quinta-feira, 18 de junho de 2009

O Lindo.

A primeira vez que eu o vi, foi em um dos primeiros dias de aula. Reparei de cara nele porque eu estava decepcionada com a ala masculina do novo colégio. Se é a maior escola da cidade, eu logo supus que os meninos bonitinhos que não estudavam na minha antiga escola se encontravam por lá, oras. Mas até então ninguém tinha me chamado a atenção, só ele. Ele é o tipo moreno-bonitinho-romântico-bobo-apaixonado-SethCohen, imaginem o Caio Castro (?) só que com o cabelo liso, os mesmos olhos, menos musculoso e bem, bem, bem branquinho. Desses das bochechas rosadas. Adicione à equação suéteres de bom gosto e tênis estilosinhos. Pronto, é o Lindo.

Depois dessa primeira vista, eu nunca mais o vi. Tão nunca mais que nem me lembrava mais dele, pra mim ele tinha caído no buraco e ponto final. Até que um dia eu o vi de novo, estava bem frio, eu estava saindo da cantina e ele estava lá parado, feito um totem (não). De gorro, um moletom super legal e as bochechas mais rosadinhas ainda, queimadas pelo frio. Não sei o que ele estava fazendo parado lá com os braços cruzados, só sei que eu passei perto dele e quase seria uma cena de filme se não estivesse ventando tanto, porque vocês sabem, essa coisa de cabelos ao vento ser sensual e charmosinho acontece SÓ nos filmes. Olhei pra Naná. "Meu Deus, quem é esse?" Até então ele não era o Lindo.

Uma ou duas semanas se passaram sem que eu o visse, mas ainda não tinha recolocado o garoto no buraco onde antes ele estava. Aí ele aparece de novo, na cantina de novo, dessa vez eu saindo da fila e ele lá no fim dela. Eu só olhava, olhava pra Naná e pensava comigo: meu Deus, ele é lindo. E o sorriso? Ah, mas ele tem um sorriso tão bonito (bem mais bonito do que o de certas pessoas)! Eu estava tãããão alvoroçada naquele dia, que fui correndo perguntar pra uma amiga minha do terceiro ano (ele é do terceiro) se ela conhecia ele. "Mas como ele é?" "Ai Lu, ele é lindo!!!" A Lud, uma outra amiga do terceiro que estava conosco só fez a pergunta crucial: "Ele tem um sorriso perfeito?" "Tem!" "AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH EU SEI QUEM É!" E aí nós começamos a rir, e a dar gritinhos e a bater palmas, um lindo espetáculo evidenciando a falta de auto-controle que nos consome. Fomos andando juntas até o pátio do terceiro ano, achamos um banquinho por lá e nos pusemos a falar sobre a vida. Quando eu estava andando para minha sala, quem adentra o pátio do terceiro e vai conversar justamente com minhas amigas? O próprio. Amaldiçoei na hora o meu comportamento certinho, porque, pô jô, se eu tivesse enrolado TRÊS SEGUNDOS no banquinho, teria visto o Lindo e quem sabe, teria sido apresentada a ele.

Luiza e Lud, minhas amigas que o conhecem, me relataram que ele é bem tímido e normalmente passa os recreios na sala. Pronto, o menino é lindo, se veste bem, tem um sorriso maravilhoso e não é desses popularzinhos que desfilam na hora do recreio, quer mais? O problema disso é que é bem difícil localizá-lo, e quando eu o vejo, eu nunca estou esperando por isso. Tanto que chego a cruzar com o menino sem que eu perceba. Um dia isso aconteceu, e eu sou tão cara de pau, mas tão cara de pau, que dei a volta correndo por fora do pátio, só para passar pelo corredor que ele estava andando e cruzar com ele novamente. 11 anos, oi! Foi nesse dia que surgiu o apelido super criativo para ele, Lindo. Eu só corria feito doida pelo pátio, puxando a Sofia pela mão e quase gritando que a gente precisava localizar o Lindo. 10 anos, oi!

Terça-feira foi um dia só de palestras na escola, e antes da abertura aquele colégio estava uma zona. Eu estava num canto conversando com algumas amigas, esperando um espaço andável no pátio, muito feliz, quando minha amiga: "Anna, Anna, Anna, olha quem tá ali atrás!" Nós estávamos na frente de um stand, e adivinha quem estava dentro dele? O Lindo, lindo, com um suéter mostarda, desenhando alguns cartazes. Ouuuun, ele também é talentoso! Alguns minutos depois ele saiu do stand e esbarrou em mim, eu nem reparei, já que estava hiperventilando. Quando ele volta pro stand, dá de novo uma super topada em mim que me obriga a fingir surpresa. Ele abre o seu sorriso perfeito: "Desculpa!" e eu sei que não queria ver minha cara de boba na hora.

(Continua)

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