A vida é a arte do encontro. Quem disse isso foi o Vinícius, o meu Poetinha. Pensei nessa frase quando, no último domingo, estava na loja de maquiagem mais legal de todos os tempos - Quem Disse Berenice?, no shopping Paulista em São Paulo - e contei pra vendedora que eu era de Minas, e Analu e Mayra contaram que eram da Curitiba, e Deyse disse que era do Maranhão, Tary contou de seus jacarés campo-grandenses e nós tentamos contar para ela da Máfia. Ah, a Máfia! A moça da loja era muito simpática e adorou a nossa história, tirou foto e tudo e eu fiquei ali pensando como nossa história era mesmo legal e sobre como a vida é de fato a arte do encontro. Não tem como dizer outra coisa quando penso que vivi um dos finais de semana mais legais de toda a minha existência ao lado de garotas dos mais diversos cantos do Brasil que entraram na minha vida graças a um grupo do Facebook.
Alegrias egoístas são aquelas que a gente vive sentindo um gosto doce de saber que aquela felicidade é só nossa. Quem disse isso foi a Analu. A Máfia é a minha alegria egoísta. Eu já tentei falar sobre ela para os meus pais e meus amigos, e eles assentem, comentam, sentem até ciúmes, mas eu tenho certeza absoluta que nenhum deles entende, de fato, o que é a Máfia e sobre como ela é incrível. É complicado para os meus pais entender como foi perfeitamente natural encontrar essas meninas que eu nunca tinha visto na vida. Eles me perguntaram várias vezes se não foi estranho ou constrangedor e aí eu penso na Analu, na Tary, na Rê, na Dê e na Marie correndo até mim no shopping, e a gente se abraçando, gritando e pulando no meio de toda aquela gente e vejo que eles não sabem absolutamente nada. Por um lado eu queria conseguir dividir isso até mesmo para agradecer, tanto aos meus pais, por terem me deixado participar dessa viagem, por terem confiado em mim e me soltado na maior cidade do Brasil com ~estranhas~, como a esse blog, sem o qual elas jamais teriam aparecido na minha vida. Eu devo essa história a esse espaço, mas sei que eu nunca vou conseguir dizer e fazer que vocês sintam um pouco de como foi. Já do outro lado, eu sinto esse gosto doce de guaraná Jesus de saber que ninguém além de quem estava comigo - e de quem ficou em casa vendo as fotos, tristes por não estarem lá, mas felizes por estarmos - vai saber como é e como foi.
Tudo pode ser, basta acreditar. Quem disse isso foi a Xuxa, ora vejam só! Eu cantei isso junto com a Tary, em cima do palco de um karaokê, com todas as outras meninas cantando junto em uníssono - o resto do pessoal meio cantando e meio se perguntando quem eram aquelas meninas malucas tão absolutamente felizes e animadas - e parei para reparar nessa letra, que entrou para nosso repertório primeiro como brincadeira e só no final fazendo todo sentido do mundo. Há quase um ano, quando a Máfia foi criada, quando dividimos aquela primeira madrugada rindo e falando besteira, abrindo nossos corações e dizendo em caps lock que seria lindo se estivéssemos juntas de verdade, eu não imaginaria que em menos de um ano viria aqui contar a história sobre quando finalmente estivemos juntas. Nem quando fiz aquele post dizendo que um dos meus desejos era conhecer a Máfia eu realmente levei aquilo a sério. Quer dizer, meu lado sério não levou aquilo a sério, mas no fundo do coração eu sabia que a vida não era tão injusta a ponto de não podermos estar juntas nem que fosse por um dia - e nós tivemos dois.
Alguns infinitos são maiores que outros infinitos. Quem disse isso foi a Hazel Grace. Foram só dois dias, dois dias intensos o suficiente para que eu voltasse pra casa com a sensação de que fiquei anos-luz fora num universo paralelo, e rápidos o bastante para que doesse aqui dentro a sensação quase física de que fui arrancada desse universo rápido demais. Num momento estávamos pulando no shopping e no outro estávamos chorando na alameda Santos nos despedindo. Já o Holden Caulfield disse que museus são interessantes porque eles sempre são os mesmos, a única coisa que muda é você. Foi exatamente isso que senti quando entrei no meu quarto ontem. Às cinco e meia da manhã da última sexta eu o havia deixado, e ontem ele estava exatamente da mesma forma, a cama arrumada às pressas, os cabides vazios em cima da cadeira, o All Star roxo que não coube na mala encostado num canto. Era o mesmo, mas pareceu outro, porque eu havia mudado. Não só pela carteira mais vazia depois de tantos livros, batons, perfumes e comida, mas mudado por dentro, depois de viver uma experiência fantástica ao lado de meninas ainda mais extraordinárias e ter certeza que sou afortunada o suficiente por ter a oportunidade de ver a minha estrela cruzar com outras estrelas, com aquelas estrelas. Se eu tivesse sido responsável e saído da Máfia para estudar para o vestibular ou se a Renata tivesse dito que era má ideia criá-la, esse fim de semana jamais teria existido. A metáfora das estrelas é de Peter Van Houten, mas a gente pode substituir essa intersecção estelar por Deus. Quem diz isso sou eu. Para mim, a gente ter se cruzado é coisa de Deus, porque eu não acredito em acaso.
