quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Sejamos rápidos! Fortes! Lentos!

Sejamos rápidos! fortes! lentos! E não digam poemas de amor a menos que... não sei como essa frase termina. Não sei nem se esse trecho que eu lembro tem alguma coisa a ver com a citação original. Provavelmente não, já que eu cansei de jogar esses fragmentos no Google para não receber nada de significativo como resultado. 

A história disso é que há muito tempo, lá em 2000-e-meu-sonho-era-ser-gold-camera-no-fotolog, eu tinha esse arquivo do Bloco de Notas onde eu colocava várias quotes legais que eu lia nos fotologs alheios, tudo de um jeito bem misturado e sem noção, sem link algum para referências futuras. Apenas eu levando a vida como sempre, lá em 2006. E tinha esse trecho que eu transcrevi acima, que eu lembro que era retirado de um filme, e era absolutamente lindo e incrível. O esquema era meio fluxo de consciência, com uma pessoa falando várias coisas ao mesmo tempo e dizendo grandes verdades aos jovens, tudo com muitos pontos de exclamação.

Aquele texto era foda - logo, eu o perdi pra sempre. Numa dessas formatações de computador o trechos_legais.txt sumiu nesse limbo assombroso onde ficam todas as deletadas dos computadores, aquelas que juram os entendidos que nunca se perdem pra sempre (ideia para livro de ficção científica: um passeio por esse universo de lixeiras esvaziadas sem querer), mas que nunca estão lá quando a gente mais precisa.

O que isso tem a ver com o post? Meio que nada, mas eu sempre me lembro desse começo quando estou com muitas coisas na minha cabeça, eufórica por qualquer motivo que seja. Sejamos rápidos! fortes! lentos! e por algum motivo, vamos maneirar nos poemas de amor. 2014 pra mim foi assim: rápido, forte e lento também. 

A contradição é proposital. Terça-feira eu estava na festa de final de ano com os meus amigos e enquanto festejávamos nosso Natalveillon fora da data, lembrei com uma nitidez absurda daquela mesma festa no ano passado, quando passamos o champanhe de mão em mão e juramos que 2014 seria o melhor ano das nossas vidas. Ao mesmo tempo, esses dias vi uma foto de uma viagem feita em maio e aquilo me pareceu outra vida, um universo paralelo. Se fosse chutar, diria que foi em 2012 e olhe lá.

Esse post não é uma retrospectiva de final de ano, não ainda, mas é só uma reflexão sobre como as coisas acontecem muito rápido e muito devagar ao mesmo tempo, e como a nossa percepção do tempo é maluca. Uma amiga me disse hoje mesmo que a vida estava acontecendo numa velocidade cruel demais, porque eu estava desde segunda querendo falar com ela mas só tive tempo de mandar uma mensagem e conversar com calma na quarta. Nessa mesma toada, me dei conta que não postava no blog há quase duas semanas, mas não foi anteontem que eu escrevi aquele texto sobre o show? 

Rápido, forte e lento. No último mês eu comecei e terminei o trabalho mais maluco da minha vida. Eu tive uma ideia, acreditei nela, fiquei com medo dela, corri atrás de tudo pra dar certo, vi tudo dando errado centenas de vezes, pensei em desistir outras tantas, acreditei que fosse melhorar, desisti de novo, chorei de madrugada, no carro, na chuva, dormi 9 horas em três noites, e consegui. Ufa, passou. No último fim de semana eu viajei mil quilômetros, ouvi o cd da Taylor Swift aproximadamente 218 vezes, nadei, comi muita carne, muito doce, fiz muitas caipirinhas, vi mais de cem pessoas se formarem, dormi mil horas, dancei outras tantas, fui tão feliz que pensei que fosse explodir, conheci um cara legal, perdi pra sempre esse cara legal, dormi de vestido, cabelo e cara de festa, quis sumir e me esconder, fiquei doente, chorei sentada no chão de um aeroporto, mas ainda não desfiz minhas malas. Desde a última terça eu já cataloguei mais de cem livros, não dormi quase nada, comecei e terminei o trabalho mais irresponsável da minha vida, ralei pepinos, comprei presentes, celebrei Natal e Ano Novo alternativos, tomei chuva três vezes, fiz prova, fui mal na prova, dormi no sofá da sala e acordei às seis da manhã. 

E hoje ainda é quinta-feira.

A Analu escreveu sobre ficar sem escrever e compartilhou um medo real, que também é meu, de deixar a vida atropelar o blog até o ponto de ele não caber mais na minha rotina. Ela pediu pro ano que vem mais fôlego e inspiração, porque a vida não pode parar. Ela não pode e não para nunca, mas eu preciso parar um pouco. 


