Eu tinha 14 anos quando li Crepúsculo. Lembro que de repente comecei a ouvir falar sobre a saga em tudo quanto é lugar e uma menina mais antenada da minha sala me contou tudo sobre a série, disse que eu precisava daquilo na minha vida e me passou os livros já lançados em pdf. Eu e minha amiga Anaisa lemos tudo juntas em uns três dias, e eu lembro de ligar pra ela num desespero muito sincero porque era muita idealização e tensões romântica e sexual pro meu pobre coração de garota-da-oitava-série lidar. Foi uma semana de frenesi intenso por causa do vampiro que brilha no sol e que pula a janela pra te ver dormir, uma semana de apreciação despudorada e acrítica até eu ver que a Bella era mala o bastante pra eu não ter condições de continuar lendo aqueles livros, sete dias até eu perder a paciência. Mas foi uma boa semana.
Eu tinha 15 anos quando li Drácula. A saga Crepúsculo tinha chegado nos cinemas e vivia seu auge de público e repercussão, em tudo quanto é lugar se ouvia falar da revolucionária (!) série de livros que transformou os vampiros sanguinários em príncipes encantados politicamente corretos e vegetarianos. Eu já estava começando a achar essa ideia um pouco patética e como sempre fui fã de uma treta, resolvi ir beber na fonte que Stephanie Meyer tinha bebido - e depois cuspido e profanado. Li Drácula e ele se tornou um dos meus livros favoritos e foi a melhor leitura do ano de 2009. A estrutura da narrativa feita com páginas de diário de diversos personagens e cartas enviadas entre eles me conquistou, a figura do Conde Drácula era sedutora por ser misteriosa, intrigante, mas, ao mesmo tempo, absolutamente repulsiva.
Acho que, por causa de Drácula, eu nunca consegui comprar muito bem esses romances de vampiro. Apesar do apelo sedutor inegável da figura, sempre os associei a cadáveres ambulantes e eu nunca consegui tirar da minha cabeça o impacto da descrição da morte lenta e gradual de Lucy, que noite após noite foi tendo sua vida sugada por um vampiro. Eles podem ser ser maravilhosos, fortes, sedutores, galãs, brilhar no sol, virar pó no sol, promover uma carnificina na piscina pra te honrar, mas quando penso em vampiro sempre vou me lembrar da nefasta morte da Lucy.
Até que, aos 19 anos, eu li Laços de Sangue. Recebi esse lançamento do selo jovem da Companhia das Letras, Seguinte, que está promovendo a autora, Richelle Mead, no Brasil. Eu nunca tinha ouvido falar na moça, nem no livro e nem em nenhuma outra coisa que ela tivesse escrito. A única coisa que sabia era que se tratava do primeiro volume de uma série, a Bloodlines, e que mais uma vez entraria nesse território onde vampiros estão misturados com os humanos. Comecei a leitura cheia de preguiça e má vontade.
O livro é narrado por Sydney Sage, uma garota que faz parte do grupo dos alquimistas, um grupo que cuida para que os humanos não descubram que existem vampiros entre eles e pra fazer o controle de danos ocasional quando eles se envolvem em alguma enrascada. A missão de Sydney nesse livro é proteger uma jovem princesa vampira do reino dos Moroi (pois é), e precisa fazer isso se disfarçando de irmã dela e morando em um colégio interno em Palm Springs. Junto com elas está Eddie, um dampiro (mestiço entre humano e vampiro, pois é) que é guardião da princesa Jill, e além disso Sydney tem que lidar com alguns vampiros que moram na cidade e com seu superior, uma presença incômoda que a lembra de burradas feitas no passado.
As primeiras páginas foram uma tortura. Embora eu leia bastante YA's, fazia tempo que não lia algo do tipo e estava totalmente desacostumada com livros de fantasia para adolescentes. Eu achava tudo brega, exagerado e caricato, aquele universo não me convencia e me parecia cheio de pontas soltas, com coisas que eu não conseguia entender direito. Foi então que eu descobri que a série Bloodlines é, na verdade, um spin-off da série de maior sucesso da autora, a Vampire Academy, que foi surpreendentemente elogiada por todas as pessoas com quem comentei que estava lendo um livro da Richelle Mead. Aí, tudo fez mais sentido, até mesmo o grande erro de Sydney, que nunca é explicado no livro, e os personagens aos quais ela faz referência com frequência mas que são pouco explorados na trama.
