sexta-feira, 6 de novembro de 2015

As mentiras que a internet conta (ou não)

Todo mundo lembra de algum chavão dos pais que era repetido à exaustão como lição de moral ou ensinamento de vida. Todo mundo tem uma frase pra encaixar naquele clichê do como diria meu pai/mãe/vó/tio Ali da pastelaria... e todo mundo um dia já achou a repetição desse corolário um saco, mas um dia também reconheceu que eles estavam certos. Meu pai e minha mãe sempre me lembravam incessantemente de ter senso crítico. 

Normalmente eu revirava os olhos, porque isso costumava acontecer quando eu estava contando alguma super história que eu tinha ouvido na escola ou visto na televisão e lá vinham meus pais tirar a graça de tudo com essa bosta de senso crítico. Adultos, por que tão chatos? Mas eventualmente aprendi a lição, até demais, porque de fato cresci não só muito crítica como quase cética em relação às coisas, o que nem sempre é bom. Eu gosto de acreditar, a vida é muito mais legal quando a gente se entrega. Se você um dia chegou muito empolgado pra me contar uma coisa e eu não só não me impressionei como imediatamente peguei o celular e comecei a checar os fatos, pode culpar os meus pais. Isso começou quando eu tinha oito anos. 

Meu ponto é que assim que li a manchete sobre a celebridade da internet que editou as legendas de suas fotos jogando no ventilador toda a mentira e edição que havia ali, minha reação imediata e sincera) foi: ué, mas as pessoas acreditavam mesmo naquilo? 


Seguindo o ciclo natural das polêmicas na internet, no primeiro dia estavam todos comovidos com a denúncia dela e dispostos a refletir sobre a suposta falsidade de tudo que acontece aqui na rede. Menos de vinte e quatro horas depois, a menina já era impostora, ingênua e aproveitadora, e o debate a respeito do caso era irrelevante, visto que é muito óbvio pra todo mundo que essas construções das nossas vidas, se não mentirosas, são pelo menos muito bem editadas. Eu consigo ver um pouco dos dois lados, e acho que esse caso tem mais nuances do que as opiniões exaltadas estão dispostas a enxergar. Não tenho nenhuma conclusão formada a respeito, por isso vou deixar aqui alguns aspectos que me fizeram pensar pra gente poder conversar a respeito:

1) Nós não somos o alvo

Eu, pelo menos, não sou. Embora esteja na internet desde muito nova, quando tudo isso aqui era mato, não faço ideia de como seria crescer na web 2.0, como é o caso da Essena. Ela conheceu a internet depois do matagal ter sido transformado num universo de informações e compartilhamentos para todo lado, um mundo em que a validação dos nossos pares vem (ou não) de forma instantânea em forma de likes, um universo com zilhões de referências. Até os 18 anos meu celular não tinha câmera, quiçá inteligência, e minha adolescência quase toda aconteceu num mundo sem Instagram. Alguém tinha que lembrar de entrar no meu Orkut e me deixar um scrap (um scrap!) se quisesse dizer que gostou da minha foto nova de perfil.

Crescendo, eu fui afetada pelo exemplo de ícones, como atrizes, cantoras, modelos e outras mulheres que me inspiravam e me faziam ter vontade de ser como elas. Mas, mesmo assim, eu tinha a consciência clara de que elas estavam distantes de mim, que a atriz que eu via no tapete vermelho do Oscar não era quem ela é no dia a dia, que elas tinham uma vida totalmente diferente nos bastidores - consequências de ser da geração que acompanhou a ascensão e queda de Lindsay Lohan e o 2007 de Britney Spears. Eu sempre soube, também, que eu jamais seria igual a elas. Tipo, eu não ia ser atriz em Hollywood, eu não ia ser cantora da Disney. No way.





Os influenciadores na internet, que são os ícones de hoje pra geração mais nova, vendem essa imagem de proximidade e acessibilidade, esse é o apelo deles. Não é mais a atriz americana, mas uma menina da sua idade, que poderia ser você, poderia estudar na sua escola, que está ali te vendendo maquiagens, livros, ou um estilo de vida.

