quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

SO CONTAGIOUS AWARDS: Discoteca 2015

A semana que antecede o recesso é a sexta-feira do ano, em que passamos cinco dias presos naquela meia-hora antes do fim do expediente que parece não acabar nunca. As luzes foram acesas, os panetones chegaram às gôndolas, as uvas-passas foram postas no arroz, o Papai Noel chegou nos shoppings e, se você for como eu, ainda falta comprar todos os presentes e seria bom descobrir um jeito de estar em três lugares ao mesmo tempo para dar conta de todas as confraternizações e todos os amigos que você pre-ci-sa encontrar antes do reveillon. Senhoras e senhores, queridas e queridos, não dá mais para escapar: estamos NAQUELA ÉPOCA DO ANO.

Se você for uma pessoa normal, aproveite, fico feliz por você. Se você for uma pessoa como eu, que queria dormir dia 18 de dezembro e só acordar dia 02 de janeiro, saiba que em algum lugar no interior de Minas Gerais eu também estou sofrendo, você não está só. Como já é sabido por aqui, a única forma de sobreviver a essa época respirando sem a ajuda de aparelhos é porque elas estão aqui para nos salvar: as listas de melhores (ou não) do ano. Como a minha opinião não solicitada sobre uma diversa gama de assuntos também já é tradição, declaro abertas oficial e solenemente as celebrações do SO CONTAGIOUS AWARDS 2015. Hoje, falamos sobre o álbuns que conquistaram um espaço na discoteca do meu coração.

*aperta o play* sorry - justin bieber.mp3
DISCLAIMER:
  1. Eu não ouvi todos os discos do ano, nem mesmo todos os discos importantes do ano (desculpa);
  2. Essa não é uma lista séria de melhores discos do ano;
  3. Essa é uma lista mais ou menos séria de melhores discos do meu ano;

DISCO IMPORTANTE DO ANO: To Pimp a Butterfly (Kendrick Lamar)


Eu finjo que não me importo com listas sérias dos melhores discos do ano, mas é mentira. Eu leio todas que aparecem na minha frente, eu penso sobre elas, eu concordo e discordo mesmo não tendo ouvido todos os álbuns listados ali. Por estar há um tempo nessa função, consigo identificar certos comportamentos e consensos. Por exemplo: em alguns anos, as listas costumam ser uniformes, como se todos os editores tivessem combinado de só dar importância a uma porção X de bandas e artistas. Em outros, como esse, as listas são MUITO heterogêneas, o que eu acho muito mais honesto e interessante. Interessante porque mesmo com tanta variedade, alguns discos permanecem, e é aí que a mágica acontece. Esse é o caso do To Pimp a Butterfly, do Kendrick Lamar.

"The new James Bond gonna be black as me"
"Anna, você é tão branca", me disse um amigo uma vez me vendo dançar. Era uma brincadeira, mas isso ficou na minha cabeça e a frase ficava se repetindo sempre que eu pensava em escutar esse disco que estava todo mundo escutando e me deixava tão intimidada. Porque eu não entendo nada de rap e hip-hop, não sei a diferença entre eles, e esse é um disco que fala sobre MUITAS coisas, mistura MUITAS referências e não faz questão nenhuma de ser didático e nem palatável. E eu me sentia irremediavelmente burra e inadequada tentando dar conta de tudo isso. Não é o tipo de coisa que a Kylie Jenner vai ouvir no carro enquanto faz caras e bocas e finge não saber que está sendo filmada, sabe?

Que bom. Nada contra músicas que Kylie Jenner escuta enquanto faz caras e bocas (muitas coisas a favor, inclusive), mas é importante ouvir coisas que nos forçam a ir além. Nesse disco o Kendrick Lamar faz isso, enquanto artista, rapper de sucesso, negro numa indústria tão racista e apropriativa. Ele faz isso jogando um monte de referências, misturando as batidas de hip-hop tradicionais com samples de jazz, funk, poemas, entrevistas, um troço muito rico que, apesar de grandioso, não é pretensioso porque ele também não tem todas as respostas. A Arte™ existe justamente pra fazer essas perguntas difíceis e nos tirar do conforto, diferente da maioria da Bostaiada Indie que a gente adora e só fala de si e para si. Esse disco é perfeito para o momento que vivemos e é o tipo de coisa que vai ficar, porque um ano não é suficiente e essas coisas ainda vão ressoar por muito tempo.

