sábado, 20 de dezembro de 2014

SO CONTAGIOUS AWARDS 2014: melhores discos do (meu) ano




































Duas coisas me mantém viva em dezembro, superando meu ódio às festas de fim de ano: as retrospectivas e as expectativas para a temporada de premiações. Ou seja, adoro uma boa lista de melhores, piores, o que vier. Há alguns anos mantenho uma tradição de listar aqui meus discos e livros favoritos, e em 2014 resolvi unir tudo na premiação SO CONTAGIOUS AWARDS. Pretendo falar de música, filmes e livros, começando hoje com o que eu mais gostei de ouvir nesse ano que passou.

Vocês bem sabem que nunca tive pretensão de fazer nenhuma lista definitiva sobre os melhores álbuns do ano, tecnicamente falando. Minha lista é única e exclusivamente para os meus propósitos, e segue a proposta daquilo que eu gostei de ouvir ao longo de 2014 – independentemente de ser um lançamento ou não. As 36 capas que aparecem na arte ali em cima (clique aqui para ver a original) são dos CDs que eu mais ouvi nos últimos 365 dias (ou quase isso, já que ainda é dia 20): algumas figurinhas repetidas de sempre, algumas novidades e algumas modas do ano passado que ou não foram embora ou me pegaram atrasada. A montagem foi gerada com essa widget aqui, a partir do meu Last FM.

Se quiserem ler uma lista mais séria e profissional, não deixem de conferir os melhores do ano da firma, porque meus colegas do Move That Jukebox fizeram uma seleção de responsa

Bloco 1: arroz de festa



















Se sou eu, pode ter certeza que vai ter Wilco, vai ter Rilo Kiley e vai ter Jenny Lewis no meio. Eles compõem minha trilha sonora universal, são meu leitmotif, os favoritos do DJ, a prata da casa. Take Offs and Landings, More Adventurous, Yankee Hotel Foxtrot, Summerteeth, Rabbit Fur Coat, Acid Tongue e Being There: obrigada pela companhia de sempre e seguimos juntos ano que vem.

(Um beijo na boca de cada integrante do Wilco, porque esse ano a banda completou vinte anos e saíram várias preciosidades das celebrações: o What's Your 20?, com músicas essenciais da carreira da banda, e a coletânea Alpha Mike Foxtrot, quatro discos cheios de lados B, versões alternativas, demos, lives ENFIM maravilhosidades. Vida longa ao Wilco, venham logo pro Brasil, beijos)

A presença do Death Cab For Cutie tem sido uma constante nas minhas listas de final de ano, de modo que não me surpreende que o Transatlanticism e o The Photo Album estejam batendo ponto aqui de novo, assim como o Mellon Collie and The Infinite Sadness do Smashing Pumpkins. Sobre esse último, pode ter certeza que ele só está na lista porque "Jellybelly" é, e sempre vai ser, minha música pauleira favorita pra ouvir quando eu preciso descarregar minhas energias. Já o Red, da Taylor Swift, chegou em 2012 pra nunca mais me largar e eu acho difícil me imaginar não pulando ao som de "22" ou sofrendo com "All Too Well"

Por fim, andei meio enjoada de Los Hermanos, mas agora no final do ano tenho escutado bastante o Ventura e lembrando por que, afinal, coloquei ele na minha lista de CDs mais importantes da vida. Arctic Monkeys segue comigo também, porque claramente não superei o AM, muito menos o Suck It and See. 

Bloco 2: aleatório porém honesto


Aquele cd Sasha Fierce não sei das quantas me afastou muito da Beyoncé, sabe. Muito mesmo. Se não fosse por "Single Ladies" e "Ego" eu diria que podia ser queimado numa fogueira do Ray Bradbury. Por isso, nem quis saber qual era a do 4, que veio em seguida, mas ainda bem que tomei tento nessa vida pois: MELHOR DISCO DE BEY. O que dizer sobre uma sequência que começa com "Love on Top", passa por "Countdown" e termina com "End of Time"? Vamos lá de novo: MELHOR DISCO DE BEY. Fiquei feliz que resolvi explorá-lo de novo, pois me rendeu vários hinos pra vida.


Descobri a Chela no canal Gato & Gata (inclusive fica a dica) e não parei nunca mais de ouvir essa música. Se não fosse de 2013 poderia ser total minha jam de 2014.

Bloco 3: rebarba de 2013

Pois é, nem sempre um disco me pega logo quando é lançado. Foi o caso, por exemplo, de Pure Heroine, da Lorde. Ouvi ano passado, curti, mas não foi aquelas coisas. No entanto, com o tempo, ele só foi crescendo com o passar dos meses e foi uma das coisas que eu gostei de ouvir em 2014 - "400 Lux", "Ribs" e "World Alone" foram músicas muito importantes no meu ano. 