Eu consigo enxergar a forma como a vida de blogueiras e youtubers é construída, eu vi a forma como eles começaram a ganhar dinheiro com isso, eu sei que aquele vestido, aquele sapato e aquela viagem são publicidade. A diferença é que não é mais uma modelo anônima entre uma página e outra da Capricho, mas uma pessoa de verdade, com um discurso que fala diretamente comigo e com o meu universo. Será que uma pessoa que entrou na internet com 12 anos (como foi o caso dela), quando esse sistema já existia, consegue enxergar de forma tão clara essa distinção? Será que ela sabe que muito provavelmente não vai crescer e ser blogueira de moda e ganhar produtos? Será que ela sabe tudo que tem de difícil por trás das viagens e das aventuras?

Realmente não sei, mas não acho que tudo seja tão óbvio. E essas imagens nos afetam, sim. Eu sei de tudo isso que eu falei e no último fim de semana estava aqui, frustadíssima, porque a Vic Ceridono estava em Nova York gravando mais uma temporada do seu reality enquanto eu fazia meu TCC descabelada e sozinha. Via aquela vida e pensava: Por que não eu? Eu poderia fazer isso! Por que estou aqui estudando se posso gravar tutoriais de maquiagem e ir pra Nova York todo mês?

A carne é fraca e o estímulo é forte.

2) A internet não é necessariamente vazia ou mentirosa

Eu gostei muito do texto da Debbie lá no Pequenos Monstros porque ela fala que nossa vida TODA é editada, e a internet é só um prolongamento disso. Claro que ela oferece muito mais recursos para que possamos criar nossa própria farsa, mas o fato é que a gente edita, sim, a vida que mostramos pro mundo, on e offline. E isso não é um erro, não é absurdo, não é falta de caráter ou de verdade. É como as coisas são. Você entra no elevador e diz pro vizinho que está triste? Você tira uma foto no velório da sua avó e coloca no álbum de fotos? Você despeja todos os seus sentimentos pra qualquer pessoa, a qualquer hora? Você se comporta exatamente da mesma forma com suas amigas, seu chefe, seus pais e seus sogros? Não! Isso não significa que sua vida é uma mentira. A parte não é necessariamente uma negação do todo. Ela é só uma parte (!) dele.

Vocês sabem da minha história: eu fiz amigas na internet, amigas de verdade, pra vida toda. Me tornar parte da vida delas foi de repente ser convidada a entrar nos bastidores da vida daquelas garotas que por muitos anos eu acompanhei virtualmente, em seus blogs e todas as redes sociais. O convívio com elas na famigerada vida real me apresentou a aspectos diferentes que eu não conhecia antes, me mostrou o resto do iceberg escondido pela água. Viajar, dormir e acordar junto com elas me fez ver que elas eram diferentes da imagem que eu fazia antes de sermos amigas, mas diferente não por elas serem falsas, mas sim porque havia mais sobre elas do que se pode saber pelo blog ou pelas redes sociais, da mesma forma como tem muito mais sobre mim do que eu mostro no blog e no Snapchat. ¯\_(ツ)_/¯


Você acha que esse animal é uma mentira?

Me incomoda demais o discurso de que as redes sociais são veículos de mentira, que nada na internet é verdadeiro, tudo é vazio e fútil. Como qualquer coisa nesse mundo, a internet tem seu lado bom e seu lado ruim. Vejo tanta menina jovem fazendo coisas TÃO LEGAIS na internet, exemplos tão positivos de quem usa a rede pra coisas tão incríveis que penso como eu seria uma adolescente mais feliz se tivesse acesso a essas pessoas, esses recursos, essas informações. Por muito tempo eu sofria porque não me via representada em lugar nenhum da mídia tradicional: as revistas pra adolescente não falavam comigo, as revistas de cultura não falavam sobre as coisas que me interessavam, e até mesmo na internet era difícil ver conteúdo voltado pra minha idade.

Se eu tivesse 14 anos hoje, poderia acompanhar youtubers falando sobre os livros que eu estava lendo, teria publicações como a Rookie e a Capitolina falando sobre uma experiência de adolescência com a qual eu me identificaria, aprenderia história, economia, biologia e astronomia com o John e o Hank Green, poderia conhecer mil e uma garotas diferentes que se interessavam pelas mesmas coisas que eu para conversar... As possibilidades são infinitas. Então, não, a internet não é apenas um lugar de consumismo exacerbado, narcisismo exagerado e relacionamentos vazios.