Isso me fez desencanar um pouco dos buracos na história que me incomodavam e me permiti envolver com a leitura. Não sei se fui eu que mudei de atitude ou foi a história que começou a fluir, mas sei que se as primeiras 50 páginas foram um suplício, as 100 últimas foram embora em um dia. A trama começa a se desenrolar e vem cheia de algumas surpresas bem interessantes. Os personagens tomam alguma forma e relações bacanas são criadas. Ships acontecem, pra variar, e fiquei feliz ao ver que, pelo menos nesse volume, não rolou nenhum triângulo amoroso que eu chutei que aconteceria assim que os personagens masculinos foram apresentados. Laços de Sangue termina de um jeito que até eu, logo eu, me coloquei a pesquisar sobre os volumes seguintes porque meio que preciso saber como isso vai se desenrolar. São seis livros and counting e não sei até onde minha paciência vai me permitir ir, mas sei que estou disposta a ler O Lírio Dourado. E talvez o primeiro livro da Vampire Academy. Assim, por curiosidade. Tipo, se tiver o Adrian.
Estava lendo o livro no ônibus quando uma menina de uns 14 anos se sentou do meu lado. Ela disse que meu livro era lindo e pediu pra folhear. Toda animada foi lá mostrar pra mãe, me perguntou sobre a história e disse que definitivamente iria procurar pra comprar. Se eu não tivesse que terminar pra escrever esse texto eu daria o livro pra ela na hora, porque todo mundo merece sete dias de euforia num universo paralelo, por mais absurdo e errado que ele pareça à primeira vista. Vida longa de uma semana aos vampiros que brilham no sol, às tatuagens com propriedades especiais e aos Moroi boa gente de Palm Springs.
HAHAHA, chocada com essa resenha! Jurei que você ia atirar pedras sem dó nem piedade e te encontro disposta a ler o segundo volume! Mesmo assim não me convenceu, amiga, e olha que eu confio em você. Vampiras princesas e alquimimstas já são demais pra mim. DAMpiros são mais ainda. E olha que eu vivi o frenesi Crepúsculo por muito mais tempo que você, hahaha.
ResponderExcluirBeijos! <3
Segurando o riso no trabalho com o seguinte parágrafo:
ResponderExcluirA missão de Sydney nesse livro é proteger uma jovem princesa vampira do reino dos Moroi (pois é), e precisa fazer isso se disfarçando de irmã dela e morando em um colégio interno em Palm Springs. Junto com elas está Eddie, um dampiro (mestiço entre humano e vampiro, pois é)
HAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA
AHAHDUDUHUIHGFPI98E GYV'DIUGYHGRG
FD8DSGUVH G8YFUuyh9ps8fg7s7d
Muito RUIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM
kkkkkkkkkkkkkkkk
Ai, sofri. Depois de ler essa resenha, preciso fazer a minha sobre Instrumentos Mortais. Que, por sinal, encomendei o livro 3 pelo skoob e estou roendo todas as minhas falanges porque não chega, e eu preciso muito saber o que vai acontecer!
obs: acho pertinente dizer que passei uns 2 minutos tentando escrever presiso precico presico preciso
obs 2: DAMPIROS KKKKK
Eu lembro quando li a série Crepúsculo e achei tudo muito bonito, o cavalheirismo do Edward e o fato dele não atacar a Bella. Porém! Isso mudou. Depois que comecei a conhecer o universo vampiresco, passei a estranhar os detalhes que a Meyer deu aos seus personagens.
ResponderExcluirPois bem! Gostei muito da resenha. Não sabia que Richelle Mead havia escrito um spin-off de Vampire Academy (tá na moda isso, ou é impressão minha?). A série é boa, ao meu ver. Li só os três primeiros, esqueci vários detalhes, mas ok, rs. O filme estreia em 14 de Fevereiro!
:)
Amo vampiros pra caramba. Vivi muito do fenômeno Crepúsculo e dei umas risadas ótimas no primeiro livro de True Blood (só li o primeiro por motivos de: são TREZE livros, TREZE). Não me aventurei com mais nada desde então, mas confesso, sinto muita falta. Até porque minha grade vampiresca só inclui Vampire Diaries (que é maravilhosa e crocante, você devia mutio largar de preconceito, sério)! Quero ler Vampire Academy, Drácula, Os Sete (que tá aqui há milênios esperando) e alguns da Anne Rice também. Esse spin-off aí não me interessou muito porque preciso conhecer a história original antes.
