terça-feira, 19 de abril de 2011

Dom Pedro me entenderia

Já tem um bom tempo que tenho contado pra mim mesma uma lorota, pra ver se por um milagre ela vira verdade. Tenho dito incessantemente pra mim que o que eu quero é sair daqui. Deixar Uberlândia, minha casa, meus pais, minha família, amigos e cachorro e ir estudar na melhor faculdade que eu conseguir passar. Fico repetindo isso na minha cabeça e também pras pessoas, dizendo que é o melhor, que vai ser incrível, que vou conhecer gente nova e aprender muito; só que, em todo esse tempo, eu não acreditei nisso uma única vez. Na verdade, eu evito pensar nisso, porque se eu penso, vejam bem, eu entro em crise. Por crise, entendam que eu acabo sempre sentada no chão do banheiro, chorando desesperada e angustiada, tudo por conta de uma coisa que, segundo eu mesma, é meu sonho.

Sou expert em evitar pensamentos que me machucam em horas inoportunas, mas tais crises tem se tornado cada vez mais comuns, ao ponto de eu sentir que nunca saio delas, com esses pensamentos martelando e me tirando o sono dia após dia. E isso me põe pra pensar que não deveria ser tão sofrido. Se fosse mesmo meu sonho, não era pra doer assim. Claro, nunca é fácil deixar nossa vida inteira pra trás pra começar do zero em um outro lugar totalmente desconhecido, sozinha; mas quando é sonho, quando a gente realmente quer com todas as forças, a gente passa por cima e arranja um jeito de ser menos penoso, de não ser um martírio. Aí minha mãe me chamou pra conversar e disse que eu ainda não olhei nada, não fiz pesquisas, que não converso com ela sobre isso... se sou eu que quero, já não devia ter um plano na cabeça? E por que eu evito tanto esse assunto em casa? 

Isso tudo me fez pensar que talvez eu não queira aquilo que eu achava que queria Ou aquilo que eu deveria querer, porque é o que todo mundo me aponta o dedo e diz que é o que eu tenho que fazer. Foi então que eu parei de ficar com medo das coisas que eu quero, deitei na cama, e tive um papo sério comigo mesma. Anna Vitória, minha filha, o que você quer da vida?

Como não obtive resposta, fui falar de novo com minha mãe e ela disse que achava mesmo era que eu deveria ficar aqui. Disse que foi aceitando a ideia de me ver fora, porque pensava que era isso que eu queria e supostamente é isso que as mães devem fazer - apoiar os sonhos dos filhos -, mas que tem perdido o sono de pensar em me soltar nesse mundão de meu Deus e acha que não é a hora e que ninguém está pronto pra isso. E nem foi super-proteção, sabe? Porque meus pais são super-protetores na maior parte das vezes, mas eles nunca podaram o meu suposto sonho de fazer faculdade em outro lugar, por mais que não gostassem da ideia. Tanto não gostavam, que as conversas que tínhamos sobre isso eram mais vagas e inconclusivas do que foi o COP 15.

A verdade é que, hoje, 18 de abril de 2011, eu quero ficar. Pode ser que com o passar dos meses eu mude loucamente de ideia e diga que meu sonho mesmo é colocar uma mochila (até parece) nas costas e com a cara e a coragem ir pra uma cidade totalmente nova resolver minha vida. Mas hoje - e espero que amanhã também, porque essas crises e epifanias existenciais me roubam um tempo danado - eu quero é ficar. Vou fazer faculdade aqui. Dar uma chance à UFU. Porque venho menosprezando a faculdade daqui, que ninguém nunca disse que é ruim, porque eu tenho essa mania de querer sempre o mais difícil. É uma coisa boba e extremamente medíocre, mas eu tenho essa fixação por obstáculos aparentemente intransponíveis, como se eu precisasse ficar mostrando pra mim mesma que eu sou muito capaz. Como se entrar numa faculdade a dois quarteirões da minha casa fosse me fazer uma pessoa pior do que aquela que iria viajar 600 km pra ~realizar um sonho~.