Não existe esse papo de que a vida real acontece fora daqui, e acho que quem ainda acredita que ainda existe uma fronteira entre real e virtual realmente não entendeu nada. Eu penso assim: sua experiência na internet é um reflexo da sua vida fora dela. Se você viu o vídeo, a própria Essena diz que sua vida já era vazia antes de entrar nas redes sociais e que ela achou que ter views, likes e parecer bonita nas fotos faria com que ela fosse importante e vista. Antes da internet as pessoas já queriam se sentir importantes e vistas, ela não inventou a carência. Pense nisso. *BOOOM*

3) 01 teoria

Estou estudando opinião pública pro meu TCC, e num dos livros que li (que se chama, olha que coisa, Opinião Pública) o autor escreve que o mundo é grande demais para que a gente possa apreendê-lo em sua totalidade, por isso criamos ficções a respeito dele. Ficção aqui não é sinônimo de mentira, apenas um sinal de que aquilo é uma representação do real. Então nós agimos diante do mundo com base nessas ficções, sendo que a imprensa, na época que o livro foi escrito, era o principal veículo para elas. Daí que o Walter Lippman, em 1920 (!), escreveu que o grande problema da imprensa era que ou as pessoas desacreditavam totalmente no que ela dizia, ou então acontecia o contrário, todo mundo acreditava cegamente no que era veiculado ali, sem pensar que uma representação é uma imagem do real, e que essa imagem pode muito bem ser construída.


O problema não está no veículo, mas na forma como nos relacionamos com ele. Isso vale para a internet. Para termos um relacionamento mais saudável com a rede mundial de computadores e todos os trilhões de imagens que ela nos atira na cara o tempo inteiro, precisamos tirar um tempinho para conversar sobre ela. Quem produz conteúdo, principalmente quem depende do público e ganha dinheiro com ele, possui a obrigação de ser transparente com relação a publicidade e essas coisas, e deve ter senso de responsabilidade com quem está do outro lado. Além disso, penso que é uma pena que com tanta coisa chata e inútil na escola não exista nada no currículo dos estudantes que os ensina a pensar sobre informação, mídia, poder e o processo por trás dessas coisas que fazem parte da nossa vida cotidiana e possui tanta influência sobre ela. Taí uma matéria que eu gostaria de ministrar.

4) 01 reflexão 

É preciso ter empatia. A gente costuma achar que empatia diz respeito apenas a se colocar no lugar do outro para ser mais gentil com ele, mas também diz respeito a VER (LEIAM AMANDA PALMER) o outro como um ser humano como você. Que edita as próprias fotos 35 vezes, em três aplicativos diferentes, até achar ela boa o suficiente para postar. Que limpa a mesa e esconde o guardanapo sujo antes de fotografar a sobremesa. Que não está feliz o tempo inteiro, que chora no banheiro escondido, que acorda de mau humor, às vezes faz chapinha, incha quando está menstruada, tem medo da morrer e um milhão de questões mal resolvidas. Você não está sozinho. Tá todo mundo mal. Vamos nos lembrar mais disso?

Too long didn't read:
Posso ser otimista, posso não ter entendido nada, mas acredito que com diálogo, transparência e educação a gente consegue sair dessa. E, como meus pais diriam, senso crítico também, pelo amor de Deus.

> Eu realmente não estou interessada em discutir o caso específico da Essena O'Neill. Meu ponto aqui não é sobre ela especificamente, mas sim a cultura em que ela (e nós também) está inserida. Então pra mim não faz diferença o argumento que ela discursa contra a internet, mas está usando ela para promover seu outro projeto. Deixa ela, ué. O ponto levantado não deixa de ser válido (e o desdobramento da história não anula meu ponto);

>> Esse caso realmente me fez pensar e desde o início da semana já mudei de opinião várias vezes. O post foi uma tentativa de organizar o que eu estava pensando e contribuir para a conversa que está rolando a respeito, por isso queria muito saber o que vocês pensam a respeito;

Alguns links para saber mais

16 comentários:

  1. Oi Anna!
    Adoro seus ultra longos textos. Também gosto de escrever e isso me faz ter esperança de que alguém vai ler os meus também porque, bom, eu leio textos longos.
    Nunca tinha refletido sobre como deve ser diferente nascer com a internet já desenvolvida e deu até um medinho. Se nós fomos a geração que fazia pesquisas em sites de busca esquisitos e não achava quase nada ainda, a gurizada de hoje é a pioneira em nascer nessa era e seus adultos ainda não sabem direito como educá-los em relação à isso.
    Ao mesmo tempo acredito que a gente vive numa época em que a empatia está aumentando e o pessoal está ficando mais sensível e precisando de transparência. Tenho esperança de que a fase da perfeição on-line seja mesmo só uma fase e passe.

