Você já ouviu falar da regra do lápis? Ela diz que um dos principais sinais de envelhecimento é você conseguir sustentar um lápis embaixo dos peitos. Tipo, o lápis não cai porque seu peito é mole e segura ele ali? E isso é algo ruim? Porque ele não cairia se seu peito fosse empinadinho, tal qual o das mulheres xovens? Sei lá? Também tive dificuldades para processar a informação, talvez porque a relação entre velhice, peitos e lápis não faça lá muito sentido. Não faz o menor sentido, na verdade, mas as pessoas aparentemente repetem isso por aí e a gente acredita.
Uma amiga contou que um dia fez o teste chorando, rezando pro lápis cair. Mas, nas palavras dela, dava pra segurar um estojo inteiro ali embaixo, de boinha. O que isso significa? Que ela é velha, ainda que não tenha nem 25 anos (e desde quando velha virou ofensa?)? Que ela tem os peitos de velha? Que ela tem os peitos caídos? Que ela tem os peitos errados e tem que tirar tudo e colocar de novo - ou, melhor ainda, um novo? Ou só que, mais uma vez, a Sociedade, esse sujeito oculto na terceira pessoa do plural ou singular, mais uma vez triunfou em perpetuar um ideal que não existe, só pra fazer a gente se sentir mal e inadequada dentro dos nossos corpos?
Esse drama dos peitos fez parte de um longo papo que tivemos ontem sobre corpos, neuras, tristezas, mágoas e expectativas equivocadas desse mundinho de merda em que vivemos. É incrível como todo e qualquer desconforto que a gente sente com relação a nós mesmas sempre tem em sua origem algo que alguém falou pra gente, que foi lá e apontou o dedo e disse que não era bem assim, que a gente tá errada, que assim é feio, que assado é deselegante, que não tá certo, nem bonito, nem bacana ser assim, do jeitinho que a gente é. Quem nunca, né? Ou, no caso das mulheres: quem sempre?
Além de vivermos numa sociedade que nos impõe um padrão de beleza inatingível (já discuti um pouco sobre a origem disso em outro post), as pessoas ao nosso redor acham de bom tom comentar sobre nosso corpo, nosso cabelo, nossa vida. E sabe que eu nem acho que façam isso por maldade, ao menos não a maioria. Fazem isso porque é tão natural falar do corpo dos outros, uma coisa tão corriqueira, que a gente faz sem pensar que isso pode chegar do outro lado com um peso negativo.
E não adianta, bate errado mesmo e a gente só se dá conta da dimensão do desastre quando se vê tendo um lero consigo mesma pensando que vai ter que fechar a boca e começar a correr pra manter esse peso, ainda que você tenha emagrecido porque a rotina estava maluca demais e você não conseguia fazer refeições em horários de gente normal e estivesse dormindo pouco. Ainda que aquela calça larguinha e o short que escorregou do quadril pros tornozelos não fosse magreza, mas cansaço e abatimento. Tudo porque veio alguém e disse: Nossa, mas essa enxugada que você deu te fez bem, hein? Tá muito linda, parabéns e você, que esteve perfeitamente bem até então, começa a pensar que poxa, será que só agora que eu estou bem e bonita de verdade?
e o "prefiro cheinha", "prefiro magra", "prefiro verde", "prefiro azul" posso EU preferir qualquer coisa sobre meu corpo? OBG
— Pitty (@pittyleone) April 10, 2015
Não sou contra operar os peitos, seja pra aumentar ou diminuir. Não sou contra malhar, perder uns quilos e se sentir linda por isso. Não sou contra suar horrores pra acabar com a barriga, muito menos contra usar maquiagem pra esconder olheira, contornar o rosto, esconder as espinhas. Sou contra a gente TER QUE fazer esse monte de coisas porque alguém disse que do jeito que estava não estava bom. Igual falam pra essa minha amiga que ela tem que operar os peitos, porque eles são feios. Igual falaram pra mim que eu tinha que fazer um esforço pra manter esse peso, ou que eu daria uma valorizada (WHAT) se aumentasse em uns dois números o tamanho do meu sutiã ou se não usasse mais saias rodadas, já que tenho o quadril largo. É esse imperativo que me mata, porque ele vem de todos e de ninguém, seguindo uma ordem pra atingir um objetivo impossível de ser alcançado.