Outro caso bem comum é que eu deixo passar vários lançamentos e acabo descobrindo a mágica só depois que todo mundo já celebrou e até encheu o saco. Eu acompanho a Kate Nash desde seu primeiro álbum, mas acabei deixando o Girl Talk passar. Não fazia ideia da guinada punk que ela deu na carreira, mas aplaudi de pé, morri de me esgoelar junto com ela e participei de vários mosh pits imaginários ao som de "Sister". Girl Talk é um disco TÃO NECESSÁRIO! Falou-se muito sobre ele,  e de um jeito bem horrível, aliás: seria simplesmente patético se não fosse tão deprimente e revoltante ver como os homens resenham mal trabalhos femininos sobre questões femininas. O tanto de bosta que eu li sobre esse CD é uma daquelas coisas que eu queria desler mas infelizmente não posso. Muito rant feminista e aquelas letras com verdades sobre relacionamento que doem na alma. Obrigada, Kate, pelo "Rap for Rejection", por "Conventional Girl" e por "Are You There Sweetheart?". Obrigada por ter me deixado gritar junto com você esse ano, ainda que atrasada. 

Ano passado também saiu essa coletânea com uns lado B do Rilo Kiley, meio que um prêmio de consolação depois do fim definitivo da banda. Chega a ser maldade o Rkives ser tão bom, porque nunca vamos ouvir aquelas músicas ao vivo e "Let Me Back In" e "It'll Get You There" nasceram pro palco. É um álbum bem bom, bem especial, e a impressão que eu tenho é que ele funciona como um apanhado de tudo que a banda tem de melhor, mas com músicas que são, em sua maioria, novas pro público. Não é maravilhoso? SDDS RILO KILEY, SDDS BLAKE & JENNY, VOLTEM PFVR. 

Por fim, descobri o Hurray For The Riff Raff só esse ano, graças ao primeiro clipes deles. Ainda que o disco lançado esse ano esteja entre meus melhores de 2014 (#spoiler), o que me conquistou mesmo foi o My Dearest Darkest Neighbor, de 2013. O som da banda é um country alternativo que eu gosto pacas, e esse cd é de uma brejeirice maravilhosa e ainda vem com covers incríveis de "Jealous Guy", "My Sweet Lord" e "I'm So Lonesome I Could Cry". Recomendo muito pra quem estiver sofrendo ou só curte uma dramatizada na vida. 

Bloco 4: trilha sonora do ano


Essa eu nem precisei pensar: Guardiões da Galáxia. Porque lógico. Não é trilha original, tem músicas que já tocaram em vários outros filmes (alô I'm Not In Love!), mas ninguém bate o Awesome Mix da senhora mãe do nosso querido Star Lord. Do cinema a trilha sonora foi direto pro meu celular e meses depois ainda sou assolada por ondas de sentimentos sempre que "Fooled Around And Fell In Love" começa a tocar de surpresa. E tem David Bowie, Jackson 5 e The Runways! Eu desconfio é de quem já superou essa paulada!

Bloco 5: clipe favorito de 2014

FEELINGS ARE THE ONLY FACTS. Ninguém faz clipes melhores que os do One Direction. Ninguém. Nem a Beyoncé. Aliás, o disco novo deles, Four, só não aparece na lista de melhores do ano (#spoiler 2) porque estive muito ocupada não superando o Midnight Memories. 

Bloco 6: meus melhores discos de 2014




































Warpaint (Warpaint): Se eu consegui entregar algum trabalho no prazo esse ano, pode colocar na conta dessas meninas aí. O disco novo das Warpaint (aquela banda das músicas das lojas chiques e descoladas, segundo uma amiga minha) foi minha melhor e mais eficiente companhia nas eternas madrugadas redigindo artigos e terminando trabalhos. 
Músicas favoritas: "Love Is To Die" e "Disco//very"




































Wild Onion (Twin Peaks): Amei antes de ouvir só por causa do nome, porque são de Chicago e porque descobri via Rdio do Spencer Tweedy? Sim, senhores. Ouvi o disco há pouco mais de duas semanas e ele já entrou pra lista de álbuns mais ouvidos do ano? Apenas verdade. As músicas são incríveis porque tem nome de comida? Amém, amigos. Jovens nervosinhos e com cara de sujos, me passam a impressão de um Strokes dos bons tempos, revisitado e atualizado. Vida longa. 
Músicas favoritas: "Sloop Jay D" e "Making Breakfast".




































Everything Will Be Alright In The End (Weezer): Rivers Cuomo, é você??? Que coisa bem boa ver uma banda que tinha se perdido por aí se reencontrar, principalmente se é uma banda tão querida e sensacional como o Weezer. Só falta confirmar uns showzinhos no Brasil, né amados? Se bem que não pois não terei dinheiro pra ir 
Músicas favoritas: "Eulogy For a Rock Band", "Go Away" (BETHANY COSENTINO EU TE AMO), "Back To The Shack".




































Small Town Heroes (Hurray For The Riff Raff): Nunca clico em matérias sobre estreias de clipes, muito menos assisto aos tais clipes estreantes, mas por um estranho motivo cliquei nessa, assisti ao clipe e me apaixonei. Era destino conhecer Alynda Lee Segarra, mina faca e ternura na botina, brejeiríssima e maravilhosa, assim como o country moderninho da sua banda. No meio de uma música ela suspira e diz: "It's so hard to love someone..." e tipo, nossa, uau, parabéns moça, é isso mesmo.
Músicas favoritas: "Levon's Dream" e "I Know It's Wrong (But That's Alright)".




