    www.vivendovivi.blogspot.com.br

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  2. Anna! Adorei o texto, me fez pensar bastante aqui.
    E realmente, não existe essa história de que a vida real acontece aqui fora, mas o problema é quando a nossa vida deixa de ser editada para as redes e passa a ser vivida para edição.
    Claro, todo mundo gosta de conteúdo bonito e bem feito, adoro feeds de Insta bonitos, mas e aí? Será que a pessoa que postou aquela foto lá na praia do Nordeste aproveitou mesmo a praia ou só ficou preocupada em tirar mil fotos pra escolher uma e colocar no Insta?
    Mas isso é bem mais pessoal, afinal, cada um sabe o que faz.

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  3. Comentei ontem mesmo no twitter, após ler o texto no Pequenos Monstros: toda vez que ~desmascaram~ web celebridades eu fico "mas tinha gente que acreditava que isso era real?".
    Como você comentou, acredito que o problema não seja o veículo, mas sim a forma como as pessoas lidam com ele: Tudo que está na internet é mentira? Não. A internet é feita de verdades? Não, apenas de PARTES delas.
    Não devemos viver para as redes sociais, mas não há mal nenhum dedicarmos uma PARTE nossa a elas.

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  4. Amei, amei, amei seu post!

    Li o post do blog Pequenos Monstros e era meu preferido sobre esse caso, e agora o seu tb entrou pra esse ~~ranking (digamos, haha).

    Concordo com tudo que disse, especialmente com o item 1, que é algo que eu nunca tinha parado pra pensar (e acredito que muita gente tb não). Eu tb sou da geração que cresceu acompanhando o crescimento da internet (ficou estranho, mas é isso mesmo, haha). Então acho que pra gente é mais "fácil" conseguir entender que a internet é um pequeno pedaço da nossa compartilhado nas redes, e não a vida em si. E hj em dia, isso da mídia ser produzida por gente que é definida como "gente como a gente" causa esse efeito nas gerações mais novas de: tb quero isso pra mim - pq, né? Qm não quer uma vida maravilhosa baseada em viagens pelo mundo, e em ganhar presentes de marcas famosas? -not.

    Eaí entra o seu item 4, que é sobre a falta de empatia pra entender que ngm tem uma vida 100% incrível, que as pessoas tem problemas (e muitos, dos quais a gente nem imagina) e que elas tem o direito de compartilhar o que quiserem (mas na maioria das vezes, compartilham só a parte boa). Eu não acredito que a internet seja uma mentira, eu acredito que falta maturidade nas pessoas pra enxergar além do que está ali - e em mim as vezes falta tb - quem nunca se pegou com dor de cotovelo por alguém que aparentemente tem uma vida maravilhosa? O importante é sempre cair em si e enxergar que não é bem assim.

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  5. Primeiro, o vine desse cãozinho dançando. É algo que precisamos para sempre, e vamos tatuar que o shiba é o novo corgi.

    Hoje mesmo tinha lido um post (acho que no Petiscos) sobre a representatividade para as adolescentes. Embora seja incrível que tenha a possibilidade de ter musas negras, gordas, trans, e etc, temos que convir que a arrasadora maioria continua sendo de magras loiras e ricas. E que a maioria das garotas irão, sim, perseguir esse ideal, achando que a vida é isso mesmo.

    Acho que o ponto é que tem gente que simplesmente não tem a capacidade de separar as coisas, basta ir a um show e ver a quantidade de gente que não consegue aproveitar, e sim fazer centenas de fotos videos e snaps. Talvez seja a forma dessa pessoa aproveitar, e quem somos nós pra julgar? Não sei, só sei que estou aqui julgando.

    Ainda vamos discutir e debater muito sobre isso, acho que essa onda de reflexão está apenas começando. É tudo reflexo do armário cápsula (hahaha pareço obcecada com esse assunto), da sociedade do compartilhamento: estamos todos, lentamente, revendo os nosso valores e decidindo o que vamos fazer com isso. Comprar menos, ouvir música em stream ao invés de ter físico, e sim, tentar postar menos coisas ~ irreais ~ nas redes sociais. Sei lá, mas acho que vamos ver, né?