E o que eu quero, alguém parou pra perguntar? E minhas contas, alguém se ofereceu pra pagar? Pois é.
E o que eu quero, alguém parou pra perguntar? E minhas contas, alguém se ofereceu pra pagar? Pois é.
Como desistir do mundo e pedir pra sair não é uma opção, acho que o melhor que a gente pode fazer é dar um jeito de gostar de quem a gente é. Sei que o imperativo da autoestima também é uma forma de opressão (afinal, a gente recebe estímulos de todos os lados dizendo que somos erradas e inadequadas, tudo pra fazer com que a gente se sinta um lixo, e nem esse direito temos mais, já que acima de tudo a gente tem que se amar???), mas eu acho que é um esforço que vale a pena. Não estou falando pra ninguém acordar amanhã querendo casar com o próprio reflexo, mas sempre dá pra começar com um pouquinho de carinho e gentileza, pois vamos ter que viver dentro de nós mesmas pelo resto da vida. Nosso corpo é a nossa casa e merece nosso amor hoje mesmo. Precisa dele e a gente também. A gente tem que se amar pra poder resistir.
Falando assim até parece que é fácil pra mim, que eu adoro cada centímetro do meu corpo ou que nunca quis desistir de sair porque não me sentia bem em nenhuma roupa. Parece que nunca chorei num provador de loja porque, francamente, aquelas luzes não valorizam ninguém ou que não existiu aquela vez que eu quase desisti de viajar com amigos porque estava com vergonha de usar biquíni.
Já passei por tudo isso e não estou totalmente livre - ninguém está, mesmo. No entanto, os dias bons são mais frequentes que os ruins, e ontem, quando minhas amigas estavam se dissolvendo diante de mim ao expor suas inseguranças mais profundas, eu estava num dia ótimo e quis teletransportar todas pra esse estado de graça. Por isso, vou deixar algumas dicas que contribuíram pra minha desconstrução e me ajudaram nessa jornada rumo ao amor-próprio:
1) Parei de me pesar: Foi a primeira coisa que fiz, com uns 13 ou 14 anos: não deixei que um número determinasse como eu deveria me sentir ou o valor que eu tinha que dar pra mim mesma. O importante é estar se sentindo bem dentro de si.
2) Exemplos positivos: Se boa parte da construção desse ideal equivocado de beleza vem de imagens externas, em revistas, filmes e passarelas, o efeito contrário também existe. A partir do momento que a gente se cerca de imagens positivas, reais, que mostrem beleza em pessoas parecidas com a gente, mais a gente começa a processar aquilo como bonito e inspirador. Eu lia Capricho e me sentia frustrada porque não me parecia com aquelas modelos, então abandonar a revista foi super importante na desconstrução de um padrão que me fazia muito mal. Mandei o link da Normal Breast Gallery pr'aquela minha amiga do início do post, com uma coletânea de imagens não-sexualizadas de seios femininos, cada um com uma história super emocionante. O mesmo vale pros ensaios incríveis que o Pedrinho Fonseca faz em seu projeto A Olho Nu. Se você só tem blogueiras fitness e pessoas que vivem do corpo no seu Instagram, é essa imagem que vai ficar grudada na sua cabeça e é ela que vai te dizer que você não é suficiente. Jogue tudo isso fora e se cerque moças bonitas que se pareçam com você, seja você uma garota magrela, ou que tem o quadril largo, ou que tem o peito pequeno, cabelo crespo, musa do bracinho gordo, sardentinha, sei lá! Todos os corpos podem são lindos, basta a gente olhar do ângulo certo. Aprendi isso com a Polly e jamais me esqueci.
