Desde pequena coleciono paranoias. Algumas bestas, outras que não fazem o menor sentido, umas coerentes para equilibrar, fica ao gosto do freguês. Woody Allen me representa, sabe como é. E misturado ao meu medo de ter diabetes, câncer ou entrar no banheiro masculino por engano, está o meu medo de me apaixonar por alguém que está longe. Medo da distância, medo da saudade, medo de ter a sorte do amor da minha vida aparecer justamente na minha vida, mas com um oceano entre nós. Piorou depois que comecei a assistir Chegadas e Partidas, vale dizer.
Essa semana, sem mais nem menos, resolvi assistir Like Crazy, um filme muito bonito e absurdamente melancólico sobre um casal de estudantes que se conhecem na faculdade em L.A. e tem que se separar quando o visto da guria expira, obrigando-a a voltar para a Inglaterra sem previsão de volta. O filme é de uma doçura que amedronta a minha paranoia de diabetes, mas ao mesmo tempo é sincero e real o suficiente para deixar qualquer romântica serelepe com a pulga atrás da orelha.
Estar perto não é físico, é verdade, mas quem já sentiu saudade de verdade sabe que tem dias que nem uma sintonia que vence quilômetros e oceanos é capaz de dar conta da urgência maluca que só um abraço muito apertado preenche. Além disso, o amor acaba, tanto o do vizinho como o do namorado que mora em outro continente, mas ele parece evaporar com mais facilidade quando um mundo inteiro se constrói ao nosso redor enquanto um pedaço do coração está tão longe.
O filme mostra essas situações, esses vai e vens e toda uma coleção de sacrifícios, angústias e vazios. Tudo isso com umas cores pálidas que eu adoro e um casal protagonista que faz raiva de tão bonitos, fofos e entrosados que são os atores. Ele acaba ao som de Dead Hearts, da banda Stars, um conjunto que você sempre deve botar fé quando flagrar em qualquer trilha sonora e que, curiosamente, parece ter um tino especial para os longas mais melancólicos e doloridos do universo. Ele acabou, a música tocou, e eu fiquei encarando o teto do meu quarto pensando se eu queria virar pro canto e chorar, se ia pro We Heart It atrás de algumas fotos lindas ou se ia ficar algumas noites sem dormir morrendo de medo de me ver numa cilada dessas.
Digo cilada porque como assídua espectadora de Chegadas e Partidas, dá licença, choro e me angustio vendo despedidas dos outros e aí fico me imaginando anos sem voltar pra casa e vivendo quase que uma grande parte da vida sentindo uma mesma saudade que nunca vai embora. Só quem já sentiu sabe que dói. Ao mesmo tempo, talvez valha todo o perrengue se a recompensa for uma metade tão perfeita e tão sua que te faça dormir gostoso como no gif abaixo. Porque o amor acaba, mas estar perto não é físico e talvez seja pretensão demais querer que o amor da minha vida, além de aparecer na minha vida, surja bem embaixo do meu nariz. Ou talvez eu precise de mais umas referências pop pra me ajudar a processar o filme.
Algumas pessoas tem a capacidade de selar os seus lábios de forma surpreendente, eu queria comentar algo bonito, relevante e repleto de elogios, mas eu simplesmente não consigo, você arrancou todas as minhas possibilidades de pensar coerentemente nesse momento, tem tanto sentimento nas entrelinhas desse texto que eu não sei o que dizer, muito lindo Anna...
ResponderExcluirEu apareci no Chegadas e Partidas! Hahahahahaha por like, 5 minutos, mas apareci XDD e ai Anna, sei lá, eu quando viajei não cheguei nem perto de conhecer o amor da minha vida, mas olha, eu sou dessas que pra amar tem que estar junto, tem que conhecer de verdade e isso é uma coisa que a relação a distancia não proporciona, então eu acho que o tira-teima da relação seria que um deles fizesse o sacrifício(ou nem tão sacrifício assim) de ir morar na terra do outro pra saber se vale a pena ou não continuar nesse martírio, porque realmente a saudade não é fácil, mas mais difícil ainda é o mundo de gente que você conhece e como a ausencia constante de uma pessoa, por mais afim que ela seja contigo, dá um baque absurdo na relação, sei lá... isso sou eu, não assisti ao filme então vai saber o que esses dois sentiam, mas olha, haja coragem!