    Te amo sempre, mimo sem sentido, etccccc
    Só sei que quero continuar vendo vídeos de cachorro até o fim, pode ser?

    Beijo

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  6. Seus textos me deprimem por não ter nascido você na vida.

    Amiga, achei tudo o que você disse muito sensato e inteligente. Todos os pontos que você colocou são realmente muito importantes e concordo demais. Volta e meia eu caio nessa cilada de achar que minha vida é uma merda e a de todo o resto do mundo é maravilhosa e cheia de glamour, imagina mesmo as meninas mais novas. Mas nada disso é culpa das redes sociais (armas não matam pessoas, né?). A internet não é ruim, as redes sociais não são ruins e nem o uso que as pessoas fazem dela é necessariamente ruim (claro que tem gente que não sabe brincar, não indica que é publi etc.). Ninguém é obrigado a guardar na memória os momentos ruins, e mesmo assim às vezes a gente divide. A questão não é só que as redes sociais ~não mostram~ (ou melhor, a gente não mostra) as partes ruins, mas é que a gente só sente mesmo que tudo tá uma merda quando está acontecendo com a gente. Posso te dizer que tô com uma dor de cabeça bizarra a três dias, e que vou viajar pra Paris amanhã -- é possível que eu desistisse da viagem se isso curasse minha dor, mas você só vai enxergar como é incrível que eu esteja indo para Paris.

    No fim, eu tangenciei 100% o assunto. Então vamos voltar ao começo e dizer que eu concordo muito com você.

    Te amo <3

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  7. Amiga, sua compilação de pensamentos e teorias ficou sensacional, as always. Inclusive fiquei emocionadine que você me citou, fui lá ler meu texto e descobri que não posso postar sobre esse assunto de novo, eu acho, porque praticamente repetiria meu próprio post antigo, hehehe. #amnésia
    Já debatemos um tanto sobre o assunto e pensamos muito parecido, então não vou estender novamente aqui no mimo com meus pontos de vista.

    E SEMANA QUE VEM TEM #CHICANA NA BLOGOSFERA!

    Te amo! <3

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  8. Sou um tanto critica quando eu leio nesse meio algo como "influenciadores na internet..." ou "Criadores de conteudo" ou alguma outra frase para denominar a escrita nesse espaço não consigo pensar na Bllogosfera como algo grandioso e o youtube é moda pois ninguem tem algo de util para falar... Vocênão temos escreveu que começou a blogar quando a internet parecia um matagal... Continuamos, quando não saimos para conhecer a realidade de cada um... Quando vemos as pessoas somente como personagens e nada além disso.

    Bjão!
    http://ladomilla.blogspot.com.br/

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  9. Apenas, o melhor texto sobre essa questão. E li vários, porque essa questão acaba comovendo mesmo. Só me irrita muito esse nosso olhar tão treinado para o fragmento, o que faz com que não pensemos no significado das coisas, mas fiquemos preocupados com fatos isolados que não acrescentam nada dessa maneira.

    Muito bom mesmo.

    Parabéns =D

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Acabei não falando o que eu penso: penso mais ou menos como você, o que resume num ditado que eu li em algum lugar e não me lembro de quem o escreveu: "a grama do vizinho é mais verde, até que você descobre que ela é artificial". E a mídia se aproveita dessas nossas lacunas "sentimentais" para vender, porque essa é a época do consumismo exacerbado. E quem não tem inteligência emocional, cai mesmo. Ninguém consome um determinado produto pelo que ele é, mas é a ideia que interessa, o que ele representa. Nosso objetivo é nos apropriarmos de uma identidade, de um estilo de vida. Hoje não somos nós que determinamos os bens de consumo, ao contrário, somos determinados por ele. Triste. É. Mas é como a máquina funciona. E há dois caminhos a serem tomados: a do senso crítico, de saber o que quer e como conquistar isso da maneira menos falsa possível, ou se adaptar ao sistema até não vê-lo mais.

      Não vejo problemas em receber por postar looks e essas coisas, mas acho que a sinceridade é essencial. A menina não deixou de ser menos bonita ou menos modelo, porque ficou 3 horas pra bater uma foto, muito pelo contrário, admiro o esforço e vejo humanidade nisso XD. Não custava ser sincera XD. Ela só não sabia sê-lo, porque aceitação é tipo droga mesmo, faz a gente fazer coisas que normalmente não faria.

