Em pleno sábado de manhã lá fomos nós para uma das praças mais movimentadas do centro da cidade fazer um trabalho de campo. A missão? Entrevistar pessoas a respeito de, no geral, a questão da mulher na sociedade atualmente. Mercado de trabalho e política eram o foco da pesquisa. O trabalho faz parte do projeto da minha sala, nesse ano, para aquela atividade na escola, o Ciência e Cidadania, o qual expliquei aqui, ano passado. A praça foi escolhida porque além do natural movimento, naquele dia estaria tendo uma campanha de vacinação contra a gripe suína, portanto, gente espalhada por tudo quanto é lado.
Tive a impressão que fui a única da sala que realmente estava achando divertidíssimo fazer aquilo. Não tenho problema algum em me trabalhar na cara de pau e abordar as pessoas, pedindo ajuda. Me empolguei tanto que, ao acabar com minhas fichas, saí fazendo o trabalho do pessoal que estava com problemas ou preguiça de arranjar entrevistados. Meus amigos, claro, ficaram enchendo muito meu saco, imitando meu jeito serelepe de chegar nas pessoas, mas vou assumir que isso era inveja, já que ninguém se recusou a ser entrevistado por mim, enquanto eles levavam não atrás de não. Haha.
Todas as pessoas foram extremamente simpáticas ao responder as perguntas, umas começavam com a cara fechada, mas logo se soltavam. Tinham aqueles que eram bem diretos ao responder, aqueles que ficavam incertos na maioria das vezes, os que divagavam tanto a ponto de eu ter que olhá-los com cara de "moço, pelo amor de Deus, eu ainda tenho esse monte de questionários para aplicar e estou louca para poder acabar e ir olhar esmaltes e dvds nas Lojas Americanas", os que me indignavam com suas respostas (uma mulher respondendo que não acreditava que as mulheres tinham competência para comandar uma grande empresa) e aqueles que eram extremamente divertidos.
Dos divertidos, ressalto a mulher que, quando perguntei qual era sua profissão, foi categórica e respondeu: escrava. Ela respondeu de um jeito tão firme e sério que fiquei ali parada, pranchetinha na mão, olhando para ela com cara de "me ajuda, moça", até que ela caiu na risada e disse que era dona de casa. Uma velhinha começou a me fazer mil perguntas sobre a vacina da gripe suína, como funcionava a campanha, se fazia mal tomar a vacina da gripe normal e, uma semana depois, a da gripe A, todas essas perguntas seguidas, sem me deixar ao menos responder que eu era uma mera estudante batalhando pelos meus cinco pontos por matéria que aquele projeto me daria. E o mais legal de todos foi um velhinho, que me fez uma brincadeira quando perguntei-lhe a idade. As respostas dele foram tão legais, tão coerentes, tão verdadeiras que lamentei por ter que marcar apenas sim/não no questionário, e por ter que ir embora depois. Queria ficar ali sentada conversando com ele, que usava um óculos aviador estilo Ray-Ban, camisa pólo, suspensórios divertidos, e jogava damas com seus companheiros.
O que me deu mais vontade ainda foi de fazer aquilo pra sempre. Não andar na praça numa manhã de sábado, com a camiseta roxa do projeto, com meu caderno improvisado de prancheta, mas entrevistar pessoas, escrever sobre o que descobri... Antes de irmos para a praça, participamos de uma mesa redonda com lideranças partidárias, sobre o mesmo tema. Enquanto eles falavam e eu fazia minhas anotações, só pensava em como poderia transformar aquilo numa matéria. Era praticamente automático.
Será esse um sinal, que venho procurando a todo tempo, sobre o que devo prestar?
Tive a impressão que fui a única da sala que realmente estava achando divertidíssimo fazer aquilo. Não tenho problema algum em me trabalhar na cara de pau e abordar as pessoas, pedindo ajuda. Me empolguei tanto que, ao acabar com minhas fichas, saí fazendo o trabalho do pessoal que estava com problemas ou preguiça de arranjar entrevistados. Meus amigos, claro, ficaram enchendo muito meu saco, imitando meu jeito serelepe de chegar nas pessoas, mas vou assumir que isso era inveja, já que ninguém se recusou a ser entrevistado por mim, enquanto eles levavam não atrás de não. Haha.
Todas as pessoas foram extremamente simpáticas ao responder as perguntas, umas começavam com a cara fechada, mas logo se soltavam. Tinham aqueles que eram bem diretos ao responder, aqueles que ficavam incertos na maioria das vezes, os que divagavam tanto a ponto de eu ter que olhá-los com cara de "moço, pelo amor de Deus, eu ainda tenho esse monte de questionários para aplicar e estou louca para poder acabar e ir olhar esmaltes e dvds nas Lojas Americanas", os que me indignavam com suas respostas (uma mulher respondendo que não acreditava que as mulheres tinham competência para comandar uma grande empresa) e aqueles que eram extremamente divertidos.
Dos divertidos, ressalto a mulher que, quando perguntei qual era sua profissão, foi categórica e respondeu: escrava. Ela respondeu de um jeito tão firme e sério que fiquei ali parada, pranchetinha na mão, olhando para ela com cara de "me ajuda, moça", até que ela caiu na risada e disse que era dona de casa. Uma velhinha começou a me fazer mil perguntas sobre a vacina da gripe suína, como funcionava a campanha, se fazia mal tomar a vacina da gripe normal e, uma semana depois, a da gripe A, todas essas perguntas seguidas, sem me deixar ao menos responder que eu era uma mera estudante batalhando pelos meus cinco pontos por matéria que aquele projeto me daria. E o mais legal de todos foi um velhinho, que me fez uma brincadeira quando perguntei-lhe a idade. As respostas dele foram tão legais, tão coerentes, tão verdadeiras que lamentei por ter que marcar apenas sim/não no questionário, e por ter que ir embora depois. Queria ficar ali sentada conversando com ele, que usava um óculos aviador estilo Ray-Ban, camisa pólo, suspensórios divertidos, e jogava damas com seus companheiros.
O que me deu mais vontade ainda foi de fazer aquilo pra sempre. Não andar na praça numa manhã de sábado, com a camiseta roxa do projeto, com meu caderno improvisado de prancheta, mas entrevistar pessoas, escrever sobre o que descobri... Antes de irmos para a praça, participamos de uma mesa redonda com lideranças partidárias, sobre o mesmo tema. Enquanto eles falavam e eu fazia minhas anotações, só pensava em como poderia transformar aquilo numa matéria. Era praticamente automático.
Será esse um sinal, que venho procurando a todo tempo, sobre o que devo prestar?
óó. quem sabe não é um sinal mesmo.
ResponderExcluirPelo que eu li, tu leva jeito no jornalismo hein! (:
Beijo beijo.
JORNALISMO AÊÊÊ! Mais uma pro lado negro da força, ai, Anna. Preciso falar o quanto apoio?
ResponderExcluirsauhhsauuhsahuasuhsa
me empolguei!
beijos
"Será esse um sinal, que venho procurando a todo tempo, sobre o que devo prestar?" SIM, SIM, SIM!! :P
ResponderExcluirMuito legal o trabalho, eu também sempre me empolguei em trabalhos desse tipo, adorava. Quanto ao velhinho que você mais gostou... eu sempre quis fazer a mesma coisa que você, parar e conversar com eles, esse velhinhos que ficam jogando xadrez na praça e tal. Eu acho que você iria muito bem no jornalismo. Eu acho muito legal, eu se não fizesse publicidade faria jornalismo, só pelo fato de você conhecer várias culturas, pessoas, lugares, ter visões diferentes, deve ser muito bom.
ResponderExcluirBoa sorte na escolha :)
Beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiré a melhor profissão do mundo, believe me.
ResponderExcluirEstou entre publicidade e jornalismo. Ou tudo, ou nada. Ótimo post ana, beijos :*
ResponderExcluirNossa Anna, antes mesmo de vc fazer a pergunta no final eu já ia dar meu pitaco.. Acho que vc ia dar muito certo! Pelo jeito, vc tem carisma, o que é essencial, principalmente para fazer entrevistas. Eu confesso que to treinando o meu.. Mas não chega perto do teu!
ResponderExcluirRealmente entrevistar é muito engraçado.. Logo no começo das aulas fomos fazer mini-entrevistas sobre a violência em Curitiba. Nossa, teve um cara que encafifou em falar do Trânsito! A gente falava: Mas e a violência? E ele: é.. mas o trânsito tá impossível. Hahaha, no mínimo ele achou que nós éramos um: denúncia cidade.
hahahaha
Beijos!
mas esse negócio de entrevistas é mesmo divertidíssimo. uma vez, fiz uma sobre preferências sexuais em pleno bandejão da unicamp. momentos sensacionais.
