quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Maratona Literária de Inverno 2015: o que teve


Cansada de ver várias pessoas no Twitter falando sobre TBR, selecionando livros loucamente e falando sobre uma maratona desconhecida, fui vencida pela curiosidade e procurei saber o que a hashtag #MLI2015 escondia. 

Descobri que se tratava de um desafio criado lá no canal Geek Freak para que durante um mês as pessoas se propusessem a ler um pouco mais do que estão acostumadas e cumprir alguns desafios. Normalmente passo longe desse tipo de brincadeira porque nunca tenho muito tempo livre quando elas estão acontecendo e essa coisa de estabelecer metas pra algo que deveria ser um lazer me parece um pouco idiota. Mas essa maratona era diferente. 

Pra começar, ela tinha um mês de duração - ou seja, era uma coisa bem mais realista do que ler, sei lá, cinco livros em 24h como já vi por aí. Além disso, ela iria coincidir com as minhas férias, o que até então nunca tinha acontecido. Junto dessas coisas tinha o fato de que várias pessoas que eu acompanho na internet estariam participando, então resolvi entrar na roda também - afinal, como esse BEDA está escancarando, eu adoro um trem errado. 

Minha TBR otimista
A proposta original da maratona incluía uma TBR temática, com desafios semanais e alguns critérios pra te ajudar a escolher os livros. Como eu também adoro burlar regras, escolhi como tema da minha lista todos os livros que tinha começado e abandonado durante o primeiro semestre. Por causa do Itinerância e da monografia, tive que renunciar várias coisas e uma delas foi ler coisas por prazer. Se estivesse sobrando fôlego, que fosse pra ler Simone de Beauvoir. 

Não consegui cumprir minha meta (surpresa! surpresa!), mas fiquei bem feliz com meus resultados. Foi a primeira vez que tentei e, de certa forma, consegui fazer algo assim, e desencalhei várias leituras no meio do caminho. Vou compartilhar com vocês tudo que li no último mês:

Blue Lily, Lily Blue (Maggie Stiefvater): O terceiro livro da série Raven Cycle veio pra me lembrar da dor e da delícia que é acompanhar uma saga em tempo real: parecia que o livro vibrava no meu Kindle esperando para ser lido, e quando terminei tive que vibrar sozinha à espera do próximo (e último!) volume, que só chega ano que vem. Enquanto Maggie usou os dois primeiros livros pra desenvolver os personagens, nesse livro a gente tem a chance de ver todos eles em ação e se desenvolvendo mais ainda através do plot. E eles são lindos. E incríveis. E apaixonantes. Esse livro é tão, TÃO BOM, que até um medinho consegue provocar. E sentimentos, muitos, todos eles. Os ships desse livro ainda vão me levar à loucura, e, de novo, a Maggie conseguiu escrever as melhores cenas de beijo em que beijos não acontecem. Jesus conserve.

Savor the Moment (Nora Roberts): Comecei a ler a série do Quarteto de Noivas ano passado, no meu mês do romance. Adorei o primeiro livro, mas achei o segundo bem chato e esquecível. Fiquei com medo de ter sido sorte de principiante, mas no fim das contas o terceiro, sobre Laurel, a confeiteira, se tornou o meu favorito até agora. Às vezes tenho a impressão que nada acontece nesse livro além da mocinha começar a namorar o mocinho, mas não acho que isso seja um problema? Ele não se propõe a ser muito mais que isso e gosto muito mais de histórias de amor em que o conflito são os próprios sentimentos do que aquelas cheias de interferências de terceiros ou milhões de desencontros por falta de comunicação. Me identifiquei com a Laurel, adorei o Del, e o resto do universo continua divertido e nada plausível - e isso é ótimo!

As Boas Mulheres da China (Xinran): A Xinran é uma jornalista chinesa que tinha um programa de rádio de grande audiência no país e se interessava por histórias de mulheres. Assim, ela começou a pedir para seus ouvintes enviarem histórias e nesse livro ela conta algumas. São 15 no total, e todas elas quebraram meu coração de alguma forma, nível chorando sozinha no aeroporto. São casos tristíssimos, pesados, e eles juntos formam um panorama bacana da história da China no século XX. O Oriente costuma ser ignorado nas nossas grades curriculares, e ler esse livro mostrou a dimensão da minha ignorância sobre o país e as pessoas que vivem nele. Chorei muito durante a leitura, e mesmo a prosa sendo ótima (e bem pouco melodramática) e os perfis relativamente curtos, demorei duas semanas lendo porque, nossa, dói demais. Mas é uma dor que *precisa* ser sentida.