      Acabei falando horrores agora XD. Enfim, há muito que falar, como vc mesmo disse.

      Agora vou de verdade xD

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  10. O senso crítico! O diálogo! A empatia!
    Ô Deus, se existisse mais dessas coisas no mundo, ele seria outro.
    Confesso que não tinha lido muito a respeito porque a vida tava acontecendo muito alucinadamente, mas do que eu li o teu texto é o mais sensato, com certeza. Se as pessoas soubessem separar as coisas, ver que não é bem assim, ver que tudo tem mais lados do que é mostrado...nossa, amiga, que mundo viveríamos. Não canso de pensar que isso - que hoje é uma utopia - possa ser realidade um dia. Empatia, senhoras e senhores! Não esqueçam que ta todo mundo mal, por favor.
    Te amo, amiga! <3 Arrasasse, como sempre.

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  11. faz mais textão, xará, por favorrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
    beijinho!

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  12. (Sou burra e perdi um comentário enorme, mas vamos lá)

    Amiga, confesso que no início fiquei com um tantinho de preguiça dessa discussão porque né, tão óbvio que o que a gente vê não é 100% da vida da pessoa, como assim, é sério que tem gente que acha que dá pra resumir nossa ~existência~ no feed do instagram etc etc, mas depois da conversa na máfia, eu não sei se tenho uma opinião tão formadinha. Sei lá, ainda acho que sim, parece meio absurdo que as pessoas ainda acreditem que aquilo ali é real, que resume bem a vida de uma pessoa, mas não acho mais que seja impossível que alguém acredite nisso, muito menos julgo essas pessoas. É exatamente o contrário. Como você bem falou, a carne é fraca, o estímulo é fortíssimo, e se eu tô aqui me achando o fracasso do milênio quando vejo certas blogueiras construindo casa, enquanto eu continuo aqui vivendo de mesada, que que eu posso falar de alguém? Nadinha. Agora sobre a Essena, não sei se ela abandonar tudo vai resolver alguma coisa (sinceramente acho que não), mas pelo menos a discussão é válida e que bom que a galera resolveu falar sobre isso.

    te amoooooooo <3

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  13. Anna, adorei mesmo a sua reflexão! Essa coisa de tentar ver tudo pelos dois lados é muito porque dá mais chance de você ver e entender a situação.

    Eu, como você, cresci na época de Orkut e afins e vi a internet deixar de ser uma coisa que podia ser usada só depois das 20h da noite por que se não a conta de luz vinha uma fortuna para ser algo rotineiro que a gente acessana palma da mão. Isso tem que ser levado em consideração, porque a forma como nós entendemos a internet não é a mesma que a geração que veio depois.

    Dito isso, também vejo que essa geração que veio depois da nossa é extremamente carente e talvez isso seja um reflexo dessa geração de pais que tem que lidar com muita coisa ao mesmo tempo, sei lá, mas é fato que os jovens de hoje buscam aceitação naquilo que não é 'real', palpável, entende? Por isso a busca pela fama instantânea.

    Sei lá, acho uma discussão muito válida e que tem que ser feita, porque não dá pra ficar só no âmbito do'vamos falar sobre isso', mas sem aprofundamento nenhum sobre o tema. Acho importante mesmo!


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  14. "Não é mais a atriz americana, mas uma menina da sua idade, que poderia ser você, poderia estudar na sua escola, que está ali te vendendo maquiagens, livros, ou um estilo de vida."
    Fun fact: uma dessas estrelas da internet tem a minha idade, estudava na minha escola (mais precisamente na sala ao lado), é amiga das minhas amigas e agora está vendendo coisinhas na internet. Ou melhor: vai começar a vender, a loja (!!!!!) será oficialmente lançada na semana que vem. A gente não percebe o quão real essas pessoas são até que uma delas fure a fila da cantina na nossa frente.
    Sorte que eu nasci com a alma de uma senhora de 159 anos e nunca me deixei enganar por esses padrões inatingíveis. Mas também devo uns agradecimentos a minha mãe, que não me deixou cortar o cabelo igual ao da Selena Gomez em 2008 porque "ela tem uma equipe que cuida daquele negócio o dia inteiro, Maria Eduarda. Não vai ficar assim em você".

    Beijos!

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