Eu poderia estar vendo a temporada nova de Orange Is The New Black, eu poderia estar dormindo, eu poderia estar descendo até o chão ao som de Countdown ou então terminando de ler Eleanor &amPark. Mas resolvi vir aqui defender o YA.
Pra quem não sabe, YA é a sigla pra young adult, gênero literário supostamente voltado para jovens adultos na faixa dos 12 aos 17 anos. Não é de hoje que esse nicho é não apenas subestimado, como também visto com um certo desdém, e essa semana saiu um artigo muito do idiota que dizia, logo no título, que adultos deveriam se sentir envergonhados de ler esse tipo de coisa. Não vou colocar o link aqui, porque agora sou dessas, mas a pérola é da revista Slate e sei que vocês são espertos, vai ser fácil encontrar - mas eu realmente sugiro que você use seu tempo vendo um clipe da Beyoncé.
Ruth Graham, a autora, argumenta basicamente que ela, uma adulta com A maiúsculo, merece mais do que a literatura jovem oferece. Porque, afinal, ela cresceu, foi promovida a gente grande, e isso fez com que a adolescente que ela foi um dia fosse rebaixada a uma esfera de existência necessariamente inferior. Isso fez também com que ela se tornasse boa, completa e complexa demais para se identificar com a experiência de um adolescente. Por isso que ela, do alto do seu pódio de Adulta, leu A Culpa É Das Estrelas com a mão no queixo, pensando que era uma história bem gracinha para jovens de 13 anos, mas que pra ela não oferecia nada mais que motivos para suspirar, revirar os olhos e exclamar "Oh brother!" a cada virada de página.
Ou seja, é uma condescendência muito da cretina, e essa visão é mais comum do que a gente imagina. À medida que crescemos, temos uma tendência a subestimar a experiência das pessoas mais novas, como se ela fosse menos importante ou não tão significativa quanto aquilo que vivemos agora. É o que nossos pais fazem quando defendemos apaixonadamente um ideal e ouvimos de volta que aquilo é coisa da idade, olha só que gracinha. É aquilo que a gente faz com nossos primos mais novos, quando eles reclamam da sétima série e a gente diz espera só até você chegar na faculdade, cê ainda não viu nada.
Acho crescer e amadurecer coisas muito importantes, só temos a ganhar com isso. A passagem do tempo é uma benção nas nossas vidas, se bem aproveitada. Acho que o importante é sempre tentarmos ser pessoas melhores do que fomos ontem. Só que eu acho também que crescer não nos autoriza a cuspir na cara daquilo que fomos, como se crianças e adolescentes vivessem experiências menos importantes ou significativas, a ponto de só merecerem uma revirada de olhos e uma risada de desdém, como se elas só fossem dignas da empatia dos seus próprios pares. Se você é uma pessoa que se acha boa demais para aprender com a experiência de alguém mais novo que você, ainda que seja para acertar as contas com aquela pessoa que você foi um dia, só me resta concordar com Allison Reynolds:
Disclaimer: contrariar essa declaração é um dos meus objetivos de vida |
Trazendo a discussão pro lado literário da coisa, deixa eu contar uma história. Eu lia muito quando era mais nova, era basicamente uma das únicas coisas que eu fazia da minha vida, junto com assistir The OC e Dr. 90210. Já ganhei mais de uma vez um prêmio na escola por ter sido a aluna que mais pegou livros da biblioteca em um determinado ano. Já cheguei a ler toda a seção infanto-juvenil da biblioteca da escola. Foi logo quando zerei esse departamento, ali pelos meus 13 anos, que comecei a ler Livros de Gente Grande. Na minha época (a voz da experiência falando) a literatura juvenil não era tão forte como hoje, e eu nem conhecia muita coisa além de Harry Potter e Meg Cabot. Além disso, minha avó tem uma coleção enorme de livros que sempre foi meu sonho de consumo, e assim como a Ruth, olha só que coisa, eu não via a hora de encarar aqueles livros.
Pulei da coleção Vagalume e do Cachorrinho Samba direto pra Machado de Assis, Eça de Queirós, Clarice Lispector, Ian McEwan e até Dostoiévski. Gostei de algumas coisas, me apaixonei por outras, e é bem provável que eu não tenha entendido nada na maioria delas, mas eu lia. Lia, sobretudo, porque eu gostava de ler e não fazia muita distinção do que aparecia na minha frente. E nesse ritmo eu fui até uns 18, 19 anos, quando comecei a ter mais contato com YAs e percebi que tinha uma deficiência séria no meu histórico de leitura, que era justamente não ter lido literatura jovem o suficiente. Foi todo um novo mundo que eu descobri e foi uma coisa que aconteceu quando eu deixei de ser o público alvo desse tipo de publicação.
E nessa minha missão de recuperar o tempo perdido no maravilhoso mundo YA, eu li muita coisa boa. Li coisas ruins também, mas eventualmente tropeço em livros ruins desde que aprendi a ler, então suspeito que não seja um privilégio do gênero. Ler coisas como Fangirl e Nada Dramática permitiu que eu entendesse melhor a adolescente que eu fui, que é parte inexorável dessa criatura que sou hoje. Ler A Culpa É Das Estrelas me ensinou muito sobre duas das coisas que mais me assustam nesse mundo: o inevitável fim de qualquer coisa que seja, e o fato de não termos o menor controle sobre o que acontece com a gente, principalmente quando é algo ruim. E agora eu estou lendo Eleanor & Park, e tem sido uma experiência de leitura tão maravilhosa que, mesmo deitada no sofá da minha casa, eu me sinto dentro de um filme do John Hughes em que toca Joy Division sem parar.
