terça-feira, 29 de dezembro de 2015

SO CONTAGIOUS AWARDS: Retrospectiva literária de 2015

Eu passei o ano inteiro temendo o momento de escrever esse post porque, surpresa surpresa, eu li pouco, bem pouco, quase nada em 2015. Ou pelo menos era isso que eu pensava. Enquanto lá pra outubro certas amigas se lamentavam (!) de terem lido só (!!) 45 (!!!) livros até aquele momento (outubro!), eu estava feliz porque felizmente tinha conseguido passar dos 10 (!!!!). Sei que no mundo real ler uns 15 livros num ano é uma marca pra lá de boa, mas eu vivo num mundo de gente que lê 50, 60, 100 livros num ano, então, sim, eu estava me sentindo meio pra baixo. Porém, como nossas mães nos ensinam, qualidade costuma se sobrepor à quantidade, e foi isso que o Year In Books do Goodreads me lembrou: posso ter lido pouco, bem pouco, quase nada em 2015, mas só. li. coisa. boa. 


Em 2015 li livros que tenho certeza que vou lembrar nos próximos anos, livros que muito rapidamente se tornaram referências na minha vida, que me deixaram com a sensação de que ainda que eu tivesse lido 50, 60, 100 livros, eles ainda seriam os destaques. Como são poucos títulos (não sei ao certo quantos porque vários ficaram pela metade, não estou contabilizando as leituras que fiz para o TCC e fiz várias releituras), dessa vez não vou recorrer ao formato criado pela Tary, que venho usando (e abusando!) há anos. Vamos fazer essa retrospectiva num esquema mais free-style, do jeito que a Fernanda faz e sempre é tão bom, como se estivéssemos todos num tapete compartilhando quotes, passando volumes pra lá e pra cá, e cheirando páginas como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.  

LIVROS LIDOS EM 2015

We Were Liars (E. Lockhart): 
Só Garotos (Patti Smith): 
Já Matei Por Menos (Juliana Cunha): ♥/
Not That Kind Of Girl (Lena Dunham): 
Never Have I Ever: My Life (So Far) Without a Date) (Katie Heaney): 
Americanah (Chimamanda Ngozi Adichie): 
Vaclav e Lena (Haley Tanner): 
The Raven Boys (Maggie Stiefvater): 



The Dream Thieves (Maggie Stiefvater): 
Blue Lily, Lily Blue (Maggie Stiefvater): 
As Boas Mulheres da China (Xinran): 
Savor The Moment (Nora Roberts): 
The Viscount Who Loved Me (Julia Quinn): 
The Girl's Guide To Hunting and Fishing (Melissa Bank): 
A Arte de Pedir (Amanda Palmer): 
A Amiga Genial (Elena Ferrante): 


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Memórias de mulheres 


Em 2015, li muita não-ficção. A melhor, de longe, foi Só Garotos, da Patti Smith, uma biografia que surge como uma promessa da autora a Robert Mapplethorpe, seu melhor amigo, amor da sua vida, and everything in between. É a história dela, é a história dele, é a história dos dois, mas também é a história da cena cultural dos anos 60 e 70 nos Estados Unidos, de pessoas que acreditavam que a arte os transformava em deuses, ao mesmo tempo em que eles não passavam de... garotos. Tudo que eu leio a respeito desse livro diz sempre as mesmas coisas, tão repetitivo que parece preguiça, mas juro que é impossível escapar. Porque ele é mesmo lindo. Encantador. Sensível até a última página. É um livro sobre amor em suas mais diversas formas, uma leitura obrigatória a todas as pessoas apaixonadas, realmente apaixonadas, por arte e criação, independente da forma.


Bom, mas não é preciso ser a Patti Smith para contar a própria história. Aos trancos e barrancos a Lena Dunham faz isso em Not That Kind of Girl, um livro que às vezes é ótimo, às vezes é péssimo em alguns momentos é apenas divertido e em outros simplesmente desnecessário. Muitas vezes quis dizer pra ela amiga, guarda pra você, mas em outras quis dizer obrigada. Vai entender.

