Lembro bem quando eu comecei a curtir música de verdade, lembro da perspectiva zero de ouvir alguma notícia que algum dos meus artistas favoritos poderia estar desembarcando no Brasil daí a alguns meses. Quando vinha algum artista gringo, ou era o Sting, ou Metallica, AC/DC e algum outro artista que eu, sinceramente, não faço a menor questão. Os meus favoritos estariam sempre distantes, imponentes na sua condição de bandas inglesas, americanas, francesas e blablabla. Eu era feliz e não sabia.
Eis que assim sem mais o Brasil entra de repente no corredorzinho internacional da música, de repente, parece que todo mundo resolveu que tocar aqui seria uma boa idéia. Os aeroportos antes vazios agora viraram um tromba-tromba de lendas sem fim. Até consigo ver a bolsa da Madonna enroscada no terno do Alex Kapranos, que tropeçou nas malas do Brandon Flowers, que tomou café com o Thom Yorke, que disse oi pra Cat Power, que trocou uma idéia com a Kim Gordon, que pisou no pé do Iggy Pop. E parece que cada mês é um festival diferente e um tapa na minha carinha, aqui presa no interior de Minas, sendo obrigada a ver twittadas frequentes dos felizardos que estão lá, pulando e sendo amor ao som das minhas bandas favoritas.
A primeira vez que isso doeu foi em 2007. The Killers, Arctic Monkeys, Björk, Juliette and the Licks. Sem mencionar Strokes em 2005 e Rufus Wainwright no ano passado. Não vou falar nada desse ano que me dói o coração. Lembro que no dia seguinte ao primeiro show do Killers aqui, fui correndo no Youtube, abri na filmagem tosca de Read My Mind e aquele povaréu todo cantando junto trouxe um sentimento nada nobre até mim: preferia, do fundo do coração, a época que ninguém vinha pra cá. Se eu não posso ver, é melhor que ninguém veja. Humana, demasiado humana.
Esse ano consegui ver o Radiohead e, não é porque eu tava lá, mas com certeza foi um dos melhores do ano, quissá da década, não fosse a tremenda falta de organização. Se eu pelo menos morasse em São Paulo, teria que encanar só com o preço do ingresso, mas morando aqui, outras coisas precisam ser consideradas, como escola, viagem, disposição do meu pai, etc, etc, etc. Pelo menos eu fui em um, e acabei matando dois coelhos com uma só paulada, porque no mesmo dia vi shows de duas das minhas bandas favoritas, eles e o Los Hermanos. Fiquei de boa com o Franz, não liguei muito pro Sonic Youth, bateu um aperto com Cat Power, chorei claves de sol com Little Joy, mas o The Killers de ontem eu confesso que doeu de verdade. Mandei um monte de gente morrer no twitter.
A única coisa boa nisso tudo é que a esperança de que eles voltem, e de que mais gente volte, e que dê para que eu vá vê-los é enorme. É nisso que eu me apego, porque ficar ouvindo "I Can't Stay" daqui, imaginando como está sendo de lá, não tá sendo legal não, resta aquela vontade malvada de que o som esteja ruim, o microfone falhando. Que coisa feia, Anna Vitória. Humana, demasiado humana.
Nos links tem vídeos para apresentações divinas em que eu estava, ou gostaria de estar. No Brasil, ou não.
Eis que assim sem mais o Brasil entra de repente no corredorzinho internacional da música, de repente, parece que todo mundo resolveu que tocar aqui seria uma boa idéia. Os aeroportos antes vazios agora viraram um tromba-tromba de lendas sem fim. Até consigo ver a bolsa da Madonna enroscada no terno do Alex Kapranos, que tropeçou nas malas do Brandon Flowers, que tomou café com o Thom Yorke, que disse oi pra Cat Power, que trocou uma idéia com a Kim Gordon, que pisou no pé do Iggy Pop. E parece que cada mês é um festival diferente e um tapa na minha carinha, aqui presa no interior de Minas, sendo obrigada a ver twittadas frequentes dos felizardos que estão lá, pulando e sendo amor ao som das minhas bandas favoritas.
A primeira vez que isso doeu foi em 2007. The Killers, Arctic Monkeys, Björk, Juliette and the Licks. Sem mencionar Strokes em 2005 e Rufus Wainwright no ano passado. Não vou falar nada desse ano que me dói o coração. Lembro que no dia seguinte ao primeiro show do Killers aqui, fui correndo no Youtube, abri na filmagem tosca de Read My Mind e aquele povaréu todo cantando junto trouxe um sentimento nada nobre até mim: preferia, do fundo do coração, a época que ninguém vinha pra cá. Se eu não posso ver, é melhor que ninguém veja. Humana, demasiado humana.
Esse ano consegui ver o Radiohead e, não é porque eu tava lá, mas com certeza foi um dos melhores do ano, quissá da década, não fosse a tremenda falta de organização. Se eu pelo menos morasse em São Paulo, teria que encanar só com o preço do ingresso, mas morando aqui, outras coisas precisam ser consideradas, como escola, viagem, disposição do meu pai, etc, etc, etc. Pelo menos eu fui em um, e acabei matando dois coelhos com uma só paulada, porque no mesmo dia vi shows de duas das minhas bandas favoritas, eles e o Los Hermanos. Fiquei de boa com o Franz, não liguei muito pro Sonic Youth, bateu um aperto com Cat Power, chorei claves de sol com Little Joy, mas o The Killers de ontem eu confesso que doeu de verdade. Mandei um monte de gente morrer no twitter.
A única coisa boa nisso tudo é que a esperança de que eles voltem, e de que mais gente volte, e que dê para que eu vá vê-los é enorme. É nisso que eu me apego, porque ficar ouvindo "I Can't Stay" daqui, imaginando como está sendo de lá, não tá sendo legal não, resta aquela vontade malvada de que o som esteja ruim, o microfone falhando. Que coisa feia, Anna Vitória. Humana, demasiado humana.
Nos links tem vídeos para apresentações divinas em que eu estava, ou gostaria de estar. No Brasil, ou não.
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