Ao vivo é diferente. Quem disse isso foi meu pai, fazendo seu papel de pai ao dizer que eu fosse cautelosa com relação às minhas expectativas sobre as meninas. Segundo ele, e não acho que esteja errado ao pensar isso, a gente pode até trocar confidências com uma pessoa via facechat, mas estar com ela frente a frente é outra coisa. É mesmo, pai. Só que não é um diferente pior ou decepcionante, é um diferente melhor. Ao vivo eu vi que a Analu é pequena mas me engole com seu abraço. Ao vivo a Renata chorou se despedindo de mim. Ao vivo a Tary me abraçou porque eu disse creiça em voz alta. Ao vivo a Larissa, a Lilica e a Marie são pessoas tão fantásticas que chega a ser pecado que vocês não tenham a chance de conhecê-las. Ao vivo a Alê fala tão rápido que é difícil entender. Ao vivo a Mayra tem um cabelo tão macio que é difícil acreditar que ele não é roxo naturalmente. Ao vivo a Isadora tem uma voz muito bonita. Ao vivo a Ruvs parece um pokémon indie, de tão fofa e estilosa que é. Ao vivo a Milena é uma princesa que fish várias coisas e mora na lua mesmo. Ao vivo a Deyse se banha e toma o suco de uva do McDonalds igual eu.
E o resto é história. O resto somos nós dançando kuduro por toda São Paulo. O resto somos nós fazendo todas as coisas que, se eu estivesse de fora, recriminaria horrores e xingaria mentalmente aquele monte de menina retardada. O resto somos nós fazendo corrente na Bienal para não nos perdermos e comendo doce de leite ninho largadas num canto atrapalhando o fluxo de pessoas. O resto somos nós mobilizando o karaokê todo para cantar nossas músicas, para gritar o nome da Larissa e sair de lá sem voz. O resto somos nós contando para pessoas aleatórias na cidade quem somos nós, porque fazemos tanta farra e porque usamos um bottom na roupa. O resto somos nós cantando Legião Urbana na avenida Paulista. O resto somos nós nos divertindo na livraria Cultura. O resto somos nós polemizando no Starbucks. O resto são todos os pedaços de todas elas grudados em mim, e aqueles que eu perdi que ficaram com elas. É o cheiro do perfume que quebrou que sempre vai me lembrar todo esse resto. É o meu brinco perdido num abraço que nunca mais vai voltar. É a tulipa vermelha e os marca-página aqui na minha mesa me lembrando de que foi de verdade, são as pulseiras no meu braço, o guaraná Jesus na geladeira, os chaveiros novos, as cartas e o bombom que já comi.
O resto é nosso e de mais ninguém
Eu queria, de coração, saber o que comentar aqui, mas não sei. Só queria agradecer pela milésima vez a vida por ter conhecido vocês. E realizei meu sonho conhecendo você, minha ídola desde a primeira vez que coloquei os olhos na sua descrição: "Quando crescer quero ser Audrey Hepburn". Só queria dizer que não será possível, porque você é a Anna Vitória, cujo nível de divismo é capaz de ultrapassar qualquer diva eternizada pelo cinema. Você é real.
ResponderExcluirChorei, cara. Porque esses momentos estão tão grudados em mim e as suas palavras os descreveram tão perfeitamente. E as fotos escolhidas para o final também descreveram tudo perfeitamente. Desejei tanto esses dias e eles conseguiram superar tudo o que minha cabeça havia imaginado. Foi fantástico! E eu concordo contigo quando diz que Deus estava preparando esse encontro. Tudo deu certo e se desencadeou de forma absolutamente maravilhosa. Ah, minha pônei linda! Amei TANTO te conhecer, te abraçar e te ouvir falando "creiça" ao vivo <3 Nossas fotos foram realização de um sonho porque você tá cansada de saber o quanto eu sou sua fã. Adorei cantar Lua de Cristal contigo! Foi tão épico! Te amo muito (: Vamos nos ver de novo, isso é CERTEZA.
ResponderExcluirP.S: Maripoka polemizando no Starbucks <3
Pôneizinha, como é mágico ler isso. Como é maravilhoso saber que não vamos acordar pra ver que era tudo um sonho. Vocês são maravilhosas demais pra existirem, mas existem. E que bom foi poder te abraçar e ver que uma criatura tão linda é real FEAT minha amiga. Como prometido, espero você pra stalkear o Chico comigo (as meninas disseram que por um momento acharam que era Chico, o poodle) e ficar cantando Futuros Amantes na porta dele. Sou muito grata por vocês existirem. Obrigada por ser parte disso, por ser tão florzinha e pônei. Por ser parte da minha vida.
ResponderExcluirEu te amo. Até a próxima.
Ai meu Deus, o que eu vou escrever aqui? Anna, você me mata. Que texto MARAVILHOSO. E que final! O resto realmente é o resto! O que importa são vocês!!! Isso que vivemos foi um total vácuo no espaço/tempo, porque parece que foi em outra vida, de tão paralelo. Eu voltei ontem e meu quarto estava exatamente como eu deixei, mas eu, puxa, estou tão, tão diferente. E por isso estamos tão mais afoitas, e conversando tanto, e comentando tanto, porque só nós nos entendemos. Não adianta tentar explicar o que aconteceu nesse final de semana pra ninguém! Pra ninguém!
ResponderExcluirEu só posso explicar pro meu coração que vai acontecer de novo. Porque desde então ele carrega uma alegria nova. Mas uma dor bem nova também.
Eu amo vocês.
Se Maripoka-Ipod não sabe o que comentar aqui, você já deve imaginar minha situação. Eu leio o blog desde que você tava na oitava série e muitos posts já me emocionaram e encantaram a ponto de eu lê-los repetidamente, mas esse superou qualquer coisa que eu já encontrei na blogosfera. Porque mesmo eu não estando lá, quando vocês começam a falar eu me sinto tão na avenida Paulista (ia dizer avenida Brasil OI OI OI) aos berros e fazendo umas dancinhas malucas no karaokê e gastando muitas dilmas e tensa com medo de me perder. Eu até sinto a saudadezona que vocês tão uma da outra (claro que a que vocês sentem é bem maior, nem ouso comparar). E sério, tô achando esses relatos a coisa mais linda do mundo, acho que no próximo encontro eu nem vou só pra ter o prazer de ler essas coisas bonitas e me imaginar com vocês.
ResponderExcluirMENTIRA, EU VOU! Eu tenho que ouvir sua voz pessoalmente! <3
Beijo, minha Pônei ^^
é uma delícia se encontrar com pessoas que são assim... tão metade d e nós! eheheh né?!! as fotos ficaram divertidas e tudo tão bem escrito q imaginei cada cena :)
ResponderExcluirBjsss
MIMIMIMIMIMIMIMIMIMIMII Ainda bem que posso acreditar que somos parentes, porque sinceramente seria A MAIOR INJUSTIÇA DO MUNDO se não tivéssemos ligação alguma. Você é ainda mais perfeita na vida real. Você é a primeira ídola que eu tive oportunidade de abraçar, fotografar E coragem de ser exatamente quem sou. Sabe Annuxa, tudo isso foi surreal demais para ser verdade, lidar com as reações da família foi surreal demais, mas nunca vou esquecer da minha tia dizendo que era super legal o que estávamos fazendo e que eu podia ir onde quisesse porque ela estava achando tudo lindo demais. Quero mais você <3
ResponderExcluir(acho que no fim do ano vou conhecer minas, me aguarde)
<3
Máfia/mafiosas: why so babaquice??
ResponderExcluirInsultos gratuitos e anônimos: até quando?
Excluir~inveja~
ExcluirAnônimo: why so inveja?
ExcluirWhy don't you explode?
ExcluirMeu bem, invejar a felicidade alheia mata, sabia? E cuidar da própria vida faz um bem danado, experimente! (:
ExcluirAQUI RECALQUE BATE E VOLTA QUERIDO(A) okasopaksoask
ExcluirWhy so interesse na babaquice alheia?
ExcluirSe conheceram, saíram juntas, se amaram foi tudo um mar de rosas e UHUUL!, mas no fundo elas sentem inveja uma da outras e é certo que sairam falando mal pelas costas e pensando como fulana é gorda/não sabe se vestir/antipática/tem a voz fina, blá-blá-blá. Falsidade, teu nome é Máfia/mafiosas.. ¬¬'
ExcluirQue vida cheia, hein? Tá com tanto tempo ocioso assim?
ExcluirAnônimo, teu nome é Despeito. Beijos pra você e pra sua inveja.