Never Have I Ever é o livro onde Katie Heaney, uma jovem jornalista do Buzzfeed, compartilha as memórias dos seus não-relacionamentos: ela passou seus 25 anos sem nunca ter namorado ou pelo menos ido além de um segundo encontro. Puxei a Analu pela mão para ler o livro junto comigo (pois óbvio) e gosto muito do que ela escreveu sobre ele num texto para Pólen, sobre como é importante uma mulher bancar sua própria história cheia de elementos que, aos olhos da sociedade, a transformam numa fracassada: nunca namorou (encalhada, problemática, esquisita, eles diriam), mas sonha com isso (desesperada, ridícula, carente, eles diriam). No entanto, ao bancar tudo isso ela transforma esse absurdo (eles diriam) em algo que é seu, que é normal, plausível, e que não faz dela uma mulher problemática, louca, deficiente, infeliz, fracassada, mas numa pessoa que existe e é muito mais do que seu histórico de relacionamentos.


Quando penso sobre um movimento como o #leiamulheres, penso sobre isso: a diversidade de vozes cria uma diversidade de histórias, vivências e mundos possíveis. De repente não estamos mais tão sozinhas. Que bom.

Os YA's


No ano oficial da adolescência tardia, li pouquíssimos livros adolescentes (!). Inaugurei 2015 com We Were Liars, da E. Lockhart, que mexeu comigo o bastante para me fazer ler duas vezes seguidas, primeiro em português (ainda em 2014) e depois no original. Na história acompanhamos Cady, uma garota que sofreu um acidente e tenta recuperar as lembranças do que aconteceu no dia em que bateu a cabeça. Ela sabe que existe algo estranho em torno disso. Ela sabe que existe algo que as pessoas não estão contando pra ela. Ela sabe que existe algo estranho acontecendo ao seu redor. É um suspense ótimo esse construído enquanto tateamos no escuro junto com ela em busca da verdade, e é uma leitura que eu super recomendo para esses dias de verão, que te envolve o suficiente para ler em um ou dois dias na beira da piscina.


The Girl's Guide to Hunting and Fishing, da Melissa Bank, aconteceu na minha vida de forma totalmente inesperada. Eu estava pesquisando (?) sobre um filme besta que adoro, Suburban Girl (??), quando descobri que ela era baseado num conto desse livro, que aparentemente foi um best-seller nos Estados Unidos e virou referência em literatura jovem, considerado por alguns como uma espécie de O Apanhador no Campo de Centeio narrado por uma garota. Em menos de duas horas um livro que eu nunca tinha ouvido falar se tornou uma OBSESSÃO da minha vida e só sosseguei quando ele estava no meu Kindle. Adoro viver no futuro. Mas então: The Girl's Guide to Hunting and Fishing (amo esse título) (não tem nada a ver com a história) é uma coleção de contos narrados por Jane em diversos momentos da sua vida, desde o início da adolescência até a vida adulta. Me lembrou mesmo o Apanhador no sentido de ser uma narrativa simples e seca, que parece ser um amontoado de descrições das situações, algo bem banal, até que de repente fica muito intenso e profundo e você tá lá chorando sem entender como foi que isso aconteceu ou por que sua vida tá passando diante dos seus olhos como se fosse um filme. 2015, puta ano estranho.


Menção honrosa: o livro da Capitolina! Fui toda feliz no lançamento lá na Bienal do Livro no Rio, recomendo sem parar para todas as pessoas, mas ainda não li todos os textos. De toda a forma, fica a lembrança carinhosa (e a expectativa pro próximo!). 

Raven Cycle yassss!!!!1111


prometi publicamente que ano que vem sai um post decente sobre essa série (mas esse da Fernanda já é ótimo), por que exatamente ela é maravilhosa, por que vocês devem lê-la. Até lá, deixo vocês com meus sentimentos. Todos eles, ao mesmo tempo, sem parar. Que série incrível. Que personagens maravilhosos. Que mitologia ÓTIMA. Que livros bem escritos. Não existe sinopse que eu seja capaz de escrever que dê conta desse mundo com adolescentes tão adultos, tão jovens, tão bestas, a solta por aí procurando reis desaparecidos, lidando com desigualdade social, violência doméstica, privilégios, clarividência, profecias, maldições, FANTASMAS, sonhos, ROMANCES, simplesmente os melhores romances. Às vezes me pego na rua ouvindo Treacherous, da Taylor Swift, enquanto penso em Blue e Gansey, Gansey e Blue, Ronan e Adam, Adam e Ronan, sentindo tantas coisas que quando penso que até agora NINGUÉM realmente se pegou nessa história só consigo entender que são mesmo livros muito bem escritos. Te amo, Maggie, quero ser você um dia.