Essas impressões podem ter a ver com escapismo, nostalgia ou simplesmente com satisfação pessoal. A nossa colega Ruth observa isso e aponta o dedo na nossa cara, nos acusando do crime hediondo que aparentemente é sentir prazer lendo alguma coisa, um tipo de prazer que não está associado à suposta honra que é consumir Grande Literatura. E eu digo: e daí? Não acho que tais características sejam sinônimos de fraqueza intelectual, e muito menos considero uma falha de caráter gostar de ler alguma coisa porque aquilo faz com que eu me sinta sinta bem. Mas para ela, literatura de verdade não pode ter personagens gostáveis e nem finais felizes, e Deus nos livre de uma literatura que seja ao mesmo tempo entretenimento.
Shakespeare escrevia para massas de analfabetos e foi incrivelmente popular, e romances nasceram de histórias publicadas nas páginas dos jornais para entreter as pessoas. Jane Austen é consagradíssima e a maioria das seus livros tem um final feliz. E se esse tipo de desfecho é realmente um problema, talvez Ruth precise reler alguns títulos que citou no seu texto, porque eu não sei muito bem em que parte de ACEDE existe um felizes pra sempre. Holden Caulfield e Esther Greenwood, personagens de J.D.Salinger e Sylvia Plath, respectivamente, se enquadram no perfil de jovens adultos, e quando penso numa adaptação moderna de O Morro dos Ventos Uivantes, imagino um romance complicado entre o bad boy e a garota mais popular da escola.
Estou aqui escrevendo nomes importantes na tentativa de falar a mesma língua da Ruth, de modo que fique explícito o quão reducionista e preconceituosa é sua argumentação. Mas, de verdade, acredito muito que a gente pode e deve ler o que quiser, a diferença é o que tiramos de cada experiência de leitura - seja uma iluminação sobre a condição humana ou então o prazer inenarrável que é shippar um casal como se sua vida dependesse desse enlace. Sem medo, vergonha ou culpa, a não ser que isso faça mal a alguém. A vida é muito curta para desencanarmos de Harry Potter aos 17, e eu nunca teria conhecido o John Green ou a Rainbow Rowell se tivesse me limitado à biblioteca consagrada da minha avó.
Se é que isso importa, queria esclarecer que ler YAs não me colocou numa zona de conforto literária, muito menos me fez uma pessoa acomodada. Continuo lendo Livros de Gente Grande, e ainda tem muita coisa nesse mundo que eu quero ler. E quando alguém vem me dizer que tem medo de alguma obra importante e consagrada, meu conselho é sempre o mesmo: encare-a como aquilo que ela essencialmente é, ou seja, um livro que conta uma história que você pode ou não gostar e se divirta. Memórias Póstumas de Brás Cubas sempre vai ser uma das coisas mais engraçadas que já li, e Anna Karenina é uma novela das seis deliciosa, ninguém pode negar.
Se é que isso importa, queria esclarecer que ler YAs não me colocou numa zona de conforto literária, muito menos me fez uma pessoa acomodada. Continuo lendo Livros de Gente Grande, e ainda tem muita coisa nesse mundo que eu quero ler. E quando alguém vem me dizer que tem medo de alguma obra importante e consagrada, meu conselho é sempre o mesmo: encare-a como aquilo que ela essencialmente é, ou seja, um livro que conta uma história que você pode ou não gostar e se divirta. Memórias Póstumas de Brás Cubas sempre vai ser uma das coisas mais engraçadas que já li, e Anna Karenina é uma novela das seis deliciosa, ninguém pode negar.
A máxima de viver e deixar que leiam, ou ler sem dar satisfações, contém uma ideia muito simples que, se fosse amplamente aceita, nos pouparia um bocado de aborrecimentos. Eu poderia, inclusive, ter deixado por isso mesmo (caberia num tuíte), mas acho a discussão importante e queria muito saber a opinião de vocês sobre o assunto.
Atualização: A Tary me lembrou desse vídeo da maravilhosa Ariel Bisset, que se encaixa perfeitamente no tema. É interessante ver que o vídeo rebate diretamente vários argumentos utilizados pela Ruth Graham e poderia ser uma resposta perfeita pro seu artigo - só que foi postado há mais de um ano, o que significa que ela não foi a primeira a defecar pelo teclado o seu elitismo literário. Além disso, a Tary também postou sobre como é importante termos gostos diferentes dos coleguinhas.
E se você quiser se aprofundar nessa discussão, vou deixar três links bacanas: Não queria ter essa conversa de novo, em que minha incrível amiga Milena discorre sobre literatura jovem; Book Girls e seu mundo que é mais complicado que elas, que são mais complicadas que seus livros; esse artigo que defende, baseando-se em exemplos, que YAs podem sim ter todas as características que qualquer Livro de Gente Grande supostamente tem.
