quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Coração gelado

Ou: Como proceder quando você não ama Os Miseráveis tanto assim


Assim como a Analu, eu amo me apaixonar pelas coisas. Amo mesmo. Adoro quando vejo um filme que vira minha cabeça, que não me deixa pensar ou falar sobre qualquer outra coisa depois que saio da sessão, que me obriga a escrever sobre ele de toda a forma que eu posso, que me força a recomendá-lo pra todas as pessoas que conheço. Sou viciada na sensação de querer misturar as palavras de um livro querido com algum quitute gostoso e cremoso. 

Por isso, fico frustrada quando não amo tanto assim alguma coisa que eu tinha tudo pra amar, ou, ao menos, estava extremamente predisposta a tanto. Com Os Miseráveis aconteceu isso. 

Eu comecei a pirar assim que soube que a Anne Hathaway faria parte da adaptação, que seria um musical. Pirei porque vocês sabem que não importa o que essa mulher resolva fazer, lá estarei eu, fielmente, trajada com uma blusa com suas iniciais grafadas, saia plissada, pompons e colar com pingente de pêras genovianas. Ver Anne fazendo um musical de verdade é ter a chance de realmente apreciar seu talento nesse tipo de produção, anteriormente reservado ao podre (porém ótimo) Ella Enchanted. Além de tudo, todos os aspectos desse filme cheiram a Oscar, e eu acho que já está na hora da Anne entrar pra história da Academia - coisa que já devia ter acontecido depois de O Casamento de Rachel, mas isso é outro papo.

Chorei vendo o trailer pela primeira vez. Chorei mesmo. Ouvi-la cantando "I dreamed a dream" enquanto uma pessoa suja raspa sua cabeça é demais pro meu coração, sabe. Assisti ao trailer diversas vezes, e ainda assim, quando o vi na tela grande pela primeira vez, pensei que não tinha sistema cardiovascular e lágrimas o suficiente pra aguentar o tranco. Anne Hathaway comendo o pão que o diabo amassou numa das histórias mais tristes e emocionantes da literatura, transformada em musical, é o tipo de coisa que faz a gente questionar a saúde do coração. 

Então fui assistir né. Arrepiando desde a primeira cena. Ai meu Deus o Hugh Jackman magro e velho, essa aguaceira, tô arrepiando. Ai que simbolismo lindo ele carregando esse mastro. Ai que estranho o Russell Crowe cantando, mas olha que ótimo isso e aquilo, e aquele outro e os anos se passaram e Fantine entrou em cena. Fantine, a mais desgraçada da história toda, a que trabalhava pra dar de comer à filha, que teve que dar nos braços de estranhos já que não podia sustentá-la. Fantine, humilhadíssima, na lama, porque descobriram que ela não era virginal e pura como davam a entender seus olhos doces e lindos cachos. Fantine, que perdeu tudo, até os cabelos. Os dentes. O orgulho. Me falaram antes que a gente espera que a cena com a canção antológica da produção seja, de fato, antológica, mas ela consegue surpreender. Eu esperava tudo e Annuxa me entregou ainda mais. O quadro é composto por ela e seu rosto magro e sujo, quase feio depois de tanto sofrimento, e ela começa. Gente, que dor. Que dor horrorosa. Que música linda. Que coisa mais cruel de se cantar essa, a de um dia ter sonhado que a vida seria diferente desse inferno que a gente vive. Fantine, quem nunca, amiga? 


Enxuguei as lágrimas, olhei pro lado e vi os amigos esfregando os olhos. Trocamos olhares: tombou, missão cumprida, podemos ir embora.

Devíamos mesmo.

