terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Pra não dizer que não falei de Crepúsculo.

O combinado era assistir Marley e Eu, na verdade o combinado era ver qualquer filme por volta das sete da noite, pra espantar o tédio e a depressão por O Curioso Caso de Benjamin Button ainda não ter sido lançado e por eu não ser old enough pra entrar no filme do Eastwood. Marley e Eu era a opção mais razoável até eu descobrir que a sessão das 18:50 era dublada. Eu pensei comigo que preferia ver Crepúsculo a qualquer filme dublado, e olha a ironia, tinha uma sessão para o supracitado apenas 20 minutos mais tarde que o filme do cachorrinho. Eba! (não) Eu estava com meu primo Pedro, e ele só topou porque o ódio dele por cópias dubladas conseguia ser maior do que o ódio por Crepúsculo. Enfim, fomos.


O começo do filme é muito ruim, ruim mesmo. Umas câmeras muito estranhas, atuações lamentáveis, uns diálogozinhos pobres de dar dó! Sem falar na maquiagem mega mal-feita dos Cullen, né? Na primeira cena do laboratório quando Edward beeshenlouquece, eu não entendi o que deu na cabeça do ator, porque aquela raiva mal reprimida ficou ridícula, e meu, que diretorazinha essa, huh? Eu comecei a ficar com muita raiva quando o Edward abriu a boca, porque como o Pattinson é inglês eu esperava aquele super sotaque e o livro reforça tanto a voz incrível dele, que eu juro que esperava algo minimamente mais... másculo? Pudera todos os homens terem a voz polivalente de Sir McCa. Ouçam You Never Give Me Your Money e entendam o que eu disse. :)


A partir da hora em que o Edward resgata a Bella dos malvadões de Port Angeles o filme fica mais legal, apesar de fugir totalmente do livro. Mesmo. A interação Bella + Edward ficou fofinha, mas eu não senti aquele amor sem limites de cair as tripas. A parte deles se confessando um cordeiro idiota e um leão masoquista foi bem bacana, assim como a cena do primeiro beijo deles. Foi totalmente diferente do livro, se não me falha a memória, mas eu prefiro a versão cinema (!) O chato é que cortou todo o mimimi melzinho corações deles, e esse é o legal do livro, o Edward falando tudo que toda menina quer ouvir e tal. Isso se perdeu muito mesmo, aí que a maionese desanda. (?) Outra parte que eu curti bastante foi a cena que toca Claire de Lune, porque super se encaixou com o momento, e foi tão... bonito. (!!!)


Eu gostei muito da trilha sonora, muito mesmo. Eu pensava que seria Paramore tocando loucamente, e até via a Bella agonizando ao som de My Heart, mas não. Não tocou Paramore nenhuma vez!! E sabe o que tocou, sabe, hãn hãn?!! Damien Rice!!!! Damien Rice!!!! Acho que foi na cena do restaurante, quando ouvi a vozinha dele, fraquinha, marcante, os violinos ao fundo eu desprezei tanto qualquer Misery Business e amei muito a diretora durante uns cinco minutos. Não mais. Eu vi no meu blog de mp3 favorito, o Glamourous Indie Rock'n'Roll que na trilha tinham umas coisas bem diferentes, tipo La Traviata, mas não ouvi nem sinal. Igual Paramore. Povo surtado e meio surdo, vai entender!


Agora galere, vamo combinar que todas as cenas mais vampirescas soam inacreditável e totalmente Mutantes - Caminhos do Coração, não? Era a única coisa que vinha na minha cabeça, mesmo. Muito mal feito, efeitinhos baratos dignos de SBT e filme trash desses que passam domingo as três da manhã, que na verdade é daqui a pouco. Aqueles olhares maléficos, e a pose de feroz do Edward, façam-me rir, e muito! Acho que os atores que mais se encaixaram aos personagens certamente foram a Bella, Alice, Emett e o Charlie (que protagoniza umas tiradinhas de comédia que de fato são bem engraçadas, me lembrou papai), acho que o Robert Pattinson não "incorporou" tanto, com excessão daquela cena que eles chegam juntos na escola (que eles está uma coisa de wayfarer), nessa hora ele está MUITO Edward, pelo menos o Edward que eu imaginei ao ler o livro. Não vou nem comentar do papai Cullen e da Rosalie que no livro são descritos como os mais bonitos. O primeiro é feio, muito feio e mal maquiado e a segunda é bonita sim, mas pra uma mulher mais velha, de mais de 25 anos. Parece os adolescentes de 37 anos da Malhação. Ok, menos.


Eu amei a parte do baile. Amei a Bella de botinha, vestido de festa, legging, all star e aquele casaquinho todo careta. E amei o Edward de terno, se amei! Eles dançando, ou melhor, ele dançando pelos dois foi extremamente fofo, nessa hora eles realmente tiveram química. Sim, o que faltou pro par funfar foi química, a gente não notava aquela ligação que o livro descreve como fortíssima, não mesmo! Se alguém já viu Sr&Sra Smith sabe o que eu digo. Outro ponto forte foram as tiradas legaizinhas, que se perderam um bocado, porque no livro a Bella é toda sarcástica, no filme nem tanto. Ela solta umas pérolas bem piada-pronta, mas outras divertidas, assim como a maioria dos personagens faz ao menos uma vez no decorrer da trama. E eu descobri o que me fascina no Edward: ele ser inteligente, ele tocar piano e ele dirigir muito bem, e rápido.


Não é um filme ruim no final das contas, não vale certamente os sete reais que eu paguei, mas não foi um arrependimento total. Na verdade foi melhor do que eu esperava. No Guia da Folha de São Paulo ele veio com críticas de desanimar qualquer um, quem leu sabe o que eu digo. Coisas do tipo "sem qualidade, sem sexo e sem graça" ou "filme de vampiros gays pra adolescente emo" juro por Deus que tava escrito assim! O que faltou foi uma boa direção, porque a história não é de todo ruim. Igual no livro, que o que falta é uma boa escrita. Pela dignidade dos livros de menininha vamos chamar a tia Meg Cabot pra reescrever os livros, e a Sofia Coppola pra dirigir as filmagens. Quem me apóia levanta a mão!

Um comentário:

  1. Ana, não é Damien Rice que toca na cena do restaurante, é o próprio Robert Pattinson cantando haha (sério)

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