Peço perdão antecipado pelo limite ultrapassado no trocadilho que dá título a esse post, mas essa aglutinação brega é a melhor coisa para dar conta desse meu ano que vai chegar ao fim daqui a algumas horas. Foram três períodos da faculdade em um ano com poucas férias e quase nenhum feriado, um dia-a-dia sem noção e sono suficiente; muito trabalho, mas muita coisa boa e muito crescimento. Por aí tenho ouvido que 2013 foi um ano para fazer jus à fama de azarado de seu último decimal e acompanhei muita gente passando por maus bocados nesses últimos doze meses, mas acho injusto dizer que o meu também foi ruim só porque atravessei a linha de chegada com meio metro de língua pra fora e uma bandeirinha branca.
Nunca estive tão cansada, é verdade, mas não foi tudo de todo ruim. Aliás, meu 2013 foi uma coleção de dias estressantes em que eu acordava pensando que não ia dar conta, mas o que me fazia levantar era o fato de sempre ter algo bom me esperando lá na frente. Atravessei pequenos desertos, mas encontrei um oásis no fim em todas as vezes. Não consigo reclamar disso.
Há exatas duas semanas eu e meus amigos da faculdade fizemos uma festa de final de ano. Como cada um é de um canto e não passamos Natal e Ano Novo juntos, a festa era pra unir essas duas comemorações e nos dar um gostinho do que era viver essas datas juntos. Era uma brincadeira, claro, mas fizemos direitinho e o jantar foi comido com pompa de ceia de Natal e à meia-noite nos abraçamos, trocamos votos de tudo de bom nessa vida, uma garrafa de champagne barato foi passando de mão e mão na roda e naquela noite eu voltei pra casa sentindo uma energia diferente, como se eu tivesse mesmo vivido o Natal e o Ano Novo num intervalo de poucas horas. Como minha família não tinha grandes planos para as festas desse ano além dos de sempre (cada ano mais preguiçosos), resolvi que aquele noite tinha sido o meu Natal e meu Ano Novo e talvez por isso os dias que se seguiram, até hoje, passaram fazendo com que eu me sentisse em um limbo bizarro, presa num vão que não era 2013, mas não tinha frescor da folhinha nova no calendário. Sumi da internet, da vida e até um pouco de mim, por isso não vejo a hora de acordar amanhã com aquela sensação maravilhosa de que algo novo está começando, ainda que seja mais do mesmo.
Para não perder o costume, um pequeno balanço (inspirado no post da Juliana Cunha):
O que foi legal em 2013
- Fui pro Nordeste com a minha família duas vezes e matei minhas saudades do mar;
- Dois encontrões mafiosos;
- São Paulo com os amigos, Lollapalooza, show do Killers;
- Consegui uma iniciação científica com um tema que me interessa de verdade;
- Fiz matérias que mudaram minha cabeça de lugar e me ensinaram mais sobre o que eu sou, o que eu penso e acredito;
- Escrevi bastante - ainda que o blog tenha ficado em quarto plano;
- Aprendi a dirigir de verdade e perdi o medo do trânsito;
- Aprendi a passar delineador;
- Aprendi a passar delineador;
- Descobri que fotografia é legal;
- Criei coragem pra ficar ruiva e gostei do resultado;
- Senti o quanto meus pais me amam e se importam comigo - nunca duvidei disso, mas esse ano eles demonstraram isso de uma forma diferente e muito mais intensa. São os melhores do mundo;
- Consegui participar mais (no sentindo Charlie da coisa);
O que não foi legal em 2013
- Percebi que não dou conta de fazer tudo que tenho vontade de fazer e tive que largar coisas no meio do caminho;
- Vi que meu pai estava mesmo certo quando dizia que uma hora meu corpo ia cobrar a conta e fiquei muito doente e muito surtada por achar que eu dava conta de tudo;
- Dormi pouco e comi mal;
- Não passei na prova do Detran;
- Bati o carro;
- Só fiz bagunçar meu quarto e bagunçar ainda mais sobre a bagunça e agora eu muito sinceramente não sei como proceder;
- Vi poucos filmes;
- Me irritei desnecessariamente com as coisas ao meu redor;
- Me senti mais ovelha negra do que nunca;
Coisas que quero fazer em 2014, mesmo não acreditando em resoluções de Ano Novo
- Tirar carteira de motorista, pelo amor de Deus, isso já tá ficando ridículo;
- Tirar carteira de motorista, pelo amor de Deus, isso já tá ficando ridículo;
- Levar o francês mais a sério e estudar de verdade - não só quando tem prova ou quando é dia de entregar o livro;
- Me organizar melhor para parar de virar noites ou acordar quatro e meia da manhã pra terminar algum trabalho;
- Viajar: com a Máfia, com os amigos e com a família;
- Ler um livro nacional por mês;
- Fazer cartões de Natal para as pessoas que eu gosto (nota mental: começar a fazer na Páscoa);
- Fazer cartões de Natal para as pessoas que eu gosto (nota mental: começar a fazer na Páscoa);
- Tentar de verdade manter um diário de papel, mesmo que ele seja feito só de quotes, letras de música e recortes de jornal;
- Encarar a papelada e tudo de chato e angustiante que envolve eventualmente estudar fora do país;
- Encarar a papelada e tudo de chato e angustiante que envolve eventualmente estudar fora do país;
- Ler mais jornais e revistas e não só os colunistas que eu gosto e as páginas de artes;
- Fazer força para dormir antes da meia-noite, pelo menos durante a semana (ou no mínimo quando eu tiver que acordar antes das 9h);
- Aprender a mexer na minha câmera analógica e fazer coisas legais com ela;
- Aprender a mexer na minha câmera analógica e fazer coisas legais com ela;
- Atualizar o iOS do meu celular;
- Comprar um estojo e um caderno novos (pois é);
- Ir mais à igreja;
- Arrumar de verdade meu armário e não só organizar marromenos pra menos de um mês depois estar tudo uma zona de novo;
- Fazer algo legal no meu aniversário e não ficar surtada e deprimida e querendo me esconder das pessoas;
- Dizer mais sim do que não (mas com sabedoria).
New year's resolution - to write something of value
New year's resolution - to write something would be fine