Então, sei lá, mesmo que você se sinta como a Taylor Swift tentando forçar um swag inexistente, ouça o disco do Kendrick Lamar, porque a melhor coisa que a gente pode fazer quando se está de fora de uma causa ou contexto é OUVIR.

Músicas favoritas: Complexion (A Zulu Love), Alright, i, King Kunta.


Taylor Swift is all of us
Em notas mais ou menos relacionadas, nossa melhor amiga famosa trouxe Kendrick Lamar para seu squad em 2015: primeiro, ele expressou seu amor profundo por Shake It Off e várias trocas de elogios nas redes sociais depois, o moço acabou no clipe de Bad Blood, com featuring na música e tudo que lhe era de direito.

ONE HIT WONDER DE 2015: Hotline Bling (Drake)


Não quero desmerecer o Drake ao chamar sua música de one hit wonder num ano em que ele lançou disco novo, mas é que existe um número limitado de álbuns que eu consigo ouvir num ano. Mesmo passando reto pelo If You're Reading This It's Too Late (dsclp), acho que Hotline Bling é essencial para a experiência 2015. Vendo esse clipe sinto que o Drake me monitorou dançando sozinha em casa e quis prestar uma singela homenagem, a qual eu retribuo diariamente quando me pego dançando sua música de forma desavisada, no meio da rua, esperando o semáforo abrir.  Porém, vou deixar aqui uma provocação pra vocês:


Chegaram quase lá: Sorry (Justin Bieber), Bitch Better Have My Money (Rihanna), Cool For The Summer (Demi Lovato).

MELHOR CLIPE DE 2015: Perfect (One Direction) + Style (Taylor Swift)



Bom, eu vou me abster de comentar qualquer coisa.

Chegaram quase lá: Alright (Kendrick Lamar), She's Not Me (Jenny Lewis), Confident (Demi Lovato), Bang (Anitta), No Cities To Love (Sleater-Kinney). 
DISCOS QUE NÃO SÃO DE 2015 MAS EU ADOREI OUVIR ESSE ANO E VOCÊ PODE CONHECER EM 2016: 

They Want My Soul (Spoon, 2014): O Spoon é uma banda muito firmeza. O Spoon é uma banda tão firmeza que eles lançam disco bom atrás de disco bom, disco bom atrás de disco bom, e como o ser humano é sobretudo um animal que não sabe dar valor nas coisas boas, a gente não dá o valor que o Spoon merece, porque se acostuma com eles sendo bons sempre. O maior arrependimento do meu ano é ter perdido a chance de vê-los no Popload Festival, porque o They Want My Soul é um discão, chega bem perto do meu favorito deles, o Ga Ga Ga Ga Ga, e merecia demais ser ouvido ao vivo. Quem mandou ser trouxa, né? Músicas favoritas: They Want My Soul, New York Kiss, Inside Out

Marry Me (St. Vincent, 2007): O show da Annie Clark no Lollapalooza desse ano foi uma coisas mais impressionantes que eu já vi. E olha que eu vi pela TV, e mesmo assim dava pra sentir a energia absurda que ela emanava. É hipnotizante, eu tenho certeza que um dia vamos descobrir que ela na verdade é uma fada, um anjo, um alien ou algo assim, porque não pode ser gente como a gente. Por conta do show, resolvi explorar a discografia da moça e deu tão certo que estou parada no seu primeiro CD até agora, sem conseguir seguir em frente. Músicas favoritas: Your Lips Are Red, All My Stars AlignedLandmines