3) Pessoas positivas: A vida é muito curta pra gente perder nosso tempo, nosso amor-próprio e nossa sanidade mental por conta de gente negativa. Sei que a maioria delas não o faz por maldade, mas você precisa mesmo estar naquele grupo do Whatsapp das amigas da academia que só discutem suco verde e dieta da lua? Vale a pena continuar ficando com um cara que acha que pode palpitar a respeito do seu corpo? Sério mesmo que você vai assistir Esquadrão da Moda pra sempre se identificar com as participantes e se sentir um lixo com os comentários dos apresentadores?
Sei que a gente não pode simplesmente anular algumas pessoas da nossa vida, então comece a associar os comentários da sua mãe sobre o tamanho da sua bunda a gifs de pug. A cada comentário um novo gif, ou R$0,50 centavos num cofrinho que você pode quebrar pra fazer hidratação no cabelo, comprar um livro novo ou então viajar pra Austrália. Se dessa limpa não sobrar ninguém, sei lá, me manda um e-mail, comece a assistir My Mad Fat Diary, ou Parks and Recreation e lembre-se dessa frase da Amy Poehler:
4) Seja uma pessoa positiva: A gente reproduz bobagens do mundo sem nem perceber - afinal, também estamos inseridas nessa cultura e é difícil sair incólume. O título desse post não é A Gente Tem Que Se Amar por acaso. Quis usar o significado reflexivo do se amar porque não é uma via de mão única. A gente tem que amar a si e aos outros também. No sentido dos mandamentos divinos, se você preferir, ou só mesmo no sentido de se educar pra ter o mesmo carinho e gentileza com os outros, principalmente com as outras. Você pode começar pensando duas vezes antes de julgar uma garota pela aparência ou até mesmo antes de comentar em voz alta sobre o corpo dela, seja na frente, pelas costas, ou até mesmo da mocinha famosa no tapete vermelho. A gente não tem nada a ver com isso, ok? É uma desconstrução, difícil como qualquer outra, mas vale muito enquanto exercício.
E elogiar também é importante, viu? Não tenha receio ou vergonha de dizer pra uma pessoa que ela está bonita, que gostou daquela blusa, que o cabelo está lindo, que ela está com um brilho diferente. Sério. Faz bem pros dois lados espalhar amor por aí!
5) Dance sozinha: Amiga, se tudo falhar, coloque sua melhor lingerie, de preferência um conjunto combinandinho (pode ser liso, pretinho básico com pretinho básico, calcinha bege e sutiã bege, sei lá - combinações são poderosas de todos os jeitos), ligue Crazy In Love bem alto no som e dance sozinha se sentindo a Beyoncé de sua própria vida - então se agarre a esse sentimento e leve pra vida. Eu juro que funciona.
E mesmo quando tudo falhar, nunca deixe que um lápis - ou um estojo inteiro - preso embaixo dos seus peitos defina quem você é.
Alguns links para saber mais:
VEJAM ESSE VÍDEO PELO AMOR DE DEUS
Falando assim até parece que é fácil pra mim, que eu adoro cada centímetro do meu corpo ou que nunca quis desistir de sair porque não me sentia bem em nenhuma roupa. Parece que nunca chorei num provador de loja porque, francamente, aquelas luzes não valorizam ninguém ou que não existiu aquela vez que eu quase desisti de viajar com amigos porque estava com vergonha de usar biquíni.
