Eu tinha uns 10 anos quando, no dia das crianças, minha mãe me deu R$50 pra eu gastar como quisesse. Pra uma criança isso é uma pequena fortuna. Fui até a loja de cds e comprei o In The Zone, da Britney Spears, e o Fallen, do Evanescence - porque aos 10 anos a gente não sabe muito bem o que quer da vida.
Foi mais ou menos nessa época que eu virei fã da Britney e comecei a acompanhar a carreira dela. Foi na época que os dvds de show surgiram, então assisti todas as apresentações dela, na frente da tv, dançando junto. Comprava as revistas em que ela aparecia na capa e lembro que achei muito estranho quando ela se casou em Las Vegas e anulou o feito algumas horas depois. Achei mais estranho ainda quando ela surtou, raspou a cabeça e apareceu por aí dando guarda-chuvadas em paparazzis, de peruca cor-de-rosa. Eu não tinha mais 10 anos, mas ainda era nova o suficiente para não entender direito o que estava acontecendo.
Nunca fui uma grande fã de música pop, e mesmo perdendo o interesse pelo estilo, continuei comprando todos os cds que ela lançou desde o In The Zone, porque, sim, eu gosto dela.
Nessas férias assisti ao Britney: For The Record, documentário que ela quis gravar para tentar se redimir diante do público e explicar o que estava passando pela cabeça dela naqueles tempos. O mais comovente de tudo é que, tentando se explicar, a coisa que ela mais diz nos depoimentos é que não faz ideia do que estava pensando. E querem saber de uma coisa? Acredito nela.
Sei que a gente deve desconfiar de um documentário encomendado pela pessoa que é o tema do próprio, mas ela me pareceu muito sincera. Não ficou se fazendo de vítima, disse que foi feio o que passou, que foi estúpida, que perdeu as referências, não sabia o que estava fazendo e deixou pessoas más entrarem na sua vida. Ela disse que hoje olha pra trás e vê como foi burra por ter permanecido em Los Angeles, cercada pela mídia, enquanto poderia muito bem ter fugido para a casa de sua família no interior da Louisiana até colocar a cabeça no lugar. Fala que até hoje vive como uma prisioneira dentro de casa, por causa dos paparazzis, e naquela época, por estar doida demais, não conseguia voltar pra casa e encarar os filhos, por isso pegava o carro e ia pra algum lugar fazer besteira. Não sei como isso soa pra vocês, mas minha leitura da situação é muito essa.
Essa história de estrelato é toda muito maluca e errada. Já repararam que a maioria das pessoas que cresceu nessa vida, diante das câmeras, acabou se perdendo em algum ponto? Não sei o que é que existe ali que acaba com o bom senso das pessoas. Ou vai ver que é mais ou menos o que a Madonna disse em depoimento no documentário: todo mundo erra, todo mundo escolhe errado, todo mundo se envolve com quem não deve, mas poucas pessoas fazem isso com o mundo inteiro servindo de plateia.
“Ela é inteligente o suficiente para saber o que o mundo queria dela: que fosse criada como uma virgem a ser deflorada diante de nós, para nossa apreciação e deleite. Ela não tem vergonha de sua nova personalidade – ela quer que saibamos o que fizemos com ela. Pode ser que seja verdade que Britney sofra de alguma doença mental (ou uma doença criada pela fama, ainda sem nome)(…)”
The Tragedy Of Britney Spears, Vanessa Gregoriadis
No documentário, Britney chora e diz estar muito triste, que seu maior sonho é poder sair com os filhos e fazer coisas banais, como ir ao supermercado. Fico pensando que ela poderia muito bem pegar o dinheiro que tem, sumir do mapa e ir para no interior do Acre, por exemplo. Cortar o cabelo, comprar um sobrado amarelo e abrir uma banquinha de açaí na praça, ir trabalhar numa escola e ficar encarregada de montar os musicais que as crianças apresentam em datas festivas. Se funciona nos programas de proteção às testemunhas que a gente vê nos filmes, ela com certeza tem dinheiro suficiente para criar para si um Programa de Proteção Ao Popstar de Saco Cheio, dar uma banana pro mundo e ir viver feliz e anônima num lugar inóspito, passeando com seus filhos no supermercado. E é aí que entra a loucura do estrelato que falei acima: a própria Britney diz que a fama é uma coisa engraçada, depois que ela te pega, é difícil demais sair dela; vai além das forças da pessoa e mesmo sendo um inferno, nunca para de ser divertido. Tem que ver isso aí, hein.
Já assisti o documentário duas vezes, li a enorme e deprimente reportagem que a Rolling Stone trouxe sobre seu surto, e ainda assim não sei direito o que pensar disso tudo. Só sei que acho toda essa história muito, muito triste, e que torço para que ela segure as pontas.