Are We There (Sharon Van Etten, 2014): Antes de qualquer coisa: estamos de acordo que é uma das capas de álbum mais bonitas do mundo? É uma das capas de álbum mais bonitas do mundo. Esse disco é lindo, triste e melancólico, a companhia perfeita para quando tudo o que você quer da vida é um tempinho pra deitar no quarto escuro e ficar pensando em coisas que não deveria. É terapêutico, mas pode destruir a falsa ideia de segurança que nossos corações constroem pra nos impedir de, sei lá, pirar. Me lembra muito Cat Power e Jenny Lewis em seus melhores momentos. Músicas favoritas: I Love You But I'm Lost, Break Me, Tarifa.

Night Time, My Time (Sky Ferreira, 2013): Eu simplesmente amo a Sky Ferreira. Sei que a internet tem alguma coisa contra ela porque um dia expressei meu amor pela moça no Twitter e recebi vários amiga, calma como resposta. Tomei a decisão madura de não ir atrás da treta porque Night Time, My Time foi uma das coisas que eu mais amei ouvir esse ano, que alavancou minha mania electro-pop, e acho que seria injusto destruir meus momentos com ele por conta da personalidade controversa da moça. Dela só me interessa uma coisa: quando, pelo amor de Deus, sai aquele disco novo? Fica o desejo pra 2016. Músicas favoritas: I Blame Myself, Everything's Embarrassing, Heavy Metal Heart.

Hoje (Ludmilla, 2014): Outra mulher por quem eu sou simplesmente apaixonada é a Ludmilla, um amor que vem desde os tempos que ela era MC Beyoncé. Apesar da domesticação ridícula que estão fazendo para que ela parece mais pop, comercial e digerível, seu disco oficial de estreia ainda é um apanhado de funks maravilhosos para dias em que a única coisa que importa é encontrar aquela oportunidade de rebolar a bunda. Eu gosto de funk de um jeito nada irônico, e acho que ele só merece a etiqueta de guilty pleasure pela insistência das mulheres de se colocarem umas contra as outras. Vamos nos amar? Músicas favoritas: Amor Não É Oi, Garota Recalcada (dsclp), Hoje (sim). 


MELHOR TRILHA SONORA DE 2015: São questões

Sendo eu uma pessoa que há quase quatro anos escreve sobre trilhas sonoras, esse é o tipo de pergunta que eu deveria saber responder. Ou pelo menos, não sabendo responder, deveria ficar em dúvida entre vários títulos maravilhosos. O problema é que esse ano foi atípico e eu consegui assistir a pouquíssimas coisas e a prestar atenção em menos ainda. Eu adorei muito o documentário sobre o Kurt Cobain. Serve? Tem as músicas lindas que a Jenny Lewis escreveu para Song One, filme bonitinho que apesar de ser de 2014, só foi lançado aqui em 2015. As minhas favoritas são as cantadas pelo Johnny Flynn, principalmente Silver Song. E, por fim, acho que fica a lembrança de Mad Max: Fury Road, que apesar de não ser o tipo de trilha sonora que eu fico ouvindo depois que o filme acaba, tem UM MALUCO PENDURADO EM CIMA DO TANQUE TOCANDO UMA GUITARRA QUE LANÇA CHAMAS!!!!



FINALMENTE: MEUS MELHORES DISCOS DE 2015 (em ordem mais ou menos cronológica)
"It's not a new wave, it's just you and me"
No Cities To Love (Sleater-Kinney): Eu conheci o Sleater-Kinney esse ano. É uma vergonha admitir isso, logo eu, feminista viciada em cultura pop, passei tanto tempo ignorando uma banda punk formada por garotas incríveis, que nos anos 90 fizeram parte do Riot Grrrrl, um movimento super importante que uniu música e feminismo, basicamente falando que tinha espaço sim para que garotas montassem suas bandas, tocassem baixo, guitarra, bateria e principalmente o terror. O Sleater-Kinney, formado pelas divinas Carrie Brownstein, Corin Tucker e Janet Weiss, estava lá construindo essa história e ressurge esse ano com um álbum que chegou pra mim com a missão de me apresentar ao evangelho do Sleater-Kinney. Me perdoem por ter sido ridícula por 21 anos. Músicas favoritas: No Cities To Love, A New Wave, Hey Darling.  


