terça-feira, 10 de novembro de 2015

Segunda-feira

Meu principal clamor aos céus nos últimos tempos é conseguir passar uma aula de francês inteira sem ouvir o nome da presidente Dilma. O problema não é a revolta dos meus colegas, que eu acho até bem justificável, mas conjugar verbos já torna a experiência da aula desagradável o suficiente. São quase nove da noite, meus queridos, vamos trocar receitas de creme brulée, por favor?

Ontem minha professora começou a murmurar sobre o novo cálculo do tempo de contribuição para a aposentadoria. Os comentaristas de portal já se alvoroçaram, aquele era o momento de brilhar. 

- Noooooossa, mas assim vai demorar demais pra eu aposentar. Quantos anos será? Tudo culpa daquela mulher, etc, etc, etc, fora PT, presidanta, é por isso que o Brasil não vai pra frente, etc.

- Você acha mesmo que o sistema previdenciário vai durar até lá?


Estranhamente, ninguém quis comentar. 

Segunda-feira, sabe. Nove da noite. Fiquei rindo por dentro, me sentindo vingada, mas seria mais engraçado se não fosse verdade.

(Eita pesou o clima de novo) 

8 comentários:

  1. Sempre me surpreendo como somos iguais. Eu sou a pessoa que já declinei carona algumas vezes, porque o carro era sempre dois assuntos: ODEIO O CURSO e ODEIO A DILMA, e não sou obrigada a ficar discutindo vídeo com montagem da Dilma quando posso voltar na paz do nosso senhor de ônibus, fazendo fanfic mental do Alex?

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  2. Ai gente, ô trem que me irrita é quando os assuntos amenos descambam pra esse lado de política. Não que eu seja fã do governo atual e ache que está tudo uma maravilha, mas CÉUS, sabe? Chega?
    Te amo! Um dia já foi!

    <3

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  3. Estou a ponto de sair correndo e gritando se ouvir o nome Dilma. Os almoços de família se tornam mais desagradável todos os dias. Brother, vamos falar de coisa legal? Vamos falar da novela das 6? Meu pai tem todos os spoilers.

    Te amo <3

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  4. Minha estratégia tem sido usar aquelas extensões que bloqueiam conteúdo com uma palavra, sabe? Se tem Dilma no facebook, aparece uma imagem no lugar da notícia. Recomendo, ainda que me sinta um pouco culpada por ignorar o jornalismo. Mas só um pouco, na real. Sanidade mental é mais importante.

    E quando almoços de família partirem pra esse lado, casualmente cante 'fuck you' da lily allen mentalmente. Também serve pra comentários preconceituosos em geral, tipo aquele parente reaça vindo contar do absurdo que foi ver dois homens se beijando na rua. Faz com que as reuniões de final de ano sejam bem mais suportáveis.

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  5. Como é a revolta em francês? Le PT robé?

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  6. Nossa, amiga, concordo com você. Ninguém merece durante a aula de outra língua falar disso. Confesso que assunto Dilma até me cansa. Na minha aula de inglês sempre colocam o nome dela, mas faço egípcia.

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  7. Nossa, que ódeo quando a gente ta num ambiente que de propício para discutir política tem NADA e as pessoas insistem em falar da Dilma. Não aguento mais esse nome, gente. Vamos falar do tempo, vamos fazer umas miçangas, sabe?
    <3

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  8. teve um loja em que eu trabalhei como caixa e todo fucking cliente vinha com ~teu uniforme é vermelho mas tu não é petista né?~ e toda essa linha de ~fora PT, vão falir esse país, não consigo nem mais comprar como antes (30mil por mês é foda né mores), dilma @#$@#%#&~ sas coisa tudo que NÃO SOU OBRIGADA

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