Ou: você está em alguma dessas esquinas
É como aquela cena de Closer: as pessoas andando na calçada em câmera lenta, os passos seguindo o ritmo da música de fundo. Dois olhares se cruzam, se prendem um no outro, e então a Natalie Portman é atropelada, o Jude Law corre em seu encalço - hello stranger, e o resto é um filme inteiro, mesmo sem final feliz. Mas eu estava pensando na cena final: a mesma calçada cheia de gente, os passos rápidos que desaceleram por conta de um efeito de vídeo, a mesma música do Damien Rice. Só que dessa vez a Natalie Portman não prende seu olhar no de ninguém e o filme acaba com esse ponto de interrogação no ar.
É como aquela cena de Closer: as pessoas andando na calçada em câmera lenta, os passos seguindo o ritmo da música de fundo. Dois olhares se cruzam, se prendem um no outro, e então a Natalie Portman é atropelada, o Jude Law corre em seu encalço - hello stranger, e o resto é um filme inteiro, mesmo sem final feliz. Mas eu estava pensando na cena final: a mesma calçada cheia de gente, os passos rápidos que desaceleram por conta de um efeito de vídeo, a mesma música do Damien Rice. Só que dessa vez a Natalie Portman não prende seu olhar no de ninguém e o filme acaba com esse ponto de interrogação no ar.
É como se eu andasse nessa calçada também, e tivesse uma série de histórias para contar sobre rostos embaçados que viram olhares, encaradas de 10 segundos ou mais, uma esbarrada de ombro, quem sabe. O problema é que por mais sintonia que exista nesses olhares de 10 segundos ou mais, um relance dificilmente é um lance, muito menos uma história. No máximo um haikai: olhei/olhou de volta/não era pra ser/seguimos em frente.
É como aquela música da Clarice Falcão, se o mundo desfocasse e só se visse a gente e todas as pessoas que sobrassem fossem meros figurantes. O problema é como a letra continua: só mesmo trocando de roteirista e gênero uma vida inteira para sermos protagonistas da história que escolhermos. Mas a rescisão de contrato é muito alta para quem tem fé. Sim, eu tenho, mas às vezes eu canso e tem dias que o sono não vem.
No fim é como aquela música do Cartola, finda a tempestade o sol nascerá e a gente segue em frente, na mesma rua movimentada, com os rostos embaçados e as histórias em potencial, esperando só um ajuste de foco, a mudança de trilha sonora (...And one fine morning-), em busca do grande Talvez.
Anna, que masterpiece!
ResponderExcluirEu tô com algo parecido com esse texto na minha cabeça desde que saí de Histórias para Liberdade, porque aqueles dois estavam se encarando, mas ninguém disse nada, e eles seguiram em frente. É algo muito estranho. Vivo comentando por aí que espero que nenhum desses caras com os quais eu já troquei olhares seja o amor da minha vida. Ou, se for, que volte algum dia. Morro de medo de termos perdido nossa chance, e espero que o destino saiba o que está fazendo — ou, ao menos, saiba me mostrar os sinais pra que eu possa desenhar o resto sozinha.
Beijo!
Posso tatuar? Porque é tudo isso, né? Sobre o que, aliás, a gente vive conversando.. Você arrasa.. Te amo.
ResponderExcluirE um dia seremos as protagonistas das histórias de amor. Não sei nem como, mas ainda tenho fé.
Beijo! <3
ANNA VITÓRIA, VOCÊ PERDEU A MISERICÓRDIA OU O QUÊ? Eu tô saindo de um texto doloroso da Rafinha e achei esse e tô quase morrendo de emoções. O título. Esse título. Esse filme. Essa cena. Essa música. Feels.
ResponderExcluirGente, acabei de escrever um texto super nessa vibe. Que medo.
ResponderExcluirQue sintonia.
Coração pulou aqui agora. Levarei esse teu texto pra vida. Sério.
Te amo.
<3
Eu simplesmente estou sem palavras. Sério. Só tenho a dizer que você foi parar no meu mural instantaneamente e que era bem menos dolorido ler textos confessionais quando não éramos amigas. Agora eu só fico querendo bater na tua porta com meu DVD de Closer em mãos pra comentarmos as milhões de dores que esse filme escancara do nosso peito pros nosso mundos.
ResponderExcluirTe amo demais, amiga! Mesmo!
Ótimo texto!
ResponderExcluirAdoraria poder escrever o meu próprio roteiro. Como isso é quase que impossível, meu objetivo se tornou procurar a diversão nos eventos inesperados e nos olhares que, apesar de intensos, são só olhares. Vai que quando eu menos espero, Jude Law aparece pra me salvar, né?
Beijos,
http://www.caixadamari.com/
Sobre as "encaradas de 10 segundos ou mais", tem também as paixões de ônibus. Aquele cara com uma blusa da banda que você gosta ou com um livro que você adora ou cantarolando alguma música que você acha que conhece e simplesmente sente vontade de sentar no banco ao lado dele e bater papo, mas fica quieta porque paixões assim são pra apreciar em silêncio. E quem nunca, nessa vida toda, com essa gente tanta, se apaixonou e se desapaixonou em 10 segundos?
ResponderExcluirTexto maravilhoso (como sempre)!
http://tracerizar.blogspot.com.br
Ah esse filme, essa musica <3 Eu amo, amo, amo x mil seus textos. E ese título (e o título alternativo) me definem haah sad, sad.
ResponderExcluirhttp://followingthesnow.blogspot.com/