Os anos se passam de novo e a coisa desanda. Me dói quase tanto a dor sentida pela pobre Fantine dizer isso, mas depois que ela sai de cena perdi o interesse pela história, quase que completamente. Vocês vão me desculpar, mas revolução francesa e musical são duas coisas que nunca deveriam ter se misturado, e eu sou uma pessoa que gosta de musicais. Exagero: o problema do filme nem são as músicas, a maioria delas é linda, excelente. Foda mesmo, num mau sentido, são os diálogos musicados. Quando foi que a gente começou a subestimar essa interatividade tão básica entre dois personagens? Lembro da crítica do André Barcinski, dura, mas necessária em alguns momentos: "os atores cantam o tempo todo, mesmo nos diálogos mais insípidos (“Me passa o saaaaaaaaaaal…”, “Boa noooooooooiteeeeeeee…”)" O recurso mal utilizado infelizmente me levou a, várias vezes, parar de levar aquilo a sério. Cortou o clima. 

Me apaixonei pelo pequeno Gavroche, senti profundamente o recalque da pobre Eponine e queria um spin-off da história que contasse só com números do Sacha Baron Cohen junto da Helena Bonham Carter, atores criticados por fazerem sempre os mesmos personagens, mas hei de concordar com eles: por que mexer num time que está ganhando tão bem? Uma dose de alívio em meio a tanta monotonia e impulsos frequentes de dar aquela olhadinha no Instagram. 

Quando o filme acabou, meu amigo Matheus olhou pra mim e disse: é, um filme belo. Rinna preferiu não tecer comentários. Natália enxugou as lágrimas e disse que queria ver de novo. Fiquei com o Matheus, um filme belo. Belo, no entanto, é um adjetivo pomposo e frio demais pra se descrever um filme que deveria nos dar nó nas tripas de emoção. Queria ter que esperar alguns minutos antes de sair da sala, pra recolher meus caquinhos antes de seguir com a vida. Queria, assim como a Natália, ficar ali esperando até a próxima sessão, porque isso já aconteceu tantas outras vezes, com tantos outros filmes. E eu só queria comer alguma coisa e, sei lá, sair cantando, porque foi tanta cantoria que pareceu até ofensivo que não fôssemos convidados a cantar junto, uma coisa meio: então tive que passar quase três horas vendo vocês guerrearem ao som de falsetes e não posso dar nem uns gritinhos? Solta aí a música do Titanic que hoje eu quero quebrar umas taças!

No fim das contas, diga ao povo que gostei. Gostei, mas não amei não. Gostei, mas só vejo de novo daqui uns três anos - ou mais. Gostei, mas acho que o Tom Hooper deveria assistir My Fair Lady e ser um pouquinho menos cafona. Gostei, mas prefiro o Hugh Jackman de Wolverine e o Russell Crowe na vida da Tary. Gostei, mas nem Fantine foi capaz de aquecer meu coração ao ponto de me fazer ignorar todo o resto e amar demais.

E Deus é testemunha que eu sonhei um sonho de amar demais.

Obrigada por existir, internet <3 td="">

15 comentários:

  1. Eu podia estar matando, eu deveria estar dormindo, mas não. Eu li esse post pelo ipod enquanto rolava na cama ameaçando dormir. Levantei da cama e li novamente, em voz alta, pra minha irmã que estava na sala. Porque isso precisava ser compartilhado. E então eu liguei o computador de novo correndo um sério risco de agitar de vez e não dormir mais. E isso realmente aconteceu, porque eu liguei o ipod enquanto o computador ligava, e o shuffle não colaborou, mandando Beyoncé e One Direction, o que faz com que no momento eu esteja praticamente dançando na frente da sua caixa de comentários.
    Tudo isso porque hoje de tarde minha mãe me perguntou em que ano da faculdade você estava, e eu falei que você não precisava de faculdade. Que qualquer pessoa com sanidade mental no nível correto te entregaria um diploma de jornalista na mão assim que você terminou o terceiro ano do ensino médio. Porque tem gente que tenta, tenta e tenta, tipo eu. E tem gente que nasce. E na próxima encarnação eu quero vir Anna Vitória, porque você é gênia.
    Porque esse texto está incrível. E porque eu estou falando de outros assuntos desde que comecei a comentar, porque não sei o que falar sobre o assunto.
    Gavroche e Éponine são meus personagens preferidos da vida. E quando eu terminei o filme, eu também levantei logo, e sai cantando. Mas saí cantando noviça rebelde, enquanto sonhei um sonho de sair em frangalhos, cantando algo do filme, e pensando que nunca mais na vida teria uma experiência como essas.
    Eu gostei do filme. E digo que ele é maravilhoso. Porque ele é. Mas meu maravilhoso só é um tiquinho maior que o seu belo, sabe. Mas não é o tanto que eu sonhei em amar. Eu queria amar o que Rafinha amou. De me esbugalhar e pensar que a minha vida fazia mais sentido porque agora eu tinha assistido. Mas não. Eu abri o instagram pra ver umas coisas no meio de músicas da Amanda Seifield porque eu cansei de olhar pros olhos enormes dela. E quando o filme acabou eu levantei e fui embora, sabe. Mas eu tinha achado maravilhoso. Só não me transcendeu. Não me faria cantar ajoelhada no sofá, que é o que eu faço com a Noviça Rebelde, mesmo já tendo assistido 102831083. Ah, sim, tem isso. Eu não assistiria 12831983 vezes. Encaro uma próxima dessas só daqui a, sei lá, uns 5 anos. Se eu tiver companhia boa. E é isso.
    Eu te amo.