ResponderExcluirE, amiga, pra quem me dá a mão das erradices, a senhorita tá se desculpando demais! Como diz Simon Cowell, 'embrace the madness' <3
Acho que minha cota vampiresca já acabou por causa de Crepúsculo e dos dois livros de vampiro da Meg Cabot que ai minha nossa NÃO. Como você disse, personagem muito caricatos, enredo quase o mesmo e os exageros. Ainda pretendo ler Drácula, claro, porque é um clássico e eu não posso falar que não gosto de vampiros sem lê-lo, né?
ResponderExcluirConfesso que ri muito com a parte que a Couth também citou e que a história até que merece uma vezinha, né? Veremos porque minha lista é infinita HAHAHA.
beijos, anna!
Eu sou suspeita pra falar, porque quando li sobre o vampiro que brilha no sol, eu morri de paixão. Eu tinha vinte e um anos (YEY!) e nunquinha tinha lido ou visto algo sobre vampiros menos purpurinados, portanto...
ResponderExcluirJá ouvi falar desse livro. Gosto de YA, mas faz tempo que não leio. Valeu a dica.
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Vou confessar para você que eu tento, juro que tento, parar de ler romances sobrenaturais, mas é mais forte que eu. Acho que nunca perdi a "vibe" vampiro que veio com Crepúsculo, só acabei ficando mais crítica. Li Vampire Academy com 15 anos (faz tempo) e lembro até hoje que foi o livro de romance vampiresco mais legal de todos. Necessito urgentemente de uma promoção no Submarino para comprar a coleção toda. Acho que há possibilidades de você gostar. Pelo menos, a história é mais rica que Crepúsculo haha
ResponderExcluirEU SOU LOUCA POR VAMPIRE ACADEMY. Consegui convencer uma amiga minha a largar novela das oito e ler o primeiro volume da série.
ResponderExcluirAcho que eu jamais serei velha demais pra YA de romances sobrenaturais, sempre quero mais sempre quero vampiros novos, universos novos, anjos caídos novos. Me realizo nessas obras, enfim.
Tem bastante Adrian no segundo livro da série. Mas pode ler que eu preciso de alguém pra comentar sobre o filme comigo.
Ai meu Deus! É exatamente isso que eu queria, uma crônica como a sua. Me identifico pelo fato de eu ler a saga Crepúsculo, e vou assumir: já fui uma daquelas fãs super melosas e poser ainda dessa saga. Meu Deus, como eu me arrependi. Porém ainda gosto um tiquinho da saga haha.
ResponderExcluirOutra coisa que vou assumir: descobri seu blog há um mês e eu não sabia o que comentar, até que finalmente descobri, então não ligue pelo meu modo de retardadice de minha vitória do tipo ''Ai meu Deus, finalmente consegui comentar alguma coisa do SO CONTAGIOUS''
Beijos <3
http://anti-sociedade.blogspot.com.br/
eu tbem li crepusculo com 14 anos, foi minha entrada para o mundo da literatura, fiquei maravilhada e minha euforia durou um ano, ate eu fazer 15 anos e pedir amanhecer de presente entao acabou todo o encanto percebi que o livro era horrivel e sem nexo (como todos os outros)mas ainda sinto saudades do tempo q eu desligava a tv, deitava no sofa e nao via a hora de descobrir se edward ia ou nao almoçar a bella .
ResponderExcluireu tbem li crepusculo com 14 anos, foi minha entrada para o mundo da literatura, fiquei maravilhada e minha euforia durou um ano, ate eu fazer 15 anos e pedir amanhecer de presente entao acabou todo o encanto percebi que o livro era horrivel e sem nexo (como todos os outros)mas ainda sinto saudades do tempo q eu desligava a tv, deitava no sofa e nao via a hora de descobrir se edward ia ou nao almoçar a bella .
ResponderExcluirEu tinha um pé atrás a respeito da vampiromania, mas de uma hora pra outra me vi enfeitiçado! rs
ResponderExcluirjj-jovemjornalista.com
Só vim aqui pra dizer que tô sem tempo de ler seus textos gigantes e isso me chateia, mas um dia venho ver certinho o que você tem a dizer sobre vampiros! De quaqluer modo, acabo de responder ao "como eu leio" que você me indicou há mil anos e vim deixar o link pra você ver! http://www.youtube.com/watch?v=zzEJplYceBU&feature=youtu.be
ResponderExcluirBeijinhos <3