A única coisa boa desse papo de ser competitiva comigo mesma e adorar uma coisa impossível, é que eu tenho certeza que, se eu ver que aqui não é o caso e meu mundo virar de cabeça pra baixo e eu realmente enxergar que meu lugar não é aqui e que eu realmente preciso me mandar, eu tenho coragem de começar do zero. De verdade. Creio que a única vantagem de viver essa loucura com tão pouca idade é que, sempre vai dar tempo de mudar de ideia no meio do caminho. 

Só sei que, desde que tomei essa decisão, fui inundada por uma paz que não sentia desde que as aulas começaram. Vai ver que era esse o sinal que eu andava pedindo.

18 comentários:

  1. Anna, eu entendo exatamente o que tu estás passando. No meu tereceiro ano do Ensino Médio eu estava exatamente onde tu estás: com vontade de ficar, com vontade de ir embora, mas sem saber o que fazer.
    Acabou que fiquei. Conversei com meus pais, com psicólogo, mas no fim das contas fi que nem você e decidi que a melhor coisa agora era ficar.
    E, olha, 90% das vezes eu não me arrependo da decisão.
    Quando saí da escola estava morrendo de medo que a faculdade fosse ser uma extensão do Ensino Médio. Muita gente do meu antigo colégio estuda na UFAM, e fiquei toda: cara, se tiver que conviver com essas mesmas pessoas do colegial JURO QUE PIRO, não quero isso pra minha vida! Por sorte, conheci pessoas COMPLETAMENTE diferentes na faculdade.
    Meus amigos de colégio não gostavam os mesmos filmes que assistia, dos mesmos lugares que gostava de frequentar e nem das mesmas bandas. Felizmente essa situação se inverteu com as pessoas que conheci em Jornalismo.
    E vou te dizer uma coisa: grande parte da experiência universitária são as pessoas que você conhece no seu curso. E são nesses momentos que eu não me arrependo de ter ido embora. Tem muita coisa que eu vivi aqui, em Manaus, que eu precisava ter vivido antes de mudar de cidade.
    Lógico que tem aquelas momentos que fico: putz, teria muito mais oportunidades profissionais se tivesse ido pra São Paulo. Mas será que eu ia ter cabeça pra pensar em profissão se não tivesse uma base sólida de amigos/família? Isso eu não sei no seu caso, mas acho que eu não conseguiria.
    Acho que tudo acontece quando deve acontecer, talvez você não esteja pronta agora, mas tenho certeza que um dia vai estar. Todo mundo tem um timing, né? Talvez somos duas late bloomers, hahaha! Mas isso não significa que um dia não vou te ver publicada numa revista importante por aí.


    P.S.: desculpa o comentário ENOOOORME, mas eu sei como é chato passar pelo o que tu estás passando, e como é mais chato achar que tá sozinha nesse barco (quando na verdade tu não estás).

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  2. Ei Anninha!
    Eu sei bem o que é tentar colocar algo na minha cabeça, fingindo que eu quero essa coisa, e depois chorar sozinha pra tentar me entender. Eu acho que você está certa. Se acha que não está preparada pra isso, simplesmente não faça. Sair de casa é realmente um passo muito grande. Eu, com toda a vontade que tinha de ficar em São Paulo e deixar meus pais virem sozinhos pra Curitiba, arriei completamente e não tive nem coragem de prestar a USP.
    Siga seu coração. O melhor lugar é onde estamos com paz na consciência, porque senão a gente não sossega!
    Beijos!