Atualização: A Tary me lembrou desse vídeo da maravilhosa Ariel Bisset, que se encaixa perfeitamente no tema. É interessante ver que o vídeo rebate diretamente vários argumentos utilizados pela Ruth Graham e poderia ser uma resposta perfeita pro seu artigo - só que foi postado há mais de um ano, o que significa que ela não foi a primeira a defecar pelo teclado o seu elitismo literário. Além disso, a Tary também postou sobre como é importante termos gostos diferentes dos coleguinhas.
E se você quiser se aprofundar nessa discussão, vou deixar três links bacanas: Não queria ter essa conversa de novo, em que minha incrível amiga Milena discorre sobre literatura jovem; Book Girls e seu mundo que é mais complicado que elas, que são mais complicadas que seus livros; esse artigo que defende, baseando-se em exemplos, que YAs podem sim ter todas as características que qualquer Livro de Gente Grande supostamente tem.
Amiga, que orgulho infinito que eu tenho de você (e alguns infinitos são maiores que outros, nunca se esqueça). Uma das características que eu mais evidencio em você, quando falo de você para os outros, é essa: acho sensacional como uma pessoa tão culta pode ser tão não pedante e mágica. Porque você é a pessoa mais intelectualmente fantástica que eu conheço, e cara, passa horas escutando CHITÃOZINHO E XORORÓ comigo no facebook, sabendo todas as letras! Tinha vergonha de você porque, aos 14, seu livro preferido era Memórias Póstumas de Brás Cubas enquanto eu, aos 16, tinha me estrepado com Dom Casmurro e nunca mais tinha tentado nada.
ResponderExcluirYA são incríveis. E literatura will be literatura, and haters gonna hate. Cada um tem o direito de ler o que quer, sem sentir culpa nenhuma e nem esconder revista de fofoca dentro da Piauí. Eu SEMPRE chego no trabalho e coloco o livro que estou lendo em cima da minha mesa. Sempre rende algum comentário. Já tem gente que chega e fala: o que é o da vez, Ana?? Já ouvi elogios quando trouxe a biografia de Grace Kelly: "Teu gosto literário é invejável, Bussular", disse o chefe. E também já ouvi risadas quando trouxe "A Seleção: "Meu Deus, isso tem cara de livro adolescente!" ao que respondi, rindo mais ainda: "Não é só a cara não, é exatamente isso aí!" HAHAHAH. Acabei de reler TFIOS em dois dias e aqui estou eu, lendo Eleanor & Park, sem culpa nenhuminha.
Mas preciso criar coragem de ler Anna Karenina! <3
Te amo! E viva o YA!
Beijos! <3
YA não chega a ser um dos meus gêneros favoritos e não é por isso que não leio e gosto do que leio, mas acho que não se trata só disso e é o que você colocou maravilhosamente bem no seu texto. Cada um tira o que tiver que tirar de cada leitura e isso não diz respeito à ninguém.
ResponderExcluirEu mesma evito falar das minhas leituras pros outros, não só porque a maioria não vai ter a mesma empolgação que eu ou vai ter saco de me escutar, mas porque eu sei que vai vir muito julgamento (seja ele positivo ou negativo) em relação ao que eu leio.
Na verdade, pensar nesse tipo de pessoa (a Ruth) e lembrar que como ela existem milhões me dá MUITA raiva. Tanta raiva que eu não sei nem o que eu diria pra uma pessoa dessas, por isso que ler o seu texto deu uma lavada na minha alma.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirRelação de livro VS ser humano é uma coisa engraçada. Se você pegar a opinião dessas Ruth Graham da vida, perceberá que normalmente são pessoas que se acham superiores por carregarem um Dostoiévski debaixo do braço, enquanto estão no metrô ou coisa parecida. É quase como essa relação de "estou usando uma roupa de marca e você uma blusinha da Renner". Orgulho intelectual me enoja. Também leio YA e o que acontece é simplesmente que às vezes não consigo me identificar com a história e acabo achando ruim, como qualquer outro livro, como você comentou no post. Você pode me matar, mas não gostei tanto assim de A Culpa é das Estrelas. Eleonor e Park foi uma leitura bem mais agradável, na minha opinião. Aproveitando o tema pra lembrar de uma passagem: quando eu tinha uns 11 anos perguntei se a minha professora de Português achava Harry Potter uma leitura interessante e ela fez pouco caso. Fez pouco caso da leitura de uma criança de 11 anos. Tá vendo como essas coisas não fazem sentido? Digo, as pessoas não fazem sentido. Que cada um leia o que quiser, sem quer humilhado por isso. u_u Fico revoltada.
ResponderExcluirEu sempre tive um pouco de receio de falar abertamente sobre meu gosto literário, pois assim como em vários outros assuntos que não a literatura sou bastante eclética. E quando digo bastante é bastante MESMO.
ResponderExcluirQuando eu tinha lá meus 12, 13 anos, costumava vibrar de emoção todas as vezes que a professora nos levava até a biblioteca da escola para pegar um livro para posteriormente fazermos uma resenha dele e narrá-la em sala. Um dos primeiros livros que me chamou a atenção foi "Memórias Póstumas de Brás Cubas", justamente pelo título, e lembro muito bem da cara dos meus colegas ao ouvirem meus relatos sobre a leitura - espanto, talvez. Eu adorei cada pedacinho da obra e Titio Machado deve ter se revirado no caixão ao ver uma menininha de 13 anos falando sobre sua obra no mesmo tom que falaria sobre Branca de Neve. Mas releva.