Já passei por tudo isso e não estou totalmente livre - ninguém está, mesmo. No entanto, os dias bons são mais frequentes que os ruins, e ontem, quando minhas amigas estavam se dissolvendo diante de mim ao expor suas inseguranças mais profundas, eu estava num dia ótimo e quis teletransportar todas pra esse estado de graça. Por isso, vou deixar algumas dicas que contribuíram pra minha desconstrução e me ajudaram nessa jornada rumo ao amor-próprio:
1) Parei de me pesar: Foi a primeira coisa que fiz, com uns 13 ou 14 anos: não deixei que um número determinasse como eu deveria me sentir ou o valor que eu tinha que dar pra mim mesma. O importante é estar se sentindo bem dentro de si.
2) Exemplos positivos: Se boa parte da construção desse ideal equivocado de beleza vem de imagens externas, em revistas, filmes e passarelas, o efeito contrário também existe. A partir do momento que a gente se cerca de imagens positivas, reais, que mostrem beleza em pessoas parecidas com a gente, mais a gente começa a processar aquilo como bonito e inspirador. Eu lia Capricho e me sentia frustrada porque não me parecia com aquelas modelos, então abandonar a revista foi super importante na desconstrução de um padrão que me fazia muito mal. Mandei o link da Normal Breast Gallery pr'aquela minha amiga do início do post, com uma coletânea de imagens não-sexualizadas de seios femininos, cada um com uma história super emocionante. O mesmo vale pros ensaios incríveis que o Pedrinho Fonseca faz em seu projeto A Olho Nu. Se você só tem blogueiras fitness e pessoas que vivem do corpo no seu Instagram, é essa imagem que vai ficar grudada na sua cabeça e é ela que vai te dizer que você não é suficiente. Jogue tudo isso fora e se cerque moças bonitas que se pareçam com você, seja você uma garota magrela, ou que tem o quadril largo, ou que tem o peito pequeno, cabelo crespo, musa do bracinho gordo, sardentinha, sei lá! Todos os corpos podem são lindos, basta a gente olhar do ângulo certo. Aprendi isso com a Polly e jamais me esqueci.
3) Pessoas positivas: A vida é muito curta pra gente perder nosso tempo, nosso amor-próprio e nossa sanidade mental por conta de gente negativa. Sei que a maioria delas não o faz por maldade, mas você precisa mesmo estar naquele grupo do Whatsapp das amigas da academia que só discutem suco verde e dieta da lua? Vale a pena continuar ficando com um cara que acha que pode palpitar a respeito do seu corpo? Sério mesmo que você vai assistir Esquadrão da Moda pra sempre se identificar com as participantes e se sentir um lixo com os comentários dos apresentadores?
Sei que a gente não pode simplesmente anular algumas pessoas da nossa vida, então comece a associar os comentários da sua mãe sobre o tamanho da sua bunda a gifs de pug. A cada comentário um novo gif, ou R$0,50 centavos num cofrinho que você pode quebrar pra fazer hidratação no cabelo, comprar um livro novo ou então viajar pra Austrália. Se dessa limpa não sobrar ninguém, sei lá, me manda um e-mail, comece a assistir My Mad Fat Diary, ou Parks and Recreation e lembre-se dessa frase da Amy Poehler:
"Be easy on yourself. Have fun. Only hang around people that are positive and make you feel good. Anybody who doesn't make you feel good, kick them to the curb. And the earlier you start in your life the better. The minute anybody makes you feel weird and non-included or not supported, you know, either beat it or tell them to beat it"
4) Seja uma pessoa positiva: A gente reproduz bobagens do mundo sem nem perceber - afinal, também estamos inseridas nessa cultura e é difícil sair incólume. O título desse post não é A Gente Tem Que Se Amar por acaso. Quis usar o significado reflexivo do se amar porque não é uma via de mão única. A gente tem que amar a si e aos outros também. No sentido dos mandamentos divinos, se você preferir, ou só mesmo no sentido de se educar pra ter o mesmo carinho e gentileza com os outros, principalmente com as outras. Você pode começar pensando duas vezes antes de julgar uma garota pela aparência ou até mesmo antes de comentar em voz alta sobre o corpo dela, seja na frente, pelas costas, ou até mesmo da mocinha famosa no tapete vermelho. A gente não tem nada a ver com isso, ok? É uma desconstrução, difícil como qualquer outra, mas vale muito enquanto exercício.
