sábado, 31 de outubro de 2009

O filme mais assustador de todos os tempos.

É difícil entrar num acordo quando se discute o quão assustador um filme é, principalmente se tratando de um suspense porque, vejam bem, existem suspenses e suspenses e pessoas e pessoas. Eu divido esse gênero entre: suspense psicológico sem clímax, suspense psicológico com clímax e suspense psicológico/terror. Suspense psicológico nada mais é do que aquele filme que te induz o tempo inteiro à apreensão de que vai acontecer algo que vai te assustar. Você fica com medo do próprio medo e isso, pelo menos pra mim, é muito pior do que Reagans girando o pescoço. Ele não traz grandes sustos ou coisas assustadoras, te põe o tempo todo na expectativa com uma trilha que contribui ao clima. Pode ou não ferrar tudo no final, ou seja, ter um clímax. Ele te deixa na expectativa e no final ela é atingida, ou não. Já aquele /terror é pros filmes que botam pilha mas contem elementos assustadores, como fantasmas, bichos estranhos, etc. Tenho muito mais medo daqueles filmes sem clímax, que me deixam grudada na poltrona sem que nada de fato aconteça, como é o caso de "O Bebê de Rosemary", o filme que mais me deu medo até hoje.

Tem gente que viu o filme e achou chato, mais para um bom drama do que para um suspense. Eu nunca senti tanto horror ao ver um filme. Essa obra prima do Polanski conta a história de uma mulher que engravidou do próprio diabo por causa de um ritual satânico que seu marido fez parte em troca de sucesso na carreira. O filme mostra todo o processo da gravidez até quando o bebê nasce. Isso pra mim já horrível o suficiente só de se imaginar, imagine ver em filme. Tem uma fotografia bem escura e sombria, a trilha na maioria das vezes é composta de umas canções de ninar muito macabras e acompanhar a gravidez de Rosemary o tempo inteiro ignorante que carregava o fí do demo dentro de si e ao mesmo tempo estranhando os sonhos bizarros que tinha e as vontades sem explicação que lhe davam, como comer fígado cru, é muito horrível.

A direção é impecável, Polanski faz de uma história que nas mãos de qualquer diretor menos competente poderia virar um drama meio macabro, um clássico do suspense. Eu fiquei mal o filme inteiro, todo o tempo grudada no sofá, encolhida, apertando a mão do Pedro, suando frio até. E esse mal estar dura até depois que o filme acaba, lembro que eu estava passando férias em São Paulo e vi o filme com Pedro e meus tios. Depois que acabou, ninguém falava nada, ficou uma atmosfera muito pesada na sala e nós tivemos que ligar o som bem alto (Beatles, claro) para que a coisa desse uma amenizada. Foi o primeiro e único filme que me arrepiou, literalmente. Lembrar da cena final ainda faz com que eu sinta uma coisa ruim no estômago, que eu arrepie de novo, e sinta um horror que eu não consigo por em palavras. Horror, asco, repugnância.

Isso só prova o quão bom ele é. Polanski dá um show, como eu já disse, e Mia Farrow também, no papel de Rosemary. Pra quem gosta e admira o gênero (e o sub-gênero, já que como eu disse, ele é uma sem graceza sem fim pra muita gente), é uma ótima pedida pra se borrar de medo nesse Halloween. E repetindo o que meu tio disse quando desistiu de tentar convencer a mim e o Pedro de não ver o filme, e com o perdão da palavra: "Quer saber? Assistam sim, ele é acima de tudo um puta filme." E é mesmo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário