Apesar de ser grandinha e ter quase setecentos mil habitantes, Uberlândia, a cidade que eu moro, é um quintal. Fico impressionada com a facilidade de se encontrar as pessoas por aí. Não importa o dia, a hora, ou o lugar em que você esteja, você sempre vai encontrar alguém que você conhece.
Ajuda o fato de Uberlândia não ser lá uma cidade com muitas coisas para se fazer, principalmente se você tem menos de 18 anos e não vai para a balada. Ou você vai para o shopping seja para comer, ir ao cinema ou só mesmo andar (ou se exibir, como ressalta a Desciclopédia no artigo mais verdadeiro possível sobre a bela cidade em que moro), ou vai para a praça da Bicota (quase um ponto turístico) encontrar os amigos e fazer nada, e caso queira ir para a balada, escolher entre a casa noturna da elite flopada, a old school que existe desde a época que meus pais saiam para dançar, a hypada, ou a alternativa, vista por 99% das pessoas como o lugar dos maconheiros, mas o único lugar onde realmente rolam umas coisas mais bacanas (que meus pais, óbvio, não me deixam ir, por dizer que lá é lugar de maconheiro). Tirando isso, outras programações só em épocas específicas, como nas festas juninas, onde em outra praça rolam umas barraquinhas com comidas boas, que reunem a cidade inteira por todos os finais de semana de junho de forma massiva.
O fato é que você sempre vai encontrar alguém. O pessoal costuma dizer que Uberlândia moram 3 pessoas: eu, você, e alguém que a gente conhece. O fenômeno mais engraçado é que essa pessoa que você conhece, você conhece sem necessariamente ter falado com ela em algum momento da sua vida. Ou seja, você sabe quem é, sabe onde estuda e provavelmente sabe de algum podre dela, caso tenha algum na ficha, porque além de ser comum dizer que aqui é um quintal, pode se dizer que também é uma vila de lavadeiras, porque as notícias correm em velocidade espetacular. Se você quer saber de alguma coisa, ou percebeu que tem alguma bomba rolando mas ninguém quer te contar, não se desespere: espere, uma hora ou outra você vai ficar sabendo, e sem fazer esforço. Sexta-feira, por exemplo, lá fui eu nas barraquinhas da praça, desesperada para tomar um caldo. Enquanto o pessoal que eu de fato conhecia não chegava, eu e o Matheus ficamos sentados, escondidos, com nossos caldos, observando a cidade inteira passar por nossos olhos. Meu primo de São Paulo ficaria maravilhado, porque sempre que ele sai comigo, pede pra eu contar o número de pessoas conhecidas que encontro (conhecidas daquele jeito uberlandense que já expliquei).
Sem falar que se você pegar só o universo de pessoas da mesma faixa etária que a sua, vai se assustar ainda mais porque além de saber quem a pessoa é, vai descobrir que de uma forma ou de outra ela já fez parte da sua vida. Lembro que até comentei aqui que quando mudei de escola, e fui para uma bem maior, me assustei porque encontrei lá praticamente todo mundo que, em algum ponto da vida, já tinha ou feito inglês, natação, ballet, e qualquer outra coisa comigo. E se não tivesse feito nada, existia alguma relação inusitada.
Um exemplo disso aconteceu na sexta mesmo: na praça, estava conversando com uma garota, que estudou a vida inteira com a Sofia - que fez ballet comigo antes de eu reencontrá-la na escola - e é uma grande amiga dela, que já fez ballet comigo, e ela me contava sobre um garoto da sala dela. Na hora que ela disse o sobrenome dele, me veio um clique na hora: o garoto era filho da melhor amiga da minha mãe, que era casada com um cara que ainda era professor da escola que a amiga da Sofia estudava. E tenho certeza, caso a gente começasse a procurar, encontraríamos outros pontos em comum.
Portanto se você vier para Uberlândia, muito cuidado com o que você faz e aonde, nunca se sabe onde você pode topar com o filho do primo da vizinha fofoqueira da sua avó, que vai topar com sua mãe no supermercado e vai contar pra ela que ficou sabendo que você estava dançando Waka Waka em cima do balcão quando disse que ia dormir na casa daquela sua amiga que estava deprê porque brigou com o namorado, que joga no time de futebol do seu irmão.
Ajuda o fato de Uberlândia não ser lá uma cidade com muitas coisas para se fazer, principalmente se você tem menos de 18 anos e não vai para a balada. Ou você vai para o shopping seja para comer, ir ao cinema ou só mesmo andar (ou se exibir, como ressalta a Desciclopédia no artigo mais verdadeiro possível sobre a bela cidade em que moro), ou vai para a praça da Bicota (quase um ponto turístico) encontrar os amigos e fazer nada, e caso queira ir para a balada, escolher entre a casa noturna da elite flopada, a old school que existe desde a época que meus pais saiam para dançar, a hypada, ou a alternativa, vista por 99% das pessoas como o lugar dos maconheiros, mas o único lugar onde realmente rolam umas coisas mais bacanas (que meus pais, óbvio, não me deixam ir, por dizer que lá é lugar de maconheiro). Tirando isso, outras programações só em épocas específicas, como nas festas juninas, onde em outra praça rolam umas barraquinhas com comidas boas, que reunem a cidade inteira por todos os finais de semana de junho de forma massiva.
O fato é que você sempre vai encontrar alguém. O pessoal costuma dizer que Uberlândia moram 3 pessoas: eu, você, e alguém que a gente conhece. O fenômeno mais engraçado é que essa pessoa que você conhece, você conhece sem necessariamente ter falado com ela em algum momento da sua vida. Ou seja, você sabe quem é, sabe onde estuda e provavelmente sabe de algum podre dela, caso tenha algum na ficha, porque além de ser comum dizer que aqui é um quintal, pode se dizer que também é uma vila de lavadeiras, porque as notícias correm em velocidade espetacular. Se você quer saber de alguma coisa, ou percebeu que tem alguma bomba rolando mas ninguém quer te contar, não se desespere: espere, uma hora ou outra você vai ficar sabendo, e sem fazer esforço. Sexta-feira, por exemplo, lá fui eu nas barraquinhas da praça, desesperada para tomar um caldo. Enquanto o pessoal que eu de fato conhecia não chegava, eu e o Matheus ficamos sentados, escondidos, com nossos caldos, observando a cidade inteira passar por nossos olhos. Meu primo de São Paulo ficaria maravilhado, porque sempre que ele sai comigo, pede pra eu contar o número de pessoas conhecidas que encontro (conhecidas daquele jeito uberlandense que já expliquei).
Sem falar que se você pegar só o universo de pessoas da mesma faixa etária que a sua, vai se assustar ainda mais porque além de saber quem a pessoa é, vai descobrir que de uma forma ou de outra ela já fez parte da sua vida. Lembro que até comentei aqui que quando mudei de escola, e fui para uma bem maior, me assustei porque encontrei lá praticamente todo mundo que, em algum ponto da vida, já tinha ou feito inglês, natação, ballet, e qualquer outra coisa comigo. E se não tivesse feito nada, existia alguma relação inusitada.
Um exemplo disso aconteceu na sexta mesmo: na praça, estava conversando com uma garota, que estudou a vida inteira com a Sofia - que fez ballet comigo antes de eu reencontrá-la na escola - e é uma grande amiga dela, que já fez ballet comigo, e ela me contava sobre um garoto da sala dela. Na hora que ela disse o sobrenome dele, me veio um clique na hora: o garoto era filho da melhor amiga da minha mãe, que era casada com um cara que ainda era professor da escola que a amiga da Sofia estudava. E tenho certeza, caso a gente começasse a procurar, encontraríamos outros pontos em comum.
Portanto se você vier para Uberlândia, muito cuidado com o que você faz e aonde, nunca se sabe onde você pode topar com o filho do primo da vizinha fofoqueira da sua avó, que vai topar com sua mãe no supermercado e vai contar pra ela que ficou sabendo que você estava dançando Waka Waka em cima do balcão quando disse que ia dormir na casa daquela sua amiga que estava deprê porque brigou com o namorado, que joga no time de futebol do seu irmão.