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  2. Ai, Anna, vou te dizer que ler o texto me fez querer chorar. Demorei demais pra comentar aqui, porque já disse que eu considero muito a opinião das pessoas que eu amo - eu disse isso num Skype, você não estava, lembrei-me agora - e sempre fico querendo que elas gostem das coisas que eu amo. Porque uma coisa é a vagabunda da sala do lado odiar algo que eu amo. Outra coisa é você odiar (não ODIAR nesse caso, mas enfim), uma vez que eu realmente valorizo a sua opinião. E, amiga, eu sou virginiana: fico questionando minhas conclusões por causa da opinião de algumas pessoas.

    Só que, nesse caso, eu continuo de pés juntos na minha paixão. Eu A-M-E-I esse filme. Analu gostou. Tary gostou. Você, nem tanto. Eu simplesmente amei. Minha vida valeu a pena porque eu vi esse filme. Saí do cinema sentido que se eu morresse depois daquilo, tudo bem, porque morreria realizada. Isso faz algum sentido?
    Sempre quis sentir isso alguma vez, sabe, isso de amar algo logo de cara e amar demais, amar um amor que enche o peito, que faz a gente querer gritar que a vida é boa demais por causa daquilo. "Os Miseráveis", pra mim, foi bem por aí. Mais ou menos isso. Não sei explicar, mas revolução + França + bons atores + bons cenários = perfeição, acho.

    Eu acho uma pena que você não tenha amado tanto quanto queria, mas fico feliz por pelo menos ter achado "bacana" ou algo do tipo. Fico aliviada por pelo menos ter gostado um cadin.

    Ao contrário de você, eu já quero o DVD & o CD (versão Deluxe, porque o simples deixou de fora umas músicas sensacionais, tipo "Do You Hear the People Sing?", que já virou hino pra mim).

    Beijos! <3

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  3. Concordo totalmente, Anna. Já não sou assídua do Teatro Abril (só vou quando literalmente ganho os ingressos), por este motivo. No cinema, então?
    Diálogos cantados são cafonéééérrimos e totalmente desnecessários.
    beijos!

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  4. Achei que você ia falar super bem do filme e que eu ia ficar me sentindo uma pessoa inculta que acha musicais uma coisa muito chata... Mas você falou uma coisa que eu nunca tinha prestado muita atenção em relação a meu gosto (ou falta dele) por musicais, realmente o que me incomoda são os diálogos cantados. Ninguém fala assim poxa! Ter a música em algumas cenas tudo bem, legal... mas ficar o tempo todo falando cantado é de mais pro meu saco.
    Não assisti o filme e provavelmente não vou assistir, apesar de gostar muito também da Anne.
    Bjokssss