A Britney é uma linda, sem dúvidas! Pelo menos no show ela foi um amor, super simpática (o que me pareceu também ser muito sincero) e ao que me consta ela tá tentando reerguer a vida, fazendo o tour sem problemas, o noivado com um cara que parece que gosta mesmo dela, carregando os filhos pra cima e pra baixo... Torcemos para que ela consiga se manter assim, depois de tanta confusão com a mídia, escândalos da vida pessoal dela, tudo muito caótico, parece que agora vai dar certo, afinal a princesinha do pop não merece menos que a felicidade :')
ResponderExcluirEu amo a Brit do fundo do meu coração de verdade e ponto.
ResponderExcluirKim K.
é tão fácil admitir que gosto dela, nem tenho vergonha.
ResponderExcluirEu tenho um amigo que idolatra ela, muuuito sério rs. E eu já disse pra ele que eu tenho muuita pena dela e ao mesmo tempo não tenho. Porque ela escolheu continuar nessa carreira, mesmo tendo começado criança, e todo mundo sabe como é esse mundo e que sua privacidade vai por água abaixo, mas tenho pena porque ela talvez não vá nunca mais ao supermercado com os filhos, ou numa pracinha tomar açaí, sem ter os paparazzi atrás dela. Eu não sou fã dela hahaha, mas admito que ela tem um papel muito grande na cultura pop, mas acho que já deu o que tinha que dar rs. Beijo!
ResponderExcluirEu já fui fã de Britney e o surto dela foi mesmo muito deprimente. Mas, numa boa Anna: se quyisesse se recuperar e passear com os filhos no supermercado, se quisesse mesmo, já teria feito. Pois não há limites no que se refere ao bem-estar dos nossos. E isso Britney Spears ainda não é capaz de compreender. Prefere a fama, portanto.
ResponderExcluirAbraços.
Sabe, eu não gosto de usar a palavra 'fã' para falar como eu me sinto a respeito dos artistas que eu gosto e escuto regularmente. Mas eu sempre gostei da Britney, desde que eu me entendo por gente. Eu meio que entendo o que ela passou, porque quando as pessoas têm expectativas muito altas em você mas mesmo assim todos estão te observando, prontos para apontar a mínima falha, você entra em pânico. É normal até no nosso dia-a-dia, que o fará com ela que tem o mundo todo de olho no que faz. Isso é complicado. Mas ela até tem conseguido lidar bem com a situação. Quer dizer, muitos artistas já teriam se matado a uma altura dessas. Ela tá segurando as pontas (acredito que por causa dos filhos). Não dá pra se livrar de uma fama como essa - é viciante. Mas dá pra contornar a situação sempre. Só leva muito tempo e é sofrido até lá.
ResponderExcluirBjo!
É muito estranho mesmo, eu não entendo porque você gosta de Britney Spears. Digo, nada contra, mas popstars que vivem uma vida dramática como a dela tem várias. E músicas chicletes como a dela também. Não vou dizer que a detesto, já curti Toxic por um bom tempo, e só. Nõ consegui me apegar a ela como me apeguei aos Backstreet Boys e às Spice Girls, por exemplo. Só que teve sua fase. Hoje eles não representam nada para mim. Uma lembrança boa? Talvez, mas longínqua.
ResponderExcluirE olha, esse problema que ela passou é compreensível a um certo ponto, mas assim como vc citou o exemplo do Acre, ela poderia ter pego alguns dos seus milhões e ter se mudado para uma cidade desconhecida da África, da Islândia, sei lá o quê. Ela teria tanta vontade de fugir daquele universo, por que não o fez? Financeiramente nada a impedia.
Sempre fui fã da Britney desde o "Baby One more time"! Fiquei super triste quando ela surtou porque também não conseguia entender as maluquices dela. Fico feliz que hoje ela já está bem mais normal e voltando a ter sucesso. Vou assistir esse documentário pois me pareceu interessante! Beijos
ResponderExcluir(Tava escrevendo um mega comentário, mas a energia de casa caiu. Oba. Que emocionante.)
ResponderExcluirComo eu ia dizendo: A fama é uma droga silenciosa. O que os paparazzos fazem, por exemplo, não é uma profissão, mas sim uma carnificina! Lembra quando eles atacavam a Amy Whinehouse? Chegava a DOER só de olhá-la sendo metralhada por flashes. Ninguém merece isso. Assim como a Madonna que é perseguida por um maluco (que chegou a fugir do hospício). Gente! Que loucura.
Não gosto da Britney, quero dizer, não gosto do estilo musical dela já que não conheço sua pessoa. Esse é o maior problema: nem todo mundo sabe separar o artista do ser humano. A coitada foi explorada desde criança pela imprensa, até sua virgindade foi monitorada! Mais ou menos como a Sandy (a Britney capira, que seja), mas acho que esta tem um pouco mais de equilíbrio. Enfim, fato é que a pobre garota não chegou ao surto sozinha. Mas infelizmente, é sozinha que ela deve sair dele. É coisa que tem que partir dela, de uma força interior.
Tenho pena da Britney, de verdade. Apesar d'ela atrapalhar minhas pesquisas sobre Circus, sei que ela sofre bastante nesse mudinho que vive. Mas é impossível saber o que realmente passa em sua vida e mente...