E elogiar também é importante, viu? Não tenha receio ou vergonha de dizer pra uma pessoa que ela está bonita, que gostou daquela blusa, que o cabelo está lindo, que ela está com um brilho diferente. Sério. Faz bem pros dois lados espalhar amor por aí!
5) Dance sozinha: Amiga, se tudo falhar, coloque sua melhor lingerie, de preferência um conjunto combinandinho (pode ser liso, pretinho básico com pretinho básico, calcinha bege e sutiã bege, sei lá - combinações são poderosas de todos os jeitos), ligue Crazy In Love bem alto no som e dance sozinha se sentindo a Beyoncé de sua própria vida - então se agarre a esse sentimento e leve pra vida. Eu juro que funciona.
E mesmo quando tudo falhar, nunca deixe que um lápis - ou um estojo inteiro - preso embaixo dos seus peitos defina quem você é.
Alguns links para saber mais:
- A dieta definitiva que você precisa para ser feliz com seu corpo, por Polly;
- As meninas e a mídia, por Clara Averbuck;
- Nem gorda, nem magra, por Nuta Vasconcellos;
- Você não precisa emagrecer, por Milena Martins;
- Sororidade & algo mais, por Gabriela Couth;
- Corpão, por Bruna Vieira;
- Há vida além do tamanho 42, por Ingrid Abbade;
- Esse não é mais um post sobre a Kim Kardashian, por Thereza Chammas;
- Sinceramente, por Stephanie Noelle;
- From size 2 to 10 - One editor's journey to body acceptance, por Meghan Blalock (em inglês);
- Ser gorda é..., por Femme Fatale;
- Approval plan, por Brodie Lancaster (em inglês);
- How to not care of what other people think of you, por Tavi Gevinson (em inglês);
Que texto foda, amiga. Mais um daqueles que só me dá mais orgulho de ser sua amiga e muita vontade de te abraçar agora. A gente precisa tanto lembrar disso. É um texto que, se fosse postado no meu blog, estaria na categoria MARTELAR. E suas dicas foram ótimas, sou super partidária do "ponha um conjunto de lingerie combinando e se olhe no espelho" porque elas realmente fazem milagres. E uma dica pra todas as meninas que passarem por aqui e resolverem ler os comentários: nem lápis, nem estojo, nem necessáire nem uma mochila inteira estagnada embaixo dos seus peitos é capaz de te dizer quem você é. O que você carrega dentro de si, isso é o importante.
ResponderExcluirE:: ENSAIOS DO A OLHO NU MELHORES ENSAIOS.
Beijos! Te amo!
Que post lindo, maravilhoso, divino, amor. Como sempre, né Anna? =*
ResponderExcluirEscolhi falar sobre padrões de beleza na propaganda no meu TCC porque acho que é um assunto que dá muito pano pra manga.Se tem muita gente que tá de boa com o seu corpo, tem mais gente ainda que se acha um lixo. Isso, claro, graças aos inatingíveis padrões de beleza.
Muito bom seu post! Deu até vontade de escrever sobre também. Acho que vou fazer um post no blog sobre isso.
Beijos, Anna!
abraçando esse post maravilhoso, você e toda a mulherada.
ResponderExcluirQue texto maravilhoso! Anna, eu espero que sua mensagem consiga atingir muitas meninas por aí, porque nesse mundo cada vez mais "geração fitness" (nada contra, mas deixem minhas pizzas em paz) um post como o seu é um verdadeiro sopro de ar fresco. Por um mundo com muito mais amor a nós mesmas <3
ResponderExcluirBeijo!