Acho curioso como em três livros relativamente curtos ela conseguiu construir um universo tão completo, com quatro protagonistas muito completos e personagens secundários que também são interessantes e vivem as próprias histórias (uma sensação meio Stars Hollow, em que por mais coadjuvante que um habitante da cidade seja, ele tem um mundo próprio). A ambientação é perfeita, os diálogos são excepcionais e eu já disse que todos os personagens são PERFEITOS e eu amo todos eles? Pois é. Apenas me levem a sério uma vez na vida, leiam esses livros (já aviso que o primeiro volume demora horrores a pegar no tranco, mas COMPENSA) e depois venham conversar comigo a respeito porque estou constantemente em busca de pessoas para obcecar sobre Raven Cycle, principalmente PORQUE O ÚLTIMO LIVRO SAI EM FEVEREIRO!!!!!!!!!!!!!!!!!!

"I think it's crazy how you're in love with all those raven boys."

Orla wasn't wrong, of course. But what she didn't realize about Blue and her boys was that they were all in love with one another. She was no less obsessed with them than they were with her, or one another, analyzing every conversation and gesture, drawing out every joke into a longer and longer running gag, spending each moment either with one another or thinking about when next they would be with one another. Blue was perfectly aware that it was possible to have a friendship that wasn't all-encompassing, that wasn't blinding, deafening, maddening, quickening. It was just that now that she'd had this kind, she didn't want the other.”

Os romances

belas capas
Nada de muito novo no front: em 2015, dei continuidade à duas séries que comecei a ler ano passado, no meu saudoso Agosto do Romance. Primeiro li o terceiro volume do Quarteto de Noivas, Savor The Moment, acho que meu favorito até agora. O primeiro me empolgou mais e eu definitivamente tive os feels pelo mocinho, mas me vi demais na Laurel, protagonista desse, e achei uma trama honesta, bem resolvida e real numa série que é tudo, menos real e plausível. Depois veio o segundo volume dos Bridgertons, The Viscount Who Loved Me. Tive uma relação bem problemática com The Duke and I (preciso dizer que acho BIZARRO que ninguém fale muito sobre como esse livro é bizarro e errado) e cheguei bem cética nesse livro. Mas achei divertidíssimo - nada inesquecível, que tenha mudado minha vida, mas foi bom enquanto durou.

O livro que me quebrou no meio 


Não é como se eu fosse a pessoa mais equilibrada do mundo, nem como se eu já não tivesse um histórico de choro em público por conta de livro, mas As Boas Mulheres da China me fez chorar sozinha no aeroporto de um jeito que me obrigou a fechar o livro porque eu vi de onde vinham aquelas lágrimas tinha muito mais pra sair. Pois é. O livro é um compilado de perfis que a jornalista chinesa Xinran fez com mulheres do país ao longo dos anos 90 para tentar entender quem eram as mulheres chinesas. Junto com as histórias de suas entrevistas ela vai contando um pouco da própria história, o filho, sua carreira, a família, a mãe e a avó. O que primeiro me impressionou foi como a gente não sabe NADA sobre o que acontece do outro lado do mundo, as guerras, o impacto da ditadura sobre a vida das pessoas, a cultura oriental, o pensamento da época, suas consequências, etc. Depois, óbvio, me impressionou o profundo sofrimento ao qual estão submetidas aquelas mulheres, a ignorância, a forma como são privadas de voz, carinho, e o jeito como situações tristíssimas tipo perder todos os filhos ou o abuso sistemático são tão recorrentes na vida delas, quase que banalizado pela ordem social.

Troféu Soco no Estômago, Desgraçamento Mental, Perdi o Rumo de Casa do ano, mas uma leitura muito importante e necessária, que recomendo irrestritamente (porém sugiro que evitem em aeroportos e lugares muito públicos).