"I wanna go out but I wanna stay home"
Sometimes I Sit and Think, And Sometimes I Just Sit (Courtney Barnett): Eu também conheci a Courtney Barnett esse ano, mas acho que aí estou junto com a maioria das pessoas, já que esse é seu disco de estreia. Ela me ganhou completamente na faixa Nobody Really Cares If You Don't Go To The Party, cujo refrão diz: eu quero sair, mas eu quero ficar em casa, o que basicamente resume a minha vida. As letras da Courtney são cheias dessas observações perspicazes e ótimas sobre as coisas, que às vezes parecem ser óbvias e simples mas que ninguém colocou em palavras tão bem quanto ela. Músicas favoritas: Nobody Really Cares If You Don't Go To The Party, Depreston, Elevator Operator

"There's a flaw in my heart's design for I keep trying to make you mine"
Kintsugi (Death Cab For Cutie): Lendo os comentários sobre esse disco no Rdio, achei um que dizia o seguinte: he's sad again :-) Ele, no caso, é o Ben Gibbard, vocalista e líder da banda, e o sorriso é porque a tristeza dele significa nossa satisfação enquanto público que deseja, acima de tudo, mais um disquinho do Death Cab pra sofrer. O Kintsugi é o disco que eu espero deles há alguns anos, e ouvi-lo é como voltar pra casa. Ele é bonito, triste, e carregado de um sentimento que parece saudade, mas soa também como urgência por algo que não vivi ou evitava viver. Ou alguém. Ben Gibbard está triste de novo e eu sinto muito, mas não tanto assim. Músicas favoritas: Little Wanderer, You've Haunted Me All My Life, Hold No Guns

"Girl, I can change for you"
The Desired Effect (Brandon Flowers): Eu acho que rola uma má vontade generalizada das pessoas com o Brandon Flowers nos últimos tempos simplesmente pelo fato de ele ter mudado. Se eu sinto saudade de quem ele era na época do Sam's Town? Todos os dias. Mas a gente aceita e segue em frente, e eu aprendi a gostar muito desse novo lugar que ele se encontra, em meio a sintetizadores, luzes estroboscópicas e new wave. Se bater a má vontade, assista esse vídeo e pensa no tanto que ele tá feliz aqui curtindo as próprias lambadinhas (sem camisa). As avaliações prematuras do álbum foram desanimadas, mas foi engraçado ver, pouco a pouco, os braços se torcendo. The Desired Effect é ótimo. Que baile bom. E que homem, né? Músicas favoritas: I Can Change, Diggin' Up The Heart, Lonely Town, Still Want You

"Why do our disasters creep so slowly into view?"
Star Wars (Wilco): Eu queria escrever um poema sobre aquela tarde de quinta. Era um fim de tarde de quinta, eu estava de férias em casa e tinha acabado de comer um pedaço de bolo de abacaxi com café. Já era um fim de tarde acima da média antes de eu entrar na internet e descobrir que minha banda favorita tinha lançado um disco novo de surpresa e que em alguns minutos ele chegaria, de graça, no meu e-mail. Porque o Jeff Tweedy achou que seria divertido. Claro que ele achou, olha só esse gato na capa, olha só o título desse disco e o ano em que ele está sendo lançado. Foi divertido. Foi lindo. Foi uma delícia. Foi como um pedaço de bolo de abacaxi e um golinho de café numa tarde de férias. Depois vocês não sabem por que a gente que é fã do Wilco é tudo besta por causa deles, mas olha só as coisas que eles fazem. Tem que ficar besta mesmo. Músicas favoritas: You Satellite, Taste The CeilingMagnetized. 

