Adorei muito seu top (tem várias que eu queria ter incluído no meu, pensando melhor - Begin Again <3 - amei o comentário sobre ela - e Treacherous), mas minha parte favorita é o texto antes dele. Tanto sobre os *momentos* Taylor Swift (e não é uma coisa ótima de compartilhar com as amigas?), e sobre por que tem tanta gente falando besteira sobre ela por aí, e por que tem tanta gente, tantas meninas, amando também.

    Beijo!

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