segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Vamos falar de qualquer coisa sem escrever textão

Escrevendo eu falo pra caralho, né?

Sempre adorei essa frase. Basta rolar a barra do blog pra ver como é verdade, até porque você vai rolar bastaaaaante, e olha que são só três posts na página inicial. Acho que existem dois tipos de pessoas no mundo: aquelas que se preocupam com a quantidade mínima de caracteres e aquelas que perdem o sono pensando na máxima. Na época das redações da escola eu precisava diminuir umas duas vezes o tamanho da minha letra já minúscula para não ultrapassar as sofridas trinta linhas, e eu ainda insisto em perguntar se aqueles ínfimos 2000 caracteres designados pra matéria são com ou sem espaço. Ainda lembro da primeira reportagem que entreguei pro jornal: 8000 toques pra um espaço de 3000. Não sei como isso aconteceu.

Porque é assim que eu funciono quando escrevo: eu preciso divagar, eu preciso preparar o terreno com uma introdução de três ou quatro parágrafos que talvez não tenham relação alguma com o tema central, eu preciso contar como eu cheguei até ali, eu preciso descrever minuciosamente o forro da mesa, e o sapato que eu usava, e é preciso citar Cartola, Taylor Swift, Meninas Malvadas, e sempre tem aquele livro que eu li que tem tudo a ver como o tema, ou aquela conversa, aquele filme, e Deus nos proteja do que pode acontecer quando eu acordo socióloga. E aí aquela história: era pra ser só um casinho do ônibus, só um comentário aleatório sobre o céu, a música que tocou na hora certa, um encontro desajeitado, mas quando dou por mim: textão. 

Chegou a viciada em problematizar
E nada contra textão, sabe, inclusive manda mais que tá pouco, mas o negócio é que essa brincadeira às vezes cansa. São três, quatro horas escrevendo um texto que muito provavelmente já passou uns dias rodando na minha cabeça, sendo construído aos pouquinhos naqueles minutos antes do sono. É muita energia reunida, que nem sempre me sobra. Às vezes eu realmente só quero contar um casinho, dividir uma bobagem, deixar no ar uma anedota divertida (ou não). Até tento, mas não me parece certo, não me parece completo, muito menos suficiente. Queria ser como Plan, Renata e Cacá que em pouquíssimas linhas conseguem um argumento completo, fazem rir, e possuem a capacidade de fazer aquelas palavras, poucas mas certas, parecerem o bastante, como se não houvesse outro jeito imaginável de se dizer aquilo. 

Compartilhei isso com minha amiga Analu, que padece do mesmo mal (se não ela, quem?), pouco antes de termos conversado longamente sobre nossos desequilíbrios emocionais no que tange a relacionamentos. Ela soltou: no fundo isso é uma grande metáfora da nossa vida, né? Porque o transtorno reside justamente no fato de não termos tanto medo do compromisso como temos do casual. Não há diversão para nós (ai de nós!), que somos românticas, em se divertir com os errados. Tudo tem que ter um contexto, uma introdução de três parágrafos, trinta e três adjetivos para dar conta da cor daqueles olhos. Vocês que aumentam a letra e suam para escrever 15 linhas não sabem a dificuldade que eu tenho de sentar e contar um casinho. Ou ter um. 

Pensando nisso, na minha falta de tempo, na nossa saudade de escrever, e na urgência de reavivar nossos blog, depois de algumas semanas de crônicas e da loucura do BEDA, nos lançaremos agora num desafio que criativamente chamamos de SEMANA DE ANEDOTAS. A ideia é, por uma semana, todos os dias, chegar aqui e contar uma anedota. Uma coisa bestinha, um comentário, uma frase de efeito. Tudo em poucas linhas e parágrafos magros. Não sei como isso vai acontecer, visto que este, que deveria ser apenas um post introdutório, conta com as palavras "metáfora" e "vida" usadas numa mesma frase. Bless my little heart.

Aliás, esses dias entrei no Tinder, mas vou poupar vocês da analogia.

Até breve, meus fãs
Aproveitem o tempo para descansar as vistas
Yours truly,
Textão :*

9 comentários:

  1. Ai, mal posso esperar para ler vocês todo dia! Amo de verdade seus textões, mas acho que essa experiência vai ser maravilhosa também. Mas aposto bem que as suas anedotas vão ser meio que do tamanho dos meus textos normais hahaha E to chorando de rir desse tuíte ilustrativo.