Depois de anos, já adolescente, reli a obra e me encantei, novamente. Se precisasse fazer uma resenha sobre a mesma, provavelmente usaria palavras mais bonitas e expressões que façam referência ao legado Machadiano, mas isso não importa. A questão é que meu eu de 13 anos e o de 18 anos leram Machado e adoraram, assim como sou apaixonada pelo John Green e desejaria ter lido alguma das obras dele lá nos meus 13 anos.
Todos esses rodeios pra dizer que sim, concordo com cada palavra que você disse. Acho um puta saco ter que esconder o livro que estou lendo por ser considerado para crianças. Cadê a democracia? Porque eu não posso simplesmente ler a droga do livro em paz, sem receber comentários pejorativos? Ainda quando eles vêm de alguém que não lê, relevo, pois subentende-se que sua mente não seja trabalhada nesse sentido. Mas ouvir baboseiras como essa tal Ruth, que se acha tão Gente Grande, mas esquece-se que não é a fama do livro, ou a pomposidade das palavras que o fazem uma grande obra, mas sim o que ele pode acrescentar ao leitor.
Enfim. Tô revolts. Mas você sabe expor suas opiniões incrivelmente bem. Quando crescer quero ser exatamente assim. E lendo YAs também, claro.
macabea-contemporanea.blogspot.com
Até pensei em entrar nessa discussão no golden books, mas ai consegui resistir. Eu simplesmente não ENTENDO o propósito desses textos contra YA. Eu pelo menos não tenho vontade de ler clássicos depois. Concordo basicamente com tudo que tu escreveu.
ResponderExcluirNão dá pra dizer que um gênero inteiro é ruim. Existem bons YAs assim como existem clássicos chatos que a gente não curte e pode sim considerar ruim porque o que importa é nossa opinião e não a de um crítico que a gente nem conhece.
Confesso que já tive uma ponta de preconceito (até hoje passo bem longe de livros daquela autora de Becky Bloom), mas sei lá, Rainbow Rowell é tão legal, pra que vou deixar os YA de lado?
Sem contar que por mais que eu leia outras coisas, nunca vou chegar perto de ler mais livros de sei lá Isabel Allende do que Meg Cabot. (Mas Isabel Allende pode até acontecer um dia) Não dá pra deixar de gostar da Meg, faz parte que quem eu sou.
E tem gente também que fala muito mal da Isabel Allende, como se ela devesse ser guilty pleasure também. Já até li livro dela que era ridículo de ruim, mas ela tem livros tão bons! Pra que invalidar uma escritora inteira por causa disso? NÃO ENTENDO ESSE POVO!
Anna, queria ter escrito esse texto e fiquei feliz porque você escreveu. Aquele artigo precisa de muitas, muitas respostas como essa. Já comecei a ler sabendo que não podia vir coisa boa pela frente. Quer dizer, que Grande Ser Supremo se acha no direito de apontar pra minha cara - e pra sua, e pra de vários professores universitários de literatura (TM) meus que leram Harry Potter depois que já tinham completado 18 anos, se ela quiser - e me dizer que eu tenho que me envergonhar do que eu leio? E, é claro, o artigo é preconceituoso. E mal argumentado (o que é Grande Literatura pra Ruth Gordon? Como se faz a distinção?) (todos os YAs têm finais satisfatórios, seja pra rir ou pra chorar? O que isso quer dizer?)
ResponderExcluirMe incomoda muito essa noção de que YA é *necessariamente* entretenimento/escapismo - não que tenha alguma coisa errada com isso - e necessariamente inferior a Literatura para Pessoas Adultas. Como se Grande Literatura também não pudesse surgir por esses motivos. Como se um livro que fala sobre e para pessoas jovens não pudesse ser literatura porque...? Por que mesmo?
No primeiro semestre de Letras aqui da universidade todo mundo tem que ler um livrinho chamado "Preconceito Linguístico". Independente da opinião que se possa ter a respeito dele e de algumas coisas que diz, é onde muita gente começa a pensar sobre algumas coisas que a gente faz, tipo corrigir o português dos outros e considerar que pessoas que falam outras variedades "não sabem falar português", coisa que muitas vezes só serve para discriminar. Queria era escrever o "Preconceito Literário" e, sei lá, diluir na água que todo mundo bebe pra ver se consigo acabar com esses artigos absurdos.
Beijo!
(Pera, sabia que eu tinha chamado a autora pelo nome errado. Ruth Gordon hahah Amo Harold and Maude, inclusive, tô pirando)
ExcluirUma grande besteira todo esse papinho, que vc desenrolou perfeitamente e nada que eu escreva poderá acrescentar mais. gosto de ler de um tudo, depende muito da época , da vibe do momento. Não consegui gostar de John Green apesar de muita gente falar tão bem e amar tanto, acho que não peguei o "meu momento certo" para lê-lo. Mas sim, leio resenhas de tudo quanto estilo em busca de indicações. Gosto muito de estórias que retratem adolescentes, não necessariamente YA. Essa pessoa foi muito infeliz no texto, porque vc mesma falou, a gente tem que tirar o melhor do livro, e principalmente, se divertir com a leitura.
ResponderExcluirConcordo e assino embaixo, Anna.