"You touched me and suddently I was a lilac sky and you decided that purple just wasn't for you"
Badlands (Halsey): 2015 foi o ano que me transformou em uma pessoa que gosta de electro-pop synthpop, sei lá como vocês chamam essas músicas cheias de batidinhas, que não tem guitarra, baixo, bateria e essas coisas com as quais eu estou acostumada. A vida nos conduz por caminhos inesperados, então eu fui ouvir o disco da Halsey e, contra todas as minhas expectativas, gostei. E gosto cada vez mais. Não tenho muito o que dizer além de electro-pop synthpop, música jovem e moderna, misteriosa, sexy sem ser vulgar, pra ouvir se querendo muito enquanto não sei o disco novo da Lorde (QUANDO MEU DEUS???). Músicas favoritas: Colors, New Americana, Hold Me Down.

"We are falling but not alone"
Every Open Eye (Chvrches): Aquela mesma história. Electro-pop. Synthpop. Sei lá como vocês chamam isso. Ainda não sei escrever (nem pronunciar) o nome da banda direito, mas me apaixonei pela Lauren Mayberry, a vocalista, antes mesmo de ouvi-la cantando. Esse ano ela se posicionou bastante com relação à misoginia no meio musical e compartilhou experiências com assédio sexual e relacionamentos abusivos. "My life, my voice, my body, my rules", seu texto para a Lenny Letter, newsletter da Lena Dunham que vocês já deveriam ter assinado, é precioso. Foi munida dessa admiração prévia que resolvi conhecer a banda da moça, que se adequou muito bem à minha vibe do momento. Estamos nos curtindo bem, dançando bastante, chorando às vezes. Músicas favoritas: Make Them Gold, Keep You On My Side, Empty Threat, Afterglow.


"I really really really really really like you"
Emotion (Carly Rae Jepsen): Eu amo que esse disco se chame Emotion, porque resume totalmente meu sentimento sobre ele e explica por que Carly Rae Jepsen me cativou: EMOÇÃO. Como disse, esse ano foi uma montanha russa emocional pra mim e só o pop conseguiu dar conta disso. Esse álbum me lembra muito o 1989, pelo motivo óbvio dos dois terem uma vibe oitentista muito forte, mas principalmente por serem cheios de energia e muito femininos. Enquanto a Taylor libera seu lado mais confiante e nunca soou tão madura, a Carly Rae Jepsen, embora não seja infantil, carrega as músicas de uma vulnerabilidade adorável, embora continue sassy, divertida e apaixonada por festas e garotos. O apelo de Call Me Maybe era inegável e os mais resistentes não conseguiram resistir. Com esse disco, como ela explica nessa entrevista ótima feita por ninguém menos que Tavi Gevinson, a ideia não foi repetir Call Me Maybe, mas dá pra ver claramente de onde o poder da música surgiu. Músicas favoritas: Run Away With Me, Gimmie Love, I Really Like You, Boy Problems

"You don't understand, I don't need a man"
Revival (Selena Gomez): De repente selenator. É claro que isso só poderia acontecer no ano oficial da adolescência tardia. Eu gosto muito de narrativas clássicas da cultura pop, e uma das minhas favoritas é o momento Eu Cresci Agora Sou Mulher das estrelas mirins. Foi lendo um artigo sobre isso que me interessei pelo disco da Selena Gomez, uma artista que era absolutamente irrelevante pra mim até o momento. A coisa fica ainda melhor quando pensamos que seu ex problemático, Justin Bieber, também lançou um disco esse ano com várias indiretas e pedidos de perdão para ela, que de sua parte quer dançar, curtir a vida com as amigas e ok, ok, também se questiona por que ele só a ama quando está fora de si enquanto ela faz tudo pra ser boa pra ele. Isso não faz de Seleninha menos maravilhosa, e o disco é ótimo: sexy e perfeito para dançar. Seu possível affair com Niall, do One Direction, e a resposta maravilhosa que ela deu quando perguntaram se ela preferia Purpose ou Made In The AM só me faz amá-la mais. Músicas favoritas: Sober, Hands To Myself, Me & My Girls.