ResponderExcluirbeijos
Eu sou uma leitora anônima e quieta há um bom tempo, mas hoje decidi comentar por aqui simplesmente porque eu também tinha esse medo de me apaixonar por alguém que estivesse longe. Acho que eu tinha medo mesmo era de me apaixonar, estando a pessoa amada longe ou perto de mim. De vez em quando eu brincava com as minhas amigas que meu amor devia estar escondido em alugar lugar do mundo, talvez na Finlândia. Acertei o continente, mas errei o país. Meu amor estava escondido na Espanha. Nós entramos em contato pela primeira vez através de um trabalho e durante 1 ano, 10 meses e 27 eu fiquei de um lado da tela e do oceano, e ele do outro. Não vou dizer que eu estava certa que era amor, porque sempre fica aquela dúvida de "será que eu conheço mesmo ele?", mas eu sabia que sentia algo intenso. Por uma incrível e feliz oportunidade, ele veio estudar aqui no Brasil durante seis meses e eu fui esperá-lo no aeroporto em uma manhã chuvosa de sábado, morrendo de medo de ter gravação dos Chegadas e Partidas, e com o maior frio na barriga de todos os tempos! Chegou, me abraçou e foi como se o mundo inteiro tivesse parado pra gente aproveitar aquele momento :) Não sei nem dizer o quanto estou feliz desde que ele chegou, e logo eu que nunca fui romântica. Por enquanto a gente ignora que logo ele vai embora e curte cada momento possível, além de fazer 1001 planos pro futuro.
ResponderExcluirEssa bíblia toda é só pra dizer que o amor sempre vale a pena e quando ele vier, se joga! Foi isso que eu fiz e não me arrependo um segundo.
Beijoc!
Eu tinha tanto medo de me apaixonar por alguém que morasse longe, que eu mantinha distância sempre que conhecia um desses. É muito desesperador pensar que o amor da minha vida não vai estar aqui por perto. Eu com certeza não saberia lidar com isso.
ResponderExcluirE fiquei com medo de ver o filme agora. :(
Beijo! <3
Amiga, eu sou cheia de paranoias também, mas nunca fiquei pensando a fundo nessa, talvez porque comigo ela tenha ensaiado ser real.. Distância dói pra cacete! É lindo e poético ter certeza de que estar perto não é físico, mas quando você está apaixonada você quer engolir a pessoa, porque estar apenas colada com ela não é o suficiente. Distante então...
ResponderExcluirO amor da minha vida precisa aparecer na minha vida, e de preferência, sim, bem debaixo do meu nariz! Não é pretensão porque já demorou mais de 21 anos, chega de palhaçada! HAHAHA
Beijo!
Te amo!
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ResponderExcluirOi Anna! :) Tudo bem? Lembra de mim? Sumi mas estou vivíssima, mais elétrica do que nunca!
ResponderExcluirNa minha historia de intercâmbio na França, eu fiz a besteira de me apaixonar e namorar alguém. Não me arrependo, porque não se deve ter medo de viver, e por enquanto o que esta contando é o agora. Mas confesso que sempre que surge o assunto Futuro, nos dois ficamos calados e decidimos que ainda esta muito cedo pra conversar... Depois a gente vê!
Eu mesma não faço ideia do que vamos decidir... O que doi mesmo é pensar. Enquanto nos não criarmos oportunidade pra pensar, ta tudo bem.
O mais dificil (agora eu estou pensando) é que eu nunca imaginei que fosse encontrar alguém como ele, e nunca imaginei que fosse ser assim, e nunca imaginei mais um monte de coisas... E vai doer muito. Depois a gente vê. :p
Beijinhos!
P.S.: Você tinha me pedido um postal da França... hahaha Ainda quer? Tem que me mandar o seu endereço :)
Estou com a Ana Luísa (vou repetir na íntegra porque é importante reforçar): O amor da minha vida precisa aparecer na minha vida, e de preferência, sim, bem debaixo do meu nariz! Não é pretensão porque já demorou mais de 21 anos, chega de palhaçada!
