sexta-feira, 19 de junho de 2009

Ah, essas festas juninas...sempre de brimks.

Ou: O Lindo, parte 2 (parte 1)

Quarta-feira, meio da aula de Biologia, entram serelepes na sala algumas meninas do terceiro ano avisando que o 3º estaria vendendo doces e quitutes de festa junina, além do queridinho de todos, o Correio Elegante. Pra quem não sabe, Correio Elegante é aquela brincadeira de festa junina onde você compra um pedaço de papelzinho todo gay em forma de coração, escreve um recadinho pra alguém e manda os fulaninhos entregarem. É uma ótima brincadeira para zoar seus amigos, cutucar os inimigos, mandar fofuras pro namorado ou então dar uma de enigmática-moça-à-moda-antiga-que-tenta-fisgar-o-school-sweetheart-através-de-um-bilhetinho -anônimo-misterioso. Agora reflitam vocês a respeito do perfil em que eu me encaixo.

Na primeira olhada sugestiva de Naná para mim eu já falei: "Não, definitivamente não", mas ela ignorou a história, chamou a Sofia e toda a patota e eles, alheios à mim começaram a refletir sobre o que eu deveria escrever no bilhetinho que mandaria pro Lindo. Eles tanto falaram, tanto insistiram que eu acabei por aceitar. Ok, eu ia mandar um bilhete anônimo pro Lindo. Só precisava saber o conteúdo deste. Eu já estava aceitando aquela breguice toda, precisava escrever algo minimamente inteligente. Letras de música, trechos de livro e toda a coisa açucarada que alimenta os romances estavam fora de cogitação. Eu não gosto do garoto. Só acho ele LIIIINDO, e ele me deixa estranhamente deslumbrada e hiperventilando toda vez que se aproxima e isso me faz quase que seguí-lo por toda a escola. Eu disse quase. E eu pensei que não dava pra escrever isso, o cara ia fazer o Tarso e sair gritando que o mundo estava seguindo ele.

Pensei até a hora do recreio e a idéia que eu tive não foi das melhores, mas foi a coisa menos Hilary Duff que eu pude imaginar. Comprei o papelzinho e escrevi: "Sei que essas coisas só funcionam nos filmes, mas não custa tentar." Assinei com um A. e deixei o resto na mão de Deus. Pedi pra Luiza entregar pro garoto que estava distribuindo os bilhetes, porque sei que eles são fofoqueiros e dedariam na hora que fui eu quem havia mandado. Luiza ainda estava perto quando o garoto entregou pra ele, que logo perguntou pra Luiza se aquilo era dela pra ele. Ela disse que era de uma amiga dela, e saiu correndo ao meu encontro, correndo e batendo palmas, dizendo que o mal feito já estava feito.

Eu não estava esperando que isso iniciaria um tórrido affair hollywoodiano, ou então que ele ia ficar muito louco de curiosidade para saber quem era a tal A. e cercaria a Luiza na esquina, forçando-a a se não contar de uma vez quem era a misteriosa amiga, pelo menos oferecer um vínculo de comunicação entre ele e a tal (no caso, eu). Depois que fiz a mini-loucura, só pensava com os meus botões se ele teria dado um sorriso daqueles pro meu bilhetinho idiota.

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