Não, o blog não vai parar junto comigo, mas eu só preciso reconhecer e tornar público que eu preciso de um tempo de dedicação ao nada para que escrever aqui não se torne mais uma das tantas coisas que eu tenho que fazer, uma obrigação eternamente frustrante porque sempre vai ser ela que eu não vou cumprir quando a coisa apertar. Eu só preciso tirar esse peso das minhas costas e ir dormir hoje, dia 18 de dezembro, sabendo que tudo que eu tinha que cumprir esse ano eu cumpri e agora chega. É provável que amanhã eu já acorde cheia de ideias, com as minhas retrospectivas que eu espero o ano todo pra fazer na ponta dedos, mas o expediente acabou por 2014 até segunda ordem.

Sejamos mais devagar. Suaves. Calmos. E vamos arrumar um tempo pra escrever uma quadrinha de amor por aí. 


7 comentários:

  1. Você não faz ideia de como tudo o que você escreve mexe comigo. Tudo isso que você escreveu aqui, meio que resumiu a minha vida durante todo esse ano, e me deu vontade de sair escrevendo tudo o que aconteceu, de ir e falar com pessoas que eu não falo a um tempão, de parar no ano novo e fazer tudo o que eu prometi que faria e não fiz. Ficou lindo!

    http://desfocandoideias.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Anna, toda vez que eu venho aqui fico TÃO impressionada com a habilidade que você tem de escrever, que não consigo deixar de ser repetitiva e sempre acabo te dizendo. rs
    Mas continuando, é tão verdade. Eu acho que dentre todos os anos que já vivi 2014 foi o mais esquisito nessa questão tempo - ao mesmo tempo que voou, passou tão devagar! Tanta coisa aconteceu que eu olho pra 2013 e parece que eu era outra pessoa!
    Acho que eu era mesmo.
    Enfim, essa questão de tempo é uma coisa curiosíssima. Tenho a impressão que relógios são usados só de base para que a gente se una de alguma forma, mas cada pessoa tem um tempo próprio que gira de maneira bem particular.
    Ainda bem que nessas nossas mil horas particulares e de um jeito torto e distante... a gente se encontrou!

    ResponderExcluir
  3. Melhor definição de 2014 foi esta eu você disse: "Rápido, forte e lento." O meu ano também foi assim, eu nem consigo acreditar que a copa aconteceu esse ano, me parece que 2013 foi há séculos. O tempo ele brinca com a gente, ou a gente que não aprendeu a manipular ele ainda. Enfim, que você encontre tempo para se dedicar ao nada, e nos presentear com suas palavras. Força!
    Bjos!

    ResponderExcluir
  4. Cometi um erro de amadora aqui. Comentei, não dei ctrl c, perdi, enfim.
    Era um comentário simples.
    Eu apenas dizia: "No último fim de semana eu viajei mil quilômetros, ouvi o cd da Taylor Swift aproximadamente 218 vezes, nadei, comi muita carne, muito doce, fiz muitas caipirinhas, vi mais de cem pessoas se formarem, dormi mil horas, dancei outras tantas, fui tão feliz que pensei que fosse explodir, conheci um cara legal, perdi pra sempre esse cara legal, dormi de vestido, cabelo e cara de festa, quis sumir e me esconder, fiquei doente, chorei sentada no chão de um aeroporto, mas ainda não desfiz minhas malas." isso muito me descreve. Muito. E eu não consigo acreditar que perdi pra sempre um dos melhores beijos da minha vida. Até nisso a gente tem sintonia: Achar caras legais no mesmo dia e perdê-los.
    Te amo!

    ResponderExcluir
  5. Você realmente escreve muito bem, Anna! Sempre acompanhei suas postagens, mas raramente comentava. Perdoe-me essa falta de considerção hahahhaha

    Enfim, concordo contigo. Precisamos ir um pouco mais devagar as vezes porque Deus sabe o quanto esse mundo está veloz e isso tira toda a magia de aproveitar as coisas.

    Quadrinhas de amor e o novo álbum da Taylor Swift = vida feliz <3

    Abraços!

    ResponderExcluir
  6. Ai Ana, nem me fala! Quase nao escrevi no blog esse ano por causa do vestibular, fiquei tao tristinha :(

    ResponderExcluir
  7. Tive quase a mesma impressão do ano passado. Ele foi atropelado, mas coisas que aconteceram nele parecem ter acontecido há tempos. Não sei explicar, mas de alguma forma, tu soube. E é isso aí. Quero leveza em 2015. Acalmar os ânimos. Levantar os ânimos.

    Beijos!

    (obs.: amo tanto teu blog que no momento estou com cinco janelas abertas só dele e por esse motivo comentarei em todos esses posts)

    ResponderExcluir