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  5. Aff Anna, chorei com seu post porque tou sofrendo demais em saber que vou me sentir exatamente assim. Tou me sentindo indigna de viver nesse mundo porque não vou saber apreciar tudo que e maravilhoso que esse filme deve ter. Tou sofrendo pra caramba porque eu sei que nem adianta assisti-lo, porque minha torcida do Oscar não vai ser dele, mesmo. Nem Anne nem Hugh vão salvá-lo para mim, não vou saber lidar com essas quase 3h de cantoria até pra dar boa noite, vai me dar vergonha alheia - juro. Ainda bem que você existe e esse post idem, pra pedirem desculpas ao mundo por mim.
    Beijo <3

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  6. Coração absurdamente despedaçado, confesso, mas não foi o suficiente pra eu te amar menos, porque, bem, é só um filme. Só quero frisar pra você que, pelo amor do bom Deus, essa história NÃO se passa na revolução francesa!!!!!! E eu gostei do filme justamente por isso, é um assuno inusitadíssimo para ser transformado em um musical e eu achei muito legal essa história dele ser um filme cantado porque eu nunca tinha visto nada parecido e eu adoro ser surpreendida pelas coisas. Achei fantástica a voz de todos os atores e não entendo como alguém pode não ter prestado atenção ou se debulhado em lágrimas na morte da Epopine, na cena que o Marius tá no bar cantando sobre os amigos mortos e na cena final. Eu quase morri de chorar. Minha família inteira viu a este filme ontem por minha causa. A última vez que eu tinha gostado TANTO de algo que eu vi no cinema foi em "O Cisne Negro" e olha que eu AMEI "Django Livre", mas mesmo assim, a catarse não foi tanta. Eu quero muito rever "Les Miserables" e quero muito ver o musical algum dia, porque em todos os países que fui estava passando e nunca consegui assistir. Lerei o livro em breve também e estou muito ansiosa com tudo isso porque, de fato, eu achei tudo muito bom. Exceto, em alguns momentos, o cenário que me pareceu falso, o fato de eles não falarem francês e assim, acho legal a coisa de ser um filme cantado, mas seria mais legal se tivesse alguns diálogos maiores falados no meio da coisa, sabe? Quanto ao elenco, eu nem tenho o que comentar porque Anne e Bonham Carter são minhas atrizes favoritas de todos os tempos e vê-las juntas foi absurdamente incrível.
    E, ai, vc sabe que é impossível eu não me render a um filme com revolucionários que, além de tudo, cantam bem. Em meio aos choros eu quase tive um orgasmo.
    Mas compreendo que você não tenha sentido o amor, acontece, fazer o quê. Eu não gosto de "O Pequeno Príncipe" e demorei mais de 100 páginas pra conseguir começar a gostar de ACEDE, veja só. Nem sempre a gente gosta das coisas, nada de errado nisso.
    Ainda te amo, fica tranquila.

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  7. Ok, eu preciso escrever um texto assim sobre ACEDE. Sério mesmo. Hahaha! Você sentiu com esse filme exatamente o que eu sinto com o livro. É bom e eu até gostei, mas... E bota mas nisso. Mas enfim. Vamos aos meus comentários sobre.

    Amiga, eu gostei muito do filme. Apenas duas coisas me incomodaram. 1. Os agudos e a atuação da Amanda Seyfried - e olha que eu adoro ela. E 2. O relacionamento corrido e nada verossímil de Cosette e Marius. De resto, achei uma obra prima, apesar de não ter favoritado. Tudo por causa da entrega. Hugh Jackman ficando horas sem beber água pro personagem parecer desidratado. Anne Hathaway se despindo de qualquer vaidade e da feminilidade tão latente nela. Isso pra mim ultrapassa qualquer direção conservadora. Porque por mais que o Tom Hooper não seja nada criativo, o cara com certeza deve ter tirado muito dos atores. Não acho que ele mereça o Oscar e nem que deveria ter sido indicado, ainda mais porque ignoraram o Ben Affleck, mas mesmo assim, não dá pra negar que ele fez um ótimo trabalho.