O livro que mudou a minha vida


Eu acredito muito numa força mística e misteriosa que às vezes coloca no nosso colo exatamente aquilo que precisamos ler naquele exato momento. Foi assim com A Arte de Pedir, da Amanda Palmer. Mesmo interessada pelo livro desde antes do seu lançamento, demorei um tempão para comprá-lo e mais um tempinho para começar a ler. Mas, quando finalmente aconteceu, eu vi que de algum jeito estranho a gente (o livro e eu) estava esperando a hora certa. E foi. O livro é mistura as memórias da Amanda Palmer a partir do momento que ela decidiu que se tornaria artista, com a história de como ela se tornou o caso mais bem sucedido de financiamento coletivo da história mesmo não sendo ultra-super-mega-power famosa, com a história do seu relacionamento com o Neil Gaiman. O que costura tudo isso é uma lição sobre vulnerabilidade e a importância não de pedir, como diz o título, mas de se permitir pedir - ajuda, carona, amor, sei lá. Ou aceitar os cookies, como ela diz.

Digo sem medo de parecer brega, ou sabendo exatamente como isso é brega (mas foda-se, sentimentos são bregas mesmo), que o livro mudou minha forma de pensar ao mesmo tempo que surgiu como um reforço positivo na forma como eu já estava pensando. Sobretudo, ele tem me ajudado a colocar em prática muitos desses pensamentos, seja admitindo fracassos doloridos, dizendo em voz alta medos assombrosos, aceitando carinhos que antes eu dispensaria porque imagina! não precisa! não quero atrapalhar!, e, por fim, me conectando mais com as pessoas, me forçando a ver as pessoas ao meu redor. Semana passada, saindo do dentista, cruzei com uma estátua viva na praça, nunca tinha visto uma antes na cidade. Fui até lá, deixei um dinheiro, olhei ela nos olhos, interagimos, segui em frente. Tudo pareceu absolutamente certo e melhor, e é tudo culpa da Amanda Palmer. Viu? Mudou minha vida.

Os melhores livros de 2015


Li Americanah em março, e tenho a impressão que desde então não parei mais de falar sobre ele. Na internet, na vida, eu sempre tenho algo a dizer que veio de ou é baseado em algo que eu li em Americanah. Eu sabia desde março que ele seria o livro do ano porque além de ser, de fato, o melhor em termos literários, ainda existe a carga simbólica por ele reunir temas que estiveram na minha cabeça como nunca: histórias de mulheres complexas e reais, raça, privilégios, protagonismo sobre a própria vida, diversidade, o perigo de uma história única, etc, etc. Americanah me encantou desde a primeira página, me intrigou por mais de 500 páginas, me fez pensar e me fez melhor.

Num outro extremo, temos A Amiga Genial, da misteriosa Elena Ferrante, o último livro que li esse ano. Ele não me encantou desde o início, e demorou tanto a chegar lá que eu cheguei a questionar se a Ferrante Fever que acometeu tantas pessoas em 2015 era uma grande mentira. Não era, e fui descobrir isso quando o livro finalmente me ganhou, que foi quando ele ganhou uma vida inteira através das palavras. Nesse primeiro volume de uma tetralogia, conhecemos a infância e a adolescência de Elena e Lila, em memórias narradas pela primeira que decide contar a história das duas quando Lila some sem deixar vestígios. Adoro como Elena não filtra seus pensamentos e compartilha suas impressões sobre os lugares, as pessoas e ela mesma de forma irrestrita, às vezes com carinho, às vezes de forma mesquinha, sem esconder como enxergava Lila ao mesmo tempo como amiga e rival a quem precisava superar a todo custo. 

O livro se passa num bairro pobre de Nápoles, na Itália, no fim dos anos 50 e vemos os estragos que a guerra deixou pra trás. A ambientação do livro é muito boa e não demora muito para que a gente se sinta como que habitante do lugar, cumprimentando as pessoas ao andar pela rua, reconhecendo todos aqueles tipos peculiares (que nomes lindos eles têm!), enquanto ao fundo ouve-se o som de algum italiano falando mais alto do que o normal. Gosto também da forma como Elena Ferrante consegue descrever muito perfeitamente como funciona a cabeça dos personagens, principalmente ali entre a infância e adolescência, quando tudo que Elena e Lila confabulavam tinha um tanto de verdade aprendida na escola, algumas subversões ouvidas na rua, e fantasias delirantes da cabeça de meninas que pouco conhecem do mundo real. 

