terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sorrisos de Algodão Doce.

Segundo minha mãe, tu tens um sorriso lindo, e eu sonhei com ele na primeira vez que te vi. Com ele, com você e com umas bicicletas fora de lugar, pelo que eu me lembre, e assim que eu abri os olhos disse: "Sonhei com ele" e minhas amigas riram. Tudo isso antes de você ser quem você é pra mim hoje. E mesmo antes dessa transformação-sem-transformar de você, tu eras meu assunto principal, presença garantida na maioria dos meus sonhos, e sem querer, quando via a janelinha do MSN me avisando que você entrou, meu coração pulava e minhas mãos começavam a suar.

Você chegou pra destruir esse meu auto-controle, literal e subjetivamente falando. Eu sempre me julguei uma garota mais evoluída, que não caía nas graças dos hormônios e das chorumelas cor-de-rosas de coração adolescente, e cheguei a pensar que ia deixar esse mundo sem um desses amores platônicos, impossíveis e divertidos de se contar e de se suspirar por, e vejam só esse primeiro parágrafo. E literalmente você sempre dá um jeito de me pegar desprevenida, puxar meu cabelo, surgir do nada justo nos momentos em que eu estou me preparando psicológicamente pras tuas chegadas repentinas, mas é claro, eu nunca estou preparada e isso resulta em involuntárias e constrangedoras bochechas vermelhas e eu eu desisto de pedir que minhas mãos me obedeçam, vou apertando com força as duas, como se sovasse uma invisível e minúscula massa de rosca.

E você me descambria, me esgruvinha, me deixa toda macabeada e sem saber o que fazer e com o maior sorriso de algodão doce do mundo estampado nos olhos. Eu não gosto disso, eu não gosto de ver que eu estou perdendo o controle, eu não gosto de concluir que eu estou me deixando levar assim, simplesmente, fácil demais. Eu quero te chutar dos meus sonhos para que Fabrizio volte a ser o protagonista deles, eu não quero mais ter a síndrome das mãos nervosas, eu não quero mais ter que interromper os raciocínios quando estou lendo pra te deixar invadir minhas idéias, eu não quero você.

Eu tento, eu juro que eu tento de tudo pra fazer com que meu desejo se realize, mas, pomba, quem é que eu estou enganando? Eu gosto dessa história, eu gosto das coisas que você me faz sentir, eu gosto de surtar internamente quando a gente conversa, eu gosto de inventar histórias de nós dois na minha cabeça, principalmente, eu gosto de você, das tuas macaquisses, do jeito como você sempre tenta me alfinetar, e assim como a minha mãe, eu acho que tu tens um lindo sorriso, porque ele me contagia, ele me pega surpresa. Por mais triste, descrente da vida que eu esteja, é só pensar, ouvir, falar de você que outro sorriso se abre nos meus lábios e eu instantâneamente tenho o maior sorriso de algodão doce do mundo estampado nos olhos.
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Now playing: Mallu Magalhães - Swalk
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