    Eu amo musicais sem muitas reservas. Musical tem que ter músicas que se destacam: esse tem. E te mesmo. Ponto. Quanto ao Russell Crowe, também prefiro ele na minha vida, haha! Mas acho que ele fez um excelente trabalho, apesar de não ser um bom cantor. A presença de vilão ele conseguiu. (e isso não é só porque eu sou LOUCA LOUQUINHA por ele; Analu também achou, hihi)

    Eponine e Gavroce são meus favoritos. O filme não foi favoritado AINDA. Dependendo de como ele envelhecer na minha vida, é bem capaz de colocá-lo na minha lista.

    E eu PRECISO ler o livro antes de morrer.

    Te amo!

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  8. Ai, Anna Vitória!

    Por que você escreve tão bem, hein? Que texto divertido e cheio de opinião! Ainda não assisti "Os Miseráveis", mas já digo que saber que até os diálogos são cantados me desanimou. ODEIO filmes assim. O Fantasma da Ópera é assim, e eu só consegui assistir uma vez...para nunca mais! Mas, ainda assim, acho que vou encarar "Os Miseráveis" só pela Anne Hathaway :)

    Beijos,

    Michas
    http://michasborges.blogspot.com

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  9. Oi Anna!
    Menina, você pôs em palavras (muito bem colocadas, digamos de passagem) minha relação com esse filme. Estava me sentindo perdida no mundo por não ter me apaixonado perdidamente por Os Miseráveis. É um filme complicado. Eu gostei, gostei de verdade. Gostei do empenho dos atores, das cenas dramáticas da Anne (e sim, concordo que depois da cena fatídica, o filme desandou bonito), a produção, a fotografia. É um filme emocionante, mas com algo que não encaixou no meu coração. Achei lento e fiquei desatenta em algumas partes, além disso, como você comentou brilhantemente, os diálogos cantados, mesmo para um musical, transmitiram uma sensação de irrealidade acima do normal. Isso me incomodou profundamente. Por essas e outras que fico em cima do muro. Gostei, mas nem tanto.

    Acho que nem preciso acrescentar mais nada. Seu texto diz tudo o que eu precisava sobre o filme :)

    bjos

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  10. Tava louca de vontade de assisti-lo, esperei um pedaço de dezembro e janeiro inteiros, e quando chegou no dia 2 de fevereiro, lembrei que tinha esquecido a estreia O_O Até agora não fui ver. E sinceramente, tô começando a pensar que talvez não vá. As pessoas falam que é bom, mas nem tanto, assim como você. E ah, eu gosto tanto dessa história que estou com ~~medinho~~ dela ser estragada.
    Fico com agonia só de pensar nos diálogos cantados, céus. O_O
    Beijo, Anna.

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  11. Respeito sua opinião, Anninha. E fico até impressionada que tanta gente compartilhe dela, quando eu achei o filme tão maravilhoso.

    A parte dos diálogos cantados eu descobri só no dia anterior ao que fui assistir o filme, e foi a primeira vez que me bateu aquela sensação de "e se eu não gostar"? Eu queria tanto gostar! E gostei muito. Achei que os diálogos cantados deram a impressão de que o filme possui uma espécie de "coluna dorsal musical", como se uma música única desse continuidade a ele. Achei que integrou tudo, e gostei.

    Outra parte que partiu meu coração foi você ter dito que revolução francesa e musicais não combinam, quando eu achei que essa foi justamente uma das partes mais fantásticas da história, e uma das que mais me fez chorar. Tem dois dias que "Do you hear the people sing?" não sai da minha cabeça.

    Estou com a Rafinha: quero CD e DVD já!

    Beijos

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  12. Assisti esse filme hoje. Confesso que minha falta de habilidades críticas não me fez torcer tanto o nariz, eu simplesmente amei o filme. Eu gosto muito do livro (a versão mais light, não a do tamanho de uma bíblia, que sou louca para conferir algum dia da minha vida) e já assisti o filme anterior (que não é musical) e gostava muito. Porém, algumas coisas me incomodaram e outras me surpreenderam bastante. Não gostei muito da Amanda Seyfried, também não gostei muito do Marius. E achei que em algumas partes foi desnecessária a cantoria, principalmente quando eles ficavam filosofando sobre a vida (menos a parte que a Anne Hathaway canta, aquilo foi uma das coisas mais lindas e tristes que já vi na vida. Foi a melhor parte do filme, decididamente). Achei que faltou um pouco de desenvolvimento em algumas partes e outras tiveram demais.
    Porém, eu gostei. Amei a parte da Revolução, achei lindíssimo. E nesse ponto discordo de não ter combinado com o musical. O final foi de arrepiar. Também amei a fotografia, as tomadas das câmeras, é tanta coisa! Tanto que não consegui me importar muito com os pontos negativos.