ResponderExcluirLembro que meus irmãos sempre riam de mim (que é o que irmãos fazem, afinal) quando tive uma fase de ler Diários pré-adolescentes, e na época eu me sentia envergonhada, mas depois de alguns anos percebi que era a maior bobagem. Mais de 5 anos depois de ler aqueles livros, ainda sinto o coração quentinho quando lembro deles e da sensação que eu tinha ao lê-los, de querer que tantas coisas do ~mundo jovem~ me acontecessem. Hoje eu vivo o que eu lia, e talvez se não tivesse lido eu não seria tão feliz pelo que a vida me proporciona.
Acredito que literatura é o que a gente quer que seja. Se queremos ler para encontrar metáforas, filosofias e reflexão sobre a vida e o mundo, com certeza o encontraremos tanto em Machado de Assis quanto em Meg Cabot. Se eu quiser apenas me divertir, escapar um pouco da rotina que muitas vezes nos cansa, com certeza conseguirei lendo Jorge Amado ou John Green.
A verdade, no meu ponto de vista, é que não importa o gênero, só importa que o livro seja bom. E pode ser bom pra mim e ruim pra outra pessoa, e vice-versa. É até engraçadinho que os senhores adultos sempre tenham aquele discurso de que jovens precisam ler, e aí quando começam a ler, eles resolvem qualificar o que lemos.
Beijo!
Sou da opinião de que cada um lê aquilo que quiser! É tão mesquinha essa ditadura que depois de certa idade temos que parar de ler determinados tipos de livros! E não devemos ter a menor vergonha de andar com um certo tipo de livro dentro da bolsa: posso ler de John Green a Tolstói, de Meg Cabot a Machado de Assis, sem o menor problema. Não é um rótulo em um livro que vai me impedir de lê-lo se me interessar pela história. Essa Ruth quis pagar de culta, inteligente e "A" adulta, mas acabou fazendo papel de boba e preconceituosa.
ResponderExcluirBeijos!
Eu já me incomodei muito com o gosto literário alheio, sinceramente, porque achava que os outros estavam perdendo grandes oportunidades de ler um livro bom. Mas daí, né, EU acho o livro bom. Então, problema meu. Por outro lado, nunca, nunquinha, vou deixar de queimar na fogueira algumas publicações que tem saído por aí. Quero dizer, as publicações, e não quem as lê! Atacar uma pessoa, realmente, me parece superficial.
ResponderExcluirEu, pessoalmente, desgosto da maioria dos YAs que leio e não me sentiria confortável em ser obrigada a curtir esse gênero - porque minha experiência pessoal pede algo mais... denso? Não, não é essa a palavra. ACEDE chega a ser denso. Bom, minha experiência pede algo diferente disso. São livros que, sem generalizar, não transmitem o que procuro. E sabe, tudo bem. Não é o fim do mundo. Assim como não é o fim do mundo alguém gostar desse gênero. A autora desse artigo só perdeu o tempo dela e dos outros. Nada mudou.
Nossa, adorei seu post. Penso que nós já fazemos tanta coisas que não nos dão o devido prazer e que a leitura pode ser sim algo prazeroso, a não ser claro que a intenção seja ser um culto em literatura. Creio que independente do tipo de leitura ler é o mais importante, aprender com as escritas, incentivar a criatividade e etc....
ResponderExcluirPor um mundo em que possamos ser felizes e por pequenos momentos de prazer que as histórias trazem.
Que a leitura não se torne mais uma coisa enfadonha de nossa rotina estressante, que possamos usá-la como válvula.
Adorei o texto. E concordo com você. Veja, tenho 38 anos, sou professora de redação para alunos de ensino médio, corrijo há muitos anos alguns dos vestibulares mais importantes do país e leio YA. E gosto muito. E me envolvo. E recomendo. Leio, aliás, muitos blogs YA. Incluindo este, o qual muito me agrada. Bjs <3
ResponderExcluirAmiga, excelente post. Sempre gostei de literatura jovem, por mais que HP e Meg Cabot tenham sido lidos só aos 17, 18 anos. Eu lia coisas que hoje seriam consideradas YA e amava, suspirava, queria escrever algo do tipo. E imagino que aos 80 anos ainda vou ter a mesma sensação. Como a Ariel Bissett disse no vídeo dela (que acho você deveria colocar nos links do post também, hahaha), não acho que seja um gênero que você deixa pra trás quando cresce. Afinal, contrariar a declaração da Alisson também é um dos meus objetivos de vida e você sabe disso. O que mais me irritou nessa mulher, além da pedância de dizer que adultos deviam se sentir envergonhados por ler YAs, foi o modo como ela deixa claro que "great literature" (O QUE É ISSO, AFINAL, MEU SENHOR? QUEM DECIDE?) é exclusivamente para adultos. Ela praticamente exclui a possibilidade jovens lerem clássicos. Como você, por exemplo, que se apaixonou xovem por Machadão. Aff, isso me irritou horrores. Odeio subestimadores.
ResponderExcluirBeijo, amiga <3
Você está certíssima. Não vou me alongar, mas olha só: eu li Dostoievski aos 10 anos, ao mesmo tempo que lia a Coleção Vaga-Lume. Hoje escrevo YA, então obviamente leio muito YA e encontro dentro do gênero mais qualidade e menos pretensão do que em muitos livros ditos " de adulto". Cada um que leia e escreva o que gosta , sem policiamento, sem essa ideia de que livros para jovens (ou de fantasia, ou FC, ou chick lit ou seja o que for) são "menores" que os outros. O que torna um gênero literário menor é a estreiteza da mente e dos olhos de quem lê.
