sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Discoteca 2013

Seguindo a tradição iniciada ano passado, vou novamente listar aqui os CDs que mais gostei de ouvir no ano de 2013. Não sou nada apegada a lançamentos e por isso nem ousarei fazer uma lista de favoritos lançados esse ano, essa é só uma listagem absolutamente subjetiva sobre os discos fizeram o meu ano, que contemplará trabalhos dos anos 60, coisas que entraram na lista da Pitchfork de melhores do ano e também aqueles que caíram no ostracismo porém fizeram meu coração. 


"More Adventurous", Rilo Kiley: Esse CD vai completar 10 anos ano que vem e foi a última coisa realmente relevante que o Rilo Kiley produziu - e ainda assim é o meu disco querido de 2013. Estou começando a achar que Rilo Kiley é a banda da minha vida (mais sobre isso em alguma outra oportunidade) porque a elegi ano passado como a banda do ano e não consigo não fazer uma dobradinha nesse. "More Adventurous" esteve comigo de janeiro a dezembro e tem tudo a ver com o que eu vi, fiz, pensei e senti no ano que passou e com tudo que eu vejo, faço, penso e sinto na vida, no geral. Não é a trilha daqueles meses, nem é sobre mim e alguma outra pessoa, mas é a minha, e só minha, alegria egoísta, pau pra toda obra, tatuagem na alma, etc e tal. Jenny, Blake, tamo junto, nos fones e na vida. 
Musiquinha do coração: "Portions for foxes", "Does he love you?"


"Summerteeth", Wilco: Se 2004 não parece remoto o bastante, o segundo disco do meu ano é de 1999. Wilco é uma das minhas bandas favoritas há anos e esse ano o que não faltou foram boatos de que eles finalmente viriam tocar no Brasil. Nada foi anunciado e minhas esperanças estão começando a minguar, mas tenho ouvido Wilco loucamente como se assim pudesse atrai-los pra cá. Nunca tinha prestado atenção no "Sumerteeth", mas graças ao shuffle, que colocou "She's a jar" pra tocar despretensiosamente, tenho passado os últimos meses mergulhada em paixão por esse CD sensacional de 17 faixas, todas elas me fazendo estremecer de amor, identificação e desespero por que COMO PODEM SER TÃO BONS??, POR QUE TODAS AS PESSOAS DO MUNDO NÃO AMAM WILCO TANTO QUANTO EU??? Enfim. Preciso de um show deles. Logo. 
Musiquinhas do coração: "A shot in the arm", "She's a jar", "Via Chicago"


"Monomania", Clarice Falcão: Haters gonna hate o quanto quiserem, eu amo essa mulher. "Monomania" é o melhor nome possível para esse álbum de estreia, porque o efeito dele em mim é de sempre dizer que vou ouvir uma música em específico e me pegar ouvindo ele inteiro, várias vezes seguidas, sem conseguir parar. Não sei por que todo mundo cobra que todo lançamento da música brasileira precisa ser fierce enquanto não temos nada contra cantorinhas fofas americanas. Vamos amolecer esses corações e ser mais felizes, por favor!
Musiquinhas do coração: "Talvez", "Capitão Gancho", "Macaé". 


"The Next Day", David Bowie: Faço minhas as palavras da Lya para resumir minha relação com David Bowie: Não conheço o quanto gostaria. Não ouço o quanto deveria. Respeito pra cacete. Não sou letrada nele, não sei discorrer sobre sua discografia, mas sempre o achei um dos caras mais legais do mundo e nutria um carinho distante porém genuíno. Em 2011 o Flaming Lips lançou uma música se perguntando se ele estaria morrendo, por causa de sua reclusão de anos, e fiquei devastada quando li esse texto ano passado sobre a decadência do camaleão. Então, vibrei quando ele lançou esse CD esse ano, não o disco de um velhinho decadente, mas um puta trabalho que mostra tudo que ele ainda pode fazer. Fiquei feliz de finalmente poder fazer parte de um pedacinho da história da sua carreira e a capa genial de "The Next Day" ainda me deu um gancho bem ótimo pra um trabalho da faculdade que fiz sobre indústria cultural, haha.
Musiquinhas do coração: "Valentine's day", "The stars (are out tonight)", "Dancing out in space".