Toda Luz que Não Podemos Ver (Anthony Doerr): Não tinha planos de ler esse livro por enquanto (ele é enorme!), mas As Boas Mulheres da China me deixou esgotada e minhas outras opções eram livros de não-ficção. Não que um livro que se passa na segunda guerra, com protagonistas que são uma garota francesa cega e um soldado alemão, seja a definição exata de leitura tranquila, mas queria um romanção que me envolvesse em outra realidade e a propaganda positiva (Matheus devorou o catatau em 10 dias) ajudou. Ainda não terminei a leitura, mas ele é exatamente aquilo que eu buscava. Apesar da narrativa lenta, o livro te envolve de um jeito delicado, e apesar do contexto pesado, é cheio de descobertas bonitas e é extremamente sensível. Adoro o fascinação inocente dos personagens com o rádio e o que ele representa pra eles, pro livro, e pra sociedade da época.

Sei que perto dos resultados da maioria das pessoas minha listinha é quase insignificante, mas fiquei muito feliz com o que alcancei nesse mês de leituras, além de ter sido ótimo tirar umas férias de leituras densas e teóricas. E vocês, o que leram de legal em julho? Já leram Raven Boys? Leiam Raven Boys, por favor.

> Costumo compartilhar minhas leituras e algumas micro-resenhas no Skoob e no Goodreads, me encontre por lá;
>> Como o blog estava no seu pequeno recesso durante a maior parte de julho, fiz a ~cobertura~ da Maratona no meu Snapchat. Sei que não tem como recuperar o material, mas direto estou comentando sobre as coisas que leio lá, então fica a dica. Meu perfil é annachicoria, me fala o seu pra eu seguir também.

12 comentários:

  1. Ei amiga, cheguei! Boladíssima que você ainda não leu "A Trama do Casamento", mas sei que fui eu mesma que te desvirtuei, hehe. BTW, dei 3 estrelas pro "Toda luz.." e falo sobre isso dia 13 de agosto no mvcee mais perto de você, hahaha #bananice
    Ontem chegou o dia que você tanto esperava: me deu um comichão desesperado pra ler os Garotos Corvos e companhia. Mas tanto que eu to cogitando comprar o livro de fato (aí entrei na amazon e descobri que cada um deles custa quarentão). Vamos ver no que dá.
    E: desde que você falou desse das mulheres da China que eu to doida pra ler, desse ano não deve passar também.
    Te amo! <3

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  2. Migaaaaaa, acho que você foi muito bem, to orgulhosa <3

    Não li Raven Boys e nem tenho muita vontade? E o pior é que eu sei que no minuto que der o braço a torcer vou viciar pra todo o sempre, mas ando nesse bode. Considerando que somos #soul #mates, sua indicação tem peso.

    Quero ler Toda a Luz também, mas acho que não to no momento. Mas o que fiquei com muita vontade de ler mesmo é As boas mulheres da China.

    Te amo <3

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  3. Tenho vontade de chorar cada vez que alguém fala de Raven Boys porque esse é muito o tipo de livro que eu vou amar, mas gente, PQQQQQQQ TÃO CARO SEM OR. Não sei lidar. Comprei "Toda Luz Que Não Podemos Ver" e ainda tenho que buscar, mas é provável que ele seja meu próximo livro. Acho que cê tem muito que ler "A Trama do Casamento", hum, por favor, desenrole. No mais, amiga, acho que sua maratona foi bem boa, jamais ia conseguir ler esse tanto de livro num mês (quer dizer, eu já li, mas agora parece impossível).

    te amo <3

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  4. Ai, sou uma pessoa horrível pra esse tipo de desafio. :/
    Meu sonho é fazer a loucura de 24h. Um dia, sozinha, só eu, eu mesma e uns livros.
    Desses só conheço - mas nunca li - o da Nora, mas amei o Toda Luz só pelo título e pela capa. Já vou skoobear, porque preciso de alguém pra me tirar do poço que é essa ressaca literária infinita. :|