A comunidade judaica é mais ou menos assim. E nem precisa ser em Uberlândia! :P
ResponderExcluirPior que São Luís, com seus 1 milhão de habitantes, é muito assim tbm. Não chega a ser tão exagerado, a gente consegue conhecer umas pessoas novas de vez em quando, mas acho que se eu tivesse sido um pouco mais sociável ou tivesse feito mais alguns cursos extracurriculares, conheceria todas as pessoas da minha idade daquela cidade.
ResponderExcluirAgora imagina como é aqui em Floripa, 400 mil habitantes, num universo de uma universidade (ops) de 30 mil e poucos alunos, peeense! hahahahha
beijos
Pensei que só aqui fosse assim também haha. Sempre que eu desço pra ir em alguma lojinha aqui, nem que seja por 5 minutos eu encontro alguém conhecido, que eu estudei, ou da igreja, ou que só de ver. Temos que tomar cuidado em fazer algo de errado, se não se espalha rapidinho.
ResponderExcluirAqui também não tem muitos lugares para as pessoas da sua idade, e para os maiores de 18 tem essas nights da vida, que só a misericórdia rs.
Beijos
Eu preciso te dizer que os passageiros que chegam dos vôos de Uberlândia - ou "Berlandia", como carinhosamente chamamos - são os mais legais, simpáticos e divertidos que recebemos!!!! :-)
ResponderExcluirNa TAM NAS NUVENS de Junho, nossa revista de bordo, saiu uma indicação de uma de nossas clientes que estava indo pra lá. Ela indicou uma baladinha, mas estou com preguiça de ir pegar a revista pra te dizer qual era... hahaha...
Com certeza um dia vou conhecê-las. Berlandia e você.
beijos!
Olha, eu cheguei a conclusão de que o MUNDO é pequeno mesmo! É incrível! Cidades tão grandes, e tantas pessoas em comum. Aqui também não é muito pequeno não. E assim como vc, também encontro pessoas onde vou. E eu não sou mto sociável não. Mas quando começo um curso novo, vou a algum lugar sempre acabo encontrando alguém que eu já tenha visto em algum outro lugar. É, mesmo querendo fugir a gente nunca vai conseguir. O mundo é pequeno. Aqui, a frase é a seguinte: "Londrina tem 20 pessoas, o resto é figurante" rs
ResponderExcluirBeijos!
Aqui em Campo Grande é assim também. TODO MUNDO parece familiar, porque com certeza já nos vimos. Tem aquela teoria dos 6 graus de separação, sabe? Super acredito nela, mas na minha cidade se reduz a três, dois graus. E com essas coisas das fofocas é assim também. Agora imagine como é em cidades minúsculas, com menos de 10.000 habitantes? Privacidade não existe nesses lugares MESMO.
ResponderExcluirBeijo!
Ana, há um tempo o Marcos ( Meu Pitaco) indica seu blog para ler dizendo que vc escreve bem...desculpe demorar tanto a passar por aqui.
ResponderExcluirTenho que dar razão a ele, vc com apenas 16 anos, escreve de uma forma muito coesa que nos enntretem do inicio ao fim...uma grande cronista.
Moro em Campinas, inteiror de SP, com mais de 1 milhão de habitante, e oq vc descreveu de Uberlandia não fica atras do que vemos aqui. Digo que a cidade é gde, mas somos poucos, pq todo mundo se conhece, e qualquer burrada na manha seguinte ja está espalhada nos quatro cantos.
Parabens pela forma clara, espontanea e divertida que escreve no seu blog. Vc tem um futuro literario enorme...
abração...
Gostaria de te seguir, mas não há onde linkar, então estou te deixando nos faroritos e passarei aqui com frequencia.
Ahahaha que comedia.
ResponderExcluirMas tipo, nao eh so Uberlandia nao, o mundo inteiro eh um OVO!
Aqui em atlanta por exemplo, entre os brasileiros sempre acontece algo parecido.
Sempre tem um primo do cunhado do meu tio e assim por diante.. rs
Adorei a foto da praca da Bicota, um mimO! ;}
Beijos e boa semana!