ResponderExcluirConcordo. Assim como quero defender meu direito de NÃO ler YA e não ler os mesmos livros que todo mundo está lendo.
ResponderExcluirVeja, sou ciumenta. Tenho odiozinho de quem ama os mesmos personagens que eu e fico puta da vida quando todo mundo tá falando de algum livro que eu li e amei. Por isso não leio livros que todo mundo está lendo (tipo ACEDE ou, sei lá, Jogos Vorazes), porque para mim, todos os outros leitores serão Posers. Então, eu evito a fadiga... Leio livros que ninguém leu, me apaixono por personagens que ninguém conhece ou espero todo mundo enjoar do livro para lê-lo.
Enfim, acho que o importante é ler qualquer coisa. Porque ler é bom, ler é cultura e ler nos faz pessoas melhores (exceto quando você quer matar alguém que se diz mais apaixonado que você pelo mocinho).
Beijo!
www.milalices.com.br
Você e seu dom de conseguir dizer T U D O!
ResponderExcluirtoda vez que eu lia um texto seu tinha vontade de comentar, mas acabei virando leitora fantasma de todos os blogs que gosto (timidez é uma coisa). Esse post, no entanto (NO ENTANTO!!!) fez meu coração dar aquele tombo, literalmente, só porque você falou tudo o que eu e minha irmã achamos sobre YA (ela apareceu outro dia indignada com o povo do twitter falando mal). Aqui em casa não temos 19 e 16, mas 13 sempre!
ResponderExcluirParabéns pelo ótimo texto, Anna! A questão é justamente essa: todos nós somos livros para lermos o que der vontade. Restringir e depreciar gêneros são coisas feitas por pessoas com mentes pequenas, que sentem a necessidade de classificar tudo num mesmo bolo e, pior, se acham acima dos outros por causa disso.
ResponderExcluirNão é porque eu curto morrer de rir com um chick lit que eu também não posso apreciar um romance mais sério com um teor mais profundo, é questão do tipo de leitura que estou procurando no momento e isso só diz respeito a mim. Não me sinto nenhum pouco culpada por ler um romance bobo clichê água com açúcar, pelo contrário, tenho certa pena de pessoas que não conseguem abrir a mente para desfrutar de coisas bobas que apenas nos deixam com um sorriso no rosto, e não enxergam que podemos ter um pedaço de tudo, que não precisamos nos limitar. Porque é isso que essa senhora aparentemente está fazendo: limitando-se. O pior é que, aparentemente, ela se acha no direito de diminuir pessoas que não concordam com ela. Esse elitismo literário é ridículo, e o irônico é que várias dessas pessoas que a tal da Ruth aponta o dedo provavelmente já leram mais Grande Literatura do que ela.
YA tem o seu papel, e diga-se de passagem importantíssimo na formação de novos leitores. E mesmo em relação aos antigos, afinal, para qualquer boa história não existe faixa etária.
Conheci seu blog hoje através desse post!
Beijo,
Duda
www.book-addict.com
Correção ali em cima: *Todos nós somos livrEs haha Me empolguei nos livros.
ExcluirAcho mega importante quando as pessoas mostram que todos os gêneros são importantes e que nenhum é melhor que outro. Sendo fã de literatura fantástica em geral, sei bem o quanto as pessoas julgam certos gêneros.
ResponderExcluirBem, muito bem falado (digitado), guuriaa! Nota 10! :D
Assisti o vídeo e OMG! Need to read more YA! :D
xoxo
Chegando hoje no blog... tô gostando, parabéns =)
ResponderExcluirDetesto YA. Achei A Culpa é das Estrelas raso demais para um tema tão forte. Mas jamais atirarei pedras em quem curte este gênero por três motivos:
- Gosto não determina carater e qlqr julgamento que alguém de fora possa fazer será generalização, oq sabemos que não funciona para 'classificar pessoas', na prática.
- Não vou me fechar, perder a chance de vir a conhecer um bom YA e mudar de opinião.
E principalmente:
- Estes livros atraem muitos novos leitores e novos leitores são VIDA.
E essa questão vai muito além, até aquela sensação de ter medo de falar do que se gosta de verdade.
Conheço muita gente adulta, até mais velha do que eu, com medo de falar sobre seus verdadeiros gostos (ouvindo sertanejo escondido, por exemplo) e sinto muita pena, e ainda mais daquelas que julgam quem assume do que gosta, sem saber a liberdade que isso traz.
Palmas, palmas e mais palmas! Eu acho que o importante mesmo é ler, independente se o livro é um clássico extremamente complexo da ficção científica ou um YA que foi feito para vender. Eu, nas maioria das vezes leio YA, mas leio de tudo um pouco também e me sinto feliz assim! O seu post está muito bom e eu , sinceramente, acho que ele deveria até ser publicado em uma revista.
