Estava enfiada numa salinha minúscula, suando em bicas, quando meu celular tocou. "Oi Anna, é a Paula. Você vai fazer a unha hoje?" "Então Paula, vou te dar o bolo hoje. É. Só minha mãe vai fazer. Uai, tenho uma festinha de Natal pra ir hoje, sabe como é, revelação de amigo secreto, bem na nossa hora... vou ter que te dispensar por hoje. Tá bom? Aí a gente se vê antes do Ano Novo, tá? Beijo, feliz Natal!"
Eu não estava mentindo. Eu realmente tinha essa festa pra ir, bem na minha tradicional hora de fazer as unhas e tive que dispensar minha manicure naquela semana. Eu só não mencionei que naquele momento eu estava dentro de um salão, com os pés numa bacia de água quente, e as mãos nas mãos de uma outra mulher, que acabava de me perguntar se eu gostava das minhas unhas lixadas de forma quadrada ou redonda. Paula está na minha vida desde 2006 e nesses quatro anos foram poucas as vezes que eu, digamos assim, pulei a cerca e fiz a unha com outras pessoas. E juro que só o fiz quando não havia outra opção. Ainda assim, paguei caro.
Naquela quarta-feira de manhã eu estava num salão minúsculo que abriu a pouco tempo na esquina de casa. Eram 10 horas da manhã e eu suava como nunca, ainda mais depois de colocar os pés naquela bacia quente. Uma moça lixava as unhas da minha mão enquanto tagarelava sem parar com uma outra, que folheava uma Contigo antiga. Não me importo com manicure tagarela, até porque a minha conversa mais que a língua, mas sabe Deus por que a falação daquelas duas estava me dando nos nervos. Nos pouco mais de 60 minutos que fiquei lá dentro soube da vida amorosa completa de uma delas. Porque o Netinho, ex-namorado de muitos anos, estava querendo voltar e falava isso pra todo mundo menos pra própria, porque o irmão mais novo dele, o Alexandre, não parava de dar em cima e ficar todo assanhadinho e ela, coitada, não conseguia dizer pra ele se afastar. Aí a alternativa foi jogar a Isabela, amiga dela, pra cima do tal do Alexandre pra ver se ele largava do pé, mas não funcionou muito, porque na outra noite mesmo ele apareceu na hora do jantar e disse que a fulana era burra porque tinha escolhido o irmão errado desde o começo. Um drama só. E nesse falatório eu devo ter perdido quase um quilo de pele, tamanha a destreza da Maria Regina com o alicate.
Outra tristeza foi descobrir que lá não tinha muito esmalte, só os basicões. Vermelhos, rosados e clarinhos. E eu tinha esquecido de levar um vidrinho com mais emoção de casa. Que seja vermelho. Na semana do Natal. Igual a todo mundo.
Quando saí de lá elas falavam sobre Fernanda, filha da que estava fazendo minhas unhas. Porque se ela fosse homem ia chamar João Victor, e se ela não tivesse nascido a mãe poderia estar morando com umas amigas que acabaram de montar uma república. Só que a Fernanda estava doente e não parava de tossir, e o falatório frenético das duas ficava atrapalhando minhas ideias ainda embaralhadas de quem está de férias e qualquer hora antes das 11h é cedo demais. Assim que ela acabou saí de lá quase correndo e pimba, estraguei a unha do dedão na hora de tirar o dinheiro do bolso. "Não, não precisa consertar", disse automaticamente, só de pensar no horror de ter que ficar lá mais cinco minutos ouvindo do Netinho que deu pra ficar de papo com a Ciele agora que eles estão trabalhando juntos. Dedos cortados, checked, unha do dedão estragada com esmalte vermelho, checked.
Já na hora do almoço olhei minhas unhas e com um olhar cheio de pânico constatei que haviam ali bolinhas. Muitas. Em todos os dedos. Não bastasse isso o esmalte ameaçava ficar embaçado em alguns dedos, tendência que terminou de dominar toda a mão ao longo da semana. A unha do pé lascou com um dia de sapato fechado e três unhas da mão quebraram só hoje. Fiz as unhas na quarta e parece que tem três semanas que não vejo um alicate, e sim, os cortes ainda doem.
Paula, nunca mais te troco por ninguém.