    E o importante dessas metas, é que a gente sabe que se superou. Fico feliz que tenha conseguido! ;)

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  5. Que horror dizer que não li nenhum desses livros ainda. :( Estou lendo Toda a luz, mas não consigo sair do lugar porque só tenho tempo para ler no final do dia e capoto lindamente.
    Eu fiquei com muita vontade de ler O quarteto de Noivas porque parecem ser o tipo de livro que eu amo. E As Boas mulheres da China porque eu preciso de algo que me dói de vez em quando.
    Beijos <3

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  6. Eu só li um livro nessas férias (700 páginas, socorro) e já me sinto uma vencedora, hahahaha Mas dois dos livros que tu leu eu tenho vontade de ler: As boas mulheres da China e Toda luz que não podemos ver. Estou muito curiosa a respeito deles porque ouvi coisas maravilhosas de ambos. CONTUDO: tenho as leituras obrigatórias para fazer e não posso pensar em ler algo por puro prazer até, pelo menos, dezembro. VALEI-ME, NOSSA SENHORA!

    Beijo ;*

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  7. Participei da #MLI2015 amei a experiência! A interação no twitter, o meu diário de leitura no blog (coisa que nunca tinha feito), terminar livros empacados na minha estante faz tempo... E minha listinha foi bem menor que isso, se formos pensar que a maioria dos meus livros eu já havia começado antes da Maratona, então a sua está ótima!

    Bjss!

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  8. Gente tenho ouvido tanto falar desses livros épicos e gigantes que fico curiosa, porém sem coragem ao mesmo tempo. De tanto ouvir VOCÊ falar dessa tal série Raven Boys to querendo ler também, mas ta tudo na lista de espera porque não seeeei o que ler, estou com To Kill a Mockingbird na bolsa, mas não consigo terminar SOS

    Enfim... minha maratona também foi muito produtiva apesar de humilde, mas o que vale é participar da brincadeira!

    Beijo Annoca!

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  9. Desde que você falou do As Boas Mulheres da China no snap eu fiquei com muita vontade de lê-lo. Como minhas aulas já começaram, meu tempo livre reduziu muito então tenho certeza que voltarei ao meu comum e ler vários nada ou vários poucos por um tempo. É triste e feio, mas acontece.
    Sobre Raven Boys: tô loucaaaaaaa pra ler. Já até comprei o primeiro livro, só preciso ter tempo pra abrir a primeira página. Hehe.
    E acredite se quiser, eu nunca li nada da Nora Roberts. Nunca nada me chamou atenção o suficiente. </3
    Beijos!

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  10. Amiga,

    Eu acompanhei sua maratona pelo Snap e fiquei mega curiosa com As Boas Mulheres da China, acho super um livro necessário pra minha vida e tratarei de dar uma lida daqui a uns dias. E preciso tomar coragem logo e encarar Toda Luz que Não Podemos Ver, já que você e Analu foram na frente, mas acho que talvez fique só pras próximas férias (ou não).

    Beijo!

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  11. Estou saboreando Raven Boys com Nutella, lendo devagarzinho, porque sei que vou ficar louca. Apenas sei. Fiquei com vontade de ler esse sobre as mulheres na China, parece ótimo. E droga, eu devia ter embarcado nessa cilada, porque tenho tanto livro aqui querendo terminar de ser lido e eu olhando pro teto.

    Sentido essa vida não tem às vezes.

    Beijo TE AMO

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  12. Aaah, eu também ia participar da dessa maratona, mas tinha um prazo pra inscrição e eu não sabia. Acabei perdendo :(
    Raven Boys eu á sou louca pra ler por conta de um outro post seu, não me lembro agora qual. Amo uma boa série de fantasia <3 Não tô podendo adicionar livros na minha grande listinha, mas As Boas Mulheres da China parece ótimo. Também prefiro um romance com desenvolvimento mais simples, do que aqueles cheios de desencontros irritantes. Toda Luz que Não Podemos Ver conheci quando visitei certa vez o blog na Analu e lá estava ele como leitura atual dela.
    Amo quando tu faz post falando dos livrin que cê leu e dos filminhos que assistiu.
    Bjss

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