quinta-feira, 4 de julho de 2013

Altar particular

Eu sou uma bagunça, quem já viu de perto sabe. Meu estado normal é andar com o mundo desmoronando sobre a minha cabeça, mas eu tenho angústia existencial de pensar em colocar minha vida em gavetas e listas, então é assim que eu vou levando. Isso não significa, porém, que eu não faça planos, muito menos que eu não fique pra lá de satisfeita quando eles de fato se concretizam do jeitinho que eu imaginei que seria. Minutos antes de dormir eu penso na minha vida como quadradinhos que se encaixam em gavetas e etapas que ficam lindas nas listas e às vezes nem eu mesma consigo me sabotar e jogar tudo pra fora.

Melhor do que terminar o dia tendo feito tudo que queria fazer, em fechar a semana sem coisas para ler no domingo à noite é quando a gente olha pra trás e viu que conseguiu fazer aquilo que não imaginava que aconteceria. Aquilo que a gente sonhou que um dia faria e um dia pensou que fosse só um sonho da boca pra fora. Há anos eu leio a Analu falando sobre as suas peças e desde de Vamos Falar De Amor Sem Dizer Eu Te Amo eu comentava no blog dela dizendo que meu sonho era um dia poder aplaudi-la de pé, com lágrimas nos olhos. E era um sonho mesmo, mas juro que muitas vezes eu pensei que o mais perto que eu chegaria disso seria assistir a peça por DVD ou ler o texto junto com ela pelo Skype. 

Só que, como eu ia dizendo, de vez em quando as coisas acontecem como a gente planeja. A gente já tinha falado sério sobre eu ir vê-la em junho pra assistir ao seu musical de formatura, mas aconteceu tanta coisa, de greves que estragaram minhas férias às companhias aéreas que queriam cobrar o equivalente a dois terços do meu fígado para me levar pra perto do palco do Cena Hum e eu estava conformada de que não rolaria. Mas aconteceu de dar certo e no último sábado lá estava eu naquela escola de teatro sobre a qual já li tantas descrições, olhando para a cara de pessoas de quem já tinha ouvido falar tantas vezes, com as amigas que sempre disseram também sonhar em um dia estar ali e a gente riu por ter percebido ao mesmo tempo que olhávamos aquela situação como se estivéssemos lendo um livro, ou o blog da Analu ou a própria história da nossa vida.

E eu fui parar na primeira fileira e a Tary tremia do meu lado e eu ri por dentro por lembrar que mais cedo a gente estava se perguntando se íamos ou não chorar. Porque é claro que eu já estava chorando antes de entrar no teatro e é claro que eu tive que fazer muita força pra não soluçar quando a Analu começou a cantar. Porque era a última peça dela, o musical dela, e era a gente ali na plateia arfando de chorar antes, durante e depois, aplaudindo de pé e babando de amor e orgulho. Dava vontade de gritar e apontar: tá vendo aquela menina de rosa ali no palco cantando em francês? Pois é, é minha amiga e mais cedo a gente estava cantando Taylor Swift no carro e eu já vi ela com a cara suja de maionese, aquela mesmo que agora tá chutando traseiros no palco!

Analu queria uma resenha sobre Histórias Para a Liberdade, mas eu já disse que não sei falar sobre o que eu amo demais (principalmente porque eu não sei nada sobre teatro). Espero que ela se contente com o tratamento que tudo que eu amo demais recebe por aqui, que é uma babadinha de paixão e uma puxação de saco sem fim. Vocês, que leem ela contando cheia de amor sobre o teatro, saibam que toda a mágica é real, e que a menina do Minha Vida Como Ela É, além de escrever bem e abraçar mais apertado que todas, ainda canta que é uma coisa linda de ver e ouvir. Vocês perderam. 

8 comentários:

  1. Anna, isso é jeito de terminar esse texto? "Vocês perderam". Eu já tava superando o recalque, mas agora estou morrendinho de novo. ASSIM NÃO VALE.

    Eu fico imaginando o quão sensacional a Analu é no palco porque ela descreve todas as situações tão magicamente que nem sei como lidar. Eu, que sou novata nessa coisa de teatro, espero ainda assistir a uma estréia da Analu pra que eu possa aprender e me realizar (e sei que é difícil porque ela tá se graduando). <3 No Cena Hum a mágica parece acontecer de verdade.

    Amei o texto e tô morrendo de recalque, mas no próximo encontrão eu juro que estarei lá!

    :***

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  2. SIM ELA CANTA MUITO LINDAMENTE!!!!!!! Morri de orgulho! E aquela primeira fila da estreia tava tão mágica, tudo tava tão maravilhoso e coisa de sonho que eu ainda não acredito que de fato ocorreu! A gente é muito boa nessa coisa de superar barreiras, viu?
    Não vejo a hora da nossa balada creiça se concretizar <3

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  3. Como disse a Mayra, a gente é realmente muito boa nessa coisa de superar barreiras! Acho que é o que fazemos de melhor. Agora, se pra vocês isso tudo foi um sonho, juro, não foi um décimo do que foi pra mim. Estrear aquele musical com vocês na plateia foi mais que um sonho realizado. Foi um momento inesquecível e mágico. Não dá pra expressar. São 2 paixões da minha vida juntas e na melhor situação possível. Eu amo vocês demais. Obrigada por abraçarem meus sonhos comigo, e me permitirem abraçar os de vocês. Porque sonhando junto com quem a gente ama, a realidade é ainda mais deliciosa. Amo você. Demais.
    E o final desse texto me fez chorar instantaneamente.

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  4. kkkkkkkk que Legal essa amizade de vocês! Espero que se perpetue!

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  5. Ah, meu. Não sei o que comentar. Lindo, lindo, lindo. Queria ter dividido essas sensações com vocês <3

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  6. ótimo quando os sonhos se realizam!
    Amo mto isso!

    Um beijo,

    http://algumasobservacoes.blogspot.com/
    http://escritoshumanos.blogspot.com/

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  7. Sentimos tanto orgulho da Analu, e foi um prazer t ão grande estar ali vendo tudo aquilo, que eu nem sei bem o que comentar.
    Meu Deus.
    Quero voltar!! Quero apertar a mão da Tary, enquanto ela aperta a sua, e a gente pensa: "Nossa amiga é foda", no meio de lágrimas, hahaha.

    Amo vocês <3

    Beijo!

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  8. Se já dá pra sentir a emoção da Analú em estar no palco daqui do computador, a cada post e declaração emocionada, imagino vocês lá, com ela, nesse dia tão importante!

    Que bom que vocês tiveram o prazer de vivenciar tudo isso!

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