Eu não estava mentindo. Eu realmente tinha essa festa pra ir, bem na minha tradicional hora de fazer as unhas e tive que dispensar minha manicure naquela semana. Eu só não mencionei que naquele momento eu estava dentro de um salão, com os pés numa bacia de água quente, e as mãos nas mãos de uma outra mulher, que acabava de me perguntar se eu gostava das minhas unhas lixadas de forma quadrada ou redonda. Paula está na minha vida desde 2006 e nesses quatro anos foram poucas as vezes que eu, digamos assim, pulei a cerca e fiz a unha com outras pessoas. E juro que só o fiz quando não havia outra opção. Ainda assim, paguei caro.
Naquela quarta-feira de manhã eu estava num salão minúsculo que abriu a pouco tempo na esquina de casa. Eram 10 horas da manhã e eu suava como nunca, ainda mais depois de colocar os pés naquela bacia quente. Uma moça lixava as unhas da minha mão enquanto tagarelava sem parar com uma outra, que folheava uma Contigo antiga. Não me importo com manicure tagarela, até porque a minha conversa mais que a língua, mas sabe Deus por que a falação daquelas duas estava me dando nos nervos. Nos pouco mais de 60 minutos que fiquei lá dentro soube da vida amorosa completa de uma delas. Porque o Netinho, ex-namorado de muitos anos, estava querendo voltar e falava isso pra todo mundo menos pra própria, porque o irmão mais novo dele, o Alexandre, não parava de dar em cima e ficar todo assanhadinho e ela, coitada, não conseguia dizer pra ele se afastar. Aí a alternativa foi jogar a Isabela, amiga dela, pra cima do tal do Alexandre pra ver se ele largava do pé, mas não funcionou muito, porque na outra noite mesmo ele apareceu na hora do jantar e disse que a fulana era burra porque tinha escolhido o irmão errado desde o começo. Um drama só. E nesse falatório eu devo ter perdido quase um quilo de pele, tamanha a destreza da Maria Regina com o alicate.
Outra tristeza foi descobrir que lá não tinha muito esmalte, só os basicões. Vermelhos, rosados e clarinhos. E eu tinha esquecido de levar um vidrinho com mais emoção de casa. Que seja vermelho. Na semana do Natal. Igual a todo mundo.
Quando saí de lá elas falavam sobre Fernanda, filha da que estava fazendo minhas unhas. Porque se ela fosse homem ia chamar João Victor, e se ela não tivesse nascido a mãe poderia estar morando com umas amigas que acabaram de montar uma república. Só que a Fernanda estava doente e não parava de tossir, e o falatório frenético das duas ficava atrapalhando minhas ideias ainda embaralhadas de quem está de férias e qualquer hora antes das 11h é cedo demais. Assim que ela acabou saí de lá quase correndo e pimba, estraguei a unha do dedão na hora de tirar o dinheiro do bolso. "Não, não precisa consertar", disse automaticamente, só de pensar no horror de ter que ficar lá mais cinco minutos ouvindo do Netinho que deu pra ficar de papo com a Ciele agora que eles estão trabalhando juntos. Dedos cortados, checked, unha do dedão estragada com esmalte vermelho, checked.
Já na hora do almoço olhei minhas unhas e com um olhar cheio de pânico constatei que haviam ali bolinhas. Muitas. Em todos os dedos. Não bastasse isso o esmalte ameaçava ficar embaçado em alguns dedos, tendência que terminou de dominar toda a mão ao longo da semana. A unha do pé lascou com um dia de sapato fechado e três unhas da mão quebraram só hoje. Fiz as unhas na quarta e parece que tem três semanas que não vejo um alicate, e sim, os cortes ainda doem.
Paula, nunca mais te troco por ninguém.
hahaahaha.
ResponderExcluirQue maldição hein!
Eu nunca confio em manicures, faço eu mesma minha unha pra não acontecer uma dessas maldições. haha.
Beijo.
Bom, não pude deixar de rir né?! Eu sou filha de cabeleireira e manicure, então se fiz mão e pé com outra pessoa foram raras as vezes. Uma vez uma manicure da minha mãe mesmo, foi fazer meu pé (coisa realmente rara, pq eu tenho uma aflição no meu pé, que só minha mãe mesmo) e eu cheguei a ter que por remédio na minha unha de tanta carne que ela tirou. Carne desnecessária diga-se de passagem. Bom, como é minha mãe que faz eu grito, reclamo...SEMPRE! Ela adora, sabe?! kkk. Mas enfim, faz parte! Eu não consigo deixar outras manicures fazerem minha mae e pé, não suporto! Com a minha mãe pelo menos posso reclamar... kkkk
ResponderExcluirOi Anna.
