Eu já fui melhor nesse negócio de ser blogueira. Já revirei os olhos para as pessoas que deixavam esse passatempo de lado tão logo a rotina apertasse, porque pra mim blogar era tão vital quanto comer um docinho depois das refeições e lavar o cabelo depois de um dia cansativo, escrever aqui era tão relaxante quanto assistir novela deitada no sofá.
O problema é que a vida acontece e você se torna uma pessoa cansada que prefere chegar em casa de um dia cansativo e, depois de lavar o cabelo, pular direto pra parte da novela e do sofá. Com aquele docinho depois da janta. É tão bonito o descanso, tão legal não pensar, tão alegre a sensação de não estar em frente a um computador. Suspiro. Queria escrever sobre muitas coisas, da viagem incrível que fiz, do show lindo que assisti, e discutir a evolução da beleza do Alex Turner ao longo dos anos. Sabe como é, questões relevantes e urgentíssimas. Eu ainda vou fazer isso; eu ainda quero fazer isso, o que é mais importante, mas hoje não dá.
Então deixo vocês com mais uma tag, a One Lovely Blog Award, que fui indicada por muitas pessoas queridas (se eu esquecer alguém me chamem de escrotona nos comentários que eu viro a outra face e me retifico com amor):
Dani,
Ana,
Ana Luíza e
Camyli. No final, mais cinco perguntinhas sobre o blog que fui indicada a responder pela
Cacá. Resolvi juntar os dois memes porque, afinal, tá tudo dentro de uma mesma proposta. Vamos lá?
1) Por que decidiu criar o blog e quando começou?
Meu primeiro blog, láááá de 2004, foi criado porque um dia a Capricho falou sobre essa nova moda de diário virtual que estava bombando entre os adolescentes e eu, como boa menina de 10 anos cuja maior aspiração na vida era ser adolescente, não poderia ficar fora dessa. Era também o jeito mais fácil de eu ter uma revista só minha. Antes eu fazia minhas publicações no Power Point, mas comecei a cansar das capas terem sempre aquela menina andando de patinete dos clip-arts. Já o So Contagious surgiu em 2007. Na época eu tinha fotolog, era ~ativa na comunidade~ e tudo, mas percebi que eu gostava mais de escrever os posts do que tirar fotos, então talvez fosse a hora de redirecionar essas inspirações.
2) Quais os benefícios que o blog te trás?
Eu gosto de escrever, eu amo escrever, eu escrevo o tempo inteiro, até quando eu não estou propriamente escrevendo, e meu blog é o espaço que eu tenho para escrever sobre o que eu quiser. Só quem vive escrevendo sabe como isso é maravilhoso e quase vital. Registrar as coisas que ficam zanzando pela minha cabeça, além de me ajudar a dormir melhor, é também um jeito de ter um arquivo mental e sentimental ao alcance da mão - ainda que eternamente incompleto. Adoro reler textos antigos e me lembrar do que eu senti lendo aquele livro, como foi viver aquela experiência, o que eu estava pensando naquela época. Write to remember é um dos meus motes. No entanto, o mais legal são mesmo as pessoas, que leem, que ainda se importam, que trocam ideias e que migraram do offline pra vida real. É definitivamente o maior benefício.
3) Qual seu post mais acessado?
Ali na sidebar mantenho um ranking dos cinco posts mais acessados da história do blog. Se você em algum momento já botou reparo nisso, provavelmente viu que há anos que um post não abandona o primeiro lugar:
Mórulas, hematomas e colmeias, também conhecido como o post no qual eu compartilho a minha tripofobia, ou o meu bizarro medo de bolinhas juntas e padrões da natureza (sim). Meu blog é uma das poucas páginas que falam sobre isso em português e a maioria das pessoas chega aqui buscando desesperadamente no Google sobre o que diabos significa essa comichão na cabeça que acontece sempre que olhamos esses padrões. Nos comentários rola toda uma discussão sobre o tópico, e vira e mexe alguém manda um depoimento anônimo contando sobre o seu caso, tem até psicólogo no meio da história, uma loucura.
4) Você usa as redes sociais?
Sim, bastante. Minha favorita de todos os tempos, onde você definitivamente vai me encontrar perdendo tempo e falando bobagem pelo menos uma vez por dia, todos os dias, e onde é mais fácil de me achar do que no meu próprio celular, é o
Twitter. Tenho também perfil pessoal no Facebook, onde também mantenho uma
fanpage pro blog. Tenho também
Instagram,
Tumblr,
Skoob,
Filmow,
Pinterest e
Goodreads.
5) Como o blog tem evoluído?
Não tem? Quer dizer, é claro que não ele não é o mesmo desde dezembro de 2007 (ainda bem!), mas acho que tem uns bons anos que atingimos uma certa estabilidade, tanto em termos de conteúdo como de público. Eu ~achei minha voz~, escrevo, as pessoas leem. Às vezes mais, às vezes menos, normal. E eu gosto disso, então acho que está dando certo.