"Oh baby, every morning there are mountains to climb, taking all my time. Oh, when I get up this is what I see: welcome to reality"
Art Angels (Grimes): Um ano tão estranho como esse só poderia terminar comigo virando fã da Grimes. Assim, nada contra. Ela só não fazia meu tipo. Porque a Grimes é estranha, a música feita por ela é estranha, e a gente precisa escolher as batalhas que vai lutar nessa vida. Mas aí, de repente, a Grimes aconteceu graças ao Descobertas da Semana do Spotify (me sigam por lá, sou annachicoria e vira e mexe faço umas playlists sem sentido compartilhando barbaridades) e não parou de tocar por aqui desde então. Sigo sem fazer a menor ideia do que está acontecendo (olha a capa desse CD, olha esse clipe, olha essa foto), mas tenho adorado colocar meus fones de ouvido pretensiosos e dançar no escuro com essa barulheira como se tudo ao redor estivesse se quebrando. Músicas favoritas: California, Flesh Without Blood, Kill V. Maim.


O DISCO FAVORITO DE 2015

"We can live forever"
Made In The A.M. (One Direction): Se preparem, estou prestes a ser profunda. Não é só porque o disco é ótimo. Ele é ótimo, mas tem mais. Não é só porque é o melhor trabalho deles. É o melhor trabalho deles, mas tem mais. É sobre a adolescência tardia e a validação dos sentimentos. Has Anna Vitória finally gone too far?, vocês se perguntam, consternados. Queridos leitores, existem TESES que comprovam isso. HAS SCIENCE GONE TOO FAR? Fica a critério de vocês. Com a fala, Dr. Jamie Goodwin-Uhler, psicólogo especialista em cultura de fã: "the experience of allowing oneself unabashed infatuation with handsome, famous, unreachable young men might recreate the kind of teenage abandonment that we (as adults) wonder to be long-lost. Adolescence is a powerful developmental period, rife with complicated feelings, a steeped-in-hormones search through and discovery of one's sexuality and identity. Boy band fandom could allow one to re-experience that some of that youthful, vital energy—and for a person slogging through the often un-fun responsibilities of adulthood, that energy could be intoxicating." 

Resumo: boybands nos permitem experimentar de novo aquela energia vital gostosa da adolescência, completamente esmagada por essa experiência infinitamente chata que é a vida adulta. Mas não é só isso. Poucos depoimentos me representam tanto quanto esse de uma directioner de 25 anos: "Amar One Direction obsessivamente como eu finalmente me fez perceber algo que meus terapeutas sempre tentaram me mostrar: que todos os meus sentimentos, sejam eles racionais ou não, são completamente válidos.". Sentimentos são os únicos malditos fatos. Pode parecer besteira para alguns, mas esse é um dos temas que mais tem me interessado nos últimos tempos e uma desconstrução que venho operando em mim mesma há algum tempo. E tem sido ótimo. O pop, a adolescência tardia, a Amanda Palmer, ESTÁ TUDO CONECTADO. Me sinto idiota escrevendo isso? Muito. Mas é completamente verdadeiro, só sei sentir. Meu único crime em 2015 foi amar demais. Beijos de luz.

Música favorita: todas.
Para encerrar, OS MELHORES MOMENTOS DO ONE DIRECTION EM 2015
E se vocês estão sentindo a ausência da nossa melhor amiga famosa nessa lista, meu Last Fm não me deixa mentir: em 2015, minha música mais ouvida foi Style. Seguida por Blank Space e Out Of The Woods. Depois vem Sparks Fly. Aí a gente pula Mardy Bum, dos Arctic Monkeys, e abraça essa gloriosa sequência: Enchanted, Back To December e The Story of Us. Tá bom pra vocês? Não? Então só queria lembrar que dia 20, também conhecido como domingo, a Tour 1989 finalmente vai ser disponibilizada para nós, pobres mortais latinoamericanos, lá no Apple Music. Porque 2015 só acaba quando termina. Por último, acho necessário compartilhar essa entrevista gigantesca que saiu com ela na GQ. Eu queria ser essa entrevista e casar com ela ao mesmo tempo. Leiam. 