Só a auto confiança de uma pessoa parece a deixar mais bonita, mais mulher. Se sentir bem consigo mesma é uma das melhores coisas que podemos conseguir, porque afinal, a unica que coisa que pertence inteiramente a nós é nosso corpo, por isso precisamos ama-lo. Adorei o texto, adorei o post, falar sobre isso é muito importante. Lerei os links que você deixou como dicas! Beijos <3
ResponderExcluirDesfocando Ideias
Esses dias eu vi num clipe uma a atriz seminua e toda lisinha, não era nem o fato dela ser magra, mas ela era TÃO lisa. E eu fiquei me perguntando ali inconscientemente pq eu não podia ser igual, pq tinha q ser diferente e tds essas neuras q, como vc disse, a gente reproduz porque tá enraizado mesmo. E dóis tanto quando nossas próprias irmãs colaboram pra essa ditadura da beleza, inferiorizando uma às outras, sabe. Então esse convite pra gente se amar é mais que bem vindo.
ResponderExcluirE, não sei se já te disse isso, mas seus textos são um alento pro coração <3
Quanto amor e sororidade nesse post, parabéns!
ResponderExcluirA história do lápis eu vi em Persépolis, aquele filme tirado dos quadrinhos da Marjane Satrapi, e se não me engano era uma tia(?), avó(?) que dizia isso a ela e, em outra cena, ainda recomendava que ela pusesse os seios num balde de água gelada todos os dias para não ficarem flácidos.
Pode até ser um conselho não tão ruim já que água fría estimula a circulação sanguinea e tal mas na boa, eu acho que posso segurar um lápis debaixo dos seios desde que eu tenho seios e cara... f*da-se ahaha
Esse negócio de você se rodear por pessoas e coisas que te façam bem e ter um outro olhar sobre esse assunto todo de auto-estima, de olhar para o nosso corpo de formas diferentes e etc. Isso ajuda bastante e foi isso que eu fiz e tenho tentado fazer sempre.
ResponderExcluirE, infelizmente, é difícil a gente não ligar totalmente para o que as pessoas dizem, né? Mas é ligar aquele botão que todo mundo sabe qual é e ser feliz haha.
Beijo!
http://www.deborabp.wordpress.com
Oi, Ana.
ResponderExcluirO comentário vai ser longo. hehe
Acompanho seu blog há um bom tempo, mas hoje não pude deixar de comentar.
Acontece que além de mulher, sou nutricionista e desde a faculdade assisto ao drama de muitas meninas (inclusive o meu) para se encaixar no padrão de beleza ditado pela sociedade.
Mas aí acabei entrando em um curso muito bom que me despertou uma visão crítica de tudo que eu estava aprendendo. Continuo acreditando na importância da ciência da nutrição, sem dúvida, mas esse curso me fez perceber que aquela professora que eu achava foda que convenceu seu paciente a tomar leite desnatado - que ele detestava - fazendo as contas de quantas calorias a mais ele estava ingerindo tomando leite integral e convertendo isso em kg de peso ao ano que ele ganharia não estava lá muito correta. Eu entendi que o ideal de corpo muda conforme muda a sociedade, conforme mudam os tempos. Aprendi também que a comida não significa macro e micronutrientes entrando no nosso corpo e desempenhando funções mil. Somos seres sociais e culturais e não é um grupo de alimentos que vemos, vemos comida, vemos aquele bolo formigueiro da nossa mãe, a canjica da vó...
Mesmo depois de escolada, ainda insistia em perguntar pra uma colega: mas você se aceita totalmente? Mas não posso querer mudar nada em mim?