"AM", Arctic Monkeys: Pego muito no pé dos macaquinhos do Ártico e nossa relação é cheia de altos e baixos (mais sobre isso em outra oportunidade), mas "AM", o álbum do ano pra um monte de gente respeitada, fez com que eu me curvasse em definitivo pro talento desses caras para muito além do charme da bossa de Sr. Alex Turner. "AM" é um trabalho foda da primeira à última música e fico genuinamente satisfeita quando vejo bandas que começaram como sensações hypadas indiezinhas com guitarrinhas rápidas fazerem música de gente grande. O que dizer sobre a turnê desse disco que nunca vi de perto mas já sinto falta pacas?
Musiquinhas do coração: "No.1 party anthem", "Do I wanna know?", "Arabella".


"Days Are Gone", HAIM: HAIM é mais do que a melhor banda dos últimos tempos da última semana surgida em 2013, é um estilo de vida. Alana, Danielle e Este são três irmãs sensacionais da Califórnia que fazem um som que parece um Fleetwood Mac revisitado, cantam sobre os dramas das mocinhas modernosas do século XXI, são pessoas sensacionais e performers fantásticas. Assistir suas apresentações ao vivo e suas entrevistas (todas) no Youtube e salvar todas as suas fotos sendo lindas e inspiradoras numa pastinha do Pinterest é tão necessário quanto ouvir esse disco, um dos meus tesouros desse ano que passou.
Musiquinhas do coração: "My song 5", "Don't save me", "The wire".


"Modern Vampires Of The City", Vampire Weekend: Acompanho Vampire Weekend desde o comecinho, ainda que eu nunca tenha sido fanática por eles. De todo jeito, fica um orgulho gostoso, muito parecido com o que sinto pelos Arctic Monkeys, ao vê-los superando os cinco minutos de amor no coração da indiezada e construindo uma carreira consistente, com trabalhos cada vez mais bacanas. Não tem uma música desse CD novo que eu não goste e ainda que eu não tenha decidido se vou ou não ao Lollapalooza do ano que vem, se eu decidir encarar o Vampire definitivamente vai ter um peso grande nessa decisão. Acho que vai ser demaisão vê-los ao vivo numa fase tão ótima - Ezra Koenig, te amo, te quero. E é sem dúvidas a capa mais bonita de 2013.
Musiquinhas do coração: "Hannah Hunt", "Unbelievers" e "Step".


"Battle Born", The Killers: E por falar em Lollapalooza, esse ano tive a chance de ver o Killers, uma das minhas bandas favoritas da vida. Definitivamente não é a melhor fase deles, e esse CD, lançado ano passado, não me empolgou nem um pouco no início, mas fiz uma imersão nele pra poder aproveitar o show. No fim das contas fiquei chateada que eles não colocaram mais músicas dele no setlist, como "Heart of a Girl" e a cafonérrima (porém querida) "Here With Me". Também foi um dos CDs que mais ouvi dando voltas no quarteirão pelo bairro quando estava aprendendo a dirigir, então ele sempre vai me lembrar de coisas importantes e especiais desse ano.
Musiquinhas do coração: "Miss Atomic Bomb", "The way it was", "Runaways".


"Prolonging The Magic", Cake: O Cake foi outro fruto do Lollapalooza, mas ao contrário do Killers, ele nunca foi uma das minhas bandas favoritas. Na verdade, nunca realmente parei pra ouvir Cake até esse ano, e resolvi baixar a discografia pra aproveitar bem o show - que foi uma delícia! "Prolonging The Magic" foi o disco com o qual eu mais me apeguei, o que foi ruim só porque não é um trabalho muito popular e só duas músicas foram tocadas. Mesmo assim, tenho um carinho enorme por ele e pela banda, que é oficialmente a minha trilha sonora do volante (mais sobre isso em outra oportunidade).
Musiquinhas do coração: "Mexico", "Guitar" e "Walk on by"


"Sacode!", Nevilton: Conheci essa banda simpática através da coletânea "Jeito Felindie", que entrou na minha Discoteca 2012. Baixei o CD mais novo deles, lançado esse ano, pra conhecer um pouco mais e me apaixonei. Acho que finalmente superei o Los Hermanos e por isso estava sentindo falta de uma banda de rock nacional para amar. O som do Nevilton lembra Los Hermanos nos seus primeiros anos, mas com um vigor diferenciado e com muita qualidade. A vibe é de viagem pra praia com os amigos, ainda que eu tenha ouvido sentada na janela do ônibus aqui mesmo em Uberlândia. 
Musiquinhas do coração: "Crônica", "Noite alta", "Friozinho" e "Bailinho particular".


