
Acompanhei uma reunião de pauta diária com os repórteres e é bem como eu pensava. Cada um recebe uma história para averiguar e na reunião apresenta o que encontrou e os chefes discutem se vale nota, matéria, manchete, etc. Eles discutem alguns assuntos, pensam em pautas que podem ser relevantes para aquele dia, e logo depois cada um sai ou para concluir sua matéria ou para ir às ruas buscar mais material. Uma coisa que percebi foi que lá todos os dias são diferentes, se em um dia você está trabalhando em um tipo de assunto, no outro seu foco é totalmente diferente e você tem um dia só (no caso do jornal, que é diário) para fazer sua história vingar, porque no outro provavelmente ela não será mais relevante.
Depois bati um papo com os dois editores-chefes para tirar as minhas dúvidas. Conversamos sobre a questão do formato do jornal estar mudando, dando lugar a reportagens mais analíticas do que aquelas que apenas visam passar a notícia, falamos sobre a questão da obrigatoriedade do diploma e eles me disseram que independente de ter um diploma em mãos ou não o importante é saber escrever, se renovar e se virar diante de imprevistos, que são as coisas mais frequentes num dia de trabalho. Perguntei também sobre faculdades, os melhores cursos que eles conheciam, a opinião sobre o curso aqui da UFU, sobre o mercado de Uberlândia, se aqui existe assunto todos os dias pra um jornal inteiro (sempre me perguntei isso)...
Conheci toda a redação, conversei com um dos diagramadores, vi ele montando as páginas no InDesign, depois conversei com um dos caras responsáveis pelo site do jornal, que me falou um pouco sobre a necessidade de adequar a linguagem ao público que lê as notícias através do site, sobre a interação com os leitores, e também as famosas mídias sociais. Vi que o esquema de administração do site não é muito diferente daquele usado na blogosfera, principalmente para quem já está habituado a trabalhar com php e essas coisas. Ele até me perguntou de onde eu sabia o que diabos era um serviço de MySQL, FTP e toda essa coisa, e eu até teria contado toda minha saga para tentar aprender sozinha todas essas coisas caso o final fosse vitorioso, mas como me rendi ao confortável e preguiçoso serviço do Blogspot, me calei.
Não poderia ter sido mais feliz conhecendo um jornal. Sou completamente apaixonada por jornais, e se tem uma coisa que me faz feliz é me esticar para ler a Folha de São Paulo depois do almoço. Embora na maioria dos dias não dê tempo de ler todo o jornal, sempre arranco meus cadernos preferidos e colunistas queridos para ir lendo ao longo do dia, o que deve deixar meu pai bem infeliz, já que desmembro o jornal inteiro. Aliás, por conta da minha paixão por colunas, perguntei se havia algum dos colunistas do jornal por lá naquele momento e por sorte havia, justo o que escrevia a respeito de política! Conversamos um pouco sobre seu trabalho, ele me contou como funciona, de onde recebe os principais tópicos, como decide sobre o que irá escrever, sobre o cuidado que deve ter, que um colunista deve entender muito bem sobre o que está falando e sempre checar dados, pois suas palavras tem muito peso, uma vez que é um formador de opinião.
Preciso dizer que estou mais apaixonada ainda, e que já tenho quase meus dois pés inteiros no ladro negro da Força, como disse a Luh?