ResponderExcluirEssa coisa de distância é complicada, e o filme capta bem esse medo. Engraçado que antes de assisti-lo eu nunca tinha imaginado que teria medo de me apaixonar por uma pessoa que morasse longe, mas né, vindo de uma pessoa que receia o próprio ato de se apaixonar, não dava para esperar muita coisa. Aí que depois de Like Crazy fiquei paranoica nível desespero ante essa possibilidade. E me doeu mais ainda porque era um casal tão, mas tão bonito que chega a dar inveja por não ter um relacionamento bonitinho como esses de filme.
Embora não acredite em muita coisa (e queira sim que o amor da minha vida toque a campainha de casa e diga "oi, cheguei!"), acho que em certos casos você acaba aprendendo a lidar com a distância. Conheço casais com histórias lindas de relacionamentos que sobreviveram ao longo de 5 anos à distância. Não me parece palpável, maas...
Oi, eu sou uma leitora anônima há algum tempo, e quero agora comentar porque estou vivendo essa situação de amor a distância... Eu moro em Manaus e ele é um turco que mora na Suécia (!). É difícil pra caramba,mas a gente se ama, e conversa muito.Às vezes queremos desistir, mas ainda sim, continuamos juntos na distância. A saudade e o ciúme são terríveis, mas estamos lidando com isso...Eu sou grata por te-lo encontrado e pelo que a gente tem...Afinal, é difícil de achar um cara que tenha dr com vc por 3 horas seguidas na madrugada, já que ele está APENAS 6 horas a frente de mim ^^
ResponderExcluirbjs
Amei ese gif, apenas porque me apaixonei pela cena. Pra mim amor é isso, é se encaixar na cama, com roupas que vão do sensual ao ridículo, no desconforto do calor ao aperto do frio. Cena linda, delicada e muito EU.
ResponderExcluirSempre tive medo de distâncias, mas viajar quando o meu namoro já estava uma droga, foi mais assustador ainda. Dois meses longe e a saudade só vinha de um lado, eu tava lá do outro lado do mundo e não ouvia que sentiam minha falta. Podia aqui culpar a China pelo fim de tudo, mas sabe que ela só mostrou que o amor já não tava ali faz tempo? Fácil não foi, porque nunca é (ainda não tá sendo e pesquisas indicam que não tem previsão de ficar). Tem coisas que a distância torna mais difícil, dormir de conchinha depois de um dia difícil é tudo nessa vida, mas se tiver carinho, dá pra usar doses homeopáticas de Skype.
Meu deus, espero não ter aumentado sua paranóia... vamos falar de gatinhos pra ver se passa!
Ai meu coração. Estou num momento destes em que mesmo sabendo que amor não é físico e que longe é um lugar que não existe tudo que eu queria era um abraço apertado e quem sabe uma noite na cama como a desse casal aí. Vi você comentando sobre o filme no twitter e fiquei curiosa, depois desse texto fiquei mais ainda, parece um grande soco no estômago e eu ADORO socos no estõmago porque é smepre melhor chorar com hipóteses do que com a realidade.
ResponderExcluirP.S.: Outro dia sonhei com você! Você veio na minha casa, do nada, simplesmente apareceu, e você tava suada e cansada e quando eu abri a porta me deu um abraço imensurável, daí me largou e disse que tava querendo um pouco de chocolate. Daí o sonho acabou! HAHAHAHAH Mas enfim, seu abraço foi bom <3
Mas vc vai encontrar um amor para a sua vida toda!
ResponderExcluirSou cheia de paranoias também, mas quem não é? Enfim. Fiquei com vontade de ver esse filme depois que li tua matéria na 21. Como vivi um relacionamento à distância por 8 meses, acabo tendo uma queda por coisas que falem dessa temática. Afinal de contas, começar um namoro pela internet, conhecer o namorado após 5 meses e só passar a viver perto dele (fisicamente falando), após 8 meses de relacionamento é uma coisa que marca a gente.
ResponderExcluirEu tinha esse medo, não queria algo assim e vivia pedindo para que o amor da minha vida fosse daqui mesmo. Mas a vida marota resolveu fazer diferente e eu aceitei o desafio. Vale a pena, mas é preciso força. E olhe que ele nem morava do outro lado do oceano, era ali em Osasco mesmo (e eu em Recife). Mas como tu disse, tem dias que só a sintonia não basta.
E para equilibrar com a melancolia desse filme, te indico "Amor à distância". Já viu? É uma comédia legal sobre o tema. ;)
Beijo!