Eu gosto de brincar que minha vida parece um sit-com, porque tem coisas que só comigo mesmo. E pra forçar a barra da comédia da famosa expressão que muito define muitos episódios da minha existência - seria cômico se não fosse trágico - gosto de imaginar minha vida como uma série cômica, mas imaginar mesmo, como procurar as deixas de humor, criar roteiros, trilha sonora e por vezes até ouço o som das claques e já antevejo pequenas cenas virando gifs no Tumblr e depois aparecendo no Como Me Sinto Quando. É um consolo e um alívio cômico naqueles momentos em que eu queria socar a cara de todos ao meu redor, mais ou menos o que aconteceu ontem.
Existe uma balada trash aqui em Ubercity, e a respeito dela, há boatos de que toca de É O Tchan a Empreguetes, de Kelly Key a Sandy e Jr., o tipo de proposta que poderia classificar como tudo que já sonhei pra minha vida. Mal consigo me imaginar num lugar desses. A festa acontece uma vez ao mês, e a impressão que tenho é que todo mês combino de ir com os meus amigos e algo acontece pra que eu não vá. Sempre. Virou piada.
Até que semana passada começamos a programar uma fantástica noite de sábado com direito a comida mexicana seguida de Dança Irene - a famigerada festa. Passei a semana ansiosa. Nada iria me impedir dessa vez. Todos os dias eu comentava com alguém: sábado vai ser vida. E tudo seguia sendo realmente vida, porque minha comida estava incrível, eu estava matando a saudade de pessoas que não via há meses e estávamos já tão animados que, vestidos a caráter, começamos a tirar fotos loucamente, cantando Shakira e gritando ARIBA, para o constrangimento - ou entretenimento, vai saber - das outras pessoas que estavam ali.
Chegamos no lugar e mal havia fila. Quando as pessoas começaram a chegar, como seres humanos civilizados e bem educados que somos, formamos uma fila. Só que uberlandenses, no geral, tem um problema muito grande para compreender plenamente o conceito de fila. Aqui, ela é uma mera formalidade. As pessoas simplesmente chegam, encostam, e passam na sua frente. O movimento é tão corriqueiro, e até sutil, que a gente só vai se dar conta depois, quando percebe que a pessoa que antes estava na sua frente está agora à distância de mais ou menos umas vinte cabeças amontoadas num mesmo metro quadrado, se não menos. Multiplique esse adensado metro quadrado por mais ou menos setenta, some essa horda ao cheiro de cigarro - porque, claro, o fumódromo fica ao lado da fila - e adicione a minha pessoa nessa adorável mistura e o que você tem é um desastre anunciado.
As pessoas ao redor ora comentavam que aquilo era totalmente inesperado no lugar ora discorriam sobre sua dieta vegetariana, e devo dizer que me surpreendi ao saber mais sobre a alimentação balanceada que com tanta propriedade e pedantismo discorria o cara que estava atrás de mim do que com o ineditismo do episódio, já que pra mim aquele tipo de coisa era bem óbvia: eu, saindo de casa extremamente animada e pronta para chegar em casa mal conseguindo andar de tanto dançar, só poderia me deparar com um fenômeno nunca antes visto que me faria ter vontade apenas de voltar pra casa e ir assistir à novela que eu nem ao menos acompanho. Pois é. Eu estava bocejando e, como bem diz Seth Cohen, eu parecia o Nemo e só queria voltar pra casa. Ainda insisti mais um pouco naquela lata de sardinha, fui praticamente enxotada pela dona do lugar e depois de saber que eu teria que pagar o dobro do preço se quisesse entrar, eu, que estava na fila antes de existir uma fila, joguei a toalha e fui pra casa.
Cheguei em casa antes da uma da manhã, os pés doídos não por ter dançado pra caramba, mas sim por ter ficado em pé e sendo pisoteada por quase três horas, deitada no sofá buscando forças pra tirar a maquiagem, apenas pensando que não deveria mais sair de casa. A não ser pra comer e rir. Porque essa parte da noite, ainda bem, foi perfeita.
Que noite hein? kkkkk Mas alguma coisa boa a gente sempre tira das situações. Nessa, por exemplo, rendeu um bom post. Eu ri quando você falou do Nemo kkkkkkk
ResponderExcluirMelhores noites virão!
Beijos, Cat.
http://blogdoceilusao.blogspot.com.br/
Baladas fail, quem nunca? Pois eu também já fui em lugares que todo mundo diz que é lindo e quando cheguei, oi. Já cheguei na porta da balada mais linda da cidade e, depois de quase uma hora na fila, minha amiga tem um surto de cólica e oi, casa. Terminamos a noite rindo, o que salvou tudo. É isso que a vida tem de melhor.
ResponderExcluirBeijo, Anninha.
E é por isso - e outras coisinhas mais - que eu não vou a festas. Nem me meto. Quando me convidam já digo um não de cara, porque quando a coisa é comigo nunca funciona da forma como deveria.
ResponderExcluirVocê também acha sua vida um sitcom, é? Não é a única. hahaha Cada coisa que tenho pra contar que parece que só acontece comigo que eu não sei se rio ou se choro por toda essa exclusividade que Murphy tem com a minha pessoa.
Mas pense pelo lado bom: ao menos isso rendeu um texto pra o blog.
Beijo!
Ai Anna! Odeio festas fail! Mas pelo menos elas rendem relatos engraçados depois. E você com esse sombrero ficou incrível! HAHAHA.
ResponderExcluirTe amo ainda mais depois dessa foto! <3
Quem nunca passou por uma dessas, né? E a raiva que toma conta da gente depois da "noite que não foi" é sempre nova - e pior - do que a anterior. Nesses momentos, apenas olho pra cima e penso: Senhor, por que eu?
ResponderExcluirMas no final, resta o consolo: pelo menos, essas desventuras se tornam um post ótimo!
Amei a foto, Annoca <3
P.S: Essa balada é tudo o que sonhei pra minha vida também. E isso me lembrou de inserir Kelly Key na lista de músicas para cantar em um karaokê.