Final de ano é um momento ideal para fazer listas, ainda que meu ano ainda esteja um pouco longe de acabar. A Isadora recebeu esse meme, no qual deve-se listar seis coisas que a gente tem vontade de fazer e ainda não fez. Adotamos a ideia e cá está minha lista. Assim como a Analu, pensei numa lista objetiva e que pode ser resolvida rapidamente, e cujo sucesso depende, na maior parte das vezes, de mim, do meu tempo e disposição. Ou seja, da minha vergonha na cara. Sim, a proposta era fazer a lista com seis ítens, mas por acaso eu consigo fazer uma lista sem ultrapassar em alguns ítens a proposta original?
Comprar um maiô preto
Tenho consciência de que muito provavelmente o Querido Namorado Que Eu Não Tenho não mudará esse status por causa do meu gosto na hora de me vestir, porque minhas peças de roupa preferidas não fazem muito sucesso no universo masculino. Amo jeans largos, coturnos, batons coloridos e cintura alta e não estou nem aí. Como se não bastasse, agora quero um maiô. E nem é porque eu tenho vergonha de exibir meu corpinho por aí. Tenho consciência de que não estou podendo que nem a Blake Lively e estou longe de ser Garota de Ipanema, mas nunca fiquei me escondendo na praia ou na piscina. Quero um maiô porque eu acho lindo, acho chique, acho Grace Kelly. Ia adicionar que também queria um chapéu, tanto para acompanhar o maiô como para ser usado com qualquer coisa, mas minha mãe voltou de viagem semana passada e me trouxe um lindo, do jeito que eu queria, que já foi devidamente estreado.
Viajar
Já viajei muito pouco nessa vida. Quando o faço, são para lugares que já conheço. Novidade zero. Conheço pouquíssimo do Brasil e absolutamente nada do mundo, e isso me deprime deveras. As cidades que realmente me machucam, que todos os dias eu penso que preciso pisar antes de morrer, são Paris e Jerusalém (não sou judia mas tenho essa veia peregrina) e tenho uma vontade enorme de percorrer os Estados Unidos de carro, ao melhor estilo beatnik da coisa (menos a parte das caronas), parando em dinner's para tomar café da cafeteira e comer torta de cereja. Sim, vejo filmes demais. Mas meu principal desejo é viajar com meus amigos. A última vez que fiz isso foi em 2008 e apesar de ter sido com a escola foi demais e inesquecível, e quero muito repetir a dose. O ideal seria esse ano, só que o vestibular fez o enorme favor de arruinar toda e qualquer tentativa de plano, me forçando a adiar os projetos. Sei que preciso muito viajar com minha galerinha tropical, seja para Tupaciguara, Caldas Novas ou Ilhéus.
Aprender a fazer tortas e pães
Há uns tempos venho aprendendo a cozinhar em doses homeopáticas: café, macarrão, arroz, omelete, brigadeiro, panquecas, 5785 mil tipos diferentes de sanduíches e todas essas coisas seguras, cotidianas e pouco emocionantes. Sinto que é hora de alçar voos maiores, e quero entrar no mundo dos bolos e tortas, e depois, quando já estiver craque, aprender a fazer pães. Há anos tentei fazer um bolo e como minha mãe não me avisou que era proibido abrir o forno enquanto o bendito estava assando, meu bolo murchou e foi um desastre tamanho que nunca mais me aventurei nesse território até agora obscuro. É hora de mudar isso. Já escolhi minha próxima receita, um pouco pretenciosa e ousada, mas não consigo tirá-la da cabeça e quero colocar em prática o mais rápido possível. Resultados (bons ou ruins) serão devidamente documentados aqui.
Fazer uma maratona de algum seriado
Talvez o ítem mais bobo e aleatório da lista, mas um dos que eu mais tenho vontade de realizar. Apesar de gostar muito de séries, não sou dessas que conseguem assistir a uma temporada inteira numa sentada só. Sou uma espectadora muito lerda e preguiçosa, e depois do terceiro episódio minha cabeça começa a vagar por outros lugares, fico impaciente e vou fazer outra coisa. Isso, claro, atrasa bastante minha vida no universo dos seriados, porque quero assistir muitas coisas, mas acabo me enrolando nas minhas próprias vontades. Deixo coisas pela metade, pego birra, ou então me apego demais e fico postergando o fim (sou dessas) e só me resta aquele desejo enorme de conseguir passar um dia inteiro em frente ao computador, tomando sorvete e dando play em um episódio atrás do outro. Ultimamente tenho tido uma vontade enorme de assistir Buffy, reiniciar Lost e terminar Grey's Anatomy, mas preciso de coragem e disposição para maratonar como se não houvesse amanhã. Séries-maníacos, qual o segredo de vocês?
