Meus pais me olharam como se eu fosse um extraterrestre quando, ano passado, eu saí de casa as 11h da manhã pra assistir Harry Potter e o Enigma do Príncipe, numa sessão que começava as 15h. Não entendiam o motivo de eu ter almoçado sentada no chão do shopping, e passado umas duas horas na fila, e outras duas dentro da sala esperando o filme. Sexta retrasada eu cheguei da escola, almocei correndo e fui pro shopping ver Alice na estreia. "Mas Anna, esse filme não vai estar passando amanhã, ou semana que vem? Tem que ir hoje?" Tem, pai, tem que ser hoje sim, apesar de o filme ser o mesmo amanhã, e no fim de semana que vem, existem coisas que só acontecem numa estreia.
Contei um pouco das pérolas do dia da estreia d'O Enigma do Príncipe, mas não sei se adicionei que meu primo de São Paulo disse que esse virá para cá para assistir As Relíquias da Morte só porque pra ele, ver o Matheus, meu amigo, pulando enlouquecidamente quando o logo da Warner começou a aparecer na tela, foi uma riquíssima experiência antropológica. E tem os caras que sempre se vestem com o uniforme de Hogwarts, e os que vão pra frente do telão, antes do filme começar, pra pedir que não haja algazarra quando começar, já que depois de dois anos sem magia no cinema (sic) a gente tinha que aproveitar bastante.
No dia de Alice aconteceu uma coisa mais inusitada. O pessoal do cinema liberou a sala meia hora antes do filme começar, o que foi muito bom já que eu estava com metade da minha sala, fora os agregados que foram chegando depois que estávamos na sala e que precisavam ser acomodados. No fim, enchemos duas fileiras de pessoas. Quando inalmente consegui sentar e sossegar, sem ter que me preocupar com vigiar lugar, levar ingresso, comprar pipoca, comecei a ouvir um rebuliço na fileira de trás.
Aliás, eu nem deveria ter me espantado com essa agitação, já que a sala estava uma bagunça completa. A sessão era, em sua maioria, composta por neo-emos de cabelo e calças coloridas que ficavam tirando fotos, um pessoal do fã clube oficial de Twilight em Uberlândia (sim, isso existe), umas crianças em bando acompanhadas por uma mãe Madre-Tereza (uma santa, afinal, que tipo de pessoa topa levar uma cambada de crianças numa estreia de filme super esperado?), e a gente, que não posso salvar do grupo dos descompensados e barulhentos.
O que me chamou atenção na fileira de trás, primeiro foi um menino pedindo para que uma garota pegasse a cartola dela e fosse tirar foto. A Menina da Cartola já tinha me chamado atenção antes, já que ela andava pra lá e pra cá na ante-sala do cinema com uma cartola feita por ela mesma, numa tentiva frustrada de imitar a do Chapeleiro. Era uma das coisas mais mal feitas que eu já tinha visto, acho que eu não teria feito pior. Era de cartolina, com uns rabiscos e papéis colados com uma cola vagabunda, já que eles já estavam despregando. Quando ela chegou junto ao pessoal, rolou todo um falatório a respeito de como a cartola dela era legal e que eles estavam morrendo de inveja. Eles se amontoaram e logo eu ouvi "ei, alguém da fileira de baixo, bate a foto aí pra gente".
Eu nem me mexi. Que me desculpem as boas almas solidárias e animadas, mas eu tenho lá meus ais de rabujice, e não ia mesmo me movimentar, logo quando eu havia acabado de sentar, depois de disputar o meu lugar e vigiar o dos outros (em dia de estreia movimentada só não vale matar e roubar, o resto, dedo no olho, mordida e puxão de cabelo, vale tudo por um lugar ao sol). Sem contar o fato de que eu tenho aquela fobia de altura e lugares íngremes e um certo trauma de cinema - uma vez que eu já caí da escada mais de duas vezes. Não estava afim de ficar em pé e ter que me inclinar para trás para tirar aquela foto. Não, obrigada.
O garoto chamou umas três vezes, até que eu senti alguém cutucar o meu ombro. "Hey girl, tira uma foto pra gente?", disse um garoto que, quando virei-me para trás, balançou a cabecinha de um jeito que nem Regina George faria melhor. Como negar um pedido de um garoto que apreciava uma cartola feita de cartolina, usava a camiseta do fã clube oficial Twilight e ainda mexia a cabecinha e me chamou dizendo "hey girl"? Levantei sorrindo (não) esperei que eles fizessem pose e XIS. A foto ficou uma porcaria. Eles estavam em umas 15 pessoas, ou seja, só dava pra enquadrar todo mundo se eu estivesse a pelo menos dois metros de distância, coisa impossível entre duas fileiras de cinema. Só se eu fosse muito ninja e desse aquela inclinada para trás, uma coisa meio matrix. Olha minha cara de quem faz isso.