ResponderExcluirRobs - http://www.perdidoempalavras.com/
Algumas pessoas ligam gênero a superioridade, como a Ruth. Não é porque leio YA que sou imatura ou jovem demais. As melhores histórias que li se encontravam nesse gênero, sou uma grande defensora e enfrento muitos problemas até com alguns professores que acham o gênero inferior e desnecessário, dizendo que ele não "acrescenta algo na minha vida", mas já tirei tantas coisas importantes que não dá pra enumerar. Mas não desprezo outros gêneros, essa semana li O Mulato e gostei bastante, no começo foi difícil me acostumar mas logo peguei um ritmo incansável. Acho que cada título merece uma chance e um momento especial, um dia. O importante é poder ler meu livro em paz e poder escolhê-lo como quiser. Agora outra coisa que está no ar é o preconceito contra "modinhas". As pessoas julgam muito quem lê A Culpa é das Estrelas por exemplo, acho ridículo, se eu paguei pelo meu livro prezo pelo direito de decidir o que fazer com ele quando quiser e como quiser. Literatura erótica também gera um GRANDE PRECONCEITO entre muitos leitores, eu vejo ali apenas um gênero que pode ou não agradar, eu escolho o que quero e sei bem escolher o que gosto.
ResponderExcluirOlá, devo confessar que nunca tinha visto seu blog anteriormente, mas cheguei ao mesmo quando vi este post no facebook, por que me chamou a atenção o titulo do post e quando li fiquei chocada com o fato de alguém escrever uma matéria para uma revista denegrindo todo um gênero literário (mesmo que mais da metade da população fale mal sobre o erótico), o comum é ver a critica de um livro, mas não algo assim, então ao invés de procurar a reportagem fui descobrir quem era a tal Ruth Graham, ela é uma quase anonima por trás de um nome famoso, pois existiu sim SIM uma Ruth Graham famosa, mas não é ela, só descobri quem era a tal quando procurei o nome da revista junto.
ResponderExcluirLivros YA tem essa indicação, na minha opinião, pois são os mais indicados para a faixa etária de 13-17, por que não tem nada pesado (conteúdo sexual explicito, assassinatos detalhados, questões psicológicas e etc...) não quer dizer que não são bons para outras idades ou serão entediantes/"oh, man", quanto a culpa é das estrelas, ela forçou, certo ? Eu nunca ouvi alguém chama-lo de livro adolescente, por favor até mesmo minha mãe leu.
Quando estamos entre 14 e 18 anos, lemos os YA e clássicos da literatura brasileira, todos leem ou leram YA e não é uma questão de idade, estou lendo lendo Meg Cabot e George R.R. Martin ao mesmo tempo, o que Ruth Graham diria sobre isso ? YA é uma base, a maioria das garotas começa por lá, não cuspa no prato que já comeu senhorita 'A'dulta.
O objetivo dessa jornalista free-lancer de quinta (me nego a chama-la de autora) era chamar a atenção, certo ? Bom, aí vai minha opinião novamente, ela somente é uma pessoa amarga .
Bavinha, eu já te amo há um tempão. Tem anos já, veja só. Mas posso dizer com toda certeza que agora te amo um pouco mais. Me abraça.
ResponderExcluirMinha cabeça DÓI diariamente porque diariamente tenho que fazer o mesmo discurso a favor de uma coisa tão boa quanto um... livro. E sim, vou copiar esse link no meu "catálogo de defesa do YA". Ele existe, não posso negar.
Acho que já escrevi uns dois textos sobre o assunto (um deles linkado com a palavra incrível, o que é sempre uma emoção) e seu texto abordou argumentos importantes que eu sempre procuro usar. EXPERIÊNCIA ADOLESCENTE NÃO É MENOR, EXPERIÊNCIA INFANTIL NÃO É MENOR. "INFANTIL" NÃO É UM ADJETIVO DE VALORAÇÃO. Tomo cuidado todos os dias pra não usar mais essa palavra pra denegriar algo. Mas é triste, porque é algo bem naturalizado e aí quando eu quero dar minha palestra acabo sendo a chata. Os chatos, sempre os chatos.
Infelizmente, ainda não tive em nenhuma matéria da faculdade a chance de me aprofundar na teoria da morte do autor, mas pretendo. Já amo com ressalvas e quero entender ao máximo. Mas aqui pensando, acabei chegando à conclusão que o que uma pessoa diz sobre um YA ou um clássico diz muito mais sobre o tipo de leitor que aquela pessoa é do que sobre o livro em si. Eu, por exemplo, adoro uma metáfora. Engraçado, cresci lendo coisas que apenas me entretinham, mas hoje gosto de me perder nos livros que leio. Com direito a sistema de flags e caderninho de pensamentos. E o que mais me deixa feliz é que eu faço isso com ~Livros de Gente Grande~ e com YA. Com literatura infantil, com poesia, com literatura de cordel, com aqueles livrinhos de 5 páginas que a gente compra no vão do MASP e na frente do CCBB do rio. E tenho certeza que algum outro tipo de leitor que tenha outra prioridade, vai buscá-la em tudo e tem muito mais chances de não perdê-la do que quem estiver lendo com condescendência. Acredito com todo meu poder racional que "iluminação sobre a condição humana" (amo) pode ser lida em muito YA por aí. Muito.
Então pro meu bem-estar psicológico, tento apenas uma vez argumentar com quem acha que Gente Grande é melhor e que existe Livro de Gente Grande. Se não der certo, vou viver minha vida e acrescentar à minha experiência terrena até com bula de remédio, se assim eu quiser. I'm not in the business of denying myself the simples pleasures of existence.
