quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Insanidades.

Diário de Viagem para Fortaleza #4 (#3) (#2) (#1)

Como no primeiro dia de Beach Park eu fiz o favor de dar com os burros n'água, literalmente, aproveitei muito pouco do parque. No segundo dia que fomos lá eu, já com o pé recuperado, fui pronta pro crime. Ia descer em todos aqueles tobogãs malucos e sim, o Insano estava incluso no plano, aliás, ele era o primeiro da lista. Assim que soubemos, no começo do ano, que íamos juntos pra Fortaleza, Pedro e eu fizemos um combinado de que iríamos no Insano nem que alguém tivesse que nos tacar lá de cima. Por incrível que pareça, quando eu caí no mar a primeira coisa que pensei foi: "droga, quebrei meu pé, não vou poder ir no Insano, e agora?".

No primeiro dia eu não tinha ido em nenhum escorregador de verdade, mas o Pedro sim, um que é um tubo todo fechado chamado Sarcófago, que não tem nem 1/3 do tamanho do Insano e ele achou muito terrível. Tão terrível que ele começou a querer abortar o plano. Passei dois dias falando na cabeça do meu primo que nós precisávamos descer no Insano, porque sabe Deus quando voltaríamos lá, e se voltássemos, voltaríamos cheios de juízo, com muita noção na cabeça pra encarar um escorregador de 41 metros de altura, com quase 90º de inclinação. Ele disse que ok, ele iria, mas teria que ser o primeiro e aí fui eu que comecei a querer fugir. Quando dei de cara com o trambolhão que ele era, fiquei morrendo de medo. Mas fui com fé subindo mancando aqueles 14 andares de escada.

O clima na fila não era dos melhores, 97,5% eram homens marmanjões que estavam se borrando de medo, e só tinha eu de menina lá. Ninguém falava muita a coisa a não ser que era loucura estar ali. Eu tava tranquila, juro que estava, não costumo ficar muito nervosa em filas. O Pedro foi o primeiro a descer. Eu repetia comigo mesma "se eu cair, do chão eu não passo, e se eu morrer, vou estar com Jesus lá no céu e ainda me livro do Paies" como um mantra. Quando a moça disse que eu podia descer e eu deitei no escorregador e dei impulso, a única coisa que eu pensei quando eu terminei de escorregar na parte reta e ia rumo a queda foi "ixi".

Na hora da queda, você se descola completamente do escorregador. "Ah, então morrer é assim", foi o que eu pensei enquanto parecia que meu coração fazia uma força sobre-humana pra rasgar minha pele e sair logo dali. E quando eu vi eu já estava lá embaixo. É rápido, muito rápido e quando você cai você bate a bunda com muita força e pensa que nunca vai parar de escorregar, porque até você perder velocidade e cair na piscina, rola um bom tempo de você lá sentado voando baixo no escorregador sem medo de ser feliz. Eu saí de lá achando que é um escorregador muito superestimado, todo mundo fala que é uma adrenalina não legal, que você sai de lá mal de verdade e eu achei animal. Mesmo. Só não fui outra vez porque minha avó ficou muito aflita (juro!) e também porque subir a escadaria não é moleza.


Fui em todos os outros tobogãs, só deixei o Sarcófago de lado porque fui em um parecido com ele que é só metade fechado e achei muito ruim. Não sei se foi porque eu caí de mal jeito, bebendo água loucamente e abria o olho e não via nada e pensei de verdade que fosse morrer, mas sei que não quis encarar aquele tubo. O resto, posso ganhar a carteirinha dizendo que eu fui em todos, parabéns, eu brilhei.

Um comentário:

  1. ukashasukhasuk vou viajar à fortaleza esse ano e procurando fotos dos toboaguas vi seu blog.. morri de rir!! sou meio cagona mas vou com minha amiga, se ela for e eu não vai me encher o saco até a morte. sua narrativa pelo menos ajudou a quebrar a tensão q minha mãe colocou em mim dizendo que a amiga dele teve infecção urinária descendo o insano, já q a calcinha do biquine entrou fundo na procurada dela e "danificou" a paradinha de fazer xixi...0o


    acho q vc escreve mto bem parabéens =)

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