6) Já viveu alguma coisa importante por causa do blog?
Um texto meu já fez com que meu blog fosse indicado na Folha de São Paulo, através de um colunista que eu era fã e lia religiosamente, toda semana. E ele escreveu pra mim, dizendo que tinha gostado de algo que eu escrevi. Isso foi bem legal. O blog me deu algumas oportunidades de trabalho, abriu portas pra eu escrever em outras publicações - o que foi bem legal também (inclusive, mores, estamos aí pra qualquer coisa hehe). Mas o resto que me desculpe, porque trabalho e reconhecimento não fazem nem cócegas perto do que foi descobrir que eu tinha pedaços de mim espalhados pelo Brasil inteiro, gente que, literalmente, se não fosse pelo meu blog eu jamais conheceria e que hoje é parte de mim. Eu vivi viagens malucas, noites em claro, voos perdidos, churrascos na laje, sonhos e dores compartilhadas, noches mentirosas eos no canot, etc. Resumindo: a coisa mais legal foi a
Máfia.
7) De onde nasce a inspiração de escrever e continuar com o blog?
Eu disse lá em cima: eu escrevo o tempo inteiro, até quando eu não estou escrevendo. Eu atravesso a rua pensando na cor do céu, na atmosfera da música que estou ouvindo e numa história imaginária pro cara dentro do Corsa parado no semáforo. Ou seja, tudo que eu vivo, imagino, escuto, leio, assisto, etc.
8) O que você tem aprendido a nível profissional e pessoal esse ano?
2014 foi o ano que eu gravei uma passagem dentro de um bar lotado, e consegui fazer isso sem fazer papel (completo) de idiota. Se você visse meu primeiro teste de câmera, diria que eu aprendi bastante. Em 2014 eu também aprendi os pronomes do francês e a diferenciar o passado simples do imperfeito, e quase não erro na hora de usar o subjuntivo. Aprendi a diagramar um jornal sozinha, a mandar um e-mail pra vaga de estágio, a cortar minha franja sozinha e a nunca chegar com menos de meia hora de antecedência no aeroporto. 2014 é um ano que tem me ensinado a errar, que tudo bem estragar tudo e que é normal estar na merda de vez em quando. Esse ano eu aprendi que eu não posso e nem preciso ter medo - mas isso não significa que eu tenha me livrado dele completamente.
9) Qual sua frase favorita?
Não faço a menor ideia, mas a primeira que me veio na cabeça foi:
"Each time my heart is broken it makes me feel more adventurous", verso do poema Meditations in an Emergency, do Frank O'Hara, que inspirou a música e o álbum
More Adventurous, do Rilo Kiley.
10) Qual conselho você daria para alguém que esteja começando agora no mundo dos blogs?
Escreva sobre o que você realmente gosta, e faça o blog que você gostaria de ler. Be true to yourself.
11) O que os blogs que você vai indicar tem em comum?
Todos eles responderam esse questionário antes de mim, então acho que são todos mais eficientes. Sei lá, eu já vi esse award em todos os blogs que costumo ler, mas se você ainda não respondeu e tá aí esperando uma desculpa, pode usar meu nome e brincar também.
TÁ POUCO DE PERGUNTA, MANDA MAIS!!!111onze
1) Justificar o nome do blog:
Então, eu sou péssima com títulos. Eu passei literalmente seis meses pensando no nome do blog, até que eu enchi o saco e coloquei o primeiro que veio na cabeça - basicamente seguindo o padrão que eu uso em 95% das decisões na minha vida. Eu detesto o título, acho brega, as pessoas sempre vem com uma referência errada, e eu já cheguei perto de mudar umas três vezes, mas nunca tive coragem. Não era amor, era cilada, mas me apeguei mesmo assim.
2) Prefere postar fotos ou textos?
Quase nunca fotografo pro blog, sempre escrevo pro blog, então acho que meio que tá respondido, né?
3) Qual o tempo médio usado para escrever um post?
Muito. Umas duas horas, no mínimo. Vira e mexe eu e a
Analu combinamos de postar juntas, aí depois de uma meia hora ela já está com o texto escrito, publicado e respondendo comentários, enquanto eu não saí da introdução. Levo bem umas três horas pra postar, em média, contando todo o processo de escrever, editar, procurar imagens, anexar links, etc. É por isso que eu sumo!
4) Para conseguir acessos, links, amigos: como foi a saga para dar maior visibilidade pro blog?
Acho que a boa e velha arte de ler & comentar com carinho nos blogs que você gosta de ler, com conteúdo com o qual você se identifica, não falha nunca e nem vai sair de moda tão cedo.
5) Fotos de si (não necessariamente selfies) entram em algum post ou não? Por quê?
Raramente, só mesmo quando tem a ver com o contexto do post e o contexto dos meus posts dificilmente pedem uma foto minha fazendo qualquer coisa. Até porque eu não sou nada fotogênica e odeio ser fotografada. E entre eu e o Harry Styles, podem ter certeza que eu sempre vou escolher o Harry.
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De nada |