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  13. Eu não fui ver o filme.
    Achei que cerca de três horas de música era muito tempo. Ainda mais no cinema. Eu gosto de musicais mas penso que no teatro é muito melhor. Pelo menos nos musicais que eu fui haviam alguns diálogos também.
    Eu adorei o trailer. Ele emocionou também mas depois usei o meu lado racional e e vi que não era para mim.
    Bjs.
    Elvira

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  14. Oi, Anna :)

    Seguinte, concordo com quase tudo sobre a primeira parte, mas com a segunda discordo fortemente, então vamos por partes:

    "Vocês vão me desculpar, mas revolução francesa e musical são duas coisas que nunca deveriam ter se misturado, e eu sou uma pessoa que gosta de musicais." Não poderia discordar mais. Les Miserables é um dos, se não o maior, musical que já foi escrito. Sim, bem maior que fantasma da ópera! Lançado em 1980 e adaptado de uma obra de Victor Hugo com mais de 15 montagens oficiais (incluindo o Revival que acontecerá ano que vem), o musical não é uma história de amor, de forma alguma. Por mais que o romance entre Cosette e Marius seja um dos eixos principais do livro/musical/filme/filme musical, o plano de fundo sempre foi a revolução francesa (no livro principalmente). Conseguiram fazer um musical coeso e com sustância - coisas que a maioria dos musicais contemporâneos não conseguem, alô Mamma Mia.
    Sim, é um filme longo, da mesma forma que musicais são. E sempre uma coisa que sempre me irritou em adaptações: pegarem uma história complexa de três horas e transformarem em uma coisa de uma hora e meia. É assassinato! Não acredito ter visto uma adaptação tão fidedigna como essa.
    Sobre cantarem em todos os momentos: Olha, me desculpa, mas isso que é um musical clássico. Les Mis nasceu das óperas e é estruturado como uma. Isso de dividir por músicas começou a surgir com os filmes musicais que tem uma dinâmica completamente diferente de um musical criado para ambiente teatral. E o bom desse filme ser assim? Reiterando, ele pegou a essência do musical. Se você já assistiu qualquer outra montagem (que não seja o filme de 1934 e o de 1998), você deve ter percebido: não tem como dividir em músicas bonitinhas para começar do nada. Tem que realmente gostar de musical para aguentar.
    Enfim, Les Mis pecou em alguns pontos? Sim. Mas, com nenhuma sombra de dúvida, é a melhor adaptação de musical para filme já feita e, sem falsa modéstia, eu entendo bastante desse assunto.

    Beijo,
    André

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  15. (Comentário meio atrasado)

    Amei o filme, mas achei que ia amar mais. Esses momentos 'Me passa o saaaaaaaaaaal!!" (principalmente no Russel) são um pesadelo.
    Anne foi legal, sei lá, nunca liguei muito pra personagem dela, não é porque ela tem música mais sofrida da história que vou mudar isso (mas dou os créditos, execução PERFEITA).

    Eu gostei mesmo da parte da barricada. Apesar de o Enjolras cantar umas falas, nele fica mais suave, e as músicas tem força (e morre todo mundo e são todos personagens legais, isso é meu ponto fraco)
    E GAVROCHE! Aquele atorzinho é a coisa mais perfeita do mundo, junto com a menininha que faz a Cosette criança!

    Pois é, é meu livro favorito, chorei no trailer que nem você. Achei que ia mudar minha vida, mas só me deu uma desidratação porque mataram meu Enjolras com a bandeira da Revolução e isso foi demais pra mim!

    Beijos, Lua.

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