    Já estou montando acampamento aqui. Te amo <3

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  2. MAS A GENTE AMA OS SEUS TEXTÕES. Eu jurava que no BEDA você se renderia aos posts curtos, mas você fez o impossível! Hahahahah Nem reclamei. Eu adoro textões, mas tento me policiar. Já me acusaram de MEU DEUS, CINCO PARÁGRAFOS??? Mas, gente, o que a gente faz com menos que isso? Considero meus textos de tamanho médio. Eu escrevo uma introdução enorme, vão uns 15 parágrafos, aí na hora de revisar eu acabo cortando tudo. Aprecio demais os blogs com posts curtinhos, mas com um misto de fascínio pela proeza realizada e tristeza por saber que jamais chegarei naquele nível. Ainda bem que tem espaço pra todo tipo de texto. Aguardando suas anedotas de 10 parágrafos (brincadeira :P)

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  3. Amo que o post introdutório da anedota já tem mais parágrafos que todos os posts da Plan que estão na página inicial dela: amiga, assim como vocês, não consigo ter síntese. Quando faço memes, cada tópico seria um post. Vida que segue.

    Mas posso dizer que AMEI ESSE TEXTO, e você escreve MARAVILHOSAMENTE, e eu quero te tatuar em mim? AFFFF ANNA VITORIA PARA COM ISSO.

    (estou considerando postar uma anedota essa semana, imagina)

    beijo te amo

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  4. Uma das coisas que eu mais amo nos textões -além de escrevê-los- é quando depois de tantas linhas a minha vontade de abraçar a pessoa se torna maior que o texto em questão, o que inclusive aconteceu no seu post anterior a esse, que eu só não comentei porque você postou esse, e eu tenho um toque muito louco em que não me permito comentar em um post anterior quando há um novo, mas enfim.
    Me identifiquei com seu caso nas redações, me lembro de escrever uma redação com duas páginas frente e verso no ensino fundamental, para o famigerado Proerd, e até hoje não acredito que o policial teve coragem de ler tudo aquilo, porque além de escrever muito eu tenho cacografia :~
    XÔ TE PERGUNTAR, vi um tweet seu falando sobre o livro da Isabela Freitas e queria pedir sua permissão para coloca-lo em um post meu que deve sair daqui umas duas semanas se tudo der certo, posso?
    Ansiosa estou para a anedota (ou não) de amanhã, beijos <3

    Novembro Inconstante

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  5. Amiga, você pra variar foi muito magnífica nessa introdução. Amo essa aura de pendatismo que eu tento ter e você tem naturalmente, aff. Posso falar de novo que quando eu crescer eu quero ser você?
    Sou louca pelos seus textões, vai ser difícil e dolorido acostumar a entrar aqui e ler anedotas - tão difícil e dolorido quanto DEIXAR anedotas lá no meu cantinho.
    Se não fosse assim não seria a gente.
    Te amo muito e vamos nessa. <3

    (Sdds ser normal na questão dos relacionamentos. Povo de boas em ter casinhos e a gente já olha pro cara pensando se rola casamento. BONECO)

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  6. Anna. <3 Eu AMO teus textos e devo ter falado isso aproximadamente umas 200 vezes já, mas não custa reforçar. Mal posso esperar pra ter vocês de volta na timeline. Embora eu não esteja muito por aqui, menos ainda lendo tudo, é sempre bom.

    Beijos!

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  7. Já amo que vou poder ler vocês a semana inteira, estava com muita saudade etc etc, and vou amar ver vocês (pelo menos) tentando escrever pequenas anedotas (risos) - mas no fundo tô torcendo pra sair textão porque TEAM TEXTÃO.

    Bjs, te amo <3

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  8. Eu chamo de:
    escrever bem: tu
    escrever mal: eu
    sério, NÃO CONSIGO NÃO RESUMIR TUDO, quando tenho que escrever mais sobre alguma coisa (no meu tcc foi assim, por exemplo) NÃO SAI. e eu tento e não consigo hahaha
    acho que vou tentar fazer o inverso do que tu tá fazendo: vamos falar de qualquer coisa escrevendo textão.
    meus posts de rascunho do blog são um eterno UMA FRASE SÓ SOBRE UM ASSUNTO QUE QUERIA FALAR UM MONTE, foi aí que tive a idéia de fazer aqueles posts aleatórios onde junto tudo de uma vez mesmo hahaha

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  9. Eu AMO/SOU textão! Acompanho seu blog faz tempo porque adoro pessoas que escrevem bastante hahaha apesar disso, acho interessante o desafio. Mas fica o apelo: não deixe o textão acabar! hahaha

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