ExcluirNossa, que preconceito e que ideia mais idiota de que a gente sente inveja uma das outras. A gente teria que ser muito besta pra sentir inveja e ainda marcar encontro/conversar/gastar com presentes com pessoas que sentimos inveja. Eu não perco meu tempo com isso.
ExcluirE pra mim quem é invejoso é quem fica olhando a relação das outras pessoas e inventando defeitos, erros, etc.
Vai viver e amar as coisas, ao menos a si mesmo, Anônimo. Se bem que com essa mentalidade, creio que vc não conseguirá amar a si mesmo e admirar-se.
Fiquei sabendo desse encontro sob a perspectiva da linda da Analu. Que maravilha, Anna. E marquem outros encontros tão deliciosos quanto esse. Façam da arte do encontro um estilo de vida. Sejam inseparáveis. Amizade vale tanto!
ResponderExcluirAbraços.
Acho a Máfia muito legal. A história de vocês é muito bonita e inspiradora! (:
ResponderExcluirSister, você cala a boca de qualquer um com esse seu texto. Mesmo quem não conhece, quem nunca ouviu falar, quem não estava lá para ver a nossa cara de feliz o tempo todo... Mesmo todas essas pessoas que não tiveram a sorte que nós temos podem sentir o reflexo desse amor que é impossível permanecer só dentro da gente. Ainda que seja uma felicidade egoísta, que eu quero guardar escondidinho, se eu pudesse, transformava as suas palavras em algo concreto e presenteava a alguém, porque é tão bonito que todo mundo devia sentir algo parecido ao menos uma vez na vida.
ResponderExcluirAmo muito e amo sempre.
ps.: a cada citação que você usou eu dava um novo grito, imitação barata daqueles que só você sabe dar. Fala sério, vem ser genial aqui perto de mim (de novo).
A história de vocês é muito bonita mesmo :) Por essas e outras que eu digo que gosto da época em que nasci. Como uma história linda dessa iria acontecer sem tecnologia?
ResponderExcluirBeijos!
PS: A pessoa é tão "não babaca" que comenta em anônimo HAHAHAH Ignorem =)
que lindoo! haha eu fico cá do meu lado esperando que voces se encontrem de novo logo logo (:
ResponderExcluirAmizade linda assim deveria existir em todo canto! Nem conheço pelo menos uma de vocês, e ainda assim ler isso foi contagiante.
ResponderExcluirQue estejam juntas de novo, muito em breve!
Beijos.
Ah, muito lindo seu post Anna Vitória! :) Gostaria de um dia fazer isso com amigos que só conheço através da internet. *-* Que a amizade de vcs, mafiosas, tenha sempre laços mt fortes e que outros encontros venham aí. :)
ResponderExcluire eu to aqui só lendo todos esses textos maravilindos e tentando me convencer de que não foi só um sonho, um delírio de um estado de coma no qual eu permaneci no último fim de semana. Já vai fazer uma semana desde que tiramos essas fotos, parece que se passaram anos.
ResponderExcluirVocês são um marco na minha vida, acho que se isso tudo foi obra de Deus, ele nos colocou uma em cada canto do Brasil só porque não aguentaria toda a folia se todas estivéssemos no mesmo lugar, ja to até contando os dias pro repeteco diso tudo ♥
Ao vivo é diferente. Verdade. Seu pai tem toda razão. E eu, longos anos de vida na internet, sei bem o que é isso. Anna, agora eu posso dizer, que se eu fosse os seus pais não teria deixado você vir. Não sem antes vir junto, pelo menos te levar, pra ter certeza de que você ia mesmo estar com meninas. Pra ter certeza mesmo de que todo mundo era real. Você sabe como eu sou neurótica. Mas que bom que seus pais não chegam nesse nível. Que bom que eles confiaram em você e deixaram você passar um lindo fim de semana com a gente. E, devo dizer, que pela primeira vez na minha vida, o "ao vivo é diferente" tornou-se "é diferente mesmo, mas é melhor". Porque foi a primeira vez que eu achei isso. Foi a primeira vez que eu me surpreendi tanto, e para o lado bom. Sonhar e acreditar. A Xuxa já disse tantas vezes ao longo de meus muitos anos. Essa música sempre teve outros sentidos pra mim. Mas estou feliz em saber que tudo mudou e que o sonho, aquele que eu tinha, em que vocês eram mesmo todas lindas como eu gostava de imaginar... é real.
ResponderExcluirTe amo muito. Você sabe, né?
Volta logo. :)
Eu sabia que o coturno era o seu! rs...
ResponderExcluirDisse pra Ana que não existe mais gente tão corajosa e especial que saiba construir histórias tão lindas e únicas. Não existe acaso, mesmo! Semelhate atrai semelhante.
Beijinhos.