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  3. Ano passado foi o meu ano de prestar vestibular, investi tudo o que eu podia, e no final, percebi que não foi o necessário (estudar nunca foi minha vocação, aprender sempre foi o suficiente e uma das coisas mais gostosa que eu poderia fazer, só não tenho culpa de outras pessoas saberem mais que eu). Por fim, acabei não passando em faculdade nenhuma, também, meu curso era os dos mais concorridos: audivisual. Consegui uma bolsa de 100% pra estudar na anhembi morumbi em SP, mas meus pais nao me deixaram arriscar, e a todo momento eu me culpo por isso, por mim arriscaria sem medo, aliás, quebrar a cara é uma coisa que eu adoro fazer. E junto com a saida do ensino médio e o não saber o que fazer da vida, acabei mudando de cidade. Já estamos quase no quinto mês e parece que eu estou em janeiro ainda. Não consegui emprego, não fiz muitos amigos, aqui não tem biblioteca e é tudo tão tão longe. E sabe, sinto-me tão mal porque tive que abrir mão de tudo o que eu mais gosto: aprender e ser livre.
    No final das contas, desisti de radio e tv e estou migrando para a relaçoes públicas porque esse curso tem na PUC da cidade vizinha, e sei que não vou conseguir prestar vestibular esse ano, mas ao ler seu texto me deu uma baita saudade de tudo: das provas, dos estudos, do cursinho, da ansiedade. E sempre acaba batendo aquela ânsia de ir pra longe e fazer o que eu sempre quis: rádio e tv, porém, sei que terei que me contentar com a paixonite repentina de relações públicas.

    Desculpa escrever um texto desse tamanho! Mas, sei lá, me bateu uma vontade enorme de compartilhar mesmo sendo a minha primeira visita...

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  4. Prestar vestibular, mudar de cidade, ter o emprego dos sonhos... É tudo realmente muito grande, muito intenso... E dá medo. Tem que ter certeza do que quer e coragem de correr atrás de tudo isso. Acho que você fez certo em conversar consigo mesma pra tentar se entender. Afinal, se a gente não sabe o que que quer, como os outros podem entender? :)

    Se tiver que ser, tenho certeza que será. :D

    Beijos!

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  5. Olha, a questão toda é bem medonha mesmo. Tem 2 anos que eu saí da minha cidade natal para estudar/trabalhar/whatever. Não que seja muito longe, são 70km.

    Embora não seja o sonho dourado de "agora vai dar tudo certo" e tenha horas que a única coisa que eu consigo fazer é ficar completamente prostrada, só pensando em como as coisas dão errado, tem sido uma experiência muito boa e eu cresci muito em tão pouco tempo.

    Espero do fundo do coração que você descubra o que é melhor para você.

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  6. Engraçado, estou na mesma situação que você, só que ao contrário. Sempre me imaginei fora daqui, morando em outra cidade, outro estado... Outro continente até, e hoje eu sinto que não é mais um sonho, é quase uma necessidade entende? E tenho que encarar a enorme frustração de não poder arrumar as malas pegar o primeiro avião pra um lugar bem longe daqui e recomeçar.

    Espero que você se encontre de uma vez por todas, porque essas crises ninguém merece né? Adorei o texto btw.

    xx

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  7. Eu realmente me identifiquei muito com esse texto Anna, sério mesmo! Sempre tive a ilusão de que o mais difícil, o mais "penoso" era o correto, o que precisava ser feito. Essa coisa toda de superação, de provar pra si mesmo que você TEM que ser o melhor independente da área que for prestar. A gente tem a ilusão de que não vai ser tão feliz se não for aquilo tudo de pessoa. Quando tinha meus 15 anos tive uma briga feia pra caramba com a minha mãe (que achava absurda a minha idéia de morar em São Paulo), e se fiquei indignada por muito tempo naquela época, vejo que hoje, ela tem razão. Acho que não precisamos ser OS MELHORES em tudo, mas fazer o melhor QUE A GENTE PUDER. Se não podemos ser Bill Gates da vida, vamos ser a melhor versão de nós mesmos e, isso inclui ser feliz :D ! Beijão, e boa sorte! ;*

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  8. Eu também já quis fazer faculdade fora. Mas era fora mesmo, no exterior. Com o tempo a vontade passou, e quando chegou a hora eu vi que não estava pronta mesmo para um passo tão grande.
    Na minha faculdade tem bastante gente de outros estados. Eu olho para eles e parece tudo bem, mas eu imagino a falta que eles sentem de casa.
    Quem sabe numa outra oportunidade, certo? Bjos

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  9. muita bom o texto e areflexão. Eu também sou meio assim, tou decidida a fazer vestibular pra medicina, que é o mais concorrido e espero ser feliz assim, mesmo tendo outras áreas mais fáceis.