Eles olharam a foto, deram aquele sorrisinho amarelo, e pediram pra outra menina fazê-lo. A outra menina é da minha sala, minha amiga Valéria. Nem cinco minutos depois da foto, ela e Caio, outro amigo meu, estavam num papo animadíssimo com todo o fã clube Twilight, numa cumplicidade que eu já sentia que não podia estar correta, uma vez que a integridade desses dois a gente sempre questiona. As luzes foram se apagando e eles cochichavam. Lá vinha bomba. "Quando eu disser três...", foram as últimas palavras de Caio. As luzes se apagaram por completo. "Um... dois... três..." "SEEEEEEEEEEXOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!"
E meu pai ainda pergunta por que eu gosto tanto de estreias.
Contei um pouco das pérolas do dia da estreia d'O Enigma do Príncipe, mas não sei se adicionei que meu primo de São Paulo disse que esse virá para cá para assistir As Relíquias da Morte só porque pra ele, ver o Matheus, meu amigo, pulando enlouquecidamente quando o logo da Warner começou a aparecer na tela, foi uma riquíssima experiência antropológica. E tem os caras que sempre se vestem com o uniforme de Hogwarts, e os que vão pra frente do telão, antes do filme começar, pra pedir que não haja algazarra quando começar, já que depois de dois anos sem magia no cinema (sic) a gente tinha que aproveitar bastante.
No dia de Alice aconteceu uma coisa mais inusitada. O pessoal do cinema liberou a sala meia hora antes do filme começar, o que foi muito bom já que eu estava com metade da minha sala, fora os agregados que foram chegando depois que estávamos na sala e que precisavam ser acomodados. No fim, enchemos duas fileiras de pessoas. Quando inalmente consegui sentar e sossegar, sem ter que me preocupar com vigiar lugar, levar ingresso, comprar pipoca, comecei a ouvir um rebuliço na fileira de trás.
Aliás, eu nem deveria ter me espantado com essa agitação, já que a sala estava uma bagunça completa. A sessão era, em sua maioria, composta por neo-emos de cabelo e calças coloridas que ficavam tirando fotos, um pessoal do fã clube oficial de Twilight em Uberlândia (sim, isso existe), umas crianças em bando acompanhadas por uma mãe Madre-Tereza (uma santa, afinal, que tipo de pessoa topa levar uma cambada de crianças numa estreia de filme super esperado?), e a gente, que não posso salvar do grupo dos descompensados e barulhentos.
O que me chamou atenção na fileira de trás, primeiro foi um menino pedindo para que uma garota pegasse a cartola dela e fosse tirar foto. A Menina da Cartola já tinha me chamado atenção antes, já que ela andava pra lá e pra cá na ante-sala do cinema com uma cartola feita por ela mesma, numa tentiva frustrada de imitar a do Chapeleiro. Era uma das coisas mais mal feitas que eu já tinha visto, acho que eu não teria feito pior. Era de cartolina, com uns rabiscos e papéis colados com uma cola vagabunda, já que eles já estavam despregando. Quando ela chegou junto ao pessoal, rolou todo um falatório a respeito de como a cartola dela era legal e que eles estavam morrendo de inveja. Eles se amontoaram e logo eu ouvi "ei, alguém da fileira de baixo, bate a foto aí pra gente".
Eu nem me mexi. Que me desculpem as boas almas solidárias e animadas, mas eu tenho lá meus ais de rabujice, e não ia mesmo me movimentar, logo quando eu havia acabado de sentar, depois de disputar o meu lugar e vigiar o dos outros (em dia de estreia movimentada só não vale matar e roubar, o resto, dedo no olho, mordida e puxão de cabelo, vale tudo por um lugar ao sol). Sem contar o fato de que eu tenho aquela fobia de altura e lugares íngremes e um certo trauma de cinema - uma vez que eu já caí da escada mais de duas vezes. Não estava afim de ficar em pé e ter que me inclinar para trás para tirar aquela foto. Não, obrigada.