English Oceans (Drive-By Truckers): Tá pouco de country, manda mais. Vi esse disco em uma lista de melhores do ano até agora, o que é uma lástima gigantesca. Holy guacamole, que CD bem bonito esse. Só "Pauline Hawkins" já valeria uma posição em qualquer lista. Desisto de entender vocês.
Músicas favoritas: "Pauline Hawkins" e "Natural Light".




































Banda do Mar (Banda do Mar): Torci o nariz o quanto pude, porque aqui é team Amarante, saudades eternas do Little Joy e idade mental de 13 anos. Eventualmente sucumbi: em Alagoas, na beira de um mar cuja água chega na temperatura de 22º tudo desce mais gostoso. CD delicinha, adorei os arranjos roqueirinhos e quase ignoro que todas as músicas do Camelo soam como todas as músicas dele no Los Hermanos.
Músicas favoritas: "Muitos Chocolates", "Me Sinto Ótima" e "Seja Como For".




































Sukierae (Tweedy): Li um tuíte muito ótimo que dizia que esse disco era o que aconteceria se o placar do 7x1 fosse invertido. O projeto solo do Jeff Tweedy, do Wilco, com seu filho, Spencer (QUE MOLEQUE LINDO) é isso mesmo, uma delicinha, e esteve comigo em todas as estradas de 2014, que não foram poucas. Aff, melhor família.
Músicas favoritas: "Please Don't Let Me Be So Understood", "Wait For Love" e "Low Key".




































Beyoncé (Beyoncé): A mulher me lança um disco surpresa quase no fim do ano, quando todas as listas já estão fechadas só pra rir da nossa cara e dizer que não precisa disso. Mas precisa, ainda que com atrasado. Desde janeiro minha rotina é acordar, lavar o rosto, escovar os dentes, colocar a água do café pra ferver e ouvir o cd da Beyoncé enquanto preparo meu café da manhã. Todos os dias, há um ano. Yoncé all on his mouth like liquor pra sempre.
Músicas favoritas: "Partition", "***Flawless" e "Drunk In Love".




































1989 (Taylor Swift): Tão estranho pensar que esse disco saiu em outubro, porque a impressão que eu tenho é que estou ouvindo essa música há muito mais tempo. 1989 virou codinome pra 2014 e suas músicas tocaram nos momentos mais importantes do meu ano mesmo quando nem existiam ainda. Obrigada Taylor, por ser minha melhor amiga famosa e my spirit animal.
Músicas favoritas: "Style", "Blank Space" e "New Romantics".




































The Voyager (Jenny Lewis): O único motivo que faz o 1989 estar em segundo lugar nessa lista é porque o primeiro já é da Jenny Lewis desde junho. Com corações rabiscados na capa e tudo, porque sim, porque é a única opção possível. A gente não poderia ter se encontrado numa hora mais certa, e como eu já disse aqui antes, fico feliz e aliviada por saber que as coisas mais loucas da minha vida, os sentimentos mais confusos e os perrengues mais complexos estão pra sempre registrados nas músicas da Jenny, minha ultimate sad girl, complicada e perfeitinha do coração, irmã mais velha das minhas mágoas, louca e difícil demais pro seu próprio bem.
Músicas preferidas: "She's Not Me", "Just One Of The Guys" e "Late Bloomer"

4 comentários:

  1. Amiga, cê sabe que eu pouco sei falar sobre retrospectivas de cds e filmes, de modo que apenas compartilho do seu comentário sobre 1989: parece que ouço isso desde que pulei as ondinhas na virada do ano. Esse álbum marcou 2014 - e foi uma das poucas coisas incríveis, junto com vocês, claro. <3
    Taytay nossa bff! Amo!

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  2. Oi, Anna!
    Retrospectiva musical é uma coisa muito ótima porque eu sempre fico aqui pensando... olha quanta música existe no mundo, e eu ouvindo Continuum - provavelmente é o cd que eu mais ouço todo ano, rs - no repeat desde 2007.
    Obviamente você já sabe que 1989 foi um favorito, e Red segue sendo um favorito (eterno, provavelmente), e tem umas outras coisas na sua lista que eu ouço também, mas gostei especialmente porque tem links porque eu posso descobrir umas músicas novas pra essa vida. Porque se os meus cds mais escutados fossem cds físicos, já estavam gastos.
    Aguardarei as outras partes da premiação do So Contagious, já que livros e filmes são mais a minha área hahaha
    Beijo!!

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  3. Que legal! eu adoro ler listas de melhores do ano <333 principalmente de outras pessoas, porque eu morro de preguiça de ver aquelas top 50 que eventualmente sempre tem a mesma coisa (vide pitchfork e stereogum) Gostei da sua! Bem variada!

    http://www.prefirobsides.com.br/

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