Eu gosto de respostas coerentes e racionais e acho ingênuo quem diz que o mundo é lindo, que temos que nos achar lindões e que todos um dia se acharão, porque o ser humano é fundo demais pra se satisfazer completamente ou se achar apenas horrível ou apenas maravilhoso. E daí essa amiga me disse: Noa, a questão não é achar um defeito seu lindo, mas sim aceitar esse defeito como parte de você e se amar com ele. É não deixar de ir à praia porque está com vergonha de botar um biquíni, por exemplo. E isso fez muito sentido pra mim. Não temos que nos obrigar a achar determinado defeito sensacional, mas quem disse que não podemos nos amar mesmo assim? Não temos que esperar perder peso (pra quem acha que isso é um defeito) pra começar a ter amor próprio e a cuidar de nós mesmos, para comprar aquele vestido bonito. De fato, não somos capazes de cuidar daquilo que não amamos, e se não nos cuidamos, nossa auto-estima fica cada vez mais baixa.
Vejo tanta gente fazendo loucuras para ficar magra, ferindo seu próprio corpo para isso, idolatrando essas blogueiras fitness porque elas têm "força de vontade" e conseguiram atingir o corpo dos sonhos. Só que algumas pessoas, não importa o que façam, nunca entrarão numa roupa 34, isso porque existe a genética, e isso não significa que não se é saudável. Ou bonito. Então essas pessoas todas deveriam se matar porque, ora, se não for pra ser "perfeito" melhor não existir?
Acho muito importante esse tipo de mensagem que você está difundindo, porque somos bombardeados o tempo todo por ordens de sermos lindos e magros ou seremos excluídos e quanto mais gente dizendo que não é bem assim, melhor.
Enquanto profissional quero transmitir essa mensagem e dissociar o peso da saúde (que muitos usam como desculpa para essa loucura da magreza). Não estou negando que obesidade seja uma doença, mas você definitivamente não precisa ter 5% de gordura corporal para ser saudável.
Junto com uma amiga tenho um site com uma parte dedicada a falar sobre temas de nutrição no geral e também sobre a ditadura da beleza, procurando desmistificar e orientar as pessoas sobre a relação comida e corpo.
http://www.triadenutricao.com/#!noticias/c77t
Logo faremos um blog para discutir esse assunto, pois é um meio mais fácil de interagir com as pessoas e responder eventuais dúvidas.
Aqui vai um vídeo ótimo da Dove (de novo!) sobre a forma como falamos com nós mesmas. Acho que vale muito a pena ganhar um tempo assistindo:
http://www.huffingtonpost.ca/2015/03/16/dove-one-beautiful-thought_n_6880918.html
Bjos,
Noadia
sempre que leio um texto aqui NUNCA saio decepcionada.
ResponderExcluireu poderia escrever um comentário foda aqui, mas tô tão inspirada que prefiro planejar um post!
quando a gente se aceita do jeito que é, parece que o mundo se abre.
comentários negativos vão perdendo a força aos poucos e sua autoconfiança ganha um poder inexplicável.
você aprende a deletar o que não te faz bem. tem gente que você ama/ama você, que faz esse tipo de comentário ruim, daí a gente ignora, troca ideia, desconstrói junto da pessoa... mas quando a pessoa não faz diferença na sua vida, vale a pena deletar. melhor coisa.
ler textos assim inspiram a gente (e esse vídeo MEU DEUS DO CÉU QUE VÍDEO INSPIRADOR)
www.pe-dri-nha.blogspot.com
Chorei????? Amiga, que coisa mais deliciosa e incrível (?) saber que eu tenho uma amiga que nem você, que tem o poder de me acalmar de ser quem sou. A desconstrução é tão importante e tão difícil! Meu deus, como é difícil não se pesar nas farmácias da vida, como é difícil se olhar no espelho e enxergar a nossa beleza e como é difícil não julgar. É um exercício diário, mas vale tanto a pena.. tenho praticado aos pouquinhos toda essa lista e tem sido uma revelação pra mim. Quanta coisa bonita em mim eu deixo passar todos os dias porque estou impregnada por esse maldito TER QUE. Baby steps, amiga. To chegando lá.
ResponderExcluirTe amo muito! Obrigada por esse texto fantástico!