A Amiga Genial não me arrebatou, mas cheguei ao final dele tão maravilhada pela forma como foi escrito, pensando que se eu fosse um dia fazer literatura, queria conseguir reunir todas as capacidades da Ferrante. Agora no final é definitivamente o melhor que eu li esse ano e tenho muitas expectativas para os próximos livros. 

Algumas conclusões


Apesar de ter lido alguns títulos escritos por homens que não listei, ou porque foram releituras ou porque era teoria, 2015 foi o ano que li só mulheres. Não foi cota obrigatória e nem projeto pessoal, mas um processo bem natural que acredito que tenha vindo como consequência do fato de estar envolvida com feminismo e cada vez mais rodeada de mulheres, participando de projetos que se tem como base falar, escrever, pesquisar, enfim, contemplar o universo feminino e suas multiplicidades. Além disso, passei praticamente minha adolescência toda lendo sobre homens brancos de óculos que escrevem sobre outros homens brancos de óculos e tem sido muito importante e rico contemplar outros horizontes literários. Não que seja impossível a gente sentir e se relacionar com obras escritas por homens brancos de óculos (meu amor pelo Ian McEwan não me deixa mentir), mas ler todas essas mulheres e conhecer todas essas histórias é um misto de me sentir em casa, pela identificação constante com a experiência feminina, ao mesmo tempo que é um passeio em mundos inexplorados, como tem sido ler sobre a China, a Nigéria, e Nápoles devastada pela guerra e pela corrupção. 

Para o ano que vem espero ler mais (claro), mas se não for possível, espero que o nível seja tão alto como o desse ano. Lembrando que tem o último volume de Raven Cycle para sair e caso isso não tenha ficado claro eu estou bem ansiosa. Hehe. Espero que tenham se divertido e consigam tirar algo útil desse mooooonte de linhas que cometi. Me contem o que vocês leram de bom?

Com esse post encerro os trabalhos do SO CONTAGIOUS AWARDS 2015 (não deixe de ver minha seleção musical, cinematográfica e televisiva). Teve bão, teve de tudo, foi bonito e foi intenso (um jeito diferente de dizer interminável), obrigada por terem chegado até aqui, pelas figurinhas trocadas nos comentários e parabéns por terem completado essa maratona junto comigo. Não sei se vou conseguir postar minha tradicional Mensagem de Fim de Ano antes de 2016, então se eu não aparecer aqui antes espero que o ano que vem traga muitos dias lindos, histórias boas, pagodes e romances (não disse quais) para nossas vidas. Beijos de luz e até a próxima!

digitei beijos + luz no Google e o resultado foi esse 

12 comentários:

  1. As. boas. mulheres. da. China. puta. merda. Li esse livro há umas duas semanas e que porrada meu deus. Queria chorar o tempo todo, tudo entalado na garganta. Mas foi TÃO importante. Me senti tão pequena também, tão ignorante, mas como você disse foi necessário.

    De todos os livros que você falou, A Amiga Genial e A Arte de Pedir já vão pro topo da minha lista. Já tinha ouvido falar neles, mas não tinha exatamente me decidido a ler. E Americanah quero ler desde que lançou, mas acho que primeiro vou ler Hibisco Roxo da Chimamanda.

    Alguns dos meus livros favoritos do ano foram escrito por homens, mas vou falar das mulheres e ficar em sintonia com o post, recomendo fortemente TODOS: Contos da Katherine Mansfield (de uma delicadeza absurda); Amada da Toni Morrison (mulheres e pós-emancipação nos EUA, tenho a sensação que você iria adorar) e Orlando da minha querida Virginia Woolf (mais legal ainda porque trata da questão de gênero). Menção honrosa pra A Confissão da Leoa. É do Mia Couto, mas - pra mim - é um livro essencialmente sobre o impacto da guerra civil de Moçambique na vida das mulheres. Acabou comigo.

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  2. Só aumenta minha vontade de ler o Americanah, já está aqui na minha estante esperando a vez dele. Acredito que vai acontecer na hora certa, como foi vc com a Amanda Palmer. E nem vou falar mais nada sobre a Amanda, porque, meu deus do céu, foi meu livro favorito do ano e me mudou completamente. Já fiz tanta loucura por causa dele! Hahahahah Eu disse que não ia dizer mais nada, ENFIM.

