quarta-feira, 12 de junho de 2013

Meu primeiro namorado


Eu tinha doze anos e ele muitos a mais que eu. Eu morava em Minas e ele na Califórnia. Pra mim ele foi o primeiro, e, por muito tempo, o único. Já ele, em dois anos sei que teve três. Seth Cohen e eu nos encontrávamos diariamente aos fins de tarde, e também toda quarta-feira à noite. Os episódios se repetiam e eu via a mesma história ser contada várias vezes sem me importar, porque ele estaria ali e eu repetiria suas frases incansavelmente só pra que um dia elas saíssem da minha boca num dia qualquer, de forma espontânea, e eu me riria inteira por dentro ao ver que, tal qual ele, eu era cheia de reações alérgicas ao universo, incapaz de pronunciar a palavra “pudim” sem rir um pouquinho e que quando alguém bate na minha porta e eu não quero atender, tudo que quero era dizer: I’m busy... studying... naked.

Mesmo hoje, seis anos depois de ter assistido The OC pela primeira vez, ainda me pego suspirando por ele. Mesmo sabendo que vai dar tudo certo e ele vai conseguir levar Summer ao baile e fazer o discurso mais lindo de todos os tempos em cima do palco, ainda me aflijo enquanto ele não chega lá e diz que deveria ser o rei, porque ela é a rainha e ele a ama. E meu coração dá pulos quando Summer chega em sua casa após ter desistido de viajar para a Itália com seu então namorado e Cohen, com máscara de Homem Aranha, escorrega do telhado e eles se beijam numa das cenas mais famosas e lindas do seriado. E se eu choro de soluçar toda vez que ele se despede de Anna no aeroporto ao som de If You Leave é porque eu me identifico tanto com esse casal que parece piada, e não deixa de doer um pouquinho pensar que nem mesmo na ficção duas pessoas tão parecidas não conseguem ficar juntas.

Seth Cohen pode ter vários defeitos, e sou a primeira a concordar que muitas vezes ele é tão egocêntrico que deixa de ser engraçado, mas pra mim o pior de todos eles é não existir. Por mais patético que seja, muitas vezes encarei o teto do quarto escuro minutos antes de dormir, ouvindo Transatlanticism – um de nossos CDs favoritos – e sofri um pouquinho por saber que meu par perfeito jamais seria de verdade. Até hoje ainda acho que procuro um pouco dele em todos os caras de carne e osso por quem me apaixono. 

Não importa quantos venham, ele sempre vai ser o primeiro, e o primeiro amor é pra sempre. 


(Não tinha planejado nada pro dia de hoje, mas aí estava organizando uns arquivos no computador e encontrei esse texto, que escrevi para a edição especial de séries da zine da Irena - e hoje ainda é aniversário dela, parabéns, Irena! Achei bonitinho, achei querido, e sei lá, todo dia é um bom dia para se lembrar da existência de Seth Cohen, né?)

19 comentários:

  1. Ai gente, Seth Cohen owns your heart forever e ninguém nunca vai tirar esse posto dele! Post mais do que merecido!
    Beijinhos <3

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  2. Meu coração! Não tem como esquecer Seth Cohen e o pior de tudo é que a gente sempre vai procurar um pouquinho dele em alguém. E o pior ainda é que ele não existe! E se ele existisse seria muito disputado hahaha.
    Beijo!

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  3. E não é que ficou bem simpático o texto mesmo. Mas é verdade, quem nunca se apaixonou por um personagem qualquer e ficou procurando as características dele nos de carne e osso? E o primeiro amor, pois é, a gente nunca esquece.

    Boa noite moça, "_"

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  4. Hoje veio um post completinho na minha cabeça sobre o meu primeiro namorado/marido, aka Sr. Bloom. Não sei não, acho que faz parte de ser adolescente cultivar esses amores impossíveis (impossíveis MESMO), e sofrer, e amar, e tudo isso na vida. O post fugiu porque eu estava na rua e não podia escrever, mas quem sabe ele volta? Hahaha

    Meu outro namorado ficcional teve um triste fim, e não falemos nisso porque até hoje não me recuperei.

    Beijo, Anna! Sei que encontrarás um Seth para chamar de seu, e eu espero que ele venha um pouco menos egocêntrico e com outros defeitos mais legais, porque né, ele vai ser de verdade <3

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  5. Seth Cohen não foi o meu primeiro amor, mas foi um deles. Haha
    Acho que antes do Seth teve o Ephran Brown de Everwood, e eu tentava procurar alguém que fosse ao menos parecido fisicamente com ele. E assim que eu entro no 1º ano do colegial, tinha um cara bem parecido na sala do lado. Mas quais as chances? Tontinha que eu era, nenhuma, claro! Hahahaha

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  6. Tô aqui esperando um Seth Cohen com um ingresso pra um show do Death Cab até hoje (e provavelmente pra sempre).