Beijo e te amo um tantão <3
Eu concordo completamente com você, e admito, me envergonhei em perceber que eu mesma as vezes desvalorizo coisas feitas por pessoas mais jovens que eu. Admito que não sou muito fã de YA - embora eu já tenha lido muitos, olha só -, mas não acho que um gênero literário define nível cultural. Mas, venhamos e convenhamos, se você fica preso à um único gênero literário, principalmente esses muito leves, você não pode evoluir tanto em leitura e intelectualmente, é preciso haver um certo equilíbrio. Existem leituras que te distraem, que são um prazer imenso para se ler em um feriado, coisas que não podemos dispensar, mas existem livros que são mais complexos, como O Morro dos Ventos Uivantes, E o Vento Levou, e Anna Karenina, que abrem a mente, que te prende à uma história que abrange muitos valores. Não conheci o blog, foi um prazer, e já estou acompanhando. Beijos
ResponderExcluirhttp://desfocandoideias.blogspot.com
GENTE... Que post incrível!
ResponderExcluirPreconceito existe por todos os lados e só me deixa mais triste ver que na literatura ele também está presente. Assino embaixo em tudo que você falou, acho que não há mais nada pra acrescentar. E gostei muito da parte em que você disse que quanto mais as pessoas crescem, mais elas subestimam os outros. É o que os meus pais fazem, quando eu digo algo pra eles que considero um problema. É que os nossos amigos fazem, muitas vezes sem perceber também. A literatura YA é uma das minhas favoritas. Sou muito apaixonada por livros e esse é, com certeza, o meu gênero favorito. Já li tanta coisa boa que é YA, assim como li outras ruins, mas como você disse, isso existe em TODOS os gêneros de literatura.
Assim como também já li outros clássicos, mas consegui me identificar, e me envolver, com o Young Adult. É inevitável. Um dos meus autores favoritos é o John Green, e me irrita - muito - ver que muitas pessoas não dão uma chance pra ele ou já saem falando mal, julgando apenas por TFIOS, ou pelo sucesso que o filme está fazendo. Ele possui muitos livros bons, reflexivos e com quotes sensacionais; as pessoas deveriam ler "Cidades de Papel" ou "Alasca", por exemplo, antes de criticar tanto.
O blog é maravilhoso. Parabéns, você escreve muito bem!
Beijos
Eu imaginava que este post era sobre o texto dessa pessoa Ruth e esperava que fosse um belo e estralado tapa na cara dessa senhora que se acha muito boa para ler YA. E foi. Mas, lá pelo quarto parágrafo, também foi um tapa na minha cara, eu que me tornei adulta ontem e adoro dar uma de superior sobre os adolescentes e crianças ao meu redor. Me tornei uma dessas adultas que eu odiava quando era alguns poucos anos mais jovem (!). Eu que morri de rir quando minha prima de 11 anos comentou numa publicação minha no Facebook, dizendo que também teve um dia cheio, como eu. Eu que viro os olhos sempre que outra prima minha, de 15 anos, me chama para conversar no chat do Facebook. Eu que vivo soltando frases detestáveis do tipo "você nem sonhava em nascer nessa época" ou "espera só chegar na minha idade".
ResponderExcluirObrigada pelo tapa na cara, Anna. :)
Acho que cheguei a saber desse bafafá na época que a moça escreveu o tal texto. E concordo com você em muitos aspectos. Eu provavelmente estou mais perto da geração da Ruth do que da sua, e mesmo assim curto muito literatura pra jovens. Acredito que há espaço pra tudo quanto é tipo de literatura, pra todos os tipos de leitores. E ninguém tem nada que ver com o que o outro ler, ou julgar o que outro adulto lê.
ResponderExcluirAgora, essa coisa de atitude condescendente com os mais jovens, sinto muito informar, que acontece mesmo! hahahaha Mesmo a gente não querendo, acontece. Mas o bacana é a gente ver que isso é natural do ser humano - em qualquer idade! Eu vejo a minha filha de 10 anos dando lição de moral na pequena de 5 o tempo todo. Morro de rir. :) Eu mesma vivo transitando entre os meus 30 anos e a minha adolescência, e acho que lá no fundo, mesmo adolescente, eu sabia que minha mãe tinha razão quando falava que qualquer que fosse o piti da vez, era coisa da idade. Acho sim que a gente com 20 e poucos anos acha que já sabe de tudo na vida (eu achava), e mais pra frente percebemos que não sabíamos de nada (somos condescendentes com nós mesmos!) e continuamos sem saber. E vou parar por aqui porque sou minoria dos seus leitores, já está soando muito #papodevelho isso, e quase igual a dona Ruth. ;)
Só sei que Elis Regina tinha toda razão! O ciclo sempre se renova, e tudo é sempre igual, somos todos iguais. :)
Pra terminar, e você não me apedrejar, digo que a trilogia Jogos Vorazes foi uma das melhores coisas que li no ano passado!
Beijo, Anna!
Ah, outra coisa. Só pra reafirmar que idade está no coração. Eu AMO livros infantis! Esses ilustrados com poucas páginas. Tem muita coisa MARAVILHOSA por aí que os adultos nem tchum.
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