    Fiquei curioso com esse das mulheres da China. Não tinha ouvido falar.

    We are liars, infelizmente, foi um que passou batido por mim. Li cheio de expectativas, sabendo que tinha um grande plot twist e tal (que foi até grande mesmo), mas, não sei, nada aconteceu aqui dentro :-/

    Raven Boys tá na minha lista de desejados! Só ouço elogios!

    Além do A Arte de Pedir, o único outro livro que recebeu 5 estrelas no meu ano (eu sou MUITO crítico com as minhas 5 estrelas) foi o Alma Sobrevivente (Philip Yancey). Não lembro se comentei dele naqueeeeela nossa conversa por e-mail, eu ainda não tinha lido, mas, nossa, FOI TÃO BOM PRA MIM. O título original é "Soul Survivor - How my faith survived the church". Nem só pelo aspecto de fé e religião, mas tem toda uma lição de empatia e vulnerabilidade (meu assunto favorito agora) de forma que achei mágico ele se conectar com o livro da Amanda Palmer em vários níveis. Tão diferentes! Tão iguais! Tão bons!

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  3. O fato de ler mais mulheres aconteceu comigo esse ano também. Inclusive no meu post de personagens favoritas usei sua conclusão (dando os devidos créditos, é claro). É algo bom que acontece naturalmente, e que tende a não parar nunca (graças a Deus!). Que ano que vem esse número dobre, triplique... Enfim, que mais mulheres apareçam em nossa literatura.

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  4. Excelente retro!!! Já li todo o Quarteto de Noivas da Nora Roberts e posso garantir que é excelente!!! Me interessei pelo livro sobre as mulheres da China, parece ser meu tipo de leitura!
    A minha retrospectiva vai ao ar no dia 31! Feliz ano novo e q Deus te abençoe!
    Bj e fk c Deus.
    Nana
    http://procurandoamigosvirtuais.blogspot.com.br

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  5. Quantos livros!!!! Eu fiquei muito interessada pela Katie Heaney! Vou adicionar a minha lista, com certeza. E quero muito ler o livro da Patti Smith, eu amo ela <3

    http://www.prefirobsides.com.br/

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  6. Anna,
    li Americanah e A Arte de Pedir por ~recomendação~ sua (Americanah pelo post aqui e o da Amanda depois de uma foto postada no twitter de uma página que amei muito) e foram melhores do ano, certeza. Então, por isso, obrigada! :D

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  7. Que amor esse post, me deixou com um sorriso nos rosto. Já marquei alguns dessa sua lista como vou ler no Skoob, inclusive estou louca pra Raven Cycle por sua culpa ~.~

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    1. Esqueci de dizer: ler mulheres é tãão bom, como você disse nos faz nos sentir em casa, rola uma aproximação super bacana, meso quando não há uma óbvia identificação, só o fato de tá lendo algo escrito por uma alma feminina nos faz estar mais perto do que nos compreende <3

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  8. Amigaaaaa.... CHEGUEI! Desculpa a demora, prometo ser melhor.
    Ao contrário de você, esse ano eu li uma quantidade razoável mas foram poucos os que me marcaram de verdade. Estou louca para que os livros de 2016 me arrebatem pois sdds ser arrebatada.
    Never Have I Ever já foi uma leitura maravilhosa por si só, mas debater cada linha dela com você foi melhor ainda. Melhor bichice do ano, com certeza - e emocionadine que tu linkou meu teixto da Pólen <3
    Já fui correndo colocar Só garotos na minha lista de quero ler do Skoob porque estou louca para me encantar também com mais uma história sobre o amor.
    Não vou falar de novo sobre Mentirosos.
    Estou, finalmente, aguando de vontade ler os Raven Boys - só desanimo toda vez que entro na Amazon e lembro que o primeiro custa 40 pila. Poxa, 40 pila?
    MORRI COM ESSE GIF DOS FEELS, HAHAHHA.
    Será 2016 o ano de terminar a série da Nora Roberts???? E: continue firme na saga dos Bridgertons, miga, por favor. O terceiro é lindo - mas vai te fazer passar MUITA raiva. Seja bem vinda.
    Desde que você falou a primeira vez sobre esse das mulheres da China que eu to super afim de ler, mas ainda não resolvi essa pendência, aff. Parece realmente sensacional e eu adoro esses livros que nos fazem levar bordoadas na cara dessa nossa vida de white girl, sabe? Quando penso nisso não consigo não pensar em Americanah e em A Cidade do Sol, que eu mordia a mão lendo de tanta agoniad o que aquelas mulheres passam lá no Afeganistão e companhia limitada :(((
    Também amei que lemos Amanda Palmer praticamente juntas e conversamos a respeito - mas ainda tenho a sensação de que conversamos menos do que deveria ter sido conversado, VEM JANEIRO.
    Agora, não entendi o final. Como assim Amiga Genial foi o melhor em negrito num ano que teve Americanah????
    Te amo! Tomara que em 2016 a gente biche mais!