Com isso, declaro encerrados os trabalhos da Discoteca 2015 So Contagious. Se isso fosse a cerimônia do Oscar já seriam 3 da manhã e vocês estariam de saco cheio, então obrigada por aguentarem até aqui e perdão pelos limites ultrapassados. Ano que vem tem mais, e se Deus quiser com discos novos do David Bowie, da Lorde, e até, uuuuh quem sabe, dos Strokes. Eventualmente eu volto para falar de filmes, livros e televisão. 

Stay beautiful.


7 comentários:

  1. "diferente da maioria da Bostaiada Indie que a gente adora" HAHAHAHAHAHAHAH

    Nenhuma novidade eu não conhecer 95% dos nomes da lista, mas confesso que li esse post inteiro com Hoje no repeat. Obrigado por essa experiência.

    ResponderExcluir
  2. Impressionada porque tem vários (4) discos que eu ouvi (tudo: pop). E, enfim, vários artistas que eu não conheço, outros que eu pensei 'olha, um disco do Death Cab for Cutie' e continuei dando play no disco mais importante de 2014 (obviamente 1989). Enfim, essa é uma categoria que eu possivelmente ignorarei nos meus favoritos.

    Mas seu disco favorito do ano foi meu disco favorito do ano também, porque que coisa mais ótima de ouvir. Assim, sinceramente: por que eu não tava ouvindo 1D antes? (Caí no Carpool Karaoke deles ontem e fiquei TÃO FELIZ assistindo, eles parecem tão... empolgados e... contentes, e eu amo o James Corden, ele é tão divertido sem fazer esforço). Fora isso, amei muito Revival (Selena x Justin através da música é um grande momento cultural de 2015. VAI SELENA (mesmo que as musiquinhas novas do Justin estejam ótimas, desculpa)) e acabei dando o braço da torcer pra Halsey (a música é boa, mas eu não aguento mais ouvir falar nessa moça, o que prova que fandom e hype é muito divertido quando você está nele, mas um saco quando você tem que ver de fora). Por último, ouvi só o da Carly, e apesar de I really (really really really) like you ser uma delícia de música pop, achei bem... meh?

    Beijo!
    PS: essa entrevista da Taylor pra GQ!!! Vendi tanto minha alma pra Taylor Swift que acho que vou até assinar Apple Music.
    PS2: incrível como eu tenho coisa pra dizer num post em que não conheço 92% das referências.

    ResponderExcluir
  3. Desculpa mas não consigo te levar a sério se você faz uma lista da discoteca do ano e nem cita Speak Now.

    ResponderExcluir
  4. Faz tempo que não leio um post tão sincero sobre música, sem números de vendas, sem análises comparativas. Tá mais que de parabéns <3

    ResponderExcluir
  5. HAHA, como faz quando você só conhece o Made in the AM da lista?
    Mas super curti o texto mesmo assim e fiquei com vontade de ouvir o Lamar.

    ResponderExcluir
  6. Devo confessar que: conheço muitos desses álbums, mas só de capa. Não parei pra ouvir quase nenhum deles, HUAUAHUAH.

    Porém, conheci Sleater-Kinney graças à este post. Muito obrigada. Meu repertório musical tá um pouco mais completo agora. <3

    Sobre Hotline Bling: é complicado. Apesar de odiar essa ideia do omi controlando a vida da mina, não consigo parar de ouvir essa música. Ugh. (se bem que dá pra ouvir porque né: male tears)

    Cê já viu que existe um mashup dos dois clipes que você citou como os melhores do ano? Aqui ó: https://www.youtube.com/watch?v=W5yGiZF_w9w

    E esse swag da Taylor, não pude deixar de me identificar fortemente. Só digo isso.

    Beijinhos.

    ResponderExcluir
  7. 2015: o ano que eu não consegui parar de ouvir Justin Bieber.

    O.o

    ResponderExcluir