"If You Can Believe Your Eyes And Ears", The Mamas and The Papas: A única coisa boa que a temporada de Dexter trouxe pra mim foi o estímulo pra começar a ouvir The Mamas and The Papas. Não sei o que dizer sobre o por que amei e me apeguei tanto e tão rápido, por que pra mim parece impossível que alguém não ame e se apague a esse quarteto dos anos 60 que nos faz sonhar e flutuar. E Mama Cass, a grande estrela e melhor vocalista, é diva para todo sempre amém. Esse CD de 66 é perfeito para se ouvir nas épocas mais caóticas da vida, porque colocam paz no coração juntamente com as harmonias maravilhosas do grupo. 
Musiquinhas do coração: "Monday monday", "Go where you wanna go", "I call your name". 


Trilha sonora de "The Bling Ring": Sou obcecada pela história real de Bling Ring desde 2010, quando o caso vazou pra mídia e o reality show Pretty Wild estreou na E! Por causa dessa curiosidade permanente, me refastelei esse ano com o livro (decepcionante) e a dramatização no cinema (ótima) do caso dos adolescentes de classe média que invadiam casas de celebridades pra roubar suas roupas e pertences. Quem dirigiu o filme foi meu amor de Coppolinha e é claro que ela matou a pau. Das muitas coisas que chamam atenção, uma delas é a trilha sonora, com muito rap, hip-hop e letras de ostentação - tudo a ver com o espírito do filme. Nunca fui muito ligada a esses batidões, mas tenho curtido cada vez mais, um dos motivos pra trilha do filme não sair do meu celular. 
Musiquinhas do coração: "Crown on the ground" (Sleigh Bells), "Bad girls", "Sunshine" (M.I.A).

6 comentários:

  1. Vários da listinha foram meus favoritos do ano também: Artic Monkeys, HAIM, Vampire Weekend e Clarice Falcão. Ouvi o ano todo! AM eu nunca tinha parado pra ouvir e adorei esse cd, quando eles liberaram a primeira música eu fiquei viciada. HAIM eu nem sei como conheci mas já amo pakas e tenho várias fotos salvas na pastinha do Pinterest hahahaha e no Tumblr, elas são incríveis tanto ao vivo quanto no estúdio. Vampire Weekend também mandou super bem com esse novo cd. E Clarice eu tenho uma relação fofa, eu adorei esse cd dela, e ela ao vivo é uma fofura em pessoa, gosto da música que ela fez em parceria com o SILVA.
    Beijos

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  2. Vou pegar essa sua lista e adotar tudo como indicação, pode?
    Achei Bling Ring assistível fraco, mas pensei que seria muito pior, tamanho os comentários só destruindo o filme.

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  3. É sério que tu se decepcionou com o livro? ESTOU ADORANDO! mais do que o filme, inclusive. Adoro Coppolinha, mas ausência de diálogo me irrita. O livro está fazendo um ensaio maravilhoso sobre a história da juventude dos Estados Unidos e como a fama os alcançou. Tô amando.
    Nem opinarei muito sobre discos, pois só ouvi esse ano a Monomania da Clarice e achei "ok". Prefiro Tiê, acho mais original. Ou até a Malluzinha.
    Beijão.

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  4. Eu não escuto cds e confesso que não conheço quase nenhuma das bandas aqui listadas e que por mais que sua descrição seja linda e empolgante, não vou ter paciência pra ouvir todos, mas juro que vou tentar! Adoro essas listas de melhores do ano, já comecei as minhas, mas esse ano teve tanta coisa legal que está difícil de escolher as melhores dentre cada categoria!
    Sdds de você e do seu cabelo que está lindo!
    <3

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  5. Eu lembro quando você desprezou Rilo Kiley e eu te disse para dar uma nova chance porque a banda era incrível. Que bom que você percebeu isso :)
    É daquelas bandas que eu escuto há 10 anos e não canso nunca.

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  6. Anna,

    Não conheço nenhum CD além do "AM" e do "Monomania" — que, inclusive, também estão na minha lista —, mas eu gosto de "Here with me", poxinha. HAHAHAH. Já tinha ouvido falar que a trilha sonora de The Bling Ring era boa. Uma hora ainda vou tirar um tempinho pra ouvi-la (preferencialmente, depois que tiver assistido o filme...... é, ainda não rolou..... sim, eu sei....).

    Beijos <3

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