Cortar meu cabelo
Quando tinha 14 anos, resolvi fazer algo diferente e passei a tesoura no meu cabelo, que saiu da altura de um pouco abaixo dos obros para um chanel quase radical. Amei loucamente, mas sofri muito também: o corte não era ideal para meu tipo de cabelo e eu, que odeio ser escrava de cabelo, passei a ter que fazer malabarismos diários para mantê-lo no lugar. Além disso, escolhi um corte que pedia manutenção quase mensal, e isso me enlouquecia, porque de um dia pro outro o cabelo crescia meio milímetro de um jeito estranho e ficava a coisa mais feia da face da Terra, o que me punha numa neura e tensão constantes. Sucumbi às pressões e deixei crescer, mas o sonho do cabelo curto, que é meu estilo de cabelo favorito, segue firme aqui dentro. Quero cortar de novo, mais ou menos igual ao da Alexa Chung (minha musa capilar) nessa foto, pois já me conformei que nunca poderei ter um cabelo igual ao da Keira Knightley, cujo corte elegi oficialmente como o mais bonito do mundo, que no entanto é bem parecido com meu primeiro corte curto e que nada tem a ver com meu perfil low-maintenance capilar.
Conhecer a Máfia
A Máfia foi uma das coisas mais legais que me aconteceram esse ano. Um grupo de blogueiras malucas com interesses afins reunidas virtualmente, conversando loucamente sobre tudo que vier na telha: dramas, neuras com o corpo, comidas, nossas rotinas e conquistas, e homens, intermináveis e hilárias conversas sobre homens. Depois da Máfia meu Facebook nunca mais é o mesmo, e em dias áureos de empolgação e dedinhos frenéticos, chego a entrar e dar de cara com mais de 50 atualizações, todas da Máfia. Sei que será difícil para caramba reunir num mesmo lugar esse monte de meninas de diversos cantos do Brasil (e do mundo, beijo Alê!), mas me contento, a priori, a fazer encontros graduais, porque eu nunca conheci "pessoas da internet", mas nunca tive uma vontade e uma urgência tão enorme de transportar todas as risadas em caixa alta, curtições, declarações impublicáveis e cartas para o mundo real.
Arrumar meu quarto
Não curto o meu quarto, que é um espaço onde brigam por atenção pedaços de infância que ainda não tive coragem de me desfazer; jornais e revistas que meu lado jornalista acumula loucamente, reunindo artigos, fotos e tudo aquilo que eu li, gostei e preciso ter comigo; livros que não cabem mais onde deveriam e mereciam um lugar mais digno; caixas que ganho e não tem nada a ver comigo mas que são necessárias para guardar as coisas que vou juntando e tralha, tralha, tralha. Queria ter um quarto legal e mais visualmente agradável, uma espécie de bagunça proposital e coordenada, onde recortes e livros e lembranças não brigam entre si e compõe um ambiente aconchegante e parecido comigo, como o quarto da Andie, de Pretty in Pink, ou das irmãs Lisbon, de As Virgens Suicidas.
Ter um caderno de lembranças
Há anos tento manter um diário, sempre sem sucesso. Já me conformei que não tenho paciência nem muita vontade de ficar escrevendo sobre meus sentimentos e cotidiano numa folha de caderno, apesar de admirar quem o consegue e achar essa uma das coisas mais legais do mundo. Mas me arrependo de nunca ter feito um caderninho de recordações, onde escrevesse aleatoriedades, guardasse recortes, fotos e ingressos de cinema, acho que é uma das maiores lacunas que deixarei na minha adolescência. Quero ainda conseguir manter essa espécie de registro, mais livre e despretenciosa, para que caso venha a ter uma filha menina também (porque meninos não ligam muito pra isso) possa mostrar isso pra ela e nós possamos rir juntas, ou até mesmo para fazer isso com minha prima Mariana, daqui há uns anos.
E vocês, o que ainda querem fazer?