ResponderExcluirSimmmmmmmm, minha querida serelepe. É a vocação do Jornalismo batendo na porta. E eu já sabia hahahaha.
ResponderExcluirbeijos!!!!
tá, eu ri do 'escrava' hahaha;
ResponderExcluiré uma possibilidade, não?
jornalista :*
Acho que não é um sinal... É uma evidência! Hahahaha
ResponderExcluirBeijos.
haha legal a história de escrava, mamae (que é aposentada e se tornou dona de casa...) vive falando isso.
ResponderExcluirEu tbm fiz um trabalho que tive que entrevistar as pessoas do meu trabalho e traças paralelos, era um trabalho de psicologia. A pergunta era o que te motiva a trabalhar aqui? ouvi de tudo inclusive uma resposta dizendo que era eu (de zoeira é lógico) mas eu adorei!
boa sorte no trabalho!
beijos
Luize
www.toxicide.org
Que legal Anna!
ResponderExcluirNao sei se eh tao legal num sabado.. rs (mas vc ja disse que sim, entao ta).
Eu adorava esse tipo de coisa tb; pq apesar da minha supertimidez, eu me dava super bem em 'entrevistar' as pessoas.. rs
Ja a questao da mulher na sociedade, eu acho que estamos cada vez mais conquistando nosso espaco; POREM, acho que temos que ir com calma.. pois por causa disso, de mulher querer ser sempre mais e mais, tem certos homens que acabam se aproveitando disso e 'subindo' em cima de nos!
Ah, da proxima vez, leva uma camera e tire fotos! fiquei curiosa pra ver o velhinho simpatico do ray-ban! ;D
Beijos
"Será esse um sinal, que venho procurando a todo tempo, sobre o que devo prestar?" SIM, SIM, SIM!! :P [2]
ResponderExcluirJunte-se ao times das jornalistas enlouquecidas, gats. WE ARE THE BEST, YOU ARE THE BEST, logo, YOU ARE WE.
Or something like that.
ADORAY o texto. Meus amigos super riem de mim, dizem que eu sou muito gay - no sentido fresco da palavra - e doida, mas nem ligo. É inveja, é tudo inveja.
BEIJOS!
**voz enigmática ao fundo** Ouça os sinais,minha jovem. Ouça os sinais... ahuahuah
ResponderExcluirbeijos
JORNALISMO! Sou completamente apaixonada por comunicação e acredito que não mudo meu curso mais por nada *-*
ResponderExcluirO contato com as pessoas é tão mágico, elas sempre tem algo a nos oferecer :D
Falando em Ray Ban, preciso te devolver o seu e você tirar meu dvd do Vanguart de dentro do aparelho, porque ele mora na minha estante, e não aí IUAHSIAUSH
ResponderExcluirAi, a única coisa que penso quando leio sobre Tubal Vilela é cheiro de pequi e boliviano tocando a flautinha dele. Tá eu sei que o post não foi sobre isso, mas a Tubal foi o cenário, então me dou a liberdade de fazer esse comentário HAHAHA
Ah, eu tenho/tive uma matéria na faculdade que chama Pesquisa de Marketing, e tinha que entrevistar 40 homens sobre "o perfil do homem que se cuida". A-DO-REI fazer esse trabalho também! Inventar respostas é um incentivo á minha criatividade =D Não faça isso em casa.
E não tenho comentários sobre você fazer ou não jornalismo, só sei que quero cruzar demais com você naquela ufu ;D BEIJO.
Ah e nosso macarrão ficou ótimo. Beijos.
ResponderExcluirEu nunca curti responder entrevistas na rua. Mas a primeira vez em que EU fui entrevistar e perguntar, logo me apaixonei. Adoro ouvir as histórias dos outros (fofoqueira mode on), descobrir coisas novas, trocar experiências e perceber que a minha vida não é a única nesse mundo cheio de gente que tem tanta história para contar esperando só por uma pessoa para perguntar, que pode ser eu. E quando a vergonha bate (o que acontece de vez em quando comigo) eu tento pensar que não estou fazendo algo errado e nem perguntando nada impossível. Se a pessoa não quiser, ela que fique com suas histórias guardadas, é um direito dela.
ResponderExcluirBeijos (jornalismo rules!!! xD)
Como assim, prestar? Vestibular?
ResponderExcluirQue profissão encacharia?
Bjitos!