quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Quarentona.

Eu estava deitada no sofá lendo a Folha Equilíbrio, mais especificamente a coluna da Rosely Sayão. Eu adoro a coluna dela, mesmo. Ela fala dessas coisas de pais e filhos, #comolidar, etc, e eu super adoro, mesmo não tendo filhos. Pedro, meu primo, ao ver o que eu tava lendo, começou a debochar da minha pessoa, dizendo que Rosely Sayão era coisa de mãe e de senhoras. Ele não tava errado. Toda mãe que eu conheço adora tudo que ela escreve, e mesmo que não vá aplicar aquilo na vida, gosta de ler por ler. Ironia do destino ou não, logo minha tia chegou na sala e perguntou se alguém tinha visto a Folha Equilíbrio.

Se tem uma coisa que eu gosto nessa vida, é perder tempo fazendo quizzes no Twitter. O Lolquiz é o mais popular de todos, e esses dias fiz o teste para saber minha idade mental. Não que eu esperasse um resultado alegando que eu vivia no puro frescor da juventude, mas o resultado deu que eu tinha uma cabeça de 40 anos e ainda vinha com um recado desaforado mandando eu largar de ser chata e ir viver a vida, mais precisamente isso.

Eu tenho mesmo uma mentalidade mais idosa, desde pequena eu sou assim. Nunca fui dessas crianças felizes a cantar, por ser filha única eu sempre passei muito tempo com meus pais e avós, sempre quando meus pais saíam para jantar com amigos eu ia junto, sem falar que passava muito tempo sozinha, e eu não me incomodava com isso, pelo contrário, eu adorava ficar horas e horas no meu quarto, lendo para minhas bonecas. E eu também convivi e convivo muito com minha avó, acho que quando pequena eu passava mais tempo na casa dela do que na minha própria casa e, apesar de minha avó ser uma figura, nós passávamos as tardes no sofá bordando (sim, ela me ensinou a bordar com 9 anos), fazendo palavras cruzadas, sudoku e assistindo ao programa da Leda Nagle na Tv Cultura.

Eu não sou totalmente desanimada, o que comprova isso é que o marcador mais utilizado aqui no blog é o "farofa". Amo sair com meus amigos e faço muita bagunça com eles, mas ainda assim é de um jeito mais vovó. Não gosto de baladas, tenho uma preguiça absurda de festas, diversão pra mim é sair pra comer pizza, ir ao cinema, jogar jogos de tabuleiro e ir pra casa de algum amigo ver filme e conversar besteiras. Já quis dispensar o convite pra festa do ano por pura falta de vontade de aguentar o pessoal tentando causar, bebendo todas, música alta e ruim e etc, etc, etc. Já cheguei na porta de um show que eu super queria assistir e desisti de entrar porque o clima na porta tava muito pesado (tá, teve o veto de papai, mas eu super concordei com ele). Aguentar aglomerados humanos só quando vale muito a pena, tipo um show do Radiohead. Tem dias que eu só quero ficar quietinha em casa, vendo filme, lendo, ou só em casa mesmo, deitada no sofá e sendo amor. Eu adoro ler o jornal, principalmente depois do almoço, quando eu me estico no sofá, vejo o Evaristo e leio a Folha. E acordar de manhã e abrir o jornal? Nossa, life can't get any better.

Mamãe mesmo fala que eu nasci velha, muitas vezes ela é muito mais adolescente que eu (mamãe é super Lorelai Gilmore, toda espevitada e sem noção) e reconhece isso. Quem não me conhece as vezes critica esse meu jeito, diz que eu não aproveito a vida enquanto eu posso. Minha família do interiorrr por parte de mãe então, nem se fala! Quando me pegam pra Cristo é uma falação adoidada na minha cabeça, "mas você é quietinha assim sempre?", "por que não vai dar uma volta com seu primo, sair, ver gente?" "ah menina, larga de ser boba, você tá na idade de sair por aí e ir atrás de uns chamegos bons" (minha bisavó me disse isso. minha bisavó.) Por enquanto, eu gosto de ser assim, e até hoje creio que não perdi nada, pelo menos nada que eu me arrependa. Agora, se quando eu chegar nos 40 cronologicamente e resolver fazer o Benjamin Button e curtir a vida adoidada, já é outra história.


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