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  10. Às vezes confudimos "sonhos" com "objetivos". Isso é mais do que normal, ainda mais na sua idade, passando por essa transformação na vida. Na verdade, é tão normal que continuamos fazendo isso mesmo depois de completa essa transformação. Blergh! Olha, o segredo é não ter medo. Não digo aquele medo de ser gente grande, sair de casa, etc. Não ter medo de ser o que você quer ser, não importando o que os outros achem. O verbo já diz: achar. Achar alguma é muito fácil, ainda mais quando se acha alguma coisa pra terceiros e não para si. O difícil é ter certeza. Ninguém nesse mundo, acredite, niguém! sabe melhor do seu futuro do que você mesma. Afinal, as consequências cairão em seu colo, não no deles.

    Eu acho um pouquinho cedo pra você já estar passando por essa ansiedade. A vida é uma só :) vai estudando e pensando com calma, não precisa de pressa. Você ainda pode (e deve!) errar e fazer escolhas erradas muitas vezes, é jovem! A vida é feita de gostos, linda, experimente todos eles :*

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  11. Como se não bastasse decidir qual curso prestar, temos que decidir qual faculdade prestar, onde vamos morar, com quem...
    Realmente, Anna, ninguém vai poder te solucionar esse dilema e, acho, na verdade, que (apesar de poder ser muito útil) pode até acabar te confundindo um pouco saber sobre experiências de pessoas que saíram de casa pra cursar a universidade. É fato consumado que cada caso é um caso e, bem, há pessoas que se adaptam e há pessoas que não.
    Acho mesmo que seria desnecessário esmiuçar meu próprio exemplo aqui, até porque foram em circunstâncias bem diferentes da sua. O que cabe dizer é que pra mim foi a melhor decisão. Óbvio que isso não significa que você deva repetir o que fiz - nem o que ninguém fez. Na verdade, apesar de me sentir bastante inapto pra te dar um verdadeiro conselho, pelo pouco que sei acho que ficar aí seria a melhor decisão.
    Sabe aquelas pessoas que ficam presas à cidade onde viveram, moram sempre com os pais e deixam de experimentar coisas novas? Você NÃO é esse tipo de pessoa, isso se nota de cara. Eu apostaria muita coisa que em não muitos anos você vai realizar seu sonho de conhecer Paris ou mesmo toda a Europa, viajando por aí e conhecendo e vivenciando muita coisa... mas, talvez, não seja essa a hora ainda. Talvez você tenha que experimentar e aprender coisas de um modo que só seria possível permanecendo em Udi. E jamais tenha vergonha disso! Você pode apreender muito mais da vida aí que em qualquer outro lugar que você fosse, só depende de você mesma.
    Enfim, Deus sabe o que é melhor pra gente e eu acredito que Ele vai mostrando mesmo o caminho. Falo por experiência própria, experiência de alguém que quis Rel. Intern. por 3 anos até perceber que não era o rumo certo a tomar. Então fique tranquila que, no final, tudo dará certo. Garanto a você.
    Beijo

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  12. eu faço unicamp, que é uma faculdade frequentada por, digamos, 80% de pessoas de fora de campinas uns 20% de campinas. e eu posso dizer que sair da cidade que você nasceu e ir pra um lugar novo, viver sozinho, cortar as amarras e etc é um negócio fantástico e necessário na vida.
    às vezes eu fico olhando as pessoas que SÃO de campinas, e elas participam muito menos de tudo que as outras, talvez por não terem saído de casa, por ainda estarem com os pais ou por terem algum conforto, não sei. mas cada turma na faculdade é uma grande família, porque as pessoas precisam umas das outras pra se apoiarem. e as pessoas que ficam na própria cidade acabam sendo um pouco deslocadas, talvez pela família, talvez por não ter cortado essas tais amarras, mas parece que falta passar uma fase na vida.
    claro que eu não posso te influenciar nem nada do tipo, você que sabe como se sente, mas eu sempre digo pras pessoas que fazer faculdade na própria cidade é um erro tremendo.