ResponderExcluirEu sempre passo por situações do tipo.
Corte mal feito.
Progressiva sem qualidade, ou ainda o acaso com o cliente. Sou chata,talvez seja por isso que odeie salões de beleza. Sou vou em um e sou fiel, pelo menos até minha mãe querer inovar.haha
Beijos
Sou meio chata com manicures, prefiro que eu mesma faça minhas unhas. Mas olha, se iessa maldição é mesmo coisa da tal da Paula, é hora de repensar alguma possível troca, haha.
ResponderExcluirVocê deveria investir em aprender a fazer suas próprias unhas, não é dificil, e aquele papo de só a mão esquerda sair bonita não cola. Tudo é questão de prática, em um mês você se adapta =D
ResponderExcluirÓbviamente esse conselho não funciona se você gosta de unhas ornamentais, hahaha
Tá parecendo a maldição da minha mãe: Minha mãe queria que eu fosse fazer as unhas com ela em uma manicure que ela sempre vai mas não gosto porque ela também é ótima com o alicate nos cantos das unhas, dai disse que não ia, ai ela me solta um "você vai se arrepender". Pintei todas as unhas com um verdinho água lindo, esperei secar e fui trocar de roupa para ir passar o natal na casa do namorado, fechei o ziper da calça com todo o meu esmalte junto. Tirei tudo e fui para a festa resmungando.
ResponderExcluirbeijos
Nossa, é tão raro eu ir à manicure... Não tenho coragem de pagar, prefiro fazer do meu jeitinho! :D
ResponderExcluirAqui em Maringá, acho que não existe UM salão que tenha as cores mais legais do momento, tipo, há alguns meses, fui num salão com a minha vó, a manicure mostrou Rosa Pitanga pra ela e disse que era novo, reflita.
Beijos Anna, e não troque mais a Paula!
Justamente pra evitar que se vá toda a carne e sobre só a unha que tiro só que o que fica arrepiadinho.
ResponderExcluirO título tá perfeito! haha
Nossa Anna, foi realmente uma maldição! Da próxima vez, faça com a Paula a qualquer custo! Hahaha. Beijos
ResponderExcluirE que maldição hein? Adorei o título! Eu nunca fiz as unhas com outra manicure que não seja a que já estou acostumada, pura sorte :) beijão
ResponderExcluirai eu nao tenho paciencia pra salão ;~
ResponderExcluirrssss
faço minhas unhas em casa mesmo. adoro esmaltes!
feliz ano novo!
;*
Hahaha. Ainda bem que consigo fazer minhas unhas, porque tenho HORROR a manicures... E esse foi o castigo da Paula! haha. Beijos.
ResponderExcluirAnna, devo dizer que adoro sua irreverência e sua criatividade nos posts. Seus posts são sempre impecáveis! Adoro todos os temas dos quais você fala e sempre me identifico muito. Adorei a história e acredite, aconteceu comigo na última semana, se bem que não tenho uma manicure fixa então, atribuo o acidente de borrar os pés e as mãos ao fato de eu ser extremamente desastrada, haha. Sou muito tua fã, nunca perca essa irreverência, beijão :*
ResponderExcluirPoxa vida, essa sua manicure tem um "terceiro olho" ou coisa do tipo! Haha, também detesto essas conversas aleatórias de salão de beleza, fico super sem graça de ficar ouvindo. XD
ResponderExcluirBeijo!
Sensacional.
ResponderExcluirSó não entendi porque você não marcou com a Paula mais cedo em vez de procurar "outra".
Ai Anna, adoro. HAHAHA
ResponderExcluirEu vi seu esmalte hoje e equeci de perguntar qual era. Me diz? Tava lindo. E ah, vou tirar aquele gossip que você gostou hahaha o povo aqui me critiou, e me chamaram de vilena funkeira. Meu pai disse que você gostou dele também porque você ~também é funkeira~ HAHA
Beijo! Bom te ver.
É, isso acontece. Eu sou fiel a quem faz as minhas unhas. .....tralalalalah..... sou eu mesma quem as faço hihihi.
ResponderExcluirbeijos