Então Anna como disse minha querida Paula o mundo todo é um ovo, maaaas por aqui(Fortaleza) graças a Deus ainda conseguimos nos esconder heheheh!!
ResponderExcluirmas como não poderia deixar de ser ainda tem os encontros inesperados...
beijo grande !
Tenso! Muito tenso! Eu vejo a situação das minhas primas que moram na mesma cidade que minha avó, no interior do ES, muito menor que Uberlândia. Elas sempre que tem que pisar em ovos em muitas ações.. porque senão, já viu: Fica na boca do povo.
ResponderExcluirahauhuaha
Beijoss
pelo menos sei que se um dia visitar uberlândia, te encontrarei sem precisar procurar haha
ResponderExcluirreclama que mora numa cidade de quase setecentos mil habitantes, a mina tem onze (isso mesmo, onze) mil habitantes.
chorona.
Moro em Salvador, que é, sei lá, a terceira maior capital do país (?) e aqui acontece algo parecido - a diferença é que costumamos desenterrar cidadaos. Tem gente que eu nao vejo há seculos e me reaparece do nada. Normal. Acho que aprendi a conviver com isso.
ResponderExcluirAnna, qual é a grande preocupação... fazer algo errado e ninguém saber??? rsrsrs
ResponderExcluirEu morei 8 anos em Piracicaba e na época a cidade tinhas uns 200 mil habitantes, literalmente no meio que eu circulava eu conhecia todo mundo, mas o engraçado é que metade do todo mundo fingia que não se conhecia... hahaha
Por isso gosto tanto de São Paulo, dificilmente você encontra alguém conhecido quando sai... e ai acaba a preocupação de fazer algo errado e todo mundo ficar sabendo...
Adorei o "medo dos maconheiros" porque é um mito urbano que "os maconheiros" vão sair por ai fazendo atrocidades.... são só maconheiros....
Bjs e até!
E aqui menina? Rio de Janeiro é grande e diva, mas parece mais uma colônia. Ainda mais eu que conheço um bando de gente HAHAHAH Sempre encontro alguém que eu conheço e sempre tenho amigos que conhecem amigos meus.
ResponderExcluirBeijos.
Hahahaha!! Isso tem na minha cidade natal tb e bem do jeito que vc falou: vc nunca trocou mais que um oi, mas sabe várias coisas da pessoa e vive esbarrando com ela! É engraçado pq qd volto pra lá tb esbarro e fico 'nossa, fulano ainda está vivo', hahahaha!
ResponderExcluirsobre o pequeno príncipe, tb tive a impressão de que ele sempre terá algo a me ensinar nas vezes que eu recorrer a ele... =)
um beijo grande!
NOOOSSA, aqui em Natal, também é do mesmo jeito, todo mundo tem uma ligação, chega a ser incrível, ás vezes da medo até '-'
ResponderExcluirO RJ não é parecido com isso, vc não fica sabendo tudo sobre todo mundo, mas eh incrivel como vc encontra alguem q vc conhece em cada cnato obscuro da cidade. meu pai vive dizendo que "o rio de janeiro so tem 200 pessoas, o resto é figurante" rsrs
ResponderExcluirNem me fale nisso, pq aqui na minha cidade é a mesma coisa, tudo vira manchete, e como em todos os casos, aumentam tudo.
ResponderExcluirJura que é como se fosse uma cidade do interior?
ResponderExcluirÉ complicado, a gente passa a não ter muita privacidade. Como se a cidade fosse uma grande imprensa marrom que aumenta os causos eheh!
Beijocas!
Cacilda!! Uberlândia é um perigo!!!
ResponderExcluirBjoo!!
Achei tão engraçada essa frase de que em Uberlândia moram 3 pessoas: eu, você e alguém que a gente conhece. São Paulo, embora seja enorme e com mais opções, também parece uma ervilha de vez em quando. A gente vai para o outro lado da cidade achando que está longe de tudo e de todos e quando vê, já encontrou alguém conhecido.
ResponderExcluirBjitos!