O garoto chamou umas três vezes, até que eu senti alguém cutucar o meu ombro. "Hey girl, tira uma foto pra gente?", disse um garoto que, quando virei-me para trás, balançou a cabecinha de um jeito que nem Regina George faria melhor. Como negar um pedido de um garoto que apreciava uma cartola feita de cartolina, usava a camiseta do fã clube oficial Twilight e ainda mexia a cabecinha e me chamou dizendo "hey girl"? Levantei sorrindo (não) esperei que eles fizessem pose e XIS. A foto ficou uma porcaria. Eles estavam em umas 15 pessoas, ou seja, só dava pra enquadrar todo mundo se eu estivesse a pelo menos dois metros de distância, coisa impossível entre duas fileiras de cinema. Só se eu fosse muito ninja e desse aquela inclinada para trás, uma coisa meio matrix. Olha minha cara de quem faz isso.
Eles olharam a foto, deram aquele sorrisinho amarelo, e pediram pra outra menina fazê-lo. A outra menina é da minha sala, minha amiga Valéria. Nem cinco minutos depois da foto, ela e Caio, outro amigo meu, estavam num papo animadíssimo com todo o fã clube Twilight, numa cumplicidade que eu já sentia que não podia estar correta, uma vez que a integridade desses dois a gente sempre questiona. As luzes foram se apagando e eles cochichavam. Lá vinha bomba. "Quando eu disser três...", foram as últimas palavras de Caio. As luzes se apagaram por completo. "Um... dois... três..." "SEEEEEEEEEEXOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!!!!"
E meu pai ainda pergunta por que eu gosto tanto de estreias.
Adorei hahaha. Eu nunca vou em estréias de filme, porque aqui é mil vezes pior do que você disse, é horrivel. Eu prefiro ir depois, e mesmo assim ainda é horrivel. E o pessoal que eu conheço não gosta de ver filme legendado, e eu odeio filme dublado, isso ajuda muito rs.
ResponderExcluirEu sou aquele tipo de pessoa que ninguém no cinema pode deixar o copo cair no chão hahaha. E poder de vez em quando comentar uma ceninha do filme rs.
Queria ver esse pessoal do HP vestidos, deve ser engraçado.
Beijos
Nossa!! Eu sinceramente, não gosto de aglomerações de estreias...! Mas adorei sua história!!
ResponderExcluirBeijosss!
Hahahaha! Que história doida! Nunca vou a estreias, mas vou começar a ir nem que seja pra ter histórias pra contar depois. Na estreia de HP eu super quero ir (:
ResponderExcluirBeijos!
Nossa, Anna, ri demais com seu post!!
ResponderExcluirVou te contar que não sou mto fã de estréias. Há dez, onze anos +ou-Titanic por si só me traumatizou qdo estreou aqui na minha cidade. Mtas horas de fila, conversinhas bastante descartáveis e um barulho (choradeira, risadinhas, gritinhos)insuportável durante o filme que eu jurei a mim mesma que nunca mais assistiria uma estréia. Se não me engano, acho que consegui cumprir minha promessa.
Mas depois da sua estória, facilmente compreendo vc gostar de estréias.Teria me matado de rir se estivesse lá!
Bjão!!
kkkk! Que maravilha, Anna. nunca fui na estreia de um filme, mas adoraria, me convida um dia?
ResponderExcluirRi horrores. Fui ver Lua nova uma vez no cinema. Achei terrivel, mas sou do tipo que, quando quero zoação, falo alto e grito mesmo.
Aliás, esculhambei a Kristen Stewart aquele dia...
Estou melhor. Precisava rir. Obrigada. Beijos!
Hahahah eu me divirto com teus posts, pq de algum modo e longe de querer me comparar, me identifico demais com as coisas que vc passa, etc e etc.
ResponderExcluirBom... eu acho que estes dias são sempre os melhores, dá pra colher histórias e mais histórias e depois rir muito de tudo. Aliás, com o tempo passando mais e mais elas se tornarão saborosas ao serem contadas e recontadas hehehe e eu fico aqui apenas imaginando o 'hey girl' do menino e depois, quem sabe.. ele se lembrando disso tudo anos depois ehehehhe
Beeeijo Anna, volto logo!
Só agente sabe as delícias de nossas farofas! haha
ResponderExcluirO Pedro tem toda razão, ver o Matheus pulando daquele jeito, FOI definitivamente uma esperiência antropológica e única.