Amigos, que texto.
ResponderExcluirEu continuo me pesando sempre, estou doente com meus braços gordos no vestido do casamento, mas ultimamente venho me aceitado bem mais. Isso porque eu jurava que não tinha aquela "dobra" entre o ombro e o peito, sabe? Do músculo do peito? Enfim, achava que era incapaz de ter essa dobra. Então vi uma foto minha magra e, olha só, eu tinha. Mas eu era tão obcecada com ficar mais magra que eu não percebia. E percebi que quando eu me achava gorda, eu hoje, olhando em retrospecto, estava linda. Então a minha eu de hoje estará linda para o futuro (?). Então porque perder meu tempo me odiando todos os dias, quando eu posso me amar e ser feliz assim?
Continuo alternando blogilates, tentativas frustradas de correr, Beyoncé no quarto e bacon. Continuo tendo o braço gordinho. Mas acho que vou estar tão feliz e radiante que foda-se o braço gordinho, né? Por favor.
Tomara que o mundo inteiro LEIA ESSE TEXTO, porque você é incrível!
Somos lindas!
E você fica linda de saia rodada, ora. E eu de calça skinny. E foda-se tudo.
Te amo!
Muto inspirador esse texto, me chamou atenção o teste do inicio, eu já fiz e o lápis não caiu :( quase morri de raiva, sim sofremos devido a tantos anos de lavagem da mídia, dos outros, enfim. Essa raiz de preconceito sobre nós mesma é algo muito difícil, mas não impossível de se arrancar.
ResponderExcluirbeijos
Ai miga, que textão már lindo <3 <3
ResponderExcluirSempre que você senta pra falar sobre esse tipo de coisa, Anna, eu coloco uma vela a mais no meu altar mental pro seu blog. Arrasou, como sempre.
ResponderExcluirQuando eu era nova, meu pai falava desse teste do lápis pra mim, e eu nunca entendi - nem na época, quando ainda não tinha peito, nem agora que tenho. Só ficou mais claro na minha cabeça quando eu vi "Gatos, Fios Dentais e Amassos", um filme adolescente bem bobinho onde a protagonista e a melhor amiga fazem o teste. Não passou a fazer sentido, mas eu entendi mais ou menos a proposta do negócio. Enfim.
Estava pensando ontem que gostar da gente não é o tipo de coisa que um dia deixa de ser um exercício. Todo santo dia a gente precisa treinar esse sentimento e se manter firme nele, e, é claro, uma vez ou outra a gente desliza, mas quem nunca, né? Acho que vale a pena o esforço, principalmente pelo bem que isso traz, especialmente a longo prazo. Suas dicas são maravilhosas e já tô providenciando o conjuntinho pra bater cabelo ouvindo A Diva, pra ver se alivio um pouquinho da tensão. ahahahaha
Beijo!
Maravilhoso, Anna!
ResponderExcluirSobre o lápis embaixo do seio, o meu nunca vai cair por motivos de: seios pequenos. De fato, não é um feito que me orgulho, haha. Hoje não sou tão encanada com os meus seios, e tento até tirar um sarro disso, mas de vez em quando, mexe um pouquinho. Difícil não conseguir preencher o sutiã ou aquele vestido que ficaria lindo em quem tem um seio para encher o decote, haha. Minha auto estima sempre foi péssima, mas hoje eu tento não ligar muito pras coisas, mas é difícil ainda mais por eu ser um pouco ~diferente~ dos olhos puxados (não gosto, mas tenho que conviver com isso).
E essa frase de ser a Beyoncé da sua própria vida eu vou levar pra sempre, amei.
Beijos!
Posso ser idiota o suficiente por nunca ter visto essa indicação linda do meu post sincero??? ,3 <3 <3 tava aqui de boa vendo seus posts e indo no "postagem mais antiga" até que, PIMBA! to indicada ali! Amo essas internets gente <3
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