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  13. Tava lendo os comentários e com tantas conclusões/conselhos legais fica difícil não ser repetitiva.
    Mas enfim... Pra mim essa é a graça da vida. Pode de redescobrir, permitir fazer diferente, mudar, evoluir. Esse compromisso é com você mesma, então você só deve uma satisfação a si mesma. Claro que é bom dividir, mas quem tem que decidir é você!
    Lendo seu post lembrei do discurso da Jessica, amiga da Bella em Crepúsculo, que ela faz no filme, você assistiu?
    Essa é a hora de errar, ir, voltar... Você está começando e espere, ainda muras crises virão. Não é pra desanimar, é só pra lhe dar um "seja bem vinda" a esse mundo de crises existenciais. :D
    Bjitos!

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  14. Sempre digo que o ano mais louco da minha vida, com mais crises existenciais e de choro foi o de formatura no ensino médio. No meu caso, a correria de sempre do colégio + cursinho + inglês + decidir que curso fazer + em que faculdade fazer + alguns problemas familiares, acabaram com minhas estruturas emocionais que já não eram lá aquelas coisas (Televisa perde um talento aqui). E olha que isso tudo acabou - amém - faz só uns meses. Tive uma fase de super empolgação com São Paulo, e contava os dias para pegar minha mochila e me mandar para a USP cursar Jornalismo e colher os frutos de uma carreira bem sucedida que já era certa, só bastava eu pisar em terras paulistas. Mas seria tão fácil assim? Eu seria feliz apenas lá? Aos poucos fui trabalhando nisso e percebi que não. Ainda morro de vontade de morar um tempo em SP, devido a todas as oportunidades que por si só já são enormes, imagine comparadas às de Manaus. Mas gosto da minha cidade e percebi que posso sim me desenvolver profissionalmente aqui. Então o problema faculdade já era ok: iria prestar vestibular feliz e saltitante para a UFAM. Mas e o curso? Eu já tinha desencantado do Jornalismo e mudei de idéia mil vezes, até Medicina já tinha passado pela minha cabeça. Na época da prova do PSC (processo seletivo daqui, que provavelmente equivale ao teu PAAES) e do ENEM, eu estava decidida de que Arquitetura era o curso da minha vida. Mas meu coraçãozinho sempre foi de Humanas, e minha nota nas Exatas não foi suficiente. Fiquei arrasada e decidi colocar Letras, que era um guilty pleasure - e seria o curso que eu iria fazer, mas só lá pra frente. Fui para o primeiro dia de aula ainda com o pensamento lá no bloco e Arquitetura, mas aos poucos fui me apaixonando pelo curso. E quando vi o plano de curso e assisti a uma aula de uma amiga que tinha sido aprovada em Arq., dei graças aos céus por não ter sido aprovada. Cálculo, Geometria, e matérias totalmente contrárias ao que eu imaginava. Nunca aquele ditado "Há males que vêm para o bem" fizera tanta sentido para mim. Hoje tenho a certeza de que estou no curso certo, e apesar de algumas piadinhas de que ele não é de verdade, que serei pobre e outras abobrinhasZzZz (que você provavelmente também ouvirá em Jornalismo, RÁ!), sei bem o que quero para o meu futuro - ainda não desisti do Jornalismo, toma cuidado comigo viu. E olha, não há sensação melhor do que a de acordar todos os dias para assistir a 4 horas quase ininterruptas de aula e simplesmente adorar isso.

    O fato de você ter aberto a sua cabeça para a possibilidade de que o seu curso e a sua faculdade certa possam estar aí pertinho da sua casa (os meus estão a 20min de ônibus da minha, oi), já é um grande passo. Talvez estejam aí mesmo, talvez não. Mas você só vai descobrir tentando. Desejo do fundo do meu coraçãozinho que você escolha a opção que te deixe em paz consigo mesma e te satisfaça, independente de qualquer outro fator. Desculpa aí pela bíblia que eu escrevi, mas não podia ficar de fora dessa sessão divã. VEM, GENTE!