Continua nossa incessante espera pelo próximos, porque estaremos lá, firmes e fortes, no meio da farofa!haha
Beeijo ,Anna-querida!
É, cada um cada um, mesmo!
ResponderExcluirEnquanto você sofre nas estreias para curtir esses momentos que, concordo, são tão peculiares, eu fujo de estreias para não ficar no meio dessa bagunça. :p
Bjitos!
Ommg! Aqui no RJ deve ter sido igualmente farofada D: pena que eu não fui, adoro ver as movimentações, rir das pessoas e disfarçar ahahahah!
ResponderExcluirAinda verei Alice, ei de ver!
Beijocaaaa!
Hahaha deve ter sido um dia divertido! hahaha, até imaginei a cena! adorei o blog e o texto!
ResponderExcluirbeeijos!
Acho que eu já fui em 2 pré estréias. EStréia mesmo eu nunca fui. Deve ter mesmo as coisas engraçadas. Preciso tirar mais proveito disso.
ResponderExcluirDivertidissimo foi neh! uheuheeuhe!
ResponderExcluirAdorei a historia da foto! nunca vi ninguem tirando foto dentro da sala de cinema o_O
E eu acho que nunca peguei uma estreia, tipo, a 1 sessao da estreia!
Eu sou meio desligada pra essas coisas.. rs
Beijos
Olha Anna. Eu não vou me decepcionar com você por toda a farofada, mesmo pq vc tem a metade da minha idade e está na época (e tem pique) pra isso. Tudo bem, eu te perdôo.
ResponderExcluirMas a parte da rabujice... eu teria me esforçado pra tirar uma foto mais ou menos, já que teria que levantar. É, você tem futuro.. :D
Beijo.
Já que eu moro na roça não tenho esses privilégios de estreia. Mas deve mesmo ser muito divertido topar com todas essas pessoas.
ResponderExcluirRi muito da história da foto! E juro que não entendo qual é a da necessidade de levar câmera pro cinema.
Beijos!
HAHAHAHAHAHA, Anna! Sempre tive tanto medo de estréias, mas depois de ler o seu post vou experimentar, porque também quero me divertir assim!
ResponderExcluirO cara que jogou a cabecinha pro lado foi ótimo, sua descrição, melhor ainda! E também me diverti quando tentei imaginar a cena de você se recusando a inclinar as costas, "uma coisa meio matrix"... hahaha. Fiquei com vergonha das posições que eu já fiz pra tirar uma foto...HAHAHAHAHA...
Adorei muito!
beijos!
SEXO?? Nossa, e eu pensando que EU era sem noção rsrs coisa (nada) maravilhosa pra se gritar no cinema... A sua descrição da cartola foi ótima, e vc realmente me levou para o lado Audrey da força rsrsrs e na salada eu gosto só de azeite... E o maldito sal, que virou adoçante. Eu também vi alice na estreia, e o carinha que opera as coisas esqueceu de desligar a luz, e resolveu desligar bem na hora que a tela apagou, na transição dos trailer para o filme. Enfim, nesse momento de escuridão veio o meu idiota e infeliz comentário "acabou a luz?" que fez o cinema inteiro cair na gargalhada.
ResponderExcluirrsrs adoro seu blog, bjão!
Noss '-' Ai geente esse povo que resolve tirar fotos na sala do cinema são o ó.
ResponderExcluirJá cai na escadaria do cinema também, e é uma situação SUPER constrangedora. :T
Beijos
Ótimo texto, como sempre. A única estreia que eu fui foi do Lua Nova, mas fiquei das 11 da manhã até 7 da noite e posso dizer que foi MUITO divertido também... Beijo.
ResponderExcluiradorei. não tenho nem oq dizer, pq seus posts meio comédia são phodásticos com ph e eu simplesmente ADOOORO suas definições e apelidos para coisas banais/ridiculas/hilárias (um exemplo foi o "neo-emos"...kkkk)
ResponderExcluire eu estou em defesa do pessoal que sai vestido pra ver HP. Esse ano, eu e minha amiga vamos encomendar na costureira e assistir. mas me conta anna, não incomoda estreia pq todo mundo fica falando (e vc não consegue ouvir a porcaria do filme)?
bjuxx ;**
HAHAHAHAHA, muito bom! Eu sofro com estreias por causa daquela coisa lotada e eu sou meio impaciente com muita gente ao meu redor (estranho...) Mas, como você bem disse, estreia é estreia e vale a pena passar por esses apertos.
ResponderExcluirBeijos.