Ou: o filme da Tary (e da Milena)
Domingo eu completei 18 anos e ontem foi meu primeiro dia de aula na faculdade. Acordei cedo, tomei banho ouvindo o cd ao vivo da Legião, que eu tanto amo, fiz um chá e fiquei me revezando entre a internet e Friends na tv, meio que esperando a vida acontecer a partir daí.
Sempre tive uma preg uiça imensa dos chamados marcos da vida. Landmarks, porque em inglês soa melhor. Acho-os superestimados, forçados e sintéticos. 15 anos. 18 anos. Há quem comemore até mesmo a primeira menstruação. (!) Não é porque você faz 15 anos que vai deixar de ser infantil de um dia para o outro, ou porque fez 18 que vai acordar se sentindo diferente, mulher. Essas coisas simplesmente acontecem num dia que até pode começar como outro qualquer, mas que vai acabar deixando tudo aquilo que aconteceu antes preso a um pretérito permanente, tenhamos consciência disso ou não.
E é sobre esses dias que o lindo longa francês O Primeiro Dia do Resto da Sua Vida trata. A Tary vinha pegando no meu pé para assistí-lo há tempos, e assim como quando eu vi a música, a doçura e o encanto de A Noviça Rebelde e tive o pleno entendimento da razão pela qual a Analu é louca por ele, terminei Le Premier Jour… achando que era Taryne puro: sensível e profundo, mas simples, prático.
O filme, por não se permitir discursos e pieguices clichês ao melhor estilo “Você fez 18 anos, é mulher agora. Mazel tov!”, retrata a vida como é mesmo. O dia em que você saiu da casa dos seus pais. O dia que escolheu o cara errado. O dia em que cortou o cabelo e resolveu arrumar um emprego. O dia que o amor acabou quando você saiu para comprar pão ou então o dia em que ele renasceu numa virada de esquina.
Às vezes a gente não repara neles e vai se dar conta da mudança meses, anos depois – e eu não discordo que qualquer coisa que mude nosso rumo e nos altere em profundidade faça parte de um processo, mas a gente não pode descartar a ignição: o primeiro dia do resto da sua vida.
Não poderia existir título mais perfeito para um filme que se propõe (e o faz muito bem) a kodakar esses momentos que todos vivemos. Pode até ser que nosso mundo não tenha cores tão lindas como as da fotografia dele, ou personagens tão bonitos (beijo, Grondin), ou que, infelizmente, nossos grandes marcos não tenham como testemunha uma trilha sonora envolvente e encantadora como aquela, mas o que importa é o argumento – e que graça teria um filme sem uma pitada de sonho em charme?
Estou louca pra ver esse filme, já tem em locadora?? Amei ainda mais depois da sua resenha, eu nem sabia direito do que que falava, só curtia o título. E eu também não tenho paciência pra idades-marco, e pras pessoas que cismam em achar que fazer 15 ou 18 vai mudar muita coisa. Eu só tenho aflição dos 20 pelo peso das idades redondas, só isso! HAHAHA.
ResponderExcluirBeijos!
o que é isso, eu tava justo pensando em fazer um post falando sobre quase isso. mas o meu motivo é outro, justo os 20 anos ali citados no comentário acima. eu que também nunca me importei com 'marcos da vida', agora estou em pé de guerra com os 20 anos que me esperam em menos de duas semanas. na verdade nem sei o que me incomoda tanto na idade, devo ter encasquetado e só.
ResponderExcluirbeijos
É uma fase tão boa a faculdade! Aproveite muito viu! E os 18 anos só são marcantes se você quer muito poder dirigir! Como eu sou medrosa pacas e não dirijo, quando fiz 18 anos nada mudou radicalmente na minha vida! Rs!
ResponderExcluirO filme parece bom....vou tentar assistir!
Beijos
Que lindo esse post, Anninha <3 Valeu a pena te importunar pra ver o filme, valeu mesmo. E sabe que o modo como você o definiu - e por consequência, ME definiu - quase me fez chorar? Ando muito sensível, me sentindo super incompreendida e você, em poucas palavras, me entendeu mais do que eu mesma.
ResponderExcluirTe amo, pônei.
Aproveite os vários primeiros dias do resto da sua vida: serão incríveis.
Deixa eu te contar: no comecinho de 2011, logo depois de ter terminado o ensino médio e uns bons meses antes de coemçar a faculdade, fui com uns amigos passear por lados desconhecidos da cidade. Levando em consideração que essa cidade é imensa, isso pode ser algo próximo de uma aventura. Aí o dia foi tão bom e tão novo que uma certa hora eu disse pra minha amiga "Hoje é o primeiro dia do resto da nossa vida". Pronto. Eu só fui me dar conta meses depois, com as milhares de coisas novas que tinham acontecido, com a smilhares de pequenas e grandes mudanças que passaram sem que eu visse. E minha amiga falou "Lembra daquele dia? Era mesmo o primeiro do resto da nossa vida".
ResponderExcluirAí fica fácil amar esse filme completamente amável.
Algo me diz que o resto da sua vida vai ser muito especial, que nem você. (Sou brega mesmo.)
ja pode mudar seu perfil de "vestibulanda" pra "estudante" de jornalismo =D
ResponderExcluiros dias mais importantes realmente são aqueles que começam normalmente e de repente, TCHANANNN!!! tudo muda! E não aqueles que já estão "determinados a serem importantes".
ResponderExcluirbjissimosssssssssss
Nunca tinha ouvido falar desse filme, mas fiquei muito interessada. Eu acredito que os grandes marcos são mesmo aqueles que acontecem de forma específica na trajetória de cada um (e não aqueles clichês). É aqueeeela virada pessoal. Engraçado, eu me irrito muito com os marcos da minha área de História, mas sou mais tolerante com os marcos particulares...
ResponderExcluireu tenho vontade de assistir esse filme.
ResponderExcluirmas a realidade é, a vida não muda de uma hora para outra, mas gradativamente. A gente é que as vezes não percebemos o quanto mudou. eu acho
;)