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  15. Sabe Anna... Eu me enxerguei muito no seu texto. Em momento algum, do ano passado, eu fiquei nessa de mudo não mudo, porque nunca cogitei essa possibilidade, meu pai sempre cortou minhas asinhas quando dizia que queria fazer faculdade fora. Mas eu sofri muito pra escolher e hoje eu acho que fiz a escolha certa. Mesmo odiando 90% da minha sala, mesmo vendo o monte de dificuldade que o curso tá enfrentando, por ser a primeira turma, mas eu só tenho uma certeza: se Deus me ajudou a "desistir" de Psicologia, pensar em Moda e escolher Comunicação e PASSAR em Comunicação, não foi por acaso. E quando eu penso que vou perder a linha e mandar todo mundo pro inferno, ou quando fico chateada em pensar em defeitos do curso, eu penso que se eu tô ali dentro é porque Deus tinha um propósito, Ele sabia que eu conseguiria enfrentar a barra e vai me dar forças pra lutar até o fim pelo meu curso.
    Ele escreve o certo por linhas certas, ao contrário do que dizem. Por mais que tudo caminhe da forma mais inesperada possível, é porque Ele sabe onde você deverá estar.


    Desculpe pelo comentário trabalhado no desabafo. Se precisar conversar, me disponho. ;)

    Beijo

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  16. Esse post (e toda sua reflexão e decisão a respeito) foi muito maduro, Anna.
    Eu sei que tenho esse discurso vamos todos abandonar nossa cidade natal. De preferência, vamos todos para a UFSC, mas cada um é cada um (dãr) e nem sempre o que é bom pra mim é bom pros outros.

    Não é morar numa cidade maior que vai fazer você ter O curso de graduação perfeito, sabe. Defeito tem em todo curso, todo professor e toda estrutura. A UFSC parece muito boa, mas o que fazer com os professores de redação que nem corrigem nossas notícias? Os tripés inexistentes no labtele, que nos obriga a sair gravando por aí sem apoio (câmera nervosa feelings)? O curso da UFU é novo, não é? Óbvio que vai ter defeitos de recém-nascido, mas o meu tem 30 anos e nem por isso, sabe... Até porque quem vai fazer sua faculdade é você mesma, não adianta, os professores colocam textos na pasta da xérox, mas quem vai lá e senta a bunda na cadeira pra tentar entender o jornalismo é você. A universidade pode disponibilizar gravadores e câmeras pra vc praticar, mas quem tem a iniciativa é você (já soube de gente que mudava a voz pra fingir que era um entrevistado e entregar qualquer coisa em trabalho de rádio, acredita?).

    Resumindo minha ópera Carmen, se a possibilidade de sair de Ubers tava te afligindo tanto e você se sente melhor pensando em ficar, é o melhor para você, sabe. Descobrir um mundo diferente é uma delícia, mas nada paga o colo de mãe, um carinho feito no Chico... eu ainda sofro muito, muito por ter saído de casa tão cedo, por mais que tenha me aproximado mais da minha mãe e do meu pai depois disso. Tanto que daí faço loucuras tipo aquele final de semana que fugi pra lá. Tanto que só escrevendo esse comentário já me dá vontade de chorar, enfim.

    Fato é que jornalismo é jornalismo em qualquer lugar e que ainda assim, você tem a chance de passar 6 meses em qualquer federal do país. Todas te espera aqui na UFSC! hahahhaa

    beijos e tenha um resto de terceirão mais leve!

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  17. Hahah acho que leio seu blog tem uns 3 meses e nunca falei oi. Mas aí li esse post e me lembrei de quando eu mesma passei por essa "crise de fico-não-fico" na casa de papai e mamãe... acabei me decidindo por sair mundo afora, e não me arrependo.

    Mas passei por vários infortúnios até me sentir alegre e feliz. Às vezes imagino como seria minha vida se tivesse ficado na terra natal...

    Enfim, divagações perdidas, ignore hehe

    Boa sorte pra ti! ;)

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  18. Que texto mais lindo! Super verdadeiro e maduro. Estes sofrimentos são doloridos, mesmo. Alguns eu tenho até hoje... e geralmente, quando a gente precisa escolher, dói de qualquer jeito. Escute o seu coração, e isso basta.
    beijo!

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