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  9. CHEGUEI pra essa que é definitivamente minha parte favorita das retrospectivas/posts de favoritos de fim de ano. Lemos algumas coisas em comum, mas acho que você gostou de todas mais do que eu hehe Li Só Garotos não por algum interesse particular na Patti Smith (eu nem conhecia o Robert, pra ser bem sincera), mas porque cacei 500 listas de livros sobre os anos 60/70 depois que Mad Men acabou (acho que você vai me entender quando terminar) - e esse contemplava um universo bem diferente do da série. O livro é mesmo sensível, a história dos dois é muito comovente (comprei o livro porque o (acho que) prólogo foi tão lindo!), mas achei tão... longo? Bonito, mas não me marcou. Sobre Americanah, é engraçado, porque achei a parte mais literária menos interessante - valeu demais foi pelo aprendizado (e por causa do perigo de uma história única, etc). Mas estou bem curiosa pelos outros livros da Chimamanda. E li Mentirosos, que realmente acabei nuns dois dias, mas não amei? Não sei se tinha lido spoiler ou se realmente adivinhei a conclusão do livro, mas acho que isso tirou muito a força dele. Já é o segundo livro da autora que leio e não gostei particularmente de nenhum.

    Enfim. RAVEN CYCLE! Eu também penso nos romances dessa série ouvindo Treacherous!!! hahah como acompanho a escrita da Maggie há anos, acho lindo como os romances de TRC (em, de fato, ninguém se pega) são MUITO melhores do que na série dos Lobos, em que o romance acontece depois de uns dois minutos. Tô muito curiosa pelo fim, pela resolução da mitologia (maravilhosa), mas confesso não quero ver Gansey morrer.

    Não preciso dizer que estou bem curiosa pra A Arte de Pedir e pra A Amiga Genial agora, né? E esse Girl's Guide (...), do qual nunca tinha ouvido falar, mas parece super interessante (que nome ótimo). E As boas mulheres da China. Li a resenha dele lá na Pólen e não esqueci mais - mas tô tentando achar coragem, porque acho que vai pesar.

    Adorei sua retrospectiva! Feliz 2016, com leituras ainda melhores do que as desse ano (e, claro, sempre muitos FEELS) <3

    Beijo!

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Esse ano estou na mesma vibe: qualidade melhor que quantidade hahhah li pouco, mas só foram livros maravilhosos que entraram para os favoritos. Ah, de todas as minhas leituras a maioria também foram de mulheres <3 em comparação ao número de homens lidos, o de mulheres foi o dobro. Fiquei bem contente, porque também foram leituras variadas, com mulheres de diferentes países =)

    “Só garotos” preciso urgentemente. Li outro livro da E. Lockhart que não me animou tanto, mas as indicações desse me animaram :) Sinto que morrerei ao ler "As boas mulheres da China", mas penso que é o tipo de leitura que todos necessitam - a mesma coisa com os livros da Chimamanda. Esse ano li "Hibisco Roxo" e, meu pai amado, que puta livro. Que livro necessário e que mulher maravilhosa <3 Claro que todos os outros estão na lista de leituras hahah.
    Óbvio que "A arte de pedir" também entrou para a lista do desejados.

    Obrigada pelas indicações de mulheres <3 continuemos em 2016.

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