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  7. Sabe aquela história de esperar eternamente pela cartinha de Hogwarts? Com o passar dos anos comecei a dividir essa expectativa com a espera por Seth Cohen na porta da minha casa. Confesso que até hoje tenho esperanças que ele dê as caras para deitar comigo no sofá e passar a tarde ouvindo o Transatlanticism ~:

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  8. Nosso, amiga. Nosso! Amei, amei, amei. Seth é pra sempre. O amor platônico eterno e maravilhoso. Tô revende a 3ª temporada de The O.C. ainda, e ai... só suspiros. Te amo <3

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  9. Hahahahahahah!! Anna, acho lindo seu amor pelo Seth, porque eu entendo perfeitamente. Meu primeiro amor deve ter sido o Olavo, de Paraíso Tropical. Isso já te diz muito sobre meu psiquismo. Mas eu já tive mil e um amores platônicos que me fizeram SOFRER por saber que eles não existe e/ou já foram tomados. Atualmente, o negócio é com o Derek Shepherd. Eu preciso tanto desse homem na minha vida, mas taaaanto... :'( dói a alma.
    Outro que eu nunca superarei é o Tom, do McFLY, e aquele vídeo LINDO do discurso de casamento dele. Sucks. Life ruiners tão aí justamente pra mostrar pra gente que ninguém jamais será tão bom quanto eles. Mi-mi-mi.

    Beijos!

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  10. Você e suas ideias gênias de posts nos dias dos namorados! Preciso levar The OC a sério, mas ainda não é a hora. Quando eu tiver vontade assistir, me apaixonarei, aposto. Por isso preciso desse timming! hahaha
    Mas esse giff é incrível!
    Beijos! <3

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  11. Adorei o post e acabei me identificando, porque o meu primeiro amor foi o fofíssimo Josh Hutcherson em "ABC do Amor" (e ainda sou sacaneada na família até hoje porque ficava, sem exageros, sorrindo e com os olhos brilhando para a televisão quando ele aparecia). HAHAHAHAHAHA

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  12. Ai, eu amo demais esse teu texto! Acho que o Seth também foi meu primeiro amor de série, eu lembro que assistia The O.C. só pra ver ele, hahaha!
    E obrigada pelo parabéns <3

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  13. O novo layout ficou maravilhoso!

    Blog atualizado
    jj-jovemjornalista.com

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  14. Ai, meu primeiro amor foi o Pat Verona, amiga <3 Me apaixonei tanto pelo Heath Ledger que até hoje me sinto meio viúva, sabe? É MUITO difícil ainda pensar que ele se foi.

    E você sabe que minha queda em The O.C. é pelo Ryan. Amo que a gente nunca briga por causa de homens fictícios e sempre tem o perfeito pra cada uma. Hahaha!

    <3

    Beijo, Annokita!

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  15. Meu primeiro amor foi o Matt LeBlanc quando eu comecei a ver Friends lááá em 2001. Eu tinha só 10 anos, mas foi amor a primeira vista. Tinha tudo dele, fantasiava mil coisas. Era lindo. hahahaha

    Como a Analu, um dia eu levo a sério The O.C. SORRY. :(
    Beijo! <3

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  16. De tão bem que você sempre fala dele, eu ainda vou assistir um dia The O.C. por você. haha

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  17. Amei!!!! Eu assisti The O.C. numa época bem triste da minha vida, pós fim de namoro e etc. E também me apaixonei pelo Seth. Não como você, porque eu queria mesmo era que o Ryan adentrasse a minha porta com aquela carinha de mau, mas me apaixonei pela fofura do Seth! Pela carinha de menino que precisa que cuidem dele, pelas falas engraçadinhas dele e principalmente pela ingenuidade dele. Você fariam um lindo casal Anninha! Rs!
    Beijos

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  18. Ótimo texto!
    Favoritei o blog...

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  19. quem nunca se apaixonou por Seth Cohen que atire a primeira pedra .. amei seu cantinho e estou te seguindo tudo aqui , te encontrei pelo rotaroots e acabo de dizer que teu blog entrou pro meu feed diario